Meu baú de emoções inacabadas voltou
a se agitar com a notícia da morte de Belchior, no último domingo de abril, sete
dias depois da partida de Jerry Adriani. Minha saudosa mãe, com sua
personalidade forte, era fã do cantor cearense. “Comentários a respeito de
John” estava entre as suas músicas favoritas.
“Saia
do meu caminho, eu prefiro andar sozinho. / Deixem que eu decido a minha vida.
/ Não preciso que me digam, de que lado nasce o sol, / porque bate lá o meu
coração."
Nas tantas vezes em que tentei persuadir
Mamãe a enxergar algumas situações de uma forma zen, ela tinha resposta
determinada: “deixe que eu decido a minha vida.”
”O tempo andou mexendo com a
gente, sim. / John, eu não esqueço, a felicidade é uma arma quente. / Quente,
quente. "
Pois é, minha mãe, Belchior também fez
a Grande Viagem e o tempo andou mexendo com a gente. O que fazer? Pedir a Deus
que nos conceda sabedoria para administrar os mistérios da vida e da morte.
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– Daslan Melo Lima, em Timbaúba,
Pernambuco, ouvindo Belchior, no primeiro dia de maio de 2017.
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O sábado é este
Acordo cedo. Preciso de dinheiro e vou fazer um saque num caixa eletrônico. É dia de feira-livre. Passo numa lanchonete e peço um pão com queijo de manteiga e um café sem açúcar ou adoçante. Sinto-me bem humorado. O sábado está começando, a praça está tranquila e uma energia boa me envolve.
A Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores, a quem chamo de "Nossa Senhora das Dores, dos Amores e Desamores", ainda está fechada. A brisa mansa e fria me envolve e recito silenciosamente o meu Salmo preferido, o 118:24. "Este é o dia que o Senhor fez; regozigemo-nos e alegremo-nos nele."
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Daslan Melo Lima
Timbaúba, Pernambuco, sábado, 06 de maio de 2017
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