QUANDO OS PAIS SE TORNAM FILHOS DOS FILHOS
Há nove anos, quando a personagem da atriz Glória Menezes enfrentava na novela
global “Senhora do Destino” o trauma de perder a consciência lentamente, D.
Luiza Apolinário, que acompanhava a trama televisiva, passou a desconfiar que
era do mal de Alzhmeir que o seu esposo Antonio Apolinário sofria. Até então,
os médicos que o atendiam diagnosticavam como depressão o problema de saúde do
Sr. Antonio Cipó, apelido que ganhou desde os tempos em que negociava com
confecções na feira livre de Timbaúba. A doença de Alzhmeir é degenerativa
e mais de 18 milhões de pessoas padecem desse mal.
Pai de
Alberto (comerciante no Recife), Ana Elizabeth (Betinha, funcionária pública
municipal), Antonio Marcos (recepcionista) e Alex (comerciário), Sr. Antonio,
beneficiário do INSS, sempre levou uma vida muito ativa. Extrovertido, adorava
contar piadas e falar do tempo em que serviu no exército, até que no dia
10/01/2001, sentiu-se tonto e daí em diante passou a se esquecer das coisas. A
rotina da família mudou totalmente com o agravamento da situação. Faz cinco anos
que Sr. Antônio não fala e não se locomove.
Parece que
foi ontem que Sr. Antonio Cipó agia como pai. O destino inverteu a situação.
O pai de ontem tornou-se filho dos filhos. Betinha afirma: “Dói muito ver
o meu pai nesta situação, mas os dramas da vida fazem parte dos desígnios de
Deus.”
Antônio Marcos estava radicado em São Paulo há 10 anos, mas
largou tudo para voltar à Timbaúba, a fim de colaborar com os irmãos nos
cuidados com o pai.
“É difícil toda esta situação, mas o problema fez com
que a família ficasse ainda mais unida”, diz Alex Apolinário, e
acrescenta: “Nosso pai cuidou do pai dele, vovô Manoel Apolinário, até o
final da vida. Quando estava cansado, repetia o salmo 23:1 : O Senhor é o meu
pastor e nada me faltará. Betinha conclui: "Quando o desgaste físico e emocional teima em se
instalar no nosso dia a dia, repetimos diante do nosso pai o que ele tantas
vezes dizia para o seu: O Senhor é o meu pastor e nada me
faltará.
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Na foto, Antônio Marcos, Betinha, Alex e Antônio Cipó. ***** Imagem: DML/Passarela Cultural
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QUARENTA ANOS SEM O CEGUINHO DA VILA
Há 40 anos, no dia 08 de julho de 1973, morria um artista que marcou época em
Timbaúba, Antônio Galdino dos Santos, o célebre Toinho Cego. Ele tinha apenas 24
anos de idade quando faleceu vítima de um acidente de carro ao retornar de uma
apresentação acompanhado de duas pessoas. O Ceguinho da Vila, como era
conhecido, pelo fato de morar na antiga Vila Operária, tocava violão, cantava e
encantava. Perdeu a visão aos dois anos de idade e por isso deve ter guardado
apenas as coisas boas, leves e puras do planeta, sentimentos mágicos que passava
ao cantar os amores e os desamores das canções que interpretava.
Três
meses antes da tragédia, o seu amigo Josafá de Freitas, timbaubense radicado em
São Paulo, tinha concluído, ao lado de outro amigo, o Teonas, um projeto para
levá-lo á capital paulista. “Não eram os desígnios de Deus”, diz Josafá.
Adiles Dinoá, que ao lado do esposo Jeová Barboza era grande amiga de Toinho
Cego, afirma : “Sua voz que tanto embalou meus sonhos de juventude continua
presente na minha vida. Nossa amizade não acabou e está muito melhor agora
porque tem gosto de lágrimas, mas tem o sabor do Infinito.”
Na foto acima, da esquerda para direita, em pé: Bito (irmão), Orlando (pai), Roseli
(sobrinha), Menininha (irmã) e Edith (amiga). Na mesma ordem, sentados, Mocinha
( irmã ), Toinho Cego e Lula Alves (vizinho e amigo). Foto: Acervo
de Sebastiana de Souza Lima.
José Gilvan Felinto Silva dedicou a Toinho Cego um poema onde há uma estrofe que diz: "A nossa juventude foi feliz / Com o som do coração dos pássaros / Que saía da voz e do violão / Do ceguinho da vila que amamos."
Nadilza Lima de Morais, que nasceu, cresceu e ainda vive na Vila Operária, confessa o seguinte: "No
terraço das casas da antiga Vila Operária, todas tinham um murinho em dois
níveis, onde, com certeza, brotava da alma de Toinho aquele belo vozeirão em
dias nublados ou noites estreladas. As estações do tempo não eram enxergadas
por ele, já que foi tolhido deste sentido, mas percebidas aos olhos da
alma."
Quarenta anos depois, a voz e o violão de Toinho Cego, o eterno Ceguinho da Vila, são ouvidas pelo silêncio nas madrugadas timbaubenses.
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MEMÓRIA TIMBAUBENSE
Timbaúba, setembro de 1969 - I Jogos Estudantis Intermunicipais - Equipe de vôlei do Colégio Comercial Timbaubense, formado por alunos concluintes
do curso ginasial de 1969. ***** Em pé, da esquerda para direita: Luiz Henrique, Hélio
Damião, Josenildo, Jorge Rodrigues e Belarmino. Agachados: José Arnaldo, Joel
Monteiro, Ari Braz Cunha e o técnico Marcão. ***** Foto: Acervo de Luis Henrique / Agradecimentos a José Hélio Guerra.
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ROTEIRO POÉTICO DE TIMBAÚBA
O CÉU, TALVEZ NÃO. PARIS, SIM - As nuvens cinzas anunciam chuva. Se eu subir uma das ladeiras do Alto Santa Terezinha terei a impressão que o céu é bem ali. O céu, talvez não. Paris, sim. "A majestosa antena não é uma antena. É a Torre Eiffel", grita em silêncio o menino sonhador nos ouvidos do homem que sou. E como entendo de sonhos e fantasias, acho graça do menino e eternizo o momento nesta fotografia. - Daslan Melo Lima
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