sábado, 21 de novembro de 2015

UM DIA PARA A CONSCIÊNCIA HUMANA

            

     O tom da minha pele é um exemplo da miscigenação racial deste nosso imenso País tropical. Meu pai era filho de uma negra. Minha mãe era filha de um branco de olhos azuis.  Minha avó paterna, Secundina Maria da Conceição, a Dona Secunda, ganhou a vida como parteira, carregou latas d’água na cabeça e conheceu a penúria. Meu avô paterno, Gustavo Souza Melo, o Seu Xeu, foi proprietário de terras férteis e conheceu a fartura. 
      Na minha alagoana São José da Laje, Secunda e Xeu eram dois mundos distintos com uma missão que na época eu não tinha consciência: repassar para os seus descendentes que o caráter de uma pessoa estava acima da cor da pele e da situação econômica. Acima de qualquer coisa.
   Deitados lado a lado, o meu gato “Fred” e minha gata “Paula Brito”, pouco estavam ligando se ontem, sexta-feira, 20 de novembro, era o Dia da Consciência Negra.  Desculpem-me, mas na condição de animais, eles dão um exemplo fantástico do que se poderia chamar de Consciência Humana, sem teses socioculturais,  sem sermões religiosos e sem discursos filosóficos. 
        Todo dia é dia da complexa condição humana. - Daslan Melo Lima.

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REFLEXÃO
"Com efeito, não é a verdade que governa o mundo, mas as ilusões." 
Sören Kierkegaard (1812-1855), filósofo dinamarquês. 
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