A AURORA DE ODE
Daslan Melo Lima
No domingo, 14, véspera do dia consagrado a Nossa Senhora das Dores, Deus convocou Maria Ode Barbosa Mendes da Silva, viúva do educador José Mendes da Silva, para uma nova missão em outra dimensão.
Na tarde do dia seguinte, enquanto pessoas acompanhavam o cortejo fúnebre, outras se concentravam na Praça do Centenário para acompanhar a procissão da padroeira. Nada mais emblemático, Ode e Nossa Senhora, expressões distintas do Senhor do Universo, guardião dos mistérios da Vida e da Morte.
No cemitério de Santa Cruz, fotografei o Sol que desaparecia para nascer em outro lugar. Crepúsculo vespertino aqui, aurora acolá.
Ana Lygia Bezerra - D. Ode cumpriu muito bem a sua missão aqui na terra e hoje está ao lado do Pai.
Clarice Araújo Ribeiro
- Que Deus ilumine a nossa Ode, pessoa
que deixou um exemplo de vida e de amor que mantinha no coração por Edna, sua
sobrinha e filha. O nosso ontem é qual sombra esperando o sol de hoje para a claridade do amanhã. Que essa claridade seja a luz que ilumine a inesquecível
Ode.
Gildete Soares - Na
trajetória de casa para o Colégio Timbaubense, ela viveu grande parte da sua
vida, mas poucos sabem o quanto Ode ajudou alunos como eu a realizar o sonho de
estudar e se formar. Nunca esqueci o que ela e Edna fizeram por mim,
contribuindo para eu ser o que sou hoje.
Jeruza Gouveia - Minha
família tem muito o que agradecer a dona Ode. Ela foi uma segunda mãe para meus
irmãos José Maria, Fernando e Walter. Quando eles eram adolescentes foram
internos na casa dela para que pudessem estudar, pois morávamos no engenho. Hoje, eles moram na casa do PAI e tenho certeza que irão se encontrar com dona Ode.
Katiane Galvão - Tia
Ode deixou uma lacuna enorme para mim e toda minha família. Saudade eterna.
Raquel Ferreira Lima - O que falar de uma pessoa tão maravilhosa na minha vida e dos meus irmãos? A ela agradecemos por ter dado todo o apoio necessário a nossa mãe, Monica, na nossa criação. Tia-vó sempre presente em nossas vidas em todos os momentos! Lembrar da minha infância é lembrar da casa de tia Ode, da casinha de boneca, das chupetinhas de açúcar que esperávamos no sábado quando ela retornava da feira! E assim vou viver o resto da minha vida com a saudade! "A saudade é uma forma de amar".
Raquel Ferreira Lima - O que falar de uma pessoa tão maravilhosa na minha vida e dos meus irmãos? A ela agradecemos por ter dado todo o apoio necessário a nossa mãe, Monica, na nossa criação. Tia-vó sempre presente em nossas vidas em todos os momentos! Lembrar da minha infância é lembrar da casa de tia Ode, da casinha de boneca, das chupetinhas de açúcar que esperávamos no sábado quando ela retornava da feira! E assim vou viver o resto da minha vida com a saudade! "A saudade é uma forma de amar".
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EM MEMÓRIA DE ODE
Os pais de Ode tinham uma propriedade
vizinha à dos meus avós maternos. D. Santa, matriarca da família, era sobrinha
de Tranquelino e Minervina Barbosa de Moura, meus avós maternos. Minha mãe, Maria
da Glória, Glorinha Monteiro, foi escolhida para ser afilhada de consagração de
D.Santa. Minha mãe e madrinha Ode foram criadas na comunidade Cruz do Cabloco. Elas
estudaram na escola que vovô construiu para alfabetizar as crianças da Cruz, tendo
como professoras Carminha Apolinário e Amara Moura. Na época em que a escola foi criada, Timbaúba
pertencia ao município de Itambé. Todas as cadeiras, como chamavam na época as
vagas das professoras, eram pertencentes ao município de Itambé.
Na adolescência houve influência de Odete,
sua irmã gêmea, e Glorinha para o casamento de Ode com José Mendes. Na festa do
segundo aniversário do meu irmão Antonio Monteiro, meu pai Joel Monteiro foi o
cupido para a união de Ode e José Mendes. A união desse casal deu frutos
grandiosos para Timbaúba.
Na casa do casal foi construído um
internato para acolher os filhos dos donos de engenhos e cidades vizinhas, uma estrutura
que acolhia com muita ordem e disciplina verdadeiros cidadãos que até hoje são exemplos
brilhantes. Ode e D. Santa eram
responsáveis pela alimentação dos internos. Ode supervisionava todas as tarefas
e também orientava os horários de lazer. Tinha hora para acordar, estudar,
fazer refeições e dormir. Todos iam em fila para o colégio diariamente com
muita ordem e disciplina.
Quando cheguei ao mundo já tinha meus
padrinhos: José Mendes, Ode Mendes e Edna. Eles ajudaram na minha formação e
participavam intensamente das minhas conquistas. Ode Mendes foi minha segunda
mãe. Senti muita sua partida, mas tenho certeza que está na LUZ. Eternas
saudades.
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ODE, O ENTARDECER DE UMA CANÇÃO
Crônica de Josafá de Freitas, executivo timbaubense radicado em São Paulo, SP.
Não, não é difícil compor uma oferenda à
memória de uma pessoa querida. As palavras adequadas, precisas, aquelas que se
traduzem em conforto, que acalentam os parentes e os amigos, chegam à
imaginação com a fluidez das gotas das
lágrimas por elas derramadas.
É fácil falar de uma
criatura cujo espírito era bondade, cuja alma era cheia de altruísmo, difícil é
saber se a homenagem vai atingir e confortar os que ficam olhando a casa vazia,
e amargando o silencio da voz que para sempre se calou e a dolorosa falta
daquela companhia, na casa agora vazia, enlutada por um definitivo adeus, pois
afinal a dor tem que passar, mesmo sendo agora uma dor sem fim.
Como é cruel dizer adeus
àquelas pessoas que tanto amamos, com quem convivemos, que fizeram parte de
nossa vida, que nos ensinaram tantas coisas, inclusive a viver. Isso é quase
sobre-humano, mas reconheçamos que é parte da vida. A morte é triste, mas só
existe na vida. É muito difícil lidar com essa ''saudade que dói'', mas o
tempo, senhor da verdade, há de fazer essa saudade ficar gostosa de sentir, ao
trazer as lembranças boas das histórias que vivemos ao lado de quem partiu,
pois devemos nos conscientizar de que nossa vida continua, e quem nos deixou
nem por isso deixará de fazer parte de nossa vida para sempre.
Quais as recordações da
''aurora de sua vida'' que uma criança levará por toda sua existência, que não
incluam as imagens dos seus pais, e, mais que tudo, não contemplem a figura
santificada de sua mãe? Mãe; essa certeza de ser, essa verdade revelada, essa
fortaleza inexpugnável, essa emoção incontida, que nos acompanhará depois para
sempre, de todas as formas, em nossas vidas, mesmo depois de já não estar mais
conosco, e, ainda assim, realizando o milagre de não sair do nosso lado.
ODE, que detinha em seu
nome o significado de um canto, do lirismo, da poesia, cultivou em seu coração
esse sentimento materno em profundidade, sem tamanho, ''adotando'' incontáveis
pequeninos, filhos que a maternidade natural não lhe deu, pois o Criador tinha
em Seus Planos uma missão sublime para ela, ao lado do Pai José Mendes da
Silva; tomar pelas mãos e encaminhar para a vida milhares de criaturinhas, que
no futuro iriam olhar para o céu e dizer, como EDNA MORAIS: ''ODE, NUNCA VAMOS
TE ESQUECER''!
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CELEBRAÇÃO EUCARÍSTICA POR MARIA ODE
A primeira música a ser cantada foi A Barca, "Tu, te abeiraste na praia / Não buscaste nem sábios nem ricos, / somente queres que eu te siga! / Senhor, tu me olhaste nos olhos, / a sorrir, pronunciaste meu nome, / lá na praia, eu larguei o meu barco, / junto a Ti buscarei outro mar..." ***** Logo em seguida, muita emoção quando todos começaram a cantar aquela canção que fez muito sucesso na voz de Tim Maia: " Não sei porque você se foi / Quantas saudades eu senti / E de tristezas vou viver / E aquele adeus não pude dar / Você marcou a minha vida / Viveu, morreu na minha história / Chego a ter medo do futuro / E da solidão / Que em minha porta bate / E eu.../ Gostava tanto de você / Gostava tanto de você..."
Celma Lúcia Vasconcelos deu um testemunho sobre a Ode que conheceu, uma mulher que não teve filhos biológicos, mas que soube canalizar seu amor e seu carinho para os sobrinhos e os educandos do Colégio Timbaubense, fundado em 1934 pelo professor José Mendes da Silva (1905-1974). ***** Depois de Celma Lúcia, o padre Marcos Lucena assim se expressou: "Nem sempre quem gerou no seu físico, gerou no seu coração. Gerar no coração exige humildade."
Á esquerda, Izir e a esposa Edna Morais, sobrinha e filha do coração do casal José Mendes da Silva-Maria Ode Barbosa Mendes da Silva. |
Ao término da Celebração Eucarística, era possível constatar que o Sol desaparecia para nascer em outro lugar. Crepúsculo vespertino aqui, aurora acolá. Abençoada aurora de Ode. |
Daslan:
ResponderExcluirMuito obrigada pela sua homenagem que você fez pela minha madrinha Ode.
Teotonio gostou muito das fotos da missa e do cemitério.
Parabéns pelo presente de DEUS- sua sensibilidade - e sua missão em Timbaúba-PE.
Grande POETA.
Ana Gloria,Teotônio e Glorinha.
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ResponderExcluirVia FACEBOOK
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Daslan,
Muito obrigada por todas as homenagens que você fez a minha querida e eterna Tia Ode! Com os depoimentos que li no seu blog me deixaram feliz, em vê que ela cumpriu sua missão aqui de uma forma inesquecível!
Difícil demais perder uma pessoa que tanto amava! A saudade dói e machuca bastante!
Obrigada!
Raquel Ferreira Lima
José Ricardo Souza e Silva, Rio de Janeiro, via e-mail
ResponderExcluir>>>>>>>>>>
Uma vida longa, uma trajetória de vida bonita...
Não resta dúvida que ela já está na Aurora de um mundo bem melhor.
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Daslan, agradeço a homenagem feita a tia Ode, merecedora disso e muito mais, onde passou deixou a sua marca, jamais será esquecida. Juliana, Katiane, Raquel e Antonio Galvao Neto.
ResponderExcluir~E,Daslan,você emociona!Parab´nes por mais uma homenagem auqi no seu blog.Abraços,Japão
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