Enquanto aguardo o sono, lembro-me das
noites cheias de estrelas de São José da Laje, a cidadezinha alagoana onde
nasci. As pessoas ficavam olhando para o céu, mentalizando que determinada
estrela era sinal que um parente distante estaria vivo.
Enquanto aguardo o sono, imagino que
cada estrela do céu pernambucano de Timbaúba simboliza uma pessoa amada que
partiu para a Grande Viagem.
Enquanto aguardo o sono, o menino que
um dia eu fui declama “A Estrelinha”, do poeta cearense Martins
d´Alvarez (1903-1993), a primeira poesia que decorei quando garoto, às margens
do rio Canhoto.
Vejo, à noite, uma estrelinha,
no céu, piscando, piscando...
Mamãe diz que ela, de longe,
pisca, pisca, é me chamando...
Quando eu crescer e papai
me comprar um avião,
vou te buscar, estrelinha,
na palma da minha mão.
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- Daslan Melo Lima, na décima madrugada de maio de 2017, enquanto
aguardo o sono.
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