Milhares de jovens vão ao delírio quando a principal atração é anunciada. O vocalista, em boa forma física, começa a cantar de forma sensual. A música fala de paixão, amor e desamor num ritmo animado, quiçá alucinante. Nada que leve a uma reflexão que faça alguém parar de pular, deixar de sorrir e de fazer selfies mostrando que está de bem com a vida.
Que pena! O romantismo morreu. Parece que ninguém sofre mais pelo fim de uma paixão.
Final de festa. Desço do camarote e vejo nas imediações uma garota chorando, lamentando que foi traída pelo namorado. Tenho certeza que é a mesma moça que vi horas antes beijando e abraçando seu amado.
Que bom! O romantismo não morreu. Ainda há quem sofra pelo fim de uma paixão.
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Daslan Melo Lima
Timbaúba, PE
Junho/2019
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CICLO
Visto um agasalho e vou para uma rua transversal à minha, onde vizinhos cultivam a tradição de acender fogueiras na véspera do dia de São Pedro.
Sinto falta de hábitos de outrora, tais como os rituais das moças buscando advinhar com quem se casariam, e dos "cumpades" e "cumades" que se formavam entre um e outro milho assado.
Meus olhos e minha garganta começam a ficar irritados por causa da fumaça. É hora de aceitar o convite do frio e voltar para casa. O ciclo junino de 2019 está chegando ao fim.
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Daslan Melo Lima
Timbaúba, PE
28/06/2019
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