Daslan Melo Lima
Em minhas mãos, na tarde deste segundo
sábado de agosto de 2012, um pequeno e precioso documento da época de ouro do
concurso Miss Brasil, adquirido recentemente durante um leilão pela Internet. Trata-se do Programa de Eleição de Miss Brasil, referente ao concurso Miss Brasil 1964, realizado no Maracanãzinho, Rio de
Janeiro, em 04/07/1964, promovido pelo Diários Associados e patrocinado por
Helena Rubinstein, “a maior autoridade
mundial em assuntos de beleza.”
Na capa, as informações sobre
o roteiro: apresentação e desfile em traje de baile; apresentação em traje
típico, canção das misses; intervalo;despedidas de Miss Brasil-Miss Universo; apresentação
e desfile de maiô; julgamento (escolha das finalistas – colocação final) e coroação
de Miss Brasil. Também: informação do baile de coroação, dia 5, às 22 horas, no
Santapaula Quitandinha Clube, e a letra da "Canção das Misses", composição de
Lourival Faissal.
Os Estados brasileiros se apresentam
nesta festa de alegria e esplendor.
Jovens misses seus Estados representam
seus costumes, seus encantos, seu valor.
nesta festa de alegria e esplendor.
Jovens misses seus Estados representam
seus costumes, seus encantos, seu valor.
Em desfile, nossa terra, nossa gente,
pela glória do auriverde em céu de anil,
sempre unidos leste, oeste, norte, e sul,
na beleza das mulheres do Brasil.
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Em seguida, a
página dupla com os nomes das 24 candidatas ao título máximo da beleza
brasileira. Embora o documento cite que as candidatas estão por ordem de estados, tal não acontece. Por exemplo, logo no início da lista, depois de Miss Acre e
Amazonas vem Miss Pará. Outro detalhe, talvez lapso na impressão, o nome de Neli, Miss RN, saiu como Heli. As medidas das misses e a cor dos seus cabelos e olhos
são citadas e o critério para votação recomenda: "8 pontos para o 1º lugar; 7 pontos para o 2º; 6 pontos para o 3º; e
assim sucessivamente." Os quesitos são quatro: "A-Beleza de Rosto; B-Harmonia de Linhas; C-Graça; D-Desembaraço". O
ex-proprietário desse programa deve ter ficado confuso para seguir tais
recomendações, pois o que se vê são campos vazios e notas que vão de 0 a
2.
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Na capa 2, a relação das novas cores da maquillage
“Miss Brasil”: base coverfluid, pó facial
silk, rouge compacto, silk fashion pó compacto, sombra stick e o baton em cinco
cores “Miss Brasil”.
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Em minhas mãos, na
tarde deste segundo sábado de agosto de 2012, exemplares de revistas com reportagens da eleição da Miss Brasil 1964, dos quais extraí três imagens significativas.
A gaúcha Ieda Maria Vargas, Miss Brasil e Miss Universo 1963.
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O Top 5 do Miss Brasil 1964. Da esquerda para a direita, Neli Cavalcanti Padilha, Miss Rio Grande do Norte, 5º lugar; Vera Lúcia Couto Santos, Miss Guanabara, 2º; Ângela Teresa Pereira Reis Neto Vasconcelos, Miss Paraná, 1º lugar; Maria Isabel Avelar Elias, Miss Sergipe, 3º; e Ana Maria Costa Caldas, Miss Pernambuco, 4º lugar.
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Ângela Vasconcelos, Miss Brasil 1964, em foto da propaganda dos produtos de beleza de Helena Rubinstein.
Em minhas mãos, na tarde deste segundo sábado
de agosto de 2012, relíquias dos mágicos anos 60, que
ora compartilho com todos os saudosistas
e missólogos deste imenso país-continente chamado Brasil, berço de dezenas de Misses
maravilhosas que continuam rainhas em nossos corações.
Puxa! Isto é que é um presente para quem adora os concursos do passado. Parabéns pela sua generosidade em compartilhar este documento conosco.
ResponderExcluirUma coisa me chamou muito a atenção: a altura das candidatas. 18 delas tinham menos de 1,70 de altura. Apenas 4 tinham 1,70: Miss Sergipe, Miss Guanabara, Miss Brasília e Miss São Paulo. E só duas tinam mais de 1,70: Miss Bahia (1,75) e Miss Paraná (1,73).
Não havia a ditadura da altura,ninguém falava em silicone, rinoplastia... MAS ERAM TODAS LINDAS !
UM TOP 5 DIGNO DE QUALQUER CONCURSO MISS UNIVERSO!!!!
VALEU !!!
C. Rocha de Floripa
Daslan,
ResponderExcluirdocumento antológico, histórico que você tem em mãos e troxe a público.
Faço minhas as palavras do C. Rocha, de Floripa. Tempo glorioso em que a altura não fazia a diferença na hora de escolher a mais bonita sem silicone ou rinoplastia. Até porque elas não precisavam dos famigerados "atravessadores" travestidos de empresários, agentes que tantas mazelas causam aos atuais concursos.
Uma boa semana a todos os leitores.
Abraço.
Muciolo Ferreira
Boa tarde Daslan!
ResponderExcluirSei perfeitamente a alegria e a emoção que se sente ao termos documentos como este em mãos. Digo isto pois em 1997 meu pai (diretor do arquivo histórico do Instituto Mackenzie) me presenteou com cerca de 400 revistas "O Cruzeiro" e "Manchete". Estas revistas foram digitalizadas e descartadas. Que emoção ao ser apresentado com elas. Datam de 1955 a 1965. É claro que o mundo dos certames de beleza estão lá descritos e fotografados com entusiasmo e paixão. Parabéns por este espaço, que para os amantes dos concursos e da nossa História, é muito importante.