sábado, 13 de maio de 2017

Enquanto aguardo o sono

         

      
       Enquanto aguardo o sono, lembro-me das noites cheias de estrelas de São José da Laje, a cidadezinha alagoana onde nasci. As pessoas ficavam olhando para o céu, mentalizando que determinada estrela era sinal que um parente distante estaria vivo.
        Enquanto aguardo o sono, imagino que cada estrela do céu pernambucano de Timbaúba simboliza uma pessoa amada que partiu para a Grande Viagem.
    Enquanto aguardo o sono, o menino que um dia eu fui declama “A Estrelinha”, do poeta cearense Martins d´Alvarez (1903-1993), a primeira poesia que decorei quando garoto, às margens do rio Canhoto.

Vejo, à noite, uma estrelinha,

no céu, piscando, piscando...

Mamãe diz que ela, de longe,

pisca, pisca, é me chamando...


Quando eu crescer e papai

me comprar um avião,

vou te buscar, estrelinha,

na palma da minha mão.

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- Daslan Melo Lima, na décima madrugada de maio de 2017, enquanto aguardo o sono.

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