sábado, 13 de outubro de 2018

Passamos rápidos pelo tempo

        Não é o tempo que passa rápido. Somos nós que passamos rápidos por ele. Nada há o que fazer, a não ser pedir sabedoria a Deus para administrar velhas emoções inacabadas. E nunca perder de vista a criança que um dia fomos. 
         Abro um álbum e encontro várias fotos do menino que um dia eu fui. Opto pela imagem de quando tinha catorze anos para ilustrar esta crônica. Fecho os olhos para sentir melhor o vento. Ele traz sons, luzes e cores da minha infância alagoana às margens do Rio Canhoto, em São José da Laje, a cidadezinha alagoana onde nasci. 
      Os dias pareciam correr lentos, muito lentos, semeando inquietações nas minhas meditações sobre os mistérios da vida e da morte. 
       Abro o álbum e a foto do menino que um dia eu fui parece querer ganhar vida, a fim de me abraçar e agradecer por nunca tê-lo perdido de vista. 
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- Daslan Melo Lima, Timbaúba, PE, 10/10/2018

Um comentário:

  1. Jeová Barboza de Lira Cavalcanti14 de outubro de 2018 às 20:25

    Uma foto nossa em um álbum antigo, faz-nos entrar no túnel do tempo e, no seu caso, sua alma romântica de poeta o faz sonhar com tudo que viveu em sua querida São José da Laje, pois segundo o grande Manoel Bandeira, em seu livro Flauta de Papel, "o poeta é o homem que vê o mundo com os olhos de criança, quer dizer: o homem que olha as coisas como se as visse pela primeira vez; que as percepciona em sua perene virgindade".

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