sábado, 30 de julho de 2016

Todos como irmãos ou todos como loucos

           
         Após o encerramento da cerimônia de abertura dos jogos internos da Escola Santa Maria, fiquei a meditar, sentado numa arquibancada vazia, sobre o símbolo das Olimpíadas. Os XXXI Jogos terão início na próxima sexta-feira, 05 de agosto, no Rio de Janeiro. As cerimônias de abertura e encerramento serão vistas pela televisão por 4,5 bilhões de pessoas ao redor do mundo. Estima-se a participação de 10.500 atletas de 206 países. 
          O conjunto de anéis representa os continentes unidos pelo esporte. Azul, Europa; preto, África; vermelho, América; amarelo, Ásia; e verde, Oceania. A diversidade de cores diz muito das particularidades de cada nação, mas os círculos convidam para o entrelaçamento, a união, o intercâmbio de valores, a harmonia.... 
        “Temos de aprender a viver todos como irmãos ou morreremos todos como loucos”, disse um dia Martin Luther King Jr. 
          Sentado numa arquibancada vazia da Escola Santa Maria, eu me perdi e me encontrei sonhando com um planeta onde a desunião e a loucura fossem coisas do passado. 
– Daslan Melo Lima, Timbaúba, PE, julho de 2016.


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REFLEXÃO

"Somos o que pensamos. Tudo que somos resulta de nossos pensamentos. Com nossos pensamentos, construimos nosso mundo."
- Buda (624-544 a.C.), sábio indiano que deu origem ao budismo.  
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DE TIMBAÚBA PARA O MUNDO

Augusto Samuel, Cinthya Kelly e os seus trigêmeos, alegrias e desafios em dose tripla

>>> A endometriose poderia ser um empecilho, mas a fé em Deus e a fertilização in vitro deram três filhos ao casal.



          Para Augusto Samuel da Costa Neto (41 anos), vendedor,  e sua esposa Cinthya Kelly Ramos Andrade Costa (36 anos), gerente administrativa, cada dia é encarar um grande desafio: suprir as necessidades tão diferentes, todas ao mesmo tempo, dos trigêmeos Gabrielly Vitória (na foto de vestido estampado), Maria Clara e Matheus Henrique. “Ser mãe sempre foi um desejo de infância. Quando eu descobri que tinha endometriose, e que isso poderia anular meu sonho, eu e meu esposo procuramos uma clínica de fertilização humana. Foi aí que conhecemos a Dra. Ivana Ramos. Não vou dizer que foi fácil, mas cada etapa valeu a pena. Apesar de sabermos que o procedimento poderia não dar certo, nunca pensamos em desistir. A nossa fé era muito maior que qualquer obstáculo”, confessa Cinthya Kelly, muito emocionada.
          Dez dias após a fertilização in vitro, o exame de sangue (Beta HVG) deu positivo. Mas a surpresa maior foi quando ela fez a primeira ultrassonografia e o Dr. Carlos Reinaldo começou a contar, 1-2-3-4! No início da gestação, Cinthya teve um sangramento e perdeu um dos bebês. Apesar do ocorrido, continuou tranquila.  Ela lembra todos os detalhes: “Eles se desenvolveram em placentas diferentes. No dia 25 de agosto de 2009, com 31 semanas, a minha bolsa rompeu e aí nasceu Gabrielly Vitória, às 20h40min, com 1, 975 Kg e 43 cm. Um minuto depois, Maria Clara, com 1,750 Kg e 43 cm. Enfim, às 20h42min, nasceu Matheus Henrique, com 2,450kg e 46 cm.  Quando olhei para eles pela primeira vez, o mundo pareceu fazer mais sentido, mas o momento que mais me doeu foi quando tive alta e eles precisaram passar 21 dias na U.T. I. ”
        Os trigêmeos estudam em tempo integral no Colégio Cenecista Rodolfo Ferreira Lima. Orgulhoso dos herdeiros, Augusto define a personalidade das filhas e do filho. “Todos são estudiosos e inteligentes. Gabrielly tem  espírito de liderança. Costuma dizer que os irmãos têm de obedecer a ela, já que nasceu primeiro. Maria Clara é meiga, doce, e diz que vai ser cantora.  Matheus Henrique é tímido, mas não hesita em assumir que deseja ser jogador do Santa Cruz e médico de animais. ”  
     No dia 25 do próximo mês de agosto, Gabrielly Vitória, Maria Clara e Matheus Henrique irão celebrar idade nova, sete anos de vida. Os presentes mais importantes eles já recebem todos os dias: o carinho, os cuidados e as orações dos pais Augusto Samuel e Cinthya Kelly. O casal irá celebrar Bodas de Cristal no dia 08 de dezembro, quinze anos de uma união abençoada.  
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Esta matéria é o destaque da secção Comportamento da revista TIMBAÚBA EM FOCO, edição de julho/2016. 

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TÚNEL DO TEMPO – Crianças de um tempo que se foi, alunas da Escola Santa Maria.  A professora era Lucia Salvador e entre as meninas estavam Eliana Guerra, Jacira, Ana Rosa, Conceição, Maria Luiza (Lulu), Socorro, Gerusa Pedrosa, Rute Brandão, Beta, Graça, Iracema. Fátima Borba, Nara, Stela, Ângela... Imagens de alguns rostos estão nítidas, outras opacas, pouco importa. Mais uma vez, versos da canção “A Lista” de Oswaldo Montenegro, vêm à tona:  “Onde você ainda se reconhece?  / Na foto passada ou no espelho de agora? / Hoje é do jeito que achou que seria?  / Quantos amigos você jogou fora? /// Quantos mistérios que você sondava? / Quantos você conseguiu entender? / Quantos segredos que você guardava / Hoje são bobos ninguém quer saber? ” ***** Imagem: Cortesia.
         
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SESSÃO NOSTALGIA – No tempo das Veras Lúcias do concurso Miss Guanabara

Daslan Melo Lima

          Durante três anos consecutivos, as primeiras colocadas no concurso Miss Guanabara chamaram-se Vera Lúcia, 1962, 1963 e 1964. Dois anos depois, em 1967, a vencedora tinha o mesmo nome. 
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As Veras Lúcias eleitas Miss Guanabara na década de 1960. Da esquerda para a direita: Vera Lúcia Saba (1962), Vera Lúcia Ferreira Maia (1963), Vera Lúcia Couto dos Santos (1964) e Vera Lúcia de Castro (1967).
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        Em termos de visibilidade, as misses do Estado da Guanabara alcançavam, antes da realização do concurso Miss Brasil, mais notoriedade do que as suas concorrentes de outros Estados brasileiros. Suas imagens eram capas das mais importantes publicações dos anos 60, O Cruzeiro, Manchete e Fatos & Fotos.
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O ESTADO DA GUANABARA


          A Guanabara foi um Estado do Brasil de 1960 a 1975, no território do atual município do Rio de Janeiro. A palavra guanabara tem sua origem no tupi guarani guaná-pará, e significa "o seio-mar". Com a mudança da capital para Brasília, em 21 de abril de 1960, a cidade do Rio de Janeiro tornou-se o Estado da Guanabara.  A Guanabara foi o único caso no Brasil de uma cidade-estado. 
     Pela Lei Complementar nº 20, de 1º de julho de 1974, durante a presidência do general Ernesto Geisel, decidiu-se realizar a fusão dos Estados da Guanabara e do Rio de Janeiro, a partir de 15 de março de 1975, mantendo a denominação de Estado do Rio de Janeiro, voltando-se à situação territorial de antes da criação do município neutro, com a cidade do Rio também voltando a ser a capital fluminense. (Wikipedia)

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VERA LÚCIA SABA
Miss Clube Monte Líbano
Miss Guanabara 1962

Manchete - Rio de Janeiro, 23 de junho de 1962 - Ano 10 - Nº 531

Antes mesmo de receber a faixa de Miss Guanabara, a morena Vera Lúcia Saba, representante do Clube Monte Líbano, viveria instantes felizes. Na véspera da grande festa do Maracanãzinho, os fotógrafos a elegeram Miss Simpatia. Na hora do concurso o público antecipou-se à decisão do júri, dedicando-lhe os maiores aplausos. A nova Miss Guanabara, forte concorrente ao título de Miss Brasil, tem dezoito anos e é bailarina clássica. Mais de 15 mil pessoas aplaudiram as 22 lindas concorrentes ao título de Miss Guanabara. No final, o público concordou com o júri. Pela primeira vez, na história do concurso, as candidatas não protestaram contra o resultado final. Alias, ainda na véspera da festa do Maracanãzinho, comentavam: “Desta vez é fácil adivinhar. A Miss Monte Líbano já ganhou. (Manchete) ***** Vera Lúcia Saba foi a terceira colocada no Miss Brasil e concorreu em Londres ao título de Miss Mundo 1962.

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VERA LÚCIA FERREIRA MAIA
Miss Fluminense Futebol Clube
Miss Guanabara 1963

Manchete-Rio de Janeiro, 29 de junho de 1963 - Ano 11 - Nº 584

Vera Lúcia Ferreira Maia, candidata do Fluminense, foi eleita Miss Guanabara no mais emocionante concurso de beleza já  realizado no Maracanãzinho, pois tanto o júri quanto o público custaram a chegar a um acordo. A primeira contagem dos votos assinalou um empate entre Vera Lúcia e Eliane Silveira (do Clube Riachuelo), ambas com 50 pontos. No desempate ganhou Vera Lúcia, embora 15 mil pessoas nas arquibancadas gritassem o nome de Aizita Nascimento, a linda mulata do Clube Renascença, que, inexplicavelmente, acabou ficando em 6º lugar. (Manchete) ***** Filha da cantora Nora Ney (1922-2003), Vera Lúcia Ferreira Maia foi a terceira colocada no Miss Brasil e uma das 15 semifinalistas do Miss Mundo 1963.  

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VERA LÚCIA COUTO DOS SANTOS
Miss Renascença Clube
Miss Guanabara 1964

O Cruzeiro - Rio de Janeiro, 18 de julho de 1964 - Ano XXXVI - Nº 41

Parece que o Maracanãzinho se arrumou para aplaudir Verinha-cor quente. Ela foi a fervura do frio do estádio. A senha para as palmas. Desfilou de garça, espontânea, distração disciplinada, uma vez de vestido branco, manto ao vento; outra vez de maiô de bolinhas, corpo traçado a bico de pena. “Esta mulata vale um dicionário de Aurélio Buarque de Holanda”, disse um repórter. Ela foi antes Miss Suéter e Miss Primavera do Renascença. Vera fala inglês, francês e faz composições populares. “Zé do Violão” é samba seu, samba supimpa. Nunca um júri se reuniu tantas vezes no Miss Guanabara. Foi um recorde de medições, de tomadas de consciência. Afinal, entre tantas louras e morenas, tantos olhos verdes e azuis, havia um destaque sépia a considerar: Vera, a mulata. Por coincidência a candidata da plateia.  (O Cruzeiro) ****** Vera Lúcia Couto dos Santos  foi a segunda colocada no Miss Brasil e terceira no Miss Beleza Internacional 1964. 

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VERA LÚCIA DE CASTRO
Miss Motel Country Clube Bandeirantes
Miss Guanabra 1967

Fatos & Fotos - Brasília, 08 de julho de 1967 - Ano VII - Nº 336

Vencendo 26 candidatas, uma morena alta, de 19 anos, normalista, é a Miss Guanabara 1967. Miss Guanabara voltou a chamar-se Vera Lúcia. Em anos anteriores, Vera Lúcia Saba, Vera Lúcia Ferreira Maia e Vera Lúcia Couto dos Santos foram as mais bonitas cariocas e criaram uma espécie de clã particular que aumentou com a vinda de Vera Lúcia de Castro, a Miss Guanabara 1967. Se nenhuma das três antecessoras chegou a Miss Brasil, a morena Vera Lúcia começou vencendo fácil o teste preliminar saindo à frente de 26 candidatas, num Maracanãzinho repleto. Dez mil pessoas concordaram com o júri. Desde a fase de inscrição, ela surgia como forte candidata, chegando até´a convencer o pai Sr. Carlos Castro de que valia a pena ter uma miss entre suas três filhas. As irmãs de Vera, Glória e Leila, foram as que mais torceram e toda a família estava presente, tios, madrinhas e primos. (Fatos & Fotos) ***** Vera Lúcia de Castro ficou entre as semifinalistas do Miss Brasil 1967.

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VERAS LÚCIAS, AS LUMINOSAS VERDADEIRAS 
  
            Vera Lúcia é um nome composto pela junção de dois nomes com origem do latim, conforme o  www.dicionariodenomesproprios.com.br 

        Vera Lúcia significa “a luminosa verdadeira” ou “a luminosa que tem fé”. 
        Vera  tem origem a partir do latim verus, vera ou verum, que quer dizer literalmente “verdadeira”, “sincera” ou “franca”. Pode também ter vindo do eslavo wjera, que significa “fé”, “fidelidade”, tendo também  o mesmo significado em russo.  Para a Igreja Ortodoxa Russa, Vera (fé) é uma das filhas de Sofia (sabedoria).
       Lúcia  significa “a luminosa”, “a iluminada” ou "aquela que nasceu com a manhã". Lúcia é a variante feminina de Lúcio, nome que tem origem no latim Lucius, derivado dos elementos lyke, luc, luk, que deram origem à palavra em latim lux, que significa “luz”, por extensão “a luminosa”. De acordo com algumas fontes, originalmente o nome Lucius era traduzido como “o que pertence à aurora” ou “nascido com a manhã”. Muitas crianças que nasciam durante a madrugada ou nas primeiras horas da manhã acabavam por receber este nome.

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      Timbaúba, Pernambuco, 30 de julho de 2016. Daqui a pouco, a tarde fria pernambucana vai se despedir nos braços da noite.  Busco roubar do tempo as emoções e as passarelas de uma época que se foi. Junto as revistas lado a lado e imagino que todas as Veras Lúcias, eleitas Miss Guanabara na década de 1960, aqui estão, jovens, lindas, sonhadoras... Misses para sempre Misses. 

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sábado, 23 de julho de 2016

Viver é maravilhoso. O melhor momento é agora !

             


         Viver é maravilhoso. E se a idade fosse contada pelos fatos inesquecíveis e não pelo tempo que passou, quantos anos você teria? 
           E se pudéssemos prever o futuro e somar todos os melhores momentos que ainda não aconteceram, qual seria a melhor fase da vida? 
              Viver é estar em constante movimento, sempre aberto ao novo. Aprendendo todos os dias, estamos nos transformando a cada estação. 
                 Porque a juventude não é uma faixa etária, mas uma forma de se permitir. 
                 Ser jovem não é uma questão de idade e, sim, de liberdade.
            Liberdade de se arriscar e descobrir um novo caminho. Aprender a amar, a não amar e, quando menos se espera, se apaixonar outra vez. 
               Porque um coração presente pode transformar qualquer momento em eternidade. 
              E só existe um segredo para uma vida bem vivida: acreditar que o melhor momento é agora!
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          Esse texto é parte de um comercial dos 50 anos do Shopping Center Iguatemi/São PauloPara celebrar o aniversário, Hélio Rosas, curador artístico da rede, criou um logotipo alusivo aos 50 anos, inspirado nos anéis dos troncos das árvores, que indicam sua idade, além de um filme narrado pela empresária e consultora de moda Costanza Pascolato, exibido pela TV paga. O vídeo divulga o manifesto Viver é maravilhoso, criado em conjunto com a Box 1824. Vide https://www.youtube.com/watch?v=tZjbrWi9FTE
         Quanto à imagem, sou grato a Josenira Degrootque postou em seu Facebook faz algumas semanas, estava no caderno azul das coisas que me são caras, aguardando o momento oportuno para ilustrar uma postagem. 

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REFLEXÃO

"Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas."
- Mário Quintana (1906-1994), tradutor, jornalista e poeta gaúcho.  
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DE TIMBAÚBA PARA O MUNDO

Os 20 anos da Creche Mãe Rainha

         
Tudo começou quando dona Santina Pessôa Bezerra, coordenadora da Pastoral da Criança da época, vendo que muitas crianças de Timbaúba estavam  passando por grandes dificuldades e carências, decidiu montar um espaço para dar a elas uma chance de melhor desenvolvimento.  No começo, a creche ficava numa casinha na Cohab, e 12 crianças eram beneficiadas com comida, educação e higiene básica. Um tempo depois, com a ajuda do Mons. Orlando Nascimento, a creche ficou funcionando no prédio da APAC, Ação Paroquial de Assistência. Mas foi só em 2008 que dona Emília Morais cedeu a atual residência da creche, na Praça Jader de Andrade, na qual beneficia mais de 60 crianças de 0 a 6 anos, prestando todo o suporte possível.
       Hoje, mesmo com tantas conquistas, a creche passa por um momento difícil, pois a ajuda que vinha tanto da prefeitura, como do governo (Todos com a Nota) foi drasticamente reduzida, então o que faz a creche funcionar é a cooperação dos funcionários que são extremamente dedicados, como por exemplo, dona Nininha que trabalha lá há 20 anos, dos cidadãos, da igreja e principalmente por parte da benfeitora, Emília Morais.
       A creche pela manhã para as crianças de 3 a 6 anos  funciona como uma escolinha, com professoras, aulas, recreio e lanche. Próximo ao meio dia elas tomam banho, almoçam e dormem. À tarde elas brincam, assistem filmes, cantam músicas, fazem outro lanche e aguardam seus familiares para ir para casa. Para os bebês, um berçário e muito espaço para brincar e crescer.  A casa conta com 3 quartos, varanda, salas de aula, cozinha, banheiros e um parquinho.  Um espaço muito bom, na qual 60 crianças sortudas possuem um segundo lar, com uma família zelosa. 
        A população toda é beneficiada, pois essas crianças que ali passam o dia serão um diferencial no futuro da cidade, como fazem há 20 anos. Timbaúba toda agradece ao coração dessas duas grandes mulheres, Santina Pessôa Bezerra e Emilinha Morais. T
        Toda doação é bem-vinda, é só levar até a residência da Creche Mãe Rainha em frente à Praça Jader de Andrade.
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Creche Mãe Rainha, Praça Jáder de Andrade, 89 - Centro - Timbaúba – PE – CEP: 55870-000. Tel:  (81) 3631-0756 e (81)97326-9816. 
Conta Corrente: Agência 0446-4, Conta 58.001-5, Banco do Brasil. Email: crechemaerainha96@gmail.com 
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Texto: Giulia Leal - Revista TIMBAÚBA EM FOCO, Ano 5, Edição 62, Junho 2016


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  Maçonaria X Segurança Pública


Abaixo,  texto postado no Facebook pelo venerável Giorgio Bertino, da Loja Maçônica Obreiros do Norte nº 7.

         Bom dia meu amigos timbaubenses!  A Maçonaria cumpriu com seu dever de organização não governamental, preocupada com os problemas que atingem nossa sociedade, e fez a entrega do abaixo assinado ao vice- governador Raul Henry com cerca de 8.000 assinaturas e que pede a melhoria da segurança pública em nosso município. 
        Com muita articulação e união das várias lideranças e autoridades, algumas ações começam a sair do papel. Podemos elencar a volta do GATI e ROCAM, reativação do sistema de rádio da PM, operação sistemática em dias de feira, reativação de várias viaturas que estavam baixadas e que vão servir para Timbaúba e região, entre outras ações que não podem ser divulgadas por questões estratégicas. 
     Sabemos que segurança é um problema nacional que está longe de ser resolvida, principalmente por se tratar de soluções de longo prazo, que incluem educação e políticas públicas em vários segmentos. Porém, temos que pelo menos ter o mínimo de paz para conseguirmos tocar nossa vida. 
      Precisamos aqui agradecer a todos que nos ajudaram, como a CDL, Câmara ade Dirigentes Lojistas, lideranças políticas da nossa cidade, da situação e da oposição, a imprensa local, o Coronel Lamenha, o Delegado Hilton Lira, a comunidade jurídica, o secretário de segurança pública, nosso vice-governador Raul Henry, por sua visão humanista e social dos problemas que muitas vezes são vistos apenas como números. 
    Os números somos nós! Nossa vida, nosso trabalho... Enfim, continuemos em alerta! Finalmente e mais importante, agradecemos à sociedade timbaubense pela credibilidade depositada na Maçonaria e a DEUS (Grande Arquiteto do Universo) que nos orienta para definirmos nossas ações. Continuemos firmes e atentos, e que DEUS nos ajude!
 
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MANHÃ EM HOLLYWOOD

         Entrei no ambiente com a ilusão que iria abraçar algumas das estrelas que inundaram de sonhos muitos momentos da minha vida: Marilyn Monroe, Audrey Hepburn, Ava Gardner, Grace Kelly, Romy Schneider...O espaço era propício. Museu de Timbaúba, órgão da Funjader, Fundação Jader de Andrade. "Divas do Cinema", exposição organizada pela artista plástica Joselma Carneiro. 
        Ao sair, posei ao lado de Joselma, fantasiando está sendo protagonista de um filme com direito ao Oscar. Não tenho culpa se o menino sonhador que um dia fui convive comigo 24 horas por dia. 
---- Daslan Melo Lima.
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"Divas do Cinema", exposição até 31 deste mês, no Museu de Timbaúba. Rua Almirante Barroso, vizinho ao Ministério Público, de segunda a sexta-feira, das 09 às 11h e das 15 às 17 horas.

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SESSÃO NOSTALGIA – Andréa Cristina Ferreira, vice-Miss Brasil Universo 1992 e Miss Brasil Latina 1993

Daslan Melo Lima   
       
 
Andréa Cristina Ferreira, vinte e quatro anos depois de ter conquistado o segundo lugar no Miss Brasil 1992, e vinte e três que foi coroada Miss Brasil Latina 1993.
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                 Parece que foi ontem, mas já faz vinte e quatro anos que a promoter Andréa Cristina Ferreira, representando Votuporanga, cidade onde nasceu, foi a segunda colocada no concurso Miss São Paulo 1992, ficando com o título de Miss Interior. Sua presença foi tão marcante que o jornalista Armando Vasconcelos (1926-2011), diretor do Miss Ceará, convidou a bela jovem para ser aclamada Miss Ceará,  com a aprovação de Flávia Cavalcante Rebêlo, Miss Ceará e Miss Brasil 1989, e do padre Sílvio Roberto dos Santos, pároco de Votuporanga e organizador de concursos de beleza.
                Em 1992, o concurso Miss Brasil vivia uma fase atípica, após Sílvio Santos, dono do o SBT, ter deixado de promover a eleição da representante brasileira no Miss Universo. Flávia Cavalcante, eleita em 1989, tinha sido a última. Marlene Brito, ex-coordenadora do certame, organizou o evento em 1991, quando a eleita foi Patrícia Maria Franco de Godóy.


              O fato de ter sido uma miss biônica não impediu Andréa Ferreira de ter conquistado a simpatia dos cearenses. Com sua meiguice, falava tão bem do Ceará que passava a ideia de ser cearense nata. No dia 25 de marco de 1992, no Olympia, na capital paulista, ela quase foi eleita Miss Brasil, perdendo apenas para Maria Carolina Portela Otto, Miss Paraná.
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Da esquerda para a direita: Andréa Ferreira, Miss Ceará, segunda colocada no Miss Brasil 1992; Patrícia Godoi, Miss Brasil 1991; María Guadalupe "Lupita" Jones Garay (Lupita Jones), Miss México, Miss Universo 1991; Carolina Otto, Miss Paraná, Miss Brasil 1992; e Alessandra Nardez César, Miss Mato Grosso, terceiro lugar no Miss Brasil 1992.


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                 Andréa Ferreira viajou pelo Brasil e outros países desfilando seu charme e sua beleza, como miss e modelo, sendo convidada para se apresentar em diversos programas de televisão e para protagonizar editoriais de moda e comerciais. 
       Em 1993, a organização do Miss Brasil Universo, através de Marlene Brito, resolveu indicá-la para disputar o Miss América Latina, hoje Miss América Latina Del Mundo. Em fevereiro daquele ano, teve início o seu reinado, viajando por várias partes do País na condição de Miss Brasil Latina. Em setembro, embarcou para a Guatemala, a fim de disputar o título internacional. Não venceu, mas se destacou na entrevista e acabou recebendo o prêmio de Miss Elegância, o que acabou rendendo participações especiais em vários desfiles na Venezuela.                 
         Ao terminar seu reinado, a convite da Playboy, posou como “coelhinha” para a famosa revista. Em seguida, resolveu focar sua energia nos estudos. Formou-se em Publicidade e Propaganda na Unilago, União das Faculdades dos Grandes Lagos, em São José do Rio Preto, onde está radicada atualmente, exercendo a atividade de publicitária com  sucesso reconhecido  em todo Brasil. Entre seus eventos, destaque para o “Sempre Mulher”.
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Wall Nascimento, assessor artístico e comunicador social, paulista de Votuporanga, distante 70 Km de São José do Rio Preto, um dos maiores amigos de Andréa Ferreira, disse-me por telefone há poucos dias que ela foi convidada para gravar o quadro Jogo das 3 Pistas, no programa do Sílvio Santos, no SBT. A gravação deverá acontecer no dia 16 de setembro.
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            Parece que foi ontem, mas já faz vinte e quatro anos que a promoter Andréa Cristina Ferreira conquistou o segundo lugar no Miss Brasil 1992, e vinte e três que foi coroada Miss Brasil Latina 1993. 
                     Sempre Miss. Miss, para sempre Miss.

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sábado, 16 de julho de 2016

O tempo é o melhor juiz de todas as causas

         
      A barbearia do senhor Duda Peixinho. localizada na rua Emílio de Maia, atual rua Prefeito Antônio Ferreira, era repleta de fotos e paisagens emolduradas. Enquanto ele cortava meu cabelo, eu “viajava” através das imagens para longe de São José da Laje, a cidade alagoana onde nasci. 
    Um dos quadros mostrava uma paisagem campestre onde estava escrito uma frase de autor anônimo: “O tempo é o melhor juiz de todas as causas”. Essa citação me acompanhou pela vida afora. Em muitos dos meus momentos de incertezas, decepções e desilusões, a simples lembrança da frase sábia dava-me um banho de alento e renovação. E assim tem sido. 
         Faz anos que coloquei numa moldura uma imagem que lembra a que havia no salão de Duda. Trata-se de uma casa rural no Vale de Gutach, Floresta Negra, Alemanha. O menino que um dia fui fez questão de digitar a frase e colar por trás do vidro. 
           O tempo, atemporal, eterno, continua sendo o melhor juiz de todas as causas. 
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Daslan Melo Lima



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REFLEXÃO

"Se você se sente sozinho é porque constrói muros e não pontes."
- Stanislaw Jerzy Lec (1909-1966), poeta polonês nascido na Ucrânia.  
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DE TIMBAÚBA PARA O MUNDO - “Melodia Imortal”, o primeiro filme exibido no Cine Alvorada

 Daslan Melo Lima

>  Os saudosistas timbaubenses vão adorar reviver as emoções de um dos maiores êxitos do cinema.

          

            No início da rua José do Patrocínio havia um curral de gado, local onde foi construído o Cine Alvorada, com capacidade para 1.044 lugares, inaugurado em 06/01/1960 e desativado em 27/04/1985.  O primeiro filme exibido foi Melodia Imortal (The Eddy Duchin story) sobre a vida de um dos maiores pianistas americanos das décadas de 30 e 40, Eddy Duchin

         Realizado pelo cineasta George Sidney em 1956, o filme cativa a quem o assiste, tendo sido um dos maiores sucessos de bilheteria quando de seu lançamento. Sidney apresenta um belo trabalho, com uma direção segura, enquanto Tyrone Power brilha no papel do grande músico.  Os números musicais, um dos pontos altos do filme, foram executados por Carmen Cavallaro, um dos grandes pianistas da época.
         São inúmeros os ótimos momentos musicais, entre os quais se encontram o Noturno Opus 9, nº 2, de Chopin, e Aquarela do Brasil, de Ary Barroso.  Há, ainda, várias sequências marcantes como, por exemplo, aquela em que Duchin fala para Chiquita sobre seu amor por Marjorie, ou as cenas finais quando ele toca em dueto com o filho. O filme recebeu quatro indicações ao Oscar de 1958: Melhor Fotografia, Melhor Trilha Sonora de um Musical; Melhor Gravação de Som e  Melhor Roteiro.
          Sinopse  -  A era das grandes orquestras, dos espaçosos salões de baile e da vida noturna nos cassinos ganha vida novamente em Melodia Imortal, uma biografia musical do talentoso pianista e maestro Eddy Duchin, que embalou a sociedade nova-iorquina nas décadas de 1930 e 1940. Tyrone Power interpreta o determinado Duchin, que chega a Manhattan sonhando apenas com um carro Stutz Bearcat e um moço de notas tão grande quanto o Ritz. Mas na primeira nota que tocou, Duchin roubou o coração de Marjorie Oelrichs (Kim Novak), uma garota da alta sociedade que ensina a Duchin que é o amor, e não o dinheiro, que traz a felicidade. Mas assim que chega a felicidade, chega também a tragédia, deixando Duchin sozinho com um filho recém-nascido e sem vontade de viver. George Sidney dirige esta comovente história de um homem que descobre tarde demais a verdadeira essência da vida. Um filme de rara emoção embalado por uma magnífica trilha sonora contendo músicas inesquecíveis de Cole Porter, Goerge Gerswin, Frederic Chopin e Oscar Hammerstein.
         Melodia Imortal pode ser assistido no Youtube, através do link www.youtube.com/watch?v=DPCU5v0iRR8

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E por falar no Cine Alvorada

Timbaúba, década de 1950. O Morro da Abolição (Alto do Cruzeiro) era praticamente desabitado. No início da rua José do Patrocínio havia um curral de gado, local onde foi construído o Cine Alvorada, com capacidade para 1.044 lugares, inaugurado em 06/01/1960 e desativado em 27/04/1985.
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O imóvel imponente, que era propriedade do empresário Ramiro Brandão, um dos pioneiros da indústrio de calçados em Timbaúba, foi construído por Manoel José dos Santos (1907-2012). No local funciona hoje uma clínica médica e um estacionamento de veículos. 
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O construtor Manoel José dos Santos, pai do ex-vereador Metaxas Rodrigues dos Santos, foi responsável pela construção, reforma e ampliações de importantes obras, não só na região, mas em todo o Brasil, conforme a página acima, de nº 207, extraída do livro "Timbaúba Ontem e Hoje-Volume II", de Lusivan Suna, Edições A Província-1996. O Sr. Manoel José dos Santos, que completaria 105 anos no dia 18 de maio de 2012, morreu no dia 22/04/2012. Era a pessoa mais idosa de Timbaúba.

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SESSÃO NOSTALGIA - Martha Garcia, a Miss que sonhava ser atriz de Hollywood

Por Daslan Melo Lima

        No dia 04 de maio de 2008, a Sessão Nostalgia rendeu tributo àquela que foi a primeira Miss Brasília eleita para representar o hoje Distrito Federal no concurso Miss Brasil 1959, Martha Garcia.  Finalizei o texto dizendo o seguinte: “Caso o pessoal da coordenação do concurso Miss Brasília esteja lendo esta Sessão Nostalgia, suplico que localizem Marta Garcia para receber as devidas homenagens em 2009, ano do cinquentenário do concurso. ”
       Faz dois dias que, pesquisando na Internet,  cheguei ao site colunas.revistaepoca.globo.com , onde encontrei uma matéria escrita em 11/11/2009, por Valéria Martinsfilha única da Miss Brasil 1959 com o jornalista Justino Martins (1917-1983). Escritora e jornalista, nascida no Rio de Janeiro em 1966, separada, Valéria é  mãe de dois filhos, Clarissa (21 anos) e Gabriel (18 anos). Como autora, publicou Encontros com Deus (Mauad Editora, 1997), Mr. Page e os sonhos (Mojo Books, 2009) e A Pausa do Tempo (Editora Jaguatirica Digital, 2013). Também é editora do blog  A pausa do tempo, www.pausadotempo.blogspot.com .
       Abaixo, na íntegra, a matéria de Valéria Martins ilustrada com imagens digitalizadas das revistas O Cruzeiro e Manchete.
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A miss da minha vida

Por Valéria Martins

Minha mãe é uma mulher linda. Mesmo deitada na cama onde passa dias e noites há quase dois anos. Mesmo com as pernas atrofiadas e os pés em ponta de bailarina, deformados pela falta de uso e pela recusa em fazer a fisioterapia. Mesmo com o corpo cavado por lesões que já tiveram o tamanho de um continente, e cuja cicatrização lenta exige cuidados e atenção constantes.

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Mas o rosto é o mesmo. As maçãs salientes e coradas. O nariz arrebitado – com um dedo do Pitanguy, é verdade. Lábios sensuais e rosados. Dentes perfeitos. E os enormes, penetrantes e vivos olhos verdes. Mesmo nos piores momentos esses olhos mantiveram sua energia e magnetismo, e por isso eu desconfiava que ela sobreviveria – fênix que é.
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De onde surgiram todos esses problemas, vocês devem estar se perguntando. Qual o motivo?
Os médicos não sabem responder. Nunca souberam. Minha mãe é um belo enigma. Não é louca, embora muitos a tenham tachado como tal. Chegou a ter sua saúde mental avaliada por uma junta médica organizada pelo próprio pai, psiquiatra, então diretor do Instituto Philippe Pinel. O laudo apontou padrões dentro da normalidade, mas aí é que está: normal ela nunca foi. Levei uma vida inteira para compreender e aceitar isso. Talvez por sermos duas filhas únicas, e nos piores momentos de nossa atribulada trajetória, eu só tivesse ela para contar de verdade.


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O fato é que aprendi sozinha a cuidar, proteger e defender minha mãe com unhas e dentes. Uma das falas mais terríveis que ouvi em toda a minha vida foi da psicanalista: “Sua mãe teve você para cuidar dela”. É provável que seja verdade, mas quem vai dizer como poderia ser diferente, como eu poderia não assumir esse papel?

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Minha mãe queria ser atriz de Hollywood, tinha até o nome artístico escolhido: Martha Stewart. Cresci rodeada de fotos e posters de astros e estrelas: Tyrone Power, Susan Hayward, Gregory Peck, Steve McQueen. Quem sabe, se tivesse dado vazão a sua energia através dessa profissão, teria sido mais feliz.
Não foi possível realizar esse sonho, mas houve pelo menos um grande momento: aos 20 anos venceu o 1º concurso de Miss da nova capital federal, em 1959, e alcançou a glória. Prêmios, reportagens, fotos nos jornais e uma viagem à Europa para divulgar o café brasileiro, compromisso que cumpriu acompanhada da minha avó.

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Também cresci admirando o imenso álbum de couro verde escuro, recheado de fotos e recortes de jornais da época, onde se lê em dourado na capa: Martha Garcia, 1ª Miss Brasília.
Em seguida, veio o casamento com meu pai, um intelectual existencialista e mulherengo. A união que durou 7 anos desestabilizou ainda mais a frágil estrutura psicológica e emocional da minha mãe. Daí em diante – justamente quando eu entro na história -, a coisa só degringolou.
É claro que minha vida foi afetada por tudo isso, e ainda é. Mas graças a muita terapia e trabalho interior, consigo compreender o quanto minha mãe contribuiu para a minha formação como ser humano. Ela me ensinou o amor incondicional e o significado de uma palavra sobre a qual poucos têm a oportunidade de refletir: misericórdia.

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A lição mais recente que aprendi com ela – valiosíssima, por sinal – foi soltá-la, deixar de ser sua cuidadora e protetora. No momento em que consegui fazer isso, ela ressurgiu do reino dos mortos e melhorou, está vivinha e lúcida da silva. Ninguém entendeu – muito menos os médicos – essa súbita melhora após o quadro de septicemia, desnutrição e depressão profunda que a manteve internada durante dois meses este ano, após quinze dias no CTI.

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Hoje ela está bem o suficiente para alegrar-se e orgulhar-se de se ver em revista especial sobre os 50 anos de Brasília. Ela foi Miss Brasília em 1959. No domingo passado, era um entra-e-sai no quarto onde mora, num hotel para idosos em Botafogo. Recebia elogios e cumprimentos. Martha, radiante, sorria de orelha a orelha.

Minha mãe é uma mulher linda.

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          Parabenizo Valéria Martins pelo texto primoroso, ao mesmo tempo em que agradeço pela oportunidade que deu ao universo Miss para saber por onde anda a eterna Miss Brasília 1959. A propósito, na minha crônica de 04/05/2008, dedicada à Martha Garcia, escrevi Martha sem th, como consta em várias publicações da época. Ao ver seu nome com th no texto de Valéria, adotei essa forma.
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          Abaixo, texto extraído de uma reportagem sobre o Brasília Palace Hotel, em   21/04/2015,  


No quarto onde vive, em um residencial para idosos no Rio de Janeiro, Martha Garcia guarda um álbum de capa de couro verde, com seu nome escrito em dourado. Ali estão os recortes do seu tempo de glória. Na estante, uma foto com Juscelino Kubitschek. Na memória, um dos momentos mais importantes da sua vida: o dia em que foi coroada a primeira Miss Brasília, em 1959, em cerimônia no Brasília Palace Hotel.

Moças de todo o Brasil vieram participar do concurso. Eram 20 candidatas, mas a carioca de cabelos pretos, pele branca e olhos verdes amarelados chamou atenção dos jurados e recebeu elogios até de JK. A manchete do jornal na época dizia: “Brasília tem miss de olhos cor do mar”. "Não entrei no concurso para ganhar, era uma brincadeira, queríamos nos divertir. Quando dei por mim, estava lá no palco, com centenas de pessoas me aplaudindo", lembra Martha, aos 76 anos e, apesar de acamada por conta de uma artrose, está cheia de lembranças dos tempos que viveu,
A premiação foi uma geladeira, uma casa e um terreno em Brasília. Vendeu tudo. “Fui escondida. Meu pai ficou furioso”, conta. Martha tornou-se celebridade. Ganhou um contrato de seis meses para divulgar o Café Brasileiro nos países nórdicos e foi garota-propaganda do Leite de Rosas. Casou-se com o jornalista da Manchete Justino Martins, 24 anos mais velho, com quem teve uma filha, Valéria Martins. “Cresci admirando o álbum e ouvindo as histórias do concurso. Ela morre de orgulho e faz questão até hoje de ser chamada de ‘primeira miss Brasília’”, conta Valéria. As fotos e recortes de jornais e revistas são uma relíquia para Martha e para a Capital. “Foi um grande momento, talvez a coisa mais importante que já fiz, além de ser mãe”, finaliza a primeira miss Brasília.
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            A Sessão Nostalgia de 04/05/2008, Marta, a primeira Miss Brasília,  poderá ser lida clicando neste link 
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