domingo, 29 de junho de 2014

PASSARELA CULTURAL CHEGOU A 1.000.000 (UM MILHÃO) DE ACESSOS

Na madrugada deste domingo, 29, PASSARELA CULTURAL chegou a 1.000.000 (um milhão) de acessos. Primeiro do que tudo, sou grato a DEUS por este marca significativa, e em seguida a VOCÊ que me honra com a sua leitura.
     A trajetória de PASSARELA CULTURAL começou em 02/07/2004, com o nome de Timbaconexão, como coluna sociocultural do Timbafest editado por Walfredo Silva (Wal Boy). Em 12/10/2007, Timbaconexão migrou para blog com o nome de PASSARELA CULTURAL, com o apoio de Evandro Silva, editor do missesnapassarela.blogspot.com.br , que me ensinou como lidar com as ferramentas virtuais do blog. 
        PASSARELA CULTURAL também tem uma visibilidade impressa através das colunas socioculturais que assino em dois veículos de comunicação da região: jornal CORREIO DE NOTÍCIAS e revista TIMBAÚBA EM FOCO. 
    Dois carros-chefe do blog são os responsáveis principais por sua popularidade: as secções DE TIMBAÚBA PARA O MUNDO , sobre a cena sociocultural timbaubense, e SESSÃO NOSTALGIA, focalizando os antigos concursos de Misses, uma das minhas paixões. A propósito dessa última, quero externar o meu reconhecimento a duas personalidades, Dido Borges, que me incentivou a escrever sobre o assunto, e Roberto Macêdo, que transcrevia minhas crônicas para o Miss News, postando o link de PASSARELA CULTURAL , o que contribuiu muito para que meu nome se tornasse uma referência como pesquisador do universo das misses, ou seja como missólogo, termo mais usado.  
        Quando você começou a ler PASSARELA CULTURAL? Qual é a sua secção preferida? Qual a sua opinião sobre o blog? Deixe seu comentário ou envie sua mensagem para o meu e-mail daslan@terracom.br. Será uma satisfação conhecer o seu feedback.
            Um abraço a todos e dias abençoados.


Daslan Melo Lima
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Ilustração by Djalma Almeida 
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sábado, 28 de junho de 2014

BRASIL X CHILE, CHUTANDO NOSTALGIA

CHUTANDO NOSTALGIA – Esta foto foi clicada antes do jogo Brasil X Chile. Impossível ignorar a expectativa dessa partida tão importante para que a seleção brasileira conquistasse um lugar nas oitavas de final da Copa do Mundo FIFA 2014. Ao visualizar um painel temático no estacionamento de um restaurante do Recife, o menino que fui não se conteve e colocou o rosto para ser fotografado. Embora nunca tenha tido habilidade para jogar futebol, o tempo capacitou-me para driblar sentimentos, chutar nostalgia e fazer alguns gols de poesia.
---------- Daslan Melo Lima

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REFLEXÃO

"Inventemos o amanhã, em vez de ficar nos preocupando com o que aconteceu ontem."
- Steve Jobs (1955-2011), empresário norte-americano.


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MEMÓRIA


A escritora carioca Rose Marie Muraro, uma das pioneiras do movimento feminista no Brasil, morreu no dia 21, aos 83 anos de idade, vítima de câncer na médula óssea.  Rose Marie Muraro  foi eleita, por nove vezes, «A Mulher do Ano». Em 1990 e 1999, recebeu da revista Desfile o título de «Mulher do Século», e da União Brasileira  de Escritores o de «Intelectual do Ano», em 1994. Nasceu quase cega, mas fez desta deficiência o grande desafio de sua vida. Cedo intuiu que só o impossível abre o novo; só o impossível cria. Com parquíssima visão formou-se em Física e Economia, mas logo descobriu sua vocação intelectual: de ser uma pensadora da condição humana, especialmente da feminina. 

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DE TIMBAÚBA PARA O MUNDO - Odorico Tavares, rei do bodoque, sujo e descalço

 ODORICO TAVARES, 
REI DO BODOQUE, SUJO E DESCALÇO

       
      Odorico Montenegro Tavares da Silva, jornalista, poeta e colecionador de arte, nasceu em Timbaúba, PE,  em 26/07/1912, e faleceu em Salvador, BA, em 22/08/1980. Fixou-se na capital baiana em 1942, onde foi diretor do Diário de Notícias e de O Estado da Bahia. Foi eleito para a Academia Baiana de Letras em 1971. A convite de Assis Chateaubriand (1892-1968) dirigiu  as empresas do conglomerado Diários e Emissoras Associados que na Bahia possuía os jornais Diário de Notícias, Estado da Bahia e a Rádio Sociedade da Bahia e a TV Itapoan.
      Em Salvador,  Odorico se integrou entre os escritores, artistas e intelectuais baianos. Em 1944, organizou, com o escritor Jorge Amado (1912 -2001) e o gravador paulista Manoel Martins (1911-1979), a primeira exposição de arte moderna brasileira na Bahia, promovida pela seção da Bahia da Associação Brasileira de Escritores, na Biblioteca Pública de Salvador. Em 1947, fez diversas reportagens para a revista O Cruzeiro, depois reunidas no livro Bahia, Imagens da Terra e do Povo, de 1951. Ilustrado por Carybé (1911 -1997), o livro foi  premiado com a medalha de ouro na 1ª Bienal Internacional do Livro e Artes Gráficas de São Paulo, em 1961.
           Abaixo, trecho do poema Bonde de burro de minha terra, onde Odorico Tavares evoca sua infância timbaubense.
  
Bonde de burro de minha terra,  
de minha terra fui rei, 
rei do bodoque, sujo e descalço, 
Fugindo à escola, levando surras, 
Arrasando tudo, impondo lei.

Bonde de burro, aonde me levas?
Por que voltar, oh! tanto assim, bonde de burro?


Deixa o passado, que é bem tristonho,
 Mas se dobraste, nós vamos indo,
 deixa subir este menino
 que já foi rei, sujo e descalço.
 Ele vem sentar junto de mim,
 tão,  junto, que é um só lugar.
  
Bonde de burro, não passes, não,
 naquela casa daquela rua,
 onde um homem sempre escrevendo
 deixava tudo para me abraçar
 quando eu reina pela cidade
 rei do bodoque, sujo e descalço.

Quando eu era este menino
 Que vai comigo, sempre ao meu lado.
 Nunca mais ele escrevendo deixará tudo para me abraçar.
  
Volta, bonde de burro, desta viagem.
 De que me serve continuar.
 Deixa saltar meu companheiro
 pois é bom mesmo que ele se vá.

 Nossa viagem foi muito triste,
 Hoje a tristeza viveu comigo.
 Bonde de burro, não continues,
 deixa o passado, vamos voltar!
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 DE OLHO NA COPA DO MUNDO


Fabiana e Matilde Vasconcelos
Garibaldi Albuquerque
Maria José de Andrade Medeiros
Wal Boy, Márcio Apolinário, Moema Brandão e Julierme Barbosa
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SESSÃO NOSTALGIA - MISSES, COPA DO MUNDO E SÃO JOÃO

Daslan Melo Lima, em Timbaúba, PE, véspera de São Pedro e São Paulo, 28/06/2014.

      Sábado em clima de Copa do Mundo e de São João. Caiu uma chuva leve e a noite está com um clima gostoso. O relógio marca 22 horas e 20 minutos. Os festejos juninos da minha cidade estão concentrados na praça do meu bairro.  Não irei hoje me estender evocando rainhas da beleza que marcaram época nas passarelas.  Serei breve.  Em clima de Copa do Mundo, focalizarei duas Misses Brasil que usaram singelos trajes  típicos nos concursos de Miss Universo dos quais participaram.

Eliane Fialho Thompson  - Miss Brasil 1970

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Sandra Guimarães, Miss Brasil 1974

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      E agora, com licença, a praça do meu bairro me espera, em ritmo de Copa do Mundo e de São João.
      Um abraço a você, leitor, leitora, e  uma semana abençoada.



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sábado, 21 de junho de 2014

DE TIMBAÚBA PARA O MUNDO - Geo Moura, a música em parceria com a terra - Mayara Brandão, nova coordenadora do Case

GEO MOURA, A MÚSICA EM PARCERIA COM A TERRA, A VIDA E A ESPERANÇA
                 
A música na vida do timbaubense Geandro de Moura Silva, quarto filho de uma prole de seis, fruto do casamento do carreteiro Benedito José da Silva com a dona de casa Maria Madalena de Moura Silva, começou a desabrochar quanto ele tinha apenas sete anos de idade e era mais um menino sonhador do Alto da Independência. Suas mais gratas referências musicais são do seio familiar, o mestre de boi de carnaval Manoel José da Silva, o Zé Mané, trabalhador rural, avô paterno, e Israel José, cirandeiro,  avô materno.

       Com o nome artístico de Geo Moura, o sanfoneiro e cantor gravou recentemente um cd  com dezesseis faixas, duas das quais composições de sua autoria, “Só pra te amar” e “Eternos Amantes”, no estilo forró romântico. O artista, que completa 27 anos de idade no dia 19 de outubro, estudou música na Euterpina, foi aluno do consagrado Mahatma Costa e viveu três anos na Bahia, atuando em cidades como Itapetinga, Porto Seguro e Vitória da Conquista, ao lado de nomes como Edgar Mão Branca, Juá da Bahia e Dom Fontenele. “Eu poderia ter ficado por lá, mas a saudade de Timbaúba falou mais alto. Eu queria fazer sucesso na minha terra!”, confessa emocionado.   De volta às origens, conseguiu um contrato para acompanhar a cantora Cristina Amaral, o que lhe deu uma boa visibilidade em todo o Estado de Pernambuco,  chegando, também, a tocar em shows de Elba Ramalho, Santana, Petrúcio Amorim, Maciel Melo e Ed Carlos.

     “Sinto uma satisfação inexplicável ao transmitir emoção e sentimento para as pessoas”, assim se expressou Geo Moura quando perguntei qual o maior prazer que a música lhe proporcionava. E com um  sorriso franco e um olhar iluminado, cantou “Terra, Vida e Esperança”, de Luiz Gonzaga (1912-1989), a música que mais gosta cantar e tocar em suas apresentações. 

"Estou no cansaço da vida, / estou no descanso da fé. /Estou em guerra com a fome, / na mesa, filho e mulher. /Ser sertanejo, senhor, /é fazer do fraco forte, /carregar azar ou sorte,  /comparar vida com morte, /é nascer nesse sertão. / A batalha está acabando / já vejo relampear. / Abro o curral da miséria e deixo a fome passar. /// O que eu sinto, meu senhor, / não me queixo de ninguém / O que falta aqui é chuva, mas eu sei que um dia vem./Vai ter tudo de fartura, / pra quem teve hoje não tem."
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Contatos do Geo Moura
E-mail: geoacorde@hotmail.com - Telefones: (81) 9694.1281 e 9443.8590
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DE OLHO NA COPA DO MUNDO
Intervalo do jogo Brasil X México, terça-feira, 17, no Bar e Restaurante O Bode, padrão Fifasorteio de brindes e distribuição de pipocas. Na primeira foto, Josinaldo e Rosinete Barbosa. Acima, Natal e Maurília Apolinário ladeando os clientes sorteados.
Só um alguém permaneceu tranquilo durante todo o desenrolar da partida Brasil X México, que terminou em empate, zero a zero, o cachorrinho Athos, do Nelson Ribeiro.


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UM FATO EM FOCO
A nova coordenadora do Centro de Atendimento Socioeducativo (Case) de Timbaúba, Mayara Brandão de Albuquerque, 25 anos a completar no dia 28 de agosto, foi empossada pelo presidente da Funase, Eutácio Borges, na terça-feira, 17. A solenidade foi realizada na unidade de internação e contou com a presença de diretores e funcionários da instituição. 
Mayara Brandão é filha de Rosinaldo Bezerra de Albuquerque, profissional autônomo do setor de transportes, e de Marluce Brandão de Albuquerque, professora aposentada. Estudou na Escola Santa Maria e concluiu Serviço Social na UFPB, Universidade Federal da Paraíba.

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CORREIO DE NOTÍCIAS
Clique no link a seguir e tenha acesso a todo o contéudo da nova edição do jornal CORREIO DE NOTÍCIAS, http://jcnoticias.net/
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SESSÃO NOSTALGIA - Monica Fairall (1948-2009), um ser humano iluminado, por trás daquele vestido ousado

Daslan Melo Lima  
                    
PRÓLOGO

      Quando ela surgiu na passarela naquele 13 de julho de 1968, no Miami Beach Auditorium, em Miami Beach, em busca do título de Miss Universo, vestindo um ousadíssimo vestido, o espanto do público foi muito grande e  o assunto foi notícia no mundo inteiro. Ela era Monica Fairall, Miss África do Sul, cuja não inclusão entre as 15 semifinalistas foi atribuída ao seu traje de gala, embora tenha figurado no grupo das quinze mais em traje de banho.  Três anos depois, em 1971, muito discreta, disputou o Miss Mundo e conseguiu um lugar no Top 15. Aquela jovem estava destinada a ser um ícone em seu País, amada e respeitada, não apenas pela beleza, mas por suas atividades profissionais ligadas à música, literatura, jornalismo  e radiodifusão. Hoje, sábado, 21 de junho de 2014, faz exatamente cinco anos que Monica Fairall morreu, vítima de um tipo de câncer chamado mieloma. 

MONICA FAIRALL NO MISS UNIVERSO 1968



MONICA FAIRALL NO MISS MUNDO 1971

       "De  maneira nenhuma eu era a  mulher mais bonita da África do Sul, mas estava preparada para jogar esse jogo e todos os outros.” - Monica Fairall 

Da esquerda para a direita: Ana Maria Padron Ibarrondo, Miss Venezuela, semifinalista; Karen Brucene Smith, Miss Estados Unidos, finalista (top 7) e Miss Internacional 1974;  Marilyn Ann Ward, Miss Reino Unido, segundo lugar, semifinalista no Miss Universo 1971; Simonetta Kohl, Miss Suécia; María Margarita García, Miss Espanha; Monica Fairall, Miss África do Sul; Ana Paula de Almeida, Miss Portugal, terceiro lugar; Ava Joy Gill, Miss Jamaica; e  Miri Ben-David, Miss Israel. ***** Detalhe: Monica Fairall teve como concorrentes, em Miami Beach e Londres, duas brasileiras, respectivamente, Martha Vasconcellos, Miss Universo 1968, e Lucia Tavares Petterle, Miss Universo 1971.

 MONICA FAIRAL, UM ÍCONE DA ÁFRICA DO SUL


     Monica Fairall teve uma carreira profissional ligada à música, literatura, jornalismo e radiodifusão, além de ter sido professora de yoga. Tinha pós-graduação em arte dramática pela Universidade de Durban e por mais de trinta  anos apresentou muitos programas de rádio, dentre eles Sábado de Ouro, Caminhos para a Saúde e Durban Depois de Escurecer. Escreveu vários livros, incluindo um sobre câncer, inspirada na luta do seu companheiro, o poeta Douglas Livingstone (1932-1996), que morreu dessa doença.




     Mônica Fairall era  casada com o palestrante  Robert Morell, acima,  desde 2007, e deixou duas filhas. Após a morte da esposa, Robert liderou a criação do Monica Fairall Memorial Award, que anualmente outorga prêmios àqueles que dão sua contribuição para as artes, mas que ficam anônimos nos bastidores, tais como administradores, arquivistas, bibliotecários, líderes do teatro de comunidades e afins.


Jazigo de Monica e do seu pai Kenneth Fairall  

EPÍLOGO

   O meu amigo  Evandro Silva, editor do site missesnapassarela.blogspot.com.br , tem uma opinião sobre os trajes do Miss Universo e Miss Mundo. Diz ele: 

O concurso Miss Universo ao longo de sua existência sempre teve uma forte visão conservadora em relação aos valores que norteavam as normas e regras do certame. Diferentemente do Miss Mundo que não primava pelo conservadorismo, admitindo que as concorrentes usassem o traje de banho de sua preferência, seja biquíni ou maiô. 
Em 1959, a Miss Itália, Maria Grazia Buccella não se classificou entre as 15 semifinalistas porque seu vestido de gala foi considerado demasiado ousado.
Em 1968, a Miss Africa do Sul, Mônica Fairall, também foi desclassificada pelo "decote panorâmico" do seu vestido de noite. Entretanto, em 2003, Cindy Nell, Miss Africa do Sul, com um vestido semelhante ao de Monica Fairall, não teve nenhum problema para ser uma das finalistas, logrando a terceira colocação. Podemos concluir que as coisas mudam. O mundo evoluiu! Ainda bem! 
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     Quantas pessoas acharam naquele ano que Monica Fairall seria apenas uma menina fútil querendo se promover? Milhares. Eu era um adolescente e também pensei o mesmo. Enganei-me. Perdão, Monica Fairall. Existia um ser humano iluminado por trás daquele vestido ousado.

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sábado, 14 de junho de 2014

DE TIMBAÚBA PARA O MUNDO - Dona Créu, beleza e equilíbrio - Gincana beneficente - De olho na Copa do Mundo

 DONA CRÉU, 
UM TOQUE ÍMPAR DE BELEZA E EQUILÍBRIO

       

     Ela foi considerada uma das mais belas jovens do Estado da Paraíba.  O tempo mostrou que, além da beleza, seria capaz de se transformar numa mulher de força e fibra, capaz de superar com destemor todas as adversidades da vida, sempre inabalável na condução do mais importante projeto da sua existência:  a família.

      Cremilda de Souza Almeida, que a geração mais antiga de Timbaúba conhece como dona Cremilda (entre os mais íntimos Dona Créu e Miminha),  esposa de João Grande, foi o segundo filho e a primeira filha de uma prole de treze do  casal João Marcelino de Souza e Severina Rodrigues de Souza, nascida em 08/12/1918, em Guarita, distrito de Itabaiana, PB. Foi cortejada por muitos rapazes da sociedade, mas seu coração  falou mais alto diante de um moço da tradicional família Almeida, o João Rodrigues de Almeida (in memoriam), com quem casou no dia 16/02/1938, aos 19 anos de idade, e com quem teve uma união exemplar e feliz.
       O tempo foi o melhor aliado da beleza de Cremilda. Os cabelos brancos e as linhas do rosto deram-lhe um toque ímpar encantador.  Com sua sabedoria e equilíbrio é um exemplo de vida para os seus filhos, filhas, genros, noras, netos, netas, bisnetos, bisnetas e um trineto. Durante a celebração do seu aniversário de 91 anos, em João Pessoa, PB, declarou:
A vida exige sempre de nós equilíbrio, humildade, força interior e fé naquilo que fazemos e praticamos. Os desafios são imensos; também muitas são as alegrias e tristezas. Nessa caminhada de 95 anos, busquei os caminhos que me levassem a estar bem com Deus e as pessoas, praticando a tolerância, escutando mais, intervindo menos. Não sei se consegui. Agradeço a DEUS e aos meus queridos parentes e amigos por esse momento existencial de muita felicidade e muito amor. A vocês, meu carinho e minha gratidão.”
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UM FATO EM FOCO
O salão principal da Eremt, antigo Sesi, foi palco de uma gincana coordenada por Simony Ferreira, Ione Nascimento  e Lodja Myrelle, envolvendo as turmas dos cursos do Senac,  Promotor de Vendas e Auxiliar Administrativo. O evento foi coroado de êxito, principalmente por um detalhe: mais de 700 quilos de alimentos não perecíveis foram arrecadados para doação às entidades beneficentes timbaubenses.
Simony Ferreira, Ione Nascimento e Lodja Myrelle.
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DE OLHO NA COPA DO MUNDO

O jovem casal Julierme Barbosa e Moema Brandão convidou um pequeno grupo para assistir ao jogo Brasil x Croácia em sua residência no bairro de Timbaubinha, zona norte. PASSARELA CULTURAL estava lá.
Rosinaldo e Rosinha Albuquerque. Abaixo, Márcio Apolinário ladeado por Marluce e Mayara Brandão.

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SESSÃO NOSTALGIA - O único rancor de Gina Macpherson, Miss Brasil 1960

Daslan Melo Lima


      No inicio do mês passado,  no site oglobo.globo.com/, uma matéria de Natasha Mazzacaro,  mostrou como vive hoje  Jean Macpherson, ou melhor, Gina Macpherson, nome pelo qual tornou-se mais conhecida, Miss Guanabara, Miss Brasil e semifinalista no Miss Universo 1960.  A reportagem tocou num assunto que causou polêmica na época:  Gina não teria alcançado uma melhor colocação em Miami Beach por causa de um namoro com um motorista do concurso.  Em primeiro lugar, vou transcrever, na íntegra, a matéria de Natasha Mazzacaro, e no final, no melhor estilo Sessão Nostalgia, apresentarei o motorista.
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São Francisco, a recatada passarela da Miss Brasil 1960 - Alçada ao posto máximo da beleza nacional, Gina MacPherson não pediu a paz mundial, como tantas outras coroadas
Por 
Gina. Dos tempos de concurso, ela preserva a rotina saudável e o andar de miss – Foto: Márcio Alves

NITERÓI — No dia 11 de junho de 1960 — um sábado temperado de meio de outono —, todos os televisores do país estavam ligados. Em frente a eles, amontoavam-se pais e mães de família, crianças e adolescentes, além dos parentes e vizinhos que, porventura, não possuíssem aparelho televisor em casa. Era noite de Miss Brasil e, naquela época, o concurso causava comoção similar a uma final Brasil-Argentina da Copa do Mundo. Do outro lado da tela, 25 mil pessoas fervilhavam no Maracanãzinho, enquanto Gina MacPherson caminhava elegantemente com um vestido branco de alcinha e saia drapeada esvoaçante, que fizeram com que os jornalistas da época a apelidassem de “O Cisne". Ela não lembra muito bem do momento em que foi alçada ao patamar mais alto de beleza feminina do país, mas se recorda da cegueira momentânea causada pelos holofotes e da sensação de embriaguez quando todas as candidatas correram para abraçá-la.

Poucos dias depois, Gina, então com 19 anos, embarcou para Miami, onde disputaria a faixa de Miss Universo e amargaria uma derrota. Com inglês fluente ensinado pela mãe americana e pelo pai escocês e com um corpo longilíneo, ela era tida como a favorita do certame, mas acabou ficando em sexto lugar.

— Eu nem tinha as tais duas polegadas a mais de quadril que haviam desclassificado a Martha Rocha. Eles chegaram a tirar minha foto com a coroa de Miss Universo, mas quem acabou ganhando foi a americana Linda Bement — conta uma Gina ainda esbelta aos 73 anos, e que até hoje caminha como se tivesse uma pilha imaginária de livros sobre a cabeça.

Na verdade, o único rancor que ela guarda daquela época foi justamente o rumor que surgiu para explicar o sexto lugar no Miss Universo. Cada candidata contava com um motorista universitário, que levava as moças para os compromissos externos. Na festa da premiação, Gina deu as mãos e dançou com o seu cicerone e, fotografada, foi acusada de ter perdido a coroa devido a um suposto namorico.

— Fiquei muito chateada porque não era verdade. Eu namorei e aproveitei muito essa época, mas não com ele. Quis voltar direto para o Brasil, porque tive um outro aborrecimento com o cônsul brasileiro, que queria que eu desfilasse de maiô no aeroporto de Miami. Eu era miss, não vedete — frisa.
De volta para casa, Gina conta que viveu “um ano de Cinderela", antes de decidir se afastar dos holofotes e se dedicar integralmente a sua futura família. Naqueles meses, ela ganhou roupas e joias de senhores mais velhos que se plantavam na porta do Hotel Serrador (o hotel das misses). Certa vez, chegaram da Alfândega caixas de bombons e cartas de amor de um admirador americano que Gina nunca chegou a conhecer. O que muitos ignoravam é que, ao contrário das outras moças que brincavam de miss na frente do espelho, Gina nunca tinha pensado em se candidatar até menos de um mês antes daquele 11 de junho.

Recém-saída da escola, ela foi trabalhar como recepcionista da companhia aérea britânica Boac, que funcionava num escritório envidraçado na Cinelândia. Um belo dia, apareceu um rapaz que se prostrou na calçada por três dias seguidos. Ele era um olheiro do Botafogo e convidou a moça para concorrer a Miss Guanabara pelo clube.

— O Miss Guanabara era muito mais concorrido. Uma moça chegou até a dizer que eu não poderia participar, porque até o meu papagaio falava inglês — diverte-se. — Mas isso foi um rio que passou na minha vida. Não me acho fotogênica e, geralmente, não dou entrevistas — justifica ela sobre as negativas aos muitos pedidos da equipe do GLOBO-Niterói, por cerca de nove meses.

Filha de um importador de uísque, Gina nasceu em Icaraí e passou sua infância entre o Rio Cricket, a piscina do Clube de Regatas e os estudos ministrados pela mãe, uma mulher prática que ensinou às três filhas o valor da independência. Talvez por isso, Gina prefira retocar seu portão sozinha, cuidar do seu jardim, em São Francisco, e fazer ela mesma suas unhas e o cabelo. Ela acredita que tenha escolhido uma rotina pacata por causa do frenesi vivido no período dos concursos. Passada essa fase (nem a faixa de Miss Brasil restou: ela foi roubada há alguns anos, na Inglaterra), ela voltou com o ex-namorado e oficial da Marinha Ademar Garcia (falecido há duas décadas), casou-se, teve três filhos que a chamam de mommy (mamãe, em inglês), cinco netos e espera seu primeiro bisneto. Gina era tão assediada que o casal, quando ia ao cinema, “entrava e saía da sala no escuro", lembra.

— Aproveitei aquele ano, e não me arrependo de nada. Meu temperamento não é o do palco iluminado. A velha guarda me reconhece, mas quando a pessoa não tem certeza, nem digo quem eu sou — enfatiza, sempre enérgica, do alto do seu 1,72 de altura e por trás de seus olhos azuis-turquesa.

Hoje, Gina passa seus dias entre caminhadas e aulas de pilates, saladas (“Sou comportada") e seu grupo de amigas. É com elas que a ex-miss Brasil viaja o mundo todo e lagartixeia na piscina do Sailing Club.

— Só tomo remédio para pressão desde os 32 anos, mas não sinto uma dor no corpo. Meu prazer foi ter viajado para mais de 20 países. Mas não moraria em outro lugar, não. Só sou feliz em Niterói — vaticina.
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O ÚNICO RANCOR DE GINA MACPHERSON 


NAMORO - O universitário americano Steve Crossmark foi, segundo os nossos enviados especiais, uma das razões por que Jean Macpherson não alcançou melhor colocação em Miam Beach. Preferindo estar em sua companhia, Jean (na foto, com SC) não se promoveu, deixando de comparecer a entrevistas, ensaios e banquetes. O rapaz é boa pinta, como vêem. Mas Jean, afinal, foi representar o Brasil num concurso de beleza, não de namoro. Deixasse os arrulhos para depois. *****  (Primeira página da O Cruzeiro, de 23/07/1960, revista de propriedade do grupo  Diarios e Emissoras Associados, promotor do concurso Miss Brasil. ***** Acervo DML/PASSARELA CULTURAL)
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ROMANCE EM MIAMI – Em companhia de sua hostess, Miss Brasil prepara-se para tomar o carro oficial do concurso posto à sua disposição. O motorista é Steve Crossmark, universitário, membro de excelente família de Miami Beach. E desse contato de “boa vizinhança” surgiu um romance que Jean Macpherson não procurou esconder. (O Cruzeiro, 23/07/1960. ***** Acervo DML/PASSARELA CULTURAL)

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Gina Macpherson, boas recordações de Miami Beach


      A bronca pública que O Cruzeiro deu em Gina, sem dúvida, foi muito forte. Daí surgiu o único rancor que a Miss Brasil 1960 guardou do seu reinado. 
     Era o primeiro ano de uma década que mudou a face do planeta Terra. Os valores eram outros, o mundo era outro... De alguma forma, Gina se destacou de forma positiva, como atestam vários textos e imagens postados na mesma edição daquela  revista: Gina sendo madrinha de uma aeronave, vestida de baiana ao lado do prefeito de Miami, posando com a coroa de Miss Universo durante um ensaio, etc. (O Cruzeiro, de 23/07/1960). ***** Acervo DML/PASSARELA CULTURAL)


HOTEL QUIS MOSTRAR PERNAMBUCO A JEAN - Na faixa dos hoteis milionários de Miami Beach, o maior e mais famoso é o Hotel Fontainebleau. Em sua buate “La Ronde” estava sendo encenado o show Estravaganza Latina e Jean Macpherson foi convidada, com uma caravana brasileira, para assistir ao espetáculo. Uma parte era intitulada “Welcome to Pernambuco”, sem frevo mas com samba em ritmo de mambo. Ela foi recebida com palmas, dançando um samba sofisticado com um carioca de imitação. Fez sucesso, a brasileirinha. (O Cruzeiro, 23/07/1960. ***** Acervo DML/PASSARELA CULTURAL)

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Gina Macpherson, Miss Guanabara, Miss Brasil 1960. (Foto: O Cruzeiro).

      Torço para que você, Gina Macpherson, eterna Miss Brasil 1960, leia esta Sessão Nostalgia. Quero que saiba que seu nome está na relação das minhas namoradas platônicas. Gina, Miss para sempre Miss, figura inesquecível dos mágicos anos 60, década da qual fui testemunha, sem imaginar que um dia estaria diante de um computador resgatando essas histórias e espalhando-as para o mundo.

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