sábado, 14 de setembro de 2013

ALÉM DO SONHO

     
Daslan Melo Lima






      Chove lá fora e sinto não poder descer do carro a fim de dizer às palmeiras imperiais de Limoeiro, agreste de Pernambuco, “Princesa do Capibaribe”, que voltarei outro dia. 
     O Nordeste é um Brasil dentro do Brasil.Era meio-dia no momento da foto. No lugar do sol a pino, nuvens escuras e uma chuva abençoada.
    Prossegui viagem saboreando o momento e declamando um soneto do poeta limoeirense Austro Costa (1899-1953), onde ele diz:
 “E o drama da Humanidade é eternamente um só: / Saber que a Vida, em vez de eterna chama, / é apenas fogo-fátuo...lama...pó...“ 



      De passagem pela cidade de Carpina, a 45 Km do Recife, uma chuva abençoada cai do céu, o trânsito fica lento e aciono minha máquina fotográfica para eternizar o momento. 
     Pessoas passam diante de uma casa comercial que tem um nome sonoro, poético e romântico, “Além do Sonho”. Vontade de sentir a chuva caindo no meu corpo e ser mais um anônimo lá fora, fazendo parte da paisagem chuvosa. Vontade de despir-me do conforto e das convenções, sair do carro e convidar aquelas pessoas para tomar um café comigo na delicatessen de nome sonoro, poético e romântico, “Além do Sonho”. 
      Seria tão simples, se não fosse complexo. Por isso prossigo minha viagem fazendo o que deveria fazer apenas em sonho, além do sonho. 
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Na 12ª tarde de setembro de 2013, voltando de uma viagem a Limoeiro-PE.


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