sábado, 6 de julho de 2013

DEUS

Daslan Melo Lima

         Várias vezes perguntei ao silêncio e ao vento quem neste mundo poderia ter melhor definido a figura de DEUS. Obviamente, o silêncio e o vento nunca me responderam.  Recentemente, o meu amigo José Maria de Mattos enviou-me  de Maceió um texto de Maria do Rosário Cavalcante e  Silva (27/10/1915-23/10/2001), um ícone cultural alagoano de São José da Laje,  escrito em 10/10/1978.  
        Deixei de perguntar quem neste mundo poderia ter melhor definido a figura de DEUS. Já sei a resposta do silêncio e do vento ao meu lado: Maria do Rosário.

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DEUS

Quantas vezes no recolhimento do meu quarto encontro-me a perguntar: quem é grande? Mas, grande no sentido lato da palavra, na plenitude da onipotência, sem haver sentido jamais o gosto que sabe a fel de fracassos, dúvidas, frustrações, noites mal dormidas, medo, pavor mesmo, dúvidas até na própria fé?
- E me respondo assim: somente Deus!  
- Ele que se nos revela:
No vento – que ninguém para!
Na luz -  que ninguém prende!
Na chuva -  que ninguém detém!
No ar – que ninguém vê!
Na flor – que ninguém cria!
No cosmo – que não se mede!
No amor – que não se mata!
Na fé – que não se dobra!

 - E o homem! – O homem... simples mortal que vassalo, ou rei; opulento ou mendigo; néscio, ou sábio que se diz genial, mas que nada cria, apenas descobre.

O homem, que em sua pseudo grandeza, tem medo até de uma simples formiga, é apenas um infinitesimal grão de areia, na incomensurável grandeza do Universo!
Grande, portanto, no sentido lato da palavra, na plenitude da onipotência, é somente Deus.
Deus criou o homem, capaz de gerar outro homem!

                                             Maria do Rosário Cavalcante e Silva
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