Por Daslan Melo Lima
Saudades das semanas santas do meu tempo de criança. Cobriam as imagens dos santos nas igrejas com tecido roxo e nas sextas-feiras os rádios só tocavam músicas clássicas e sacras; ninguém varria casa; não penteava-se cabelo; não cortava-se unhas; não tomava-se banho; não... não..... Havia certo exagero em muitas atitudes, sem dúvida, mas o respeito ao sacrifício de Jesus Cristo e aos mistérios da vida e da morte prevalecia sobre todas as coisas.
A “procissão do encontro” em São José da Laje, a cidadezinha alagoana onde nasci, era um ato singelo, emblemático e inesquecível, de Fé, Silêncio e Oração. Na frente dos andores de Nossa Senhora e do seu filho, duas jovens personificavam as figuras de Verônica e Maria Madalena. Lágrimas corriam pelos rostos das pessoas que a tudo assistiam.
Eu preferia mil vezes aquela atmosfera mística e severa de antigamente do que a permissividade de hoje. Transformaram a Semana Santa num festival de lazer. Poucos param para refletir sobre o sacrífico de Cristo e os mistérios da vida e da morte. Pobre Semana Santa, carente de Fé, Silêncio e Oração.
Peço desculpas aos meus inúmeros leitores se não vou me estender falando de Teresinha Morango, Miss Amazonas, Miss Brasil e vice-Miss Universo 1957, acima, em foto da extinta revista Manchete, embora esta secção seja dedicada às grandes misses do passado. A bela imagem da Miss Brasil 1957 diante de um crucifixo, em sintonia com o espírito das semanas santas de um tempo que se foi, é um pretexto para desejar a todos Feliz Páscóa, Páscoa na verdadeira acepção da palavra.
Até a próxima semana, se DEUS permitir!
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Perfeita, a imagem de Teresinha Morango ilustrando uma crônica que traduz a mais pura verdade .
ResponderExcluirNão vivi os anos 60, mas ainda alcancei a minha cidade reverenciando com mais fé, silêncio e oração a semana santa.
C.Rocha de Floripa.
Daslan,
ResponderExcluiresta foto rara de Terezinha Morango rezando sintetiza bem a personalidade e a religiosidade que eram um traço natural das misses dos Anos Dourados. Valeu!
Abraços,
muciolo ferreira