sábado, 29 de dezembro de 2012

OS DEGRAUS DA ESPERANÇA


Daslan Melo Lima



          Rua da Esperança, conhecida como Rua do Cego. Assim se chamava a ruazinha transversal da Rua Passagem de Maceió, na frente da casa do meu avô materno, no meu tempo de criança.   De vez em quando, eu tinha de subir os degraus da Esperança para buscar água numa cacimba das redondezas.  Na volta, tentava me equilibrar com a lata d’água na cabeça achando que os degraus eram mais de mil, intermináveis. 



          Surpreendo-me quando retorno ao cenário da minha infância e constato que aqueles degraus são apenas dez, sempre foram dez, e não mais de mil.

         Quantas vezes perdemos a esperança achando que os degraus das dificuldades são mais de mil e não apenas dez?  Sorrio e pergunto isso ao vento que sopra nas margens do Rio Canhoto. Nem ele sabe a resposta. 

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São José da Laje-AL, marcas de um tempo que se foi, no antepenúltimo dia do ano de 2012.

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Um comentário:

  1. Viajo sempre na imeginação dessas lembranças. Pois também nascir e morei na Passagem de maceió. Sempre que vou a Laje, visito-a.

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