sábado, 6 de agosto de 2011

DE ALAGOAS PARA O MUNDO

 CÂNDIDA PALMEIRA, UM ORGULHO ALAGOANO

Daslan Melo Lima 

                 Neste sábado, 06/08/2011, Cândida Palmeira completaria 75 anos de idade. A colunista social do jornal Gazeta de Alagoas, morreu na manhã do dia 28/08/2008, vítima de um colapso cardíaco fulminante. Por ironia do destino, naquele fatídico 28 de agosto, o mês que, infelizmente, rima com desgosto, ela iria promover uma festa para celebrar seu aniversário. Seu corpo foi sepultado na tarde do mesmo dia, no Cemitério Parque das Flores, em Maceió.
               O nome de Cândida Palmeira está eternamente ligado às lembranças da minha infância alagoana em São José da Laje, quando eu lia na casa do meu avô materno Gustavo Souza Melo,  diariamente, a Gazeta de Alagoas, e meus olhos passeavam por um mundo mágico distante anos-luz da realidade que eu vivia na Rua Passagem de Maceió, o mundo dos eventos sociais que Cândida Palmeira retratava em sua coluna social.
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LEMBRAR O SORRISO DE CÂNDIDA (Texto do jornalista José de Sousa Alencar, o Alex, alagoano de Água Branca, radicado no Recife, publicado no Jornal do Commercio-Recife, de 30/08/2008.) -  Maria Cândida Palmeira tinha o rosto bem modelado, mas não era uma beleza, que ela substituía pela simpatia. Conheci Cândida desde menina porque era amigo da família Palmeira. Quando já estava mais conhecido como colunista social, fui a Maceió e Cândida não se distanciava de mim aos quinze anos. Eu sabia que ela estava fascinada comigo por ser um cronista. Então iniciei a tarefa de transformar Cândida numa cronista em Maceió. Ela adorou a idéia e começou a escrever o que é básico no colunismo social, notícias das figuras famosas da sociedade, as festas, etc. Em pouco tempo era um nome consagrado. Todos liam e gostavam de Cândida, muitos tentaram derrubá-la do alto do pódio, mas não conseguiram. Cândida era simples, alegre e educada, qualidades importantes para o setor. Sempre realizava grandes festas e gostava de dizer que fui responsável pelo seu sucesso, o que não é verdade. Cada um vence como cronista ou apenas colunista, ou em qualquer setor, porque tem algo a dizer e que toca as pessoas. Quinta-feira, quando sua irmã Maria José me telefonou para dizer que Cândida Palmeira havia falecido, vítima de um colapso fulminante, senti uma imensa tristeza e nostalgia. E logo comecei a perceber a falta do sorriso sincero de Cândida, dona de personalidade marcante, sem preconceito impondo sempre a sua presença.
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CÂNDIDA PALMEIRA, COM A MEMÓRIA SAQUEADA (Texto de Amélia Arruda, transcrito do site  JAPRESS, www.japress.blogspot.com, de 28/11/2008) -  A colunista Maria Cândida Palmeira, há mais de 40 anos em atividade no jornal Gazeta de Alagoas, era antes de tudo uma figura que provocava polêmica (não tanto pelo que ela dizia ou fazia, mas pelo que diziam que havia dito ou falado). Às vezes, irritava-se, o que lhe piorava a frágil saúde, mas sacudia a poeira, renascendo. Mesmo doente por todo esse tempo, enfrentava as pedradas dos "maus-caráter" (como dizia), e uma das últimas foi praticada pela Santa Casa de Misericórdia, que através de futricas do assessor de imprensa atual, que tão logo assumiu o cargo, a demitiu. Foi um 'baque' emocional e financeiro não superado.
               Vivendo reclusa, com raras visitas das pessoas que badalava ou parentes chegados (como atesta os porteiros do prédio que residia), faleceu de motivo inexplicado, às vésperas de seu aniverário. Dos seus bens e objetos de arte que enchiam seu apartamento, tão bem cuidado, pouco restou como lembrança, foi realizado um "leilão" até das cortinas e panos de cama. Os objetos de valor, como as jóias, a família levou como lembrança. Da memória mesmo, quem sabe falar são os catadores de papéis que recolheram quase meia tonelada de fotografias (delas em suas viagens,com amigos e das pessoas colunáveis em 40 anos). Hoje cedo, encontrei um catador de papel, em seu carrinho todo decorado com parte destas fotos, como painéis decorativos. Inclusive fotos da própria Candinha, tiradas por André Fon, Bob Wolfenson e outros profissionais da área. Estranha vida da Candinha, tão famosa, tão badalada e tão carente de afeto.
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               Com a morte de Cândida Palmeira morreu uma biblioteca inteira da história sociocultural da minha querida Alagoas.
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