sábado, 26 de maio de 2012

SESSÃO NOSTALGIA - MARY GRACE OITICICA BANDEIRA, MISS ALAGOAS 1965

Daslan Melo Lima 

Mary Grace Oiticica Bandeira
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      Jaraguá Tênis Clube, Maceió, Alagoas, 12 de junho de 1965. Quatro jovens lindas disputaram o título de Miss Alagoas. Por ordem alfabética das entidades e cidades que representavam, elas eram Mary Grace Oiticica Bandeira (Miss Iate Clube Pajuçara, primeira colocada); Maria Conceição de Alencastro (Miss Jaraguá Tênis Clube, segundo lugar); Maria José Gomes (Miss Rio Largo) e Josenira de Albuquerque Silva (Miss São José da Laje, terceiro lugar, minha ex-professora). Mary Grace Oiticica Bandeira viajou ao Rio de Janeiro levando as esperanças dos alagoanos que tinham certeza que ela faria uma excelente apresentação no concurso Miss Brasil, com chances de trazer para Alagoas o título máximo da beleza brasileira. 
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 Mary Grace na passarela do Maracanãzinho desfilando com o traje típico "Diana do Pastoril"
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     Lembro-me do jornal Gazeta de Alagoas dando a ela a primeira página e uma reportagem ilustrada com lindas fotografias e legendas enaltecendo sua personalidade e potencial. O meu amigo Paulo D’Arce, missólogo pernambucano, até hoje não esquece de uma matéria que leu em um jornal carioca com o título “As Três Forças do Ouro”, onde três  louras eram apontadas como favoritas ao título de Miss Brasil 1965: Maria Raquel Helena de Andrade, Miss Guanabara; Mary Grace Oiticica Bandeira, Miss Alagoas; e Sandra Penno Rosa, Miss  São Paulo. No Maracanãzinho, na noite de 03/07/1965, Mary Grace despontou como uma das prediletas do público estimado em quase 30 mil pessoas, embora a mais aplaudida tenha sido Marilena de Oliveira Lima, Miss Mato Grosso, que acabou em quarto lugar. Maria Raquel Helena de Andrade conquistou o primeiro lugar, Sandra Rosa o segundo, e Mary Grace ficou fora das oito finalistas.
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Mary Grace de maiô Catalina. O slogan do famoso traje de banho, postado em um cartaz afixado no Maracanãzinho, dizia : "O maillot de miss Brasil. O maillot da miss Universo. O seu maillot." 
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Comentários extraídos da revista "O Cruzeiro", de 24/07/1965,  propriedade da empresa Diarios e Emissoras Associados, promotora do concurso Miss Brasil: 
Duas surpresas para o público: Miss Mato Grosso, que era a mais cotada desde o início, não figurou entre as três finalistas; e Miss Alagoas, uma das mais bonitas concorrentes, não ficou sequer entre as oito primeiras. Depois da apuração, muitos reclamaram dos critérios utilizados. ///// Havia, em realidade, pelo menos dez misses quase em pé de igualdade. (...); a loura das Alagoas, Mary Grace, com seu jeito de nórdica, querendo enganar que veio do sertão... ///// Para Miss Universo-64, a grega Kiriaki Tsopei, a moça brasileira mais bonita era Miss Alagoas. Depois Guanabara e adiante Mato Grosso. Se Kiriaki fosse júri votaria assim. ///// Notícia foram as lágrimas e a voz soluçada de Ângela Vasconcelos, Miss Brasil-64. Tão bela, tão meiga. Ângela anotou para o repórter  as mais lindas: as misses do Estado do Rio, Alagoas, Mato Grosso, Minas, GB, Rio Grande do Sul, Bahia, Paraná e Acre. Isso foi antes da lista do júri. /// Duas surpresas para o público: Miss Mato Grosso (a mais cotada desde o início) não figurou entre as três primeiras colocadas e Miss Alagoas não conquistou um lugar entre as oito finalistas. A primeira, a morena Marilena, era a forte rival de Maria Raquel, e a eleita do povo. A segunda, a loura Mary Grace, contava com muita simpatia. Inclusive entre as misses internacionais (Kiriaki Tsopei, Miss Universo-64, chegou a afirmar que Grace era a sua preferida para o mais alto título da beleza brasileira)
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Quatro beldades de 1965. Da esquerda para a direita: Alda Maria Simonetti Maia (Miss Pernambuco), Sandra Penno Rosa (Miss São Paulo, vice-Miss Brasil), Mary Grace Oiticica Bandeira (Miss Alagoas) e Marilena de Oliveira Lima (Miss Mato Grosso, quarta colocada no Miss Brasil).(Imagem: Fatos & Fotos, 17/07/1965)
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      Vou sair do túnel do tempo. A Vida exige que eu volte para 2012. Até outra ocasião, década de 1960, inesquecíveis anos que mudaram a face do planeta Terra. Que bom que eu fui testemunha de tudo aquilo, embora na época eu não me dava conta do quanto seria mágico um dia recordar um tempo que se foi, para sempre se foi.

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3 comentários:

  1. Recebí um e-mail do leitor J. Anacleto Souza, de São Paulo, pedindo que eu citasse os nomes das alagoanas que mais se destacaram no concurso Miss Brasil.

    Alagoas, meu estado natal, não tem um histórico relevante de misses que alcançaram projeção nacional, como é o caso da Bahia, Ceará, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe, só para citar os estados nordestinos que tiveram suas representantes entre as três primeiras colocadas no concurso Miss Brasil, esse que envia a vencedora para disputar o Miss Universo.

    Várias foram as misses que saíram de Alagoas para disputar o Miss Brasil levando a esperança de milhares de alagoanos de alcançarem notoriedade. Entre as que mais se destacaram, por ordem alfabética, estão:

    Bertini Mota, 1955;
    Camilla Reis, 2007;
    Danielle Nascimento dos Santos, 2003;
    Eveline Braga, semifinalista, 1983;
    Fernanda Scorsatto Dorigon, semifinalista, 2004;
    Maria de Lourdes de Barros, 1967;
    Mary Grace Oiticica Bandeira, 1965;
    Sandra Lobo Pauferro, semifinalista, 1981;
    Tatiani Garcez de Barros Brigagão da Silva, semifinalista, 1995;
    Williana Siqueira, 2008.

    De todas, Bertini Mota permanece como a mais famosa, um verdadeiro ícone, sinônimo até hoje de mulher bonita em Alagoas. Ao lado de Bertini, o nome de Mary Grace Oiticica Bandeira também figura como um dos maiores orgulhos alagoanos.

    Nos concursos de Miss Mundo Brasil, específicamente organizados para eleger a representante brasileira ao Miss Mundo, as alagoanas que mais se destacaram, por ordem alfabética, foram:
    Allyne de Andrade Oliveira, semifinalista, 1994;
    Luciana Fon de Jesus, semifinalista, 1991;
    Lyliá Virna Menezes Soriano, primeiro lugar, 1993;
    Patrícia Beatriz Lima de Vasconcelos, Miss Elegância, 1995;

    Um domingo de Saúde e Paz para J. Anacleto Souza e todos os leitores/leitoras de PASSARELA CULTURAL.

    Daslan Melo Lima

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  2. Daslan,

    se Mary Grace tivesse disputado pelo Estado da Guanabara ela teria vencido o Miss Brasil. O mesmo teria ocorrido com a Miss Mato Grosso, Marilena de Oliveira, com a pernambucana, Alda Simoneti, e por aí... Porque 1965 era o ano do Quarto Centenário da Cidade Maravilhosa. Preciso dizer mais alguma coisa?

    Agora que foi uma grande injustiça a Miss Alagoas não ter ficado entre as 8 finalistas, isso foi. Quem esteve no Maracanãzinho há de concordar comingo.

    Com relação a Bertini Mota, essa não é apenas a Miss Alagoas 1955, mas um ícone da Terra dos Marechais, nos quesitos beleza, classe, personalidade, elegância e onde couber mais palavras adjetivadas. Bertini Mota é tudo. Uma legenda e que até hoje as alagoanas se inspiram nela.

    Uma boa semana a todos os leitores

    Muciolo Ferreira - do Recife

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  3. Pelas fotos das quatro beldades, é visivel a supremacia de Alagoas e Mato Grosso. Em 57 anos de Miss Brasil o Nordeste venceu apenas 7 edições. Podia ter vencido muito mais. Nos últimos anos Estados como Ceará, Paraíba, Pernambuco, Bahia E Rio G. do Norte tem mandado candidatas de expressão, mas na hora da verdade elas chegam ao Top 15, Top 10 e Top 5 e o título escapa no momento final. Mas quem assiste, esquece as que ganharam, e sempre se lembra das favoritas que mostraram sua exuberãncia e simpatia incontestável. Boa semana para todos.

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