Daslan Melo Lima
Recife, Pernambuco, 1966. As bancas de revistas expunham O Cruzeiro e Manchete abertas nas páginas principais que
mostravam as misses. No caminho para o Ginásio Pernambucano, na Rua da Aurora,
eu me detinha várias vezes para apreciar as beldades e ficava desejando que os
dias passassem logo para encontrar as revistas em sebos, onde poderia
comprá-las por preços baixos. Naquele julho de 1966, a Miss Universo e sua vice
encantaram os meus olhos e até hoje fazem parte da minha lista de misses
inesquecíveis.
O Top 5 do Miss Universo 1966 na
capa da revista O Cruzeiro. Da esquerda para a direita: Yasmin Daji, Miss
Índia, quarto lugar; Satu Charlotta
Östring, Miss Finlândia, segundo; Margareta Arvidsson, Miss Suécia, primeiro;
Jeeranun Savettanun, Miss Tailândia, terceiro; e Aviva Israeli, Miss Israel,
quinto lugar.
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Outro ângulo do Top 5 em nostalgico preto e branco. Da esquerda para direita: Aviva Israeli, Miss Israel, quinta colocada; Satu Charlotta
Östring, Miss Finlândia, segunda; Margareta Arvidsson, Miss Suécia, primeira;
Jeeranun Savettanun, Miss Tailândia, terceira; e Yasmin Daji, Miss
Índia, quarta colocada.
Na véspera da grande final do concurso Miss Universo 1966, realizado em 16/07/1966, com a participação de
representantes de 58 países, dezenas de fotógrafos de todos os continentes elegeram Margareta Arvidsson como Miss
Fotogenia.
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O rosto emocionado de Margareta Arvidsson
na capa da Manchete.
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Na Wikipédia consta que ela foi eleita Miss Universo como uma das vencedoras mais relutantes em
aceitar a coroa. Não queria o título e durante a competição tinha pedido aos
organizadores para voltar para casa porque estava cansada e com saudades da
família. Outro dos motivos alegado, é que não queria passar um ano inteiro numa
'"prisão", sendo acompanhada por uma governanta da organização onde quer que
fosse. Quando foi coroada, Margareta chorou mais de desespero com a situação do
que de emoção. Já tendo declarado desde a véspera da final que não queria o
título, sua disposição, porém, mudou quando, sentada no trono, ouviu da segunda
colocada, Satu Östring, da Finlândia, que ela se decidisse ali mesmo, pois se
Margareta não queria o título, ela, Satu, queria, pois "tinha ido a Miami
para vencer". A partir dali sua disposição mudou, e no dia seguinte,
perguntada pela imprensa sobre o fato, declarou que não se lembrava de nada da
véspera e estava pronta para assumir as funções de Miss Universo.
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Detalhe de um dos meus álbuns de recortes sobre Misses mostrando Margareta Arvidsson ao lado do fotógrafo
brasileiro Otto Stupakoff (1935-2009), com quem foi casada e teve dois filhos. Imagem publicada na revista Interview, maio de 1978.
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Satu Ostring, segunda colocada
no Miss Universo 1966, foi a quinta colocada no Miss Europa 1966; Miss
Escandinávia 1967; segunda colocada no
Miss Beleza Internacional 1969 e Miss Charme Internacional 1972.
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Satu Charlotta Östring-Procopé, nome de casada, ingressou na política, fez parte do parlamento europeu em 1999 e é diretora da Conferência da União Européia
no parlamento finlandês. (missesemmanchete.blogspot.com.br,
23/12/2007).
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Timbaúba, Pernambuco, 24 de junho de 2012. As revistas O Cruzeiro e Manchete deixaram
de circular há muitos anos. Tudo atualmente parece mais prático. Navegando na Internet,
basta um clique para o computador ser invadido por dezenas de imagens de
Misses. O missólogo dos novos tempos não compra revistas, que por sinal dedicam pouco espaço em suas páginas para os certames de beleza. Tudo parece desprovido de emoção. Tenho agora ao meu lado as O Cruzeiro e
Manchete sobre o Miss Universo 1966. Toco nelas, fecho os olhos e me vejo indo para a Rua da Aurora, no Recife, rumo ao Ginásio Pernambucano, passando pelas bancas de revistas e admirando minhas
deusas. Mágicas recordações de um tempo que se foi. Abençoadas recordações que
inundam esta noite fria e chuvosa de São João. Recordações que não têm preço.
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Daslan,
ResponderExcluirnão vou comentar sua crônica, porque as palavras em forma de poesia são puro lirismo. Mas o resultado do concurso. Com todo o repeito a essa sueca que fez história, a Tailândia merecia a coroa e o bi-campeonato naquele distante 1966. Uma boa semana.Abraçõs,
Muciolo Ferreira
Muito dificil escolher qual das três primeiras colocadas merecia o título máximo, lindas!!!!! Mas a coroa ficou perfeita na cabeça de Miss Suécia. Ela lembrava, como disse um exemplar da Manchete quando ela veio ao Brasil, a atriz italiana Claudia Cardinale.
ResponderExcluirC.Rocha de Floripa
Cheguei aqui pesquisando sobre Margareta, Miss Universo a 50 anos. Só um detalhe, na foto publicada em Interview, 1978, o homem da foto é sim um fotógrafo, mas trata-se de Humberto da Silveira, amigo da beldade sueca.
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