Nos meses de maio e junho de um tempo que se foi, era certo encontrar, nas mais importantes revistas brasileiras, páginas inteiras dedicadas às misses, como estas da Manchete, número 582, ano 11, de 15 de junho de 1963.
"Elas já despertaram para o seu grande sonho. Viram-se, de um momento para o outro, com uma faixa em torno do corpo esbelto e ouviram o doce ruído dos aplausos."
"Na segunda quinzena de junho mulher e beleza serão o assunto de todas as rodas."
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Vera Lúcia Maia, Miss Fluminense, Miss Guanabara, terceiro lugar no Miss Brasil.
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Edma Saraiva, Miss Minas Gerais.
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Vera Maria Barros Maia, Miss Ceará.
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Aizita Nascimento, Miss Renascença, sexta colocada no Miss Guanabara.
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Zélia Maria Mendonça Lopes, Miss Sergipe, sexto lugar no Miss Brasil, e Gerusa Sampaio, Miss Bahia.
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A palavra revoada, se por um lado traz do túnel do tempo a matéria da Manchete, faz-me lembrar "As Pombas", um soneto de Raimundo Correia (1859-1911). Com ele encerro esta Sessão Nostalgia, um mosaico de lembranças da adolescência povoado de misses e sonhos.
As Pombas
Raimundo Correia
Vai-se a primeira pomba despertada…
Vai-se outra mais… mais outra… enfim dezenas
De pombas vão-se dos pombais, apenas
Raia sanguínea e fresca a madrugada.
E à tarde, quando a rígida nortada
Sopra, aos pombais de novo elas, serenas,
Ruflando as asas, sacudindo as penas,
Voltam todas em bando e em revoada.
Também dos corações onde abotoam,
Os sonhos, um por um, céleres voam,
Como voam as pombas dos pombais;
No azul da adolescência as asas soltam,
Fogem… Mas aos pombais as pombas voltam,
E eles aos corações não voltam mais.
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