AS ÁGUAS CORREM PARA OS
RIOS
Daslan Melo Lima
“As águas correm para os rios. / Os rios correm
para o mar. / Só o pranto dos meus olhos eu não sei, não sei onde vai parar. /
Chora toda natureza, no inverno e no verão, / só
não chora neste mundo quem não tem um coração. / As águas correm para os rios.
/ Os rios correm para o mar. / Só o pranto dos meus olhos eu não sei, não sei
onde vai parar.”
No Recife, às margens do
Rio Capibaribe, o vento me diz que toda aquela água que corre para o mar
simboliza o choro da natureza e da humanidade. Há poesia e oração às
margens do Rio Capibaribe. Minha intenção é ajoelhar-me solenemente, mas as
pessoas que passam podem pensar que sou louco. Por isso, prefiro que pensem que
sou turista, e sorridente canto em silêncio, como se fosse porta-voz dos que choram
neste momento:
“As águas
correm para os rios. / Os rios correm para o mar. / Só o pranto dos meus olhos
eu não sei, não sei onde vai parar.”
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Recie-PE, 26/04/2013
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NO ALTAR DO DIVINO
Daslan Melo Lima
O altar-mor da Igreja do
Divino Espírito Santo, uma joia da arquitetura pernambucana do Século XVI,
localizada na Praça 17, no Recife, lembra um belo bolo de noiva.
Entro na igreja para
respirar história: o Imperador D. Pedro II visitou este lugar em 1859 e a
cerimônia fúnebre do abolicionista Joaquim Nabuco aconteceu aqui, em
18/04/1910. Entro na igreja para respirar poesia:
imagino quantas cerimônias românticas de casamentos foram realizadas na frente
deste altar.
Depois de respirar história e poesia, sinto necessidade de respirar
religiosidade, independente de religião, e ao lado de anjos invisíveis recito o
sexto mistério da Coroa do Divino Espírito Santo:
”Vinde, Espírito de Piedade,
vinde morar em nossos corações, tomai conta deles e santificai todos os seus
afetos.”
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Recife-PE, 26/04/2012.
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