AQUELA LUA QUE BRILHA LÁ NO CÉU
Daslan Melo Lima
Sou saudosista e adoro as canções românticas do passado. Muitas vezes, tenho a impressão de que ninguém faz mais músicas lindas e cheias de poesias como outrora. De vez em quando, no entanto, sou obrigado a rever meus conceitos. Ouvi no mês passado o conjunto ExaltaSamba cantar uma música que adorei, sem entrar no mérito das regras da língua portuguesa, pois a letra começa com “te” e o tratamento envereda para “você”. A composição, autoria de Thiaguinho e Pezinho, chama-se “Tá Vendo Aquela Lua”.
Te filmando, eu tava quieto no meu canto: / cabelo bem cortado, perfume exalando/ daquele jeito que eu sei que você gosta, / mas eu te dei um papo e você nem deu resposta. / Tudo bem! Um dia vai o outro vem! / Você deve estar pensando em outro alguém, / mas se ele te merecesse não estaria aqui. / Não! Não! Não! / Ou talvez você não queira se envolver. / Magoada, tá com medo de sofrer. / Se me der uma chance não vai se arrepender. / Não! Não! Não!
Tá vendo aquela lua que brilha lá no céu? / Se você me pedir, eu vou buscar só pra te dar. / Se bem que o brilho dela nem se compara ao seu. / Deixa eu te dar um beijo! / Vou mostrar o tempo que perdeu. / Que coisa louca, eu já sabia! / Enquanto eu me arrumava algo me dizia: / Você vai encontrar alguém que vai mudar / A sua vida inteira da noite pro dia!
Ontem, durante uma festa, fiquei muito emocionado ao ver vários rapazes e moças cantando o sucesso do ExaltaSamba. Tá vendo aquela lua que brilha lá no céu? / Se você me pedir, eu vou buscar só pra te dar. / Se bem que o brilho dela nem se compara ao seu.
Voltei para casa em estado de graça, por saber que o romantismo continua, enquanto no céu brilhar a Lua.
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Timbaúba-PE, no sétimo dia de setembro de 2011.
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MANHÃS DE SETEMBRO
Daslan Melo Lima
Gosto da sonoridade do nome setembro. O nono mês do ano evoca algumas coisas mágicas da minha vida: o filme Quando Setembro Vier; a expectativa de que logo será outubro e estarei mais velho, pois nasci em um outubro; e a música Manhãs de Setembro, de Vanusa e Marcos Campana.
O inverno se despede. A primavera está a caminho e logo mais será verão. A natureza a todo o momento ensina sábias lições. A Bíblia diz que há um tempo determinado para tudo e aprendi a não perder muito tempo fazendo a mim mesmo mil perguntas sem respostas. Estou leve para convidar você a cantar comigo Manhãs de Setembro.
Fui eu quem se fechou no muro e se guardou lá fora. / Fui eu quem num esforço se guardou na indiferença. / Fui eu que numa tarde se fez tarde de tristezas. / Fui eu que consegui ficar e ir embora. / E fui esquecida. / Fui eu! / Fui eu que em noite fria se sentia bem / e na solidão sem ter ninguém. / Fui eu! / Fui eu que em primavera só não viu as flores / e o sol nas manhãs de setembro. //// Eu quero sair! / Eu quero falar! / Eu quero ensinar o vizinho a cantar! / Eu quero sair! / Eu quero falar! / Eu quero ensinar o vizinho a cantar nas manhãs de setembro.
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AQUELE CASACO MARROM
Um dia, ouvi de um alguém especial a seguinte declaração: “Você merece uma pessoa melhor do que eu. A qualquer momento, você irá me trocar por outro alguém.“ As circunstâncias das nossas vidas tomaram outros rumos. Ninguém trocou ninguém por ninguém. Aconteceu. Encontramos em outras bocas, em outros corpos e em outros braços o que faltava em nossos beijos, em nossos contatos, em nossos abraços.
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Um casaco marrom, presente daquele alguém especial, testemunha silenciosa de recordações inesquecíveis, ficou comigo durante anos, até que um dia resolvi doá-lo a uma instituição beneficente.
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Na semana passada, durante uma madrugada chuvosa do inverno timbaubense, acordei sentindo mais frio do que de costume. Levantei-me da cama e fui ao guarda-roupa para retirar um agasalho. Por alguns instantes, desejei ter como companhia aquele casaco marrom, guardião de lembranças importantes de uma fase da minha vida.
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Perdido em perguntas sem respostas, vesti um casaco vermelho, comprado recentemente. Fui dormir pedindo aos anjos que daqui a um tempo o meu casaco vermelho esteja impregnado de recordações incomuns, assim como as que um dia impregnaram aquele casaco marrom.
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QUANDO SETEMBRO VIER
Daslan Melo Lima
..... Confesso que são poucas vezes que utilizo meu tempo para assistir filmes novos. Na maturidade das nossas vidas, adquirimos a consciência de que temos pouco tempo pela frente, que ele é um bem muito precioso e deve ser aproveitado com sabedoria. No lugar de arriscar passar duas horas mais ou menos vendo um filme para no final deduzir que não valeu a pena, prefiro rever os bons filmes do passado que marcaram minha vida. Entre eles, “Quando Setembro Vier” (Come September), de Roberto Mulligan, de 1961.
“Quando Setembro Vier” é uma deliciosa comédia romântica protagonizada por quatro ídolos inesquecíveis da minha infância, Bobby Darin, Sandra Dee, Rock Hudson e Gina Lollobrigida. No filme, Rock Hudson é proprietário de uma luxuosa vila italiana que passa o ano todo fora do país e só retorna nos meses de setembro, sem saber que na sua ausência o administrador da propriedade transforma o local em hotel. Quando Rock aparece de surpresa, em pleno mês de julho, desencadeia uma série de situações engraçadas. Enquanto Gina Lollobrigida forma com Rock Hudson o casal maduro da trama, Bobby Darin e Sandra Dee formam o par jovem. DEUS já convocou Bobby Darin, Rock Hudson e Sandra Dee para uma nova missão em outra dimensão. Apenas Gina Lollobrigida, aos 84 anos de idade, envelhece majestosamente.
Sofro de romantismo incurável e adoro rever “Quando Setembro Vier”, antes de setembro chegar. Revejo meus ídolos, lindos e cheios de vida, e “viajo” com eles de lambreta através de fantásticas paisagens italianas. Sinto-me amigo de Bobby Darin e danço com a turma quando ele canta “Multiplication”. Por pouco não saio do corpo para ficar no filme, para sempre, mas o tempo e a realidade me chamam. Preciso estar com minhas emoções sob controle, quando setembro vier.
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UMA TAL DE SAIDEIRADaslan Melo Lima
Bebo muito pouco. Algumas doses de uísque ou alguns copos de cerveja em ocasiões especiais. A bebida deveria ser um pequeno ingrediente para compor um hino de celebração à Vida, jamais a razão de ser de uma comemoração ou uma pílula dourada para amenizar as perguntas sem respostas diante dos mistérios da vida e da morte.
Um dia, numa mesa de bar, acompanhado de amigos, despertei para o vazio de uma coisa chamada saideira. Alguém, quando deseja terminar uma farra, sempre diz: traz a saideira, expresão que é um alerta para encerrar as despesas e para o garçom providenciar o último copo de rum, uísque, vodka, cerveja... Só que...
... É uma tal de saideira que não termina e só finda depois que as palavras que não deveriam ser ditas foram ditas. É uma tal de saideira que não termina e só finda depois que as confissões que jamais deveriam ser reveladas foram externadas... É uma tal de saideira que não termina e só finda depois que o corpo sinaliza para um mar de ressaca e a alma para um oceano de solidão. Só ressaca, solidão e mais nada.
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BOA NOITE AMY WINEHOUSE, DURMA BEM
Daslan Melo Lima
Prezada Amy Winehouse, boa noite.
Sou um romântico incorrigível, por isso não apreciava muito o estilo das canções que tu interpretavas, embora enxergasse grande talento em tuas interpretações, com aquele tom de voz que transmita um quê de angústia e depressão. Como me doía o coração quando te via na televisão tombando nos palcos, esquecendo as letras das músicas, com sinais evidentes de que tinhas exagerado na bebida ou em algum tipo de droga.
Sei que o excesso de sensibilidade, característica dos poetas, dos artistas e dos sonhadores, provocou muito sofrimento em ti. Mas tu sabias que as respostas para as perguntas sem respostas não estavam num copo de bebida. Lembra-te? Dissesse na canção Reb: ”Tentaram me mandar para a reabilitação, eu disse não, não, não... Não aprendi muito na escola, mas sei, as respostas não estão no fundo do copo.” Se é doloroso mergulhar dentro de nós mesmos, mais doloroso ainda são as conseqüências do mergulho nas bebidas e nas drogas. Não é fácil administrar os males da alma, mas temos que acreditar em nós mesmos e, sobretudo, em DEUS!
Vi hoje na televisão que teu corpo foi cremado e que, a pedido teu, tuas cinzas foram misturas às da tua amada avó Cyntia. Que pena! Eu teria tanta coisa para conversar contigo, mas as palavras fogem nesta noite fria do inverno pernambucano, onde lá fora a chuva cai e no céu nenhuma estrela está brilhando.
“Boa Noite, meu Anjo, durma bem”, disse Mitch Winehouse ao se despedir do teu corpo físico. Parodiando teu pai, eu digo: Boa Noite, menina Amy Winehouse, durma bem.
Assim Seja!
Um abraço, direto de Timbaúba- Pernambuco- Brasil-Planeta Terra, na noite de 26/07/2011.
Daslan Melo Lima
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Daslan Melo Lima
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A GENTE SE DESPEDE COM AS IMAGENS DA SEMANA
Daslan Melo Lima
Um dos meus programas de televisão favoritos é o Bom Dia Brasil, na TV Globo, nas manhãs de segunda a sexta-feira, apresentado por Renato Machado e Renata Vasconcellos. Fico muito emocionado nas sextas-feiras, quando ao encerrar o telejornal Renata diz: “A gente se despede com as imagens da semana”. É quando na tela surge uma seleção de cenas dos acontecimentos que foram noticiados durante a semana, um desfile de derrotas, vitórias, tragédias, nascimentos, mortes...
Visto de forma isolada, as notícias ruins são depressivas, mas dentro de um contexto há uma certa harmonia, pois existe a contrapartida das notícias boas. E assim não é a vida? A Bíblia diz que há tempo para tudo sob o sol.
O fundo musical da seleção de imagens mostradas no final do programa nas sextas-feiras é O Lago dos Cisnes de Tchaikovsky, famoso balé em quatro atos, um conto de fadas onde, apesar dos encontros e desencontros, o bem termina triunfando sobre o mal.
Nas sextas-feiras, o programa termina e minhas lágrimas não. Desligo a televisão. O programa termina e a esperança não. Esperança de que o Bem um dia governará este conturbado planeta Terra.
é uma pena.chamo-a de morte prematura;AGORA É COM DEUS.......
ResponderExcluirEu queria distinguir o que podem os trabalhadores uma abelha na vida de modo que é por diante , não que não poderia conceder uma resposta meticuloso.
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