Daslan Melo Lima
O paulista Edi Corrêa Leite, ex-coordenador do concurso Miss Sorocaba, ao rever recentemente
seu acervo de recortes de jornais e revistas, deteve-se numas matérias sobre o Miss São
Paulo 1995, publicadas nos jornais Diario de Sorocaba e Cruzeiro do Sul do domingo, 26/03/1995. A nostalgia invadiu sua alma e ele enviou-me um e-mail que abaixo transcrevo
como documento e reflexão.
Em
1995, Sorocaba foi sede do concurso Miss São Paulo. A cidade
recebeu as mais belas moças do estado e também as caravanas vindas de diversas
localidades. Dia 24 de março, Ipanema Clube, 20 horas. Desde as 19 horas, caravanas
e público presentes. O evento começou três horas depois do previsto. Mas assim
que foi anunciado em alto som o início do concurso, quando as luzes se acenderam no palco, a música tocou e as candidatas se apresentaram, o público foi ao delírio esquecendo o atraso e o mau humor. Tudo isso porque o povo ainda amava os concursos de Misses e vibrava
com entusiasmo pelas suas candidatas preferidas. A cidade de Rio Claro, representado pela bela
Luíara Fiedler Coelho, saiu-se vencedora da
noite. Era realmente a mais bela, dona de um porte elegante e de muita classe, semifinalista (top 10) no Miss Brasil 1995.
Foi uma vitória fácil para a sucessora de Valéria Melo Péris, Miss São Paulo 1994. Valéria tinha representado Campinas no ano anterior e além do título de Miss São Paulo conquistou também o de Miss Brasil 1994.
Atualmente, observo que os concursos estão apáticos, sem vibração e interesse do público. Noto uma
frieza muito grande. Não há empolgação nem mesmo de
patrocinadores. Estão muito americanizados. É uma cópia dos
americanos. Os concursos no Brasil nasceram e cresceram com a participação da grande
massa popular. O povo amava muito suas misses e hoje as direções dos mesmos estão afastando o grande público que foi sua marca registrada. Parava o
país. Concurso de Miss é como futebol. A grande massa popular tem que estar
presente! Querem elitizar algo que é do povo. E isso vai afastando o público e os
patrocinadores, pois esses deixam de ter interesse por algo que não tem
retorno.
As misses sempre
mostraram a sua classe e elegância nas imensas passarelas dos ginásios. E o
público ia ao delírio, jogando confetes e serpentinas. A imprensa escrita e
falada marcava presença. Jornais e revistas estampavam fotos nas capas e
dedicavam muitas páginas ao assunto. Isso acabou. Pessoas que não sabem da importância do que era concurso de Miss estão afastando o interesse do povo e a audiência
televisiva. Poucas pessoas se interessam em assistir ao evento pela televisão. As
Misses são para desfilar em passarelas e não em palcos.
A frieza tomou conta dos concursos de Misses. Até mesmo a despedida da Miss do ano
anterior, que desfilava ao
som da belíssima “Valsa da Despedida”, mudou.
Ela é chamada ao palco e desfila sem
faixa, como se fosse uma mulher comum, ao som de uma música com rítmo de rock.
E nesse estilo, sem glamour, ela encerra o seu reinado. Lamentável.
O interesse popular, da
imprensa e dos patrocinadores voltarão se os concursos de misses voltarem a ter o
formato do passado. A direção desses eventos deveria fazer pesquisa, assistir aos vídeos antigos e
conversar com pessoas que participaram da festa
nos áureos tempos para tirar conclusões. Se não voltar aos moldes
antigos, com a participação da grande massa popular, estarão a cada ano
perdendo mais interesse do público e patrocinadores em todos os aspectos. A audiência sempre será de um amargo traço.
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Em seguida vieram: Miss Sorocaba 1993, Erika de Oliveira Albiero, Miss São Paulo-Mundo, vice- Miss Mundo Brasil 1993; Miss Sorocaba 1996, Vivian Lara Waldemarin, semifinalista no Miss Paulo 1996; Miss Sorocaba 1997, Juliana Corrêa, Miss Imprensa no Miss São Paulo 1997; Miss Sorocaba 1998, Daniela Franzine, semifinalista no Miss São Paulo 1998; Miss Sorocaba 1999, Luana Penafiel, Miss São Paulo 1999; Miss Sorocaba 2001, Vanessa Cantor, semifinalista no Miss São Paulo 2001; e Miss Sorocaba 2003, Bianca Landulpho, semifinalista no Miss São Paulo 2003.
Bianca Landulpho, Miss Sorocaba 2003, e Edi Corrêa Leite. Foi o último concurso promovido por Edi.
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Suas memórias foram focalizadas na Sessão Nostalgia de 20/08/2011. Vide http://passarelacultural.blogspot.com.br/2011/08/sessao-nostalgia_20.html .
Apesar das saudades que Edi Corrêa Leite sente dos concursos do passado, ele ainda se interessa pelo assunto. Paixões são paixões, simplesmente paixões, não se explicam. Sempre estou a repetir isso.
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Ginásios lotados, passarela, torcidas vibrantes...
ResponderExcluirNão alcancei a época de ouro dos concursos de misses, mas tenho certeza de que há um caminho para que um dia tudo aquilo volte.
C.Rocha de Floripa
ResponderExcluirDaslan,
o concurso Miss Brasil perdeu o interesse do público porque está sendo mal conduzido com pessoas sem credibilidade, cujo único interesse é ganhar dinheiro cobrando pela participação das misses, o que não acontecia na época dos Diários Associados e nem na era Sílvio Santos.
Entreguem a coordenação à TV Globo para ver se ele não volta a ser prestigiado. Porque os coordenadores "picaretas" serão banidos.
Muciolo Ferreira