Cheguei numa lanchonete e pedi um suco de graviola. Instantes depois, a atendente que estava atrás do balcão alertou para a garçonete: - “Olhe aqui, o suco de graviola do rapaz”.
Fazia tempo que não escutava alguém se referir a mim como “rapaz”, mas sempre como “senhor”. Ganhei um presente que afagou a autoestima do sujeito vaidoso que sou.
Vou voltar outras vezes à lanchonete, pelo suco de graviola e para ouvir de novo a palavra rapaz. Até que a atendente solte um sonoro “senhor” e acabe com a minha ilusão de que o tempo não passou.
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– Daslan Melo Lima, junho de 2017, em Timbaúba, Pernambuco.
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