MANÉ BARBEIRO, 80 ANOS DE CUSCUZ COM RAPADURA E LEITE DE CABRA
O senhor Manoel Joaquim de Araújo, Mané Barbeiro, aposentado, 80 anos
completados no dia 16 de agosto, é de um tempo onde os homens faziam as barbas
nas barbearias todas as semanas e não deixavam o cabelo crescer mais do que as
convenções permitiam. Mané Barbeiro nasceu na Fazenda Caldeirão, pertencente ao
pequeno povoado de Manoel de Matos, em Itabaiana-PB, no dia 16/08/1933, um dos
14 filhos de José Joaquim de Araújo e Izabel de Araújo. Casado com Maria da
Soledade Araújo. Pai de Vanda, Vera, Vilma, Maria José, José Antônio e Luiz Cláudio.
Avô de Lucas Vinícius, Thamyres e Thaysa. Estudou até a 4ª série primária na Escola
São Sebastião, atual Escola Municipal Dr. João Ferreira Lima, em Limoeirinho,
distrito de Timbaúba. Andou descalço até aos 12 anos de idade, quando foi
picado por um escorpião e passou a usar chinelos. Aos 16 anos, ganhou seu
primeiro par de botas e não sabia como calçar meias, achando que uma seria para
o pé direito e outra para o esquerdo.
Chegou a fazer um curso de telegrafista e desempenhou tal função como
contratado por breve período na estação ferroviária.
Mané Barbeiro aprendeu a cortar
cabelos com o pai, um agricultor que cortava as cabeleiras dos homens da
comunidade nos finais de semana. Aos 18 anos de idade, morou por dois anos no
Rio de Janeiro e São Paulo. Na capital paulista, exerceu a função de serviços
gerais do Conde Francisco Matarazzo, na Av. Paulista. Começou a vida
profissional de barbeiro em 23/12/1963, no Salão Le Fígaro, do Mestre Emídio,
vizinho da Igreja Matriz. Detalhe: o nome Le Fígaro foi ideia do jornalista
Jáder de Andrade. O ponto comercial
mudou-se para o atual endereço, na Praça João Pessoa, em 1981. Ao todo,
trabalhou 45 anos como barbeiro e só se aposentou por conta da visão. Operou-se
de catarata e está bem, mas convive com pequenas sequelas nos olhos.
Alguns o chamam de Manoel Barbeiro, mas ele prefere que o chamem Mané Barbeiro. Ele tem orgulho de ter tido como
clientes personalidades que marcaram época em Timbaúba, a exemplo de Monsenhor
Marques da Fonseca, Prof. José Mendes da Silva, Sebastião Romildo do Vale e Dr.
Irajá D’Almeida Lins. “Ninguém oferece a
cara e o cabelo para qualquer um”, acrescenta. Atualizado, inteligente,
sincero, de bem com a vida, raciocínio rápido, não hesitou em abrir a alma para PASSARELA CULTURAL no
melhor estilo entrevista ping-pong.
Mané Barbeiro aos 18 anos de idade. |
Com as filhas Nena e Vanda. Homenageado com o troféu
"Um Sábado 2013", no dia 31/08, na festa "Um Sábado em
Timbaúba", na AABB-Recife, promovida pelo Grupo Matutos
de Timbaúba.
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E assim conhecemos um pouco de Manoel
Joaquim de Araújo, Mané Barbeiro, que não hesita em dizer que viver é o
contrário de morrer, enquanto o morrer é nascer para a vida eterna.
Finalizando, fez questão de revelar o segredo da sua boa forma e longevidade:
cuscuz com rapadura e leite de cabra.
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