Não é o tempo que passa rápido. Somos nós que passamos rápidos por ele. Nada há o que fazer, a não ser pedir sabedoria a Deus para administrar velhas emoções inacabadas. E nunca perder de vista a criança que um dia fomos.
Abro um álbum e encontro várias fotos do menino que um dia eu fui. Opto pela imagem de quando tinha catorze anos para ilustrar esta crônica. Fecho os olhos para sentir melhor o vento. Ele traz sons, luzes e cores da minha infância alagoana às margens do Rio Canhoto, em São José da Laje, a cidadezinha alagoana onde nasci.
Os dias pareciam correr lentos, muito lentos, semeando inquietações nas minhas meditações sobre os mistérios da vida e da morte.
Abro o álbum e a foto do menino que um dia eu fui parece querer ganhar vida, a fim de me abraçar e agradecer por nunca tê-lo perdido de vista.
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- Daslan Melo Lima, Timbaúba, PE, 10/10/2018
Uma foto nossa em um álbum antigo, faz-nos entrar no túnel do tempo e, no seu caso, sua alma romântica de poeta o faz sonhar com tudo que viveu em sua querida São José da Laje, pois segundo o grande Manoel Bandeira, em seu livro Flauta de Papel, "o poeta é o homem que vê o mundo com os olhos de criança, quer dizer: o homem que olha as coisas como se as visse pela primeira vez; que as percepciona em sua perene virgindade".
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