sábado, 14 de fevereiro de 2009

SESSÃO NOSTALGIA - MIRTA MASSA, UMA RAINHA EM NEW YORK

Primeira semana do mês de junho de 1967. A revista Manchete, edição de 03/06/1967, estava nas bancas de todo o Brasil trazendo na capa uma morena linda de olhar profundo e sorriso enigmático, uma Mona Lisa dos tempos modernos, guardando as devidas proporções.
As chamadas da capa faziam referências ao Japão; ao livro Sangue Frio, de Truman Capote; ao oitavo capítulo de um livro de Carlos Lacerda; a um inquérito surpreendente sobre a mulher brasileira na moda e às confissões de um criminoso de guerra que confessava porque não tinha matado Hitler.
Curiosas chamadas, com certeza, mas foi o rosto lindo da argentina Mirta Teresita Massa, Miss Beleza Internacional 1967, que deve ter feito a famosa revista bater recorde de vendas.



DO ALTO DA GLÓRIA, UMA RAINHA EM NOVA IORQUE – Para uma argentina de 19 anos, Nova Iorque é um sonho emocionante. Principalmente se ela traz a força da juventude e sabe que é bela.
Mirta Massa não tem dúvidas, a esse respeito: um severo júri a escolheu Miss Beleza Internacional de 1967, em Long Beach. Com o prêmio, Mirta ganhou uma viagem pelos Estados Unidos e escolheu Nova Iorque como o ponto de partida de uma aventura inesquecível.

Ela foi à Broadway, fez compras na Macy’s, voltou à infância no Central Park e se entusiasmou com o Empire State.
“É impressionante ver como a altura dos edifícios toca os nossos corações” – disse a jovem Mirta, que, apesar de tudo, confessou já ter saudades dos pampas e do tango.

(Sergio Alberto, revista Manchete, 03/06/1967)

O concurso Miss Beleza Internacional 1967 foi realizado em Long Beach. Quarenta e seis jovens, oriundas de várias partes do mundo, disputaram o cobiçado título.
O Brasil foi representado por Virgina Barbosa de Souza, semifinalista, Miss Minas Gerais 1966, quarta colocada no Miss Brasil 1966.
Aqui, vale a pena uma observação. O Miss Beleza Internacional de 1966 não foi realizado. Como o certame de 1967 aconteceu em 29 de abril, antes do Miss Brasil 1967, caberia a Francy Carneiro Nogueira, Miss Ceará 1966, terceira colocada no Miss Brasil 1966, o direito de ir à Long Beach. France Carneiro, no entanto, casou antes de completar o seu reinado. Foi aí que Virgínia Barbosa de Souza, morena paraibana criada em Montes Claros-MG, ganhou a oportunidade de ser a Miss Brasil do Miss Beleza Internacional 1967.

Mirta Massa passou na frente de fortes candidatas, tais como Miss Israel, Yaffa Sharir, segundo lugar; Miss Estados Unidos, Pamela Elfast, terceiro lugar; Miss Peru, Martha Quimper Suárez, quarto lugar, e Miss Hong Kong, Gisella Ma Ka-Wai, quinto lugar.

Mirta Massa tornou-se uma das mulheres mais amadas da Argentina. O país inteiro ficou consternado com a notícia de que ela teria morrido vítima de trágico acidente em 1999. Os argentinos só ficaram aliviados quando a imprensa esclareceu o equívoco, a mulher morta tinha o mesmo nome da sua querida rainha da beleza internacional.
Carismática e muito inteligente, Mirta Massa dedicou-se às artes plásticas. No campo amoroso, apaixonou-se pelo tenista profissional Guilermo Villas.

“Dos Cuerpos Recortados”, acrílico sobre tela, 100 x 90 cm, de Mirta Massa

Acredito que o pensamento de Mirta Massa voa para aquele dia em New York, quando entusiasmou-se com a altura do Empire State, todas as vezes que está pintando as suas belas, elogiadas e valiosas obras de arte.

“Cuerpos Proyectados”, acrílico sobre tela, 194 x 197 cm, de Mirta Massa


Adaptando o texto de Sérgio Alberto para 2009, eu digo assim: Para uma argentina de 61 anos, voltar a Nova Iorque é um sonho emocionante. Principalmente se ela traz a sabedoria da maturidade e sabe que é bela.

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