Quarenta lindas jovens cariocas, todas na faixa etária média de 16 anos, enfrentaram a passarela da casa de espetáculos Canecão, naquele novembro de 1968, em busca do cobiçadíssimo título de Senhorita Rio, concurso de beleza que tinha sido criado há poucos anos e era muito prestigiado pela alta sociedade do Rio de Janeiro.
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A revista Manchete, de 30/11/1968, trouxe na capa a beleza da morena Ângela Catramby, a grande vitoriosa do Senhorita Rio 1968. “Uma Festa para Ângela” era o título da reportagem, com texto de Carlos Marques e fotos de Dick Welton.
Ângela concorreu com outras quarenta candidatas, impondo, finalmente, a graça dos seus 16 anos e um certo ar de Claudia Cardinale para terminar a noite com o troféu de Senhorita Rio 1968. O prêmio era um sonho para ela – ida e volta a Tóquio, mais um cheque de 5 mil cruzeiros novos. O pai da vencedora, torcedor fanático do Fluminense, opunha-se à sua presença no concurso. Mas, graças a Ângela, o clube, que andou mal no futebol, acabou ganhando um importante título este ano.
- Ninguém pode entender como se sente, a esta altura, uma menina como eu, que até hoje só entrou numa boate uma vez na vida – diz Ângela Catramby, a Senhorita Rio. As pessoas querem saber quem eu sou, o que faço e o que penso. Tudo isso é maravilhoso, e até confesso que intimamente fiz muita torcida para ser vitoriosa. Eu só não sabia o que era tornar-me, de repente, um fator de atração. Fico com pena quando imagino que daqui a um ano passarei a faixa para outra garota.
Ângela nasceu e cresceu em Copacabana, faz o curso clássico no Colégio Andrews e afirma que só três grandes homens conseguiram se tornar ídolos em sua vida: John Kennedy, Walt Disney e seu avô. Em matéria de atrizes, acha que não há nenhuma como Anouk Aimée. Com o titulo de Senhorita Rio, ela está certa de que poderá começar a carreira dos seus sonhos – ser manequim. Por isso, embora tenha namorado, também afirma que casamento é assunto para ser discutido dentro de cinco anos, no mínimo. O importante é aproveitar bem a viagem a Tóquio, incluindo, na volta, uma visita aos Estados Unidos para conhecer melhor a Disneylândia que um dos seus ídolos imaginou e construiu.
A festa de eleição da Senhorita Rio 1968 começou às nove da noite e só terminou às seis da madrugada seguinte. Desde o início Ângela despontou como séria candidata, de vestido vermelho, mostrando uma desenvoltura que jamais faria crer nos seus 16 anos de idade. O júri foi presidido pelo secretário de Turismo da Guanabara, Deputado Levi Neves, incluindo os jornalistas Justino Martins, Carlos Meneses, e Zózimo Barroso do Amaral, Ioná Magalhães, a Sra. Maria Augusta, da Socila, e a Sra. Marlene Paiva, veterana concorrente dos desfiles de fantasia.
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No comercial do sabonete Lux, "o preferido por 9 entre 10 estrelas do cinema", a foto menor era a da famosa atriz Rachel Welch, um dos maiores símbolos sexuais do cinema, enquanto na foto maior, Ângela Catramby, com seu sorriso encantador, irradiava carisma, beleza, classe e categoria.
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Ângela Catramby foi apresentada à revista Claudia pelo fotógrafo Michel Giquel e aí teve início sua carreira de modelo fotográfico, posando para inúmeros editais de moda e estampando mais de trinta capas, fazendo com que muita gente chamasse Ângela de Claudia. O fotógrafo José Antonio chegou a afirmar que bastava colocar o lindo rosto sorridente de Ângela na capa para que a revista dobrasse a venda.
Ângela Catramby em 1979, na capa da revista Claudia, onze anos após ter conquistado o título de Senhorita Rio 1968.
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Ângela Catramby focalizada na edição especial dos trinta anos da revista Claudia, novembro de 1991.
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Ângela Catramby, na fila do meio, a segunda da esquerda para a direita, linda e suave desde os primeiros anos escolares. ***** Foto: Acervo/Ângela Catramby.
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Seu primeiro casamento foi com Guido Maciel,
dono de um dos mais ricos cartórios do Rio de Janeiro, o segundo com o renomado médico Dr. Álvaro Pinheiro Guimarães Neto.
Em 2001, com a filha Shalimar Catramby, que cresceu no meio dos flashes do mundo fotográfico e que por muitas vezes também foi fotografada, embora sua paixão maior sempre foi por fotografar, Ângela Catramby criou um estúdio fotográfico, o Portrait de Catramby.
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Na passarela do Senhorita Rio 1968, uma das concorrentes de Ângela Catramby foi Maria Helena Leal Lopes, a representante do Telefônica Atlético Clube, vice-Miss Guanabara 1970. Ângela Catramby e Maria Helena Leal Lopes são provas de que o ano de 1968 foi generoso na revelação de ícones da beleza brasileira. Basta lembrar que foi naquele 1968 que Martha Vasconcellos, Miss Bahia e Miss Brasil, foi eleita Miss Universo, enquanto Maria da Glória Carvalho, Miss Guanabara, terceira colocada no Miss Brasil, foi eleita Miss Beleza Internacional.
Em 1970, dois anos após ter sido eleita Senhorita Rio, Ângela Catramby, já de maior idade, mais bela e mais experiente, teria sido uma excelente candidata ao título de Miss Guanabara, caso tivesse isso como meta de vida. Se tivesse disputado o Miss Guanabara de 1970, ou de outro ano depois, independente do resultado, estaria hoje na minha lista de Misses inesquecíveis. No entanto, Ângela Catramby continua, e continuará, na minha lista das mulheres mais belas de todos os tempos.
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Comentário de Mucíolo Ferreira, via e-mail:
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Daslan,
você continua imbatível no resgate de misses do passado, dando um show de competência no quesito pesquisa.
Gostaria muito de também ter a Ângela Catramby - Senhorita Rio 1968, como uma das minhas misses favoritas focalizada na galeria das rainhas da beleza.
Na Sessão Nostalgia desta semana, um fato curioso que me chamou atenção foi saber que Maria Helena Leal Lopes de Almeida (Miss Telefônica Atlético Clube 1969/1970) havia competido com Ângela Catramby.
Você poderia nos informar qual a classificação obtida por ela?
Que tenhas uma semana iluminada.
Abraços,
Mucíolo Ferreira
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Mucíolo,
ResponderExcluirmuito grato por afirmar que continuo imbatível no resgate das misses do passado.
Sou apenas um poeta que adora Misses.
Mucíolo, eu também gostaria de saber qual foi a colocação de Maria Helena Leal Lopes no Senhorita Rio 1968, mas não encontrei nenhuma informação. Tenho uma MANCHETE onde Maria Helena fala de sua participação no referido concurso, mas não diz em que lugar ficou. E quanto à MANCHETE que fez a cobertura do Senhorita Rio 1968, a revista não cita nome nenhum de outra concorrente, a não ser o de Ângela Catramby.
Um abraço e dias iluminados.
Daslan Melo Lima
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Olá gostaria muito de saber de Angela Catramby,pq sei que é da minha família mas gostaria de ter contato com ela meu nome é Graziela Catramby e meu e-mail é grazzinh@ig.com.br
ResponderExcluirAdorei ter visto Angela Catramby; me lembro muito bem dela.
Obrigada por por estar sempre atualizando seu blog.
Um grande abraco a voce poeta Daslan Melo Lima.
acstecca ;)