CRUZ DO CABOCLO - UM MAIO E UM JUNHO PARA RECORDAR
MEMÓRIA TIMBAUBENSE (1)
A comunidade do sítio Cruz do Caboclo está de parabéns. A capelinha de Santo Antônio, que permaneceu desativada por trinta anos, há dois que voltou a funcionar, gralças ao espírito de religiosidade do casal José Ramos-Ana Marinho. Durante as 31 notes de maio houve celebrações. No mês passado, a festa do padroeiro Santo Antônio foi uma das mais animadas de todos os tempos, ocasião onde a Santa Missa foi celebrada pelo Padre Xavier, um italiano que reside em Roma e está em romaria pelo Brasil.
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NANCY HUGHES, UMA ANTROPÓLOGA AMERICANA EM TIMBAÚBA – Aos
68 anos de idade, a antropóloga americana Nancy Scheper-Hughes retornou à
Timbaúba para, mais uma vez, atualizar os dados de sua pesquisa sobre mortalidade
infantil na comunidade do Alto do Cruzeiro, iniciada em 1982. Os primeiros
resultados colhidos por Nancy foram publicados no livro “Morte sem Chorar”,
lançado em 1993, nos Estados Unidos. Nancy é professora da Universidade da Califórnia, em Berkeley,
Estados Unidos, e continua em plena
atividade. Nesta visita ao Brasil, ela veio acompanhada por sua filha, a
professora Jeniffer Scheper-Hughes. Elas chegaram à Timbaúba junto com Patrício Dubod, técnico em cinema timbaubense que foi aluno de Nancy, em Berkeley. O assessor municipal Dr. João Marcelo acompanhou as
norte-americanas durante sua estada na cidade. No dia 10, elas foram convidadas a
participar da reunião ordinária da Câmara de Vereadores, onde ficaram em lugar
de destaque. No dia seguinte, estiverm na Secretaria Municipal de Saúde e no PSF
do Alto do Cruzeiro, onde Nancy reencontrou vários grupos familiares
integrantes de sua pesquisa. Após reunir algumas informações, as visitantes seguiram até
à comunidade dos Bodes, na zora rural do município, onde residem os familiares
do Patrício Dubod. Dirante o almoço, a pesquisadora se apropriou de informações
sobre as condições de trabalho dos agricultores da comunidade.
Em 1999, a professora fundou a ONG Organs Watch, uma organização que mapeia a rota do tráfico de órgãos em todo o planeta. Desde então, ela estuda transplantes e a comerciaçização de órgãos humanos em todo o planeta. Desde então, já realizou pesquisas de campo em vários países da Europa, na África do Sul, Filipinas, México, Israel, China, Índia e Brasil. Conhecedora do nordeste brasileiro desde a década de 1960, quando veio estudar a violência contra canavieiros, a professora esteve em Timbaúba no ínicio dos anos 90 para pesquisar sobre a matança de menores.
Em 2001, ela retornou à cidade com a atenção voltada para os casos de adoções internacionais irregulares, ocorridas entre 1992 e 1993. Nancy constatou vários pontos em comum com casos de outros países subdesenvolvidos que ofereceram bebês para a adoção, mas ao se procurar as famílias nos países receptores, estes, em muitos casos, não fioram encontrados. Na outra ponta da questão, pais de crianças israelenses que necesstiam urgentemente de transplantes de rins, simplesmente viajavam para a Europa e voltavam com os órgãos. A pesquisadora não conseguiu comprovar a ligação entre essas duas situações, mas cada vez o material reunido pela antropóloga apontou para essa possibilidade. (Fonte: revista TIMBAÚBA EM FOCO, junho de 2013, Ano 03, edição 26/Foto:rotary.org.)
*****Em 1999, a professora fundou a ONG Organs Watch, uma organização que mapeia a rota do tráfico de órgãos em todo o planeta. Desde então, ela estuda transplantes e a comerciaçização de órgãos humanos em todo o planeta. Desde então, já realizou pesquisas de campo em vários países da Europa, na África do Sul, Filipinas, México, Israel, China, Índia e Brasil. Conhecedora do nordeste brasileiro desde a década de 1960, quando veio estudar a violência contra canavieiros, a professora esteve em Timbaúba no ínicio dos anos 90 para pesquisar sobre a matança de menores.
Em 2001, ela retornou à cidade com a atenção voltada para os casos de adoções internacionais irregulares, ocorridas entre 1992 e 1993. Nancy constatou vários pontos em comum com casos de outros países subdesenvolvidos que ofereceram bebês para a adoção, mas ao se procurar as famílias nos países receptores, estes, em muitos casos, não fioram encontrados. Na outra ponta da questão, pais de crianças israelenses que necesstiam urgentemente de transplantes de rins, simplesmente viajavam para a Europa e voltavam com os órgãos. A pesquisadora não conseguiu comprovar a ligação entre essas duas situações, mas cada vez o material reunido pela antropóloga apontou para essa possibilidade. (Fonte: revista TIMBAÚBA EM FOCO, junho de 2013, Ano 03, edição 26/Foto:rotary.org.)
Inteligente e perspicaz, a garotinha da foto cresceu e hoje é uma das personalidades femininas mais conhecidas de Timbaúba. Quem é ela? O que faz? Envie sua resposta para o e-mail daslan@terra.com.br .
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MEMÓRIA TIMBAUBENSE(2)
FAZ 40 ANOS - No dia 08 de julho de 1973, morria um artista
que marcou época em Timbaúba: Antônio
Galdino dos Santos. Os seus amigos Adiles
Dinoá e Jeová Barboza enviaram o texto abaixo em memória do célebre Toinho
Cego. Infelizmente, o casal não encontrou nenhuma foto do Ceguinho da Vila, como também era conhecido. A
única que existe encontra-se em poder de
uma de suas irmãs e está bastante danificada, principalmente na parte do rosto,
e não foi possível restaurá-la. No
túmulo de Antônio Galdino dos Santos havia uma imagem bem conservada, mas desapareceu e os familiares
não possuem cópia. Quem tiver alguma informação que nos leve a conseguir
a reprodução de uma fotografia do Toinho Cego, gentileza fazer contato através do
e-mail daslan@terra.com.br . Agradeço
também a quem enviar historias envolvendo o cantor, assim como detalhes do
acidente que tirou sua vida.
ANTÔNIO GALDINO DOS SANTOS, TOINHO CEGO,
40 ANOS DE SAUDADES
Há exatamente 40 anos, mais
precisamente no fatídico dia 08 de julho de 1973, deixava esta terra dos homens
para encontrar-se com o Criador de todas as coisas, o Deus do universo, nosso
estimado amigo Antônio Galdino dos Santos, mais conhecido por Toinho Cego, ou
Ceguinho da Vila.
Sua partida para a dimensão
celeste calou fundo no coração dos jovens que viveram os dias agitados dos anos
sessenta e o limiar da década setenta. Toinho, com seu violão e sua voz, embalou muitos sonhos e quimeras da juventude
daqueles anos. Foi cantor, compositor, seresteiro de grande sensibilidade, mas,
foi, acima de tudo, um amigo. Seu talento inconfundível alegrava as noites
mornas dos sábados em nossa cidade, fazendo serenatas, cantando nas casas de
festa que aqui existiam ou no aconchego de algum lar amigo. Era um verdadeiro
menestrel do amor... romântico e apaixonado.
Sua voz e o som de seu violão
ainda ecoam em nossos ouvidos como uma suave melodia a evocar uma saudade
imorredoura, lembrança terna dos idos tempos que não voltam mais, mas que, como
uma canção perene, permanece no fundo da alma e no mais íntimo recanto dos
corações daqueles que tiveram a ventura de com ele conviver e privar de sua
amizade.
Toinho, na dimensão em que você estiver,
receba nossa homenagem envolta de saudades e banhada por nossas lágrimas, que
contêm todo nosso amor e nossa mais profunda dor.
Saudades...sempre
saudades!!!
Adiles
Dinoá e
Jeová Barboza
Timbaúba(PE),
julho de 2013
MEIO-DIA - O sino da Igreja Matriz de Nossa Senhora das Dores de vez em quando toca sonoras badaladas ao meio-dia, tal como num tempo que se foi, onde todas as igrejas tocavam os sinos nesse horário, as pessoas se benziam e os filhos pediam que os seus pais, tios ou avós os abençoassem.
Bate sino, bate, bate, bate, em harmonia com o meu coração.
Estou a me benzer e a pedir a DEUS que me abençõe, ciente de que Nossa Senhora das Dores tomará conta dos meus amores e desamores.
- Daslan Melo Lima.
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O CEGUINHO DA VILA
ResponderExcluirJosé Gilvan Felinto Silva
Somos todos capazes de deixar
A mocidade perdida no passado
Mas a saudade a resgata do céu
E voltamos a vivê-la novamente.
É sempre assim quando a saudade implora
Que os sentimentos voltem de repente
E declare que a juventude esquecida
Foi quem nos tornou o que agora somos.
A nossa juventude foi feliz
Com o som do coração dos pássaros
Que saia da voz e do violão
Do ceguinho da vila que amamos.
O Ceguinho via o mundo em nossos olhos
E cantava o que sentia as nossas almas
E falava que o amor e a saudade
Alimentavam os pássaros da voz.
O ceguinho da vila era um poeta,
Talvez um anjo chamado Antonio
Gaudino dos Santos, talvez um santo
Que protegeu a nossa mocidade.
A noite o respeitava como um salmo,
A noiva o amava como um homem
Timbaúba o amava como um filho,
Nós o amamos como um irmão.
Um dia ele chegou à minha casa,
De palmo em palmo, sem bengala branca,
E pensei em levá-lo para a mãe
Como se fosse o seu guia - humano.
Mas senti-me guiado, na verdade,
Com a sua mão leve em meu ombro.
Ele não tinha medo nem cajado
Para andar sozinho na cidade,
E cego, me guiou com o coração.
Acreditava na música que ouvia
No silencio da sua escuridão,
Confiava no amor e nas pessoas
Que amavam sua voz e o violão.
Toinho cego em tudo ouvia música:
A mulher que ele amava era linda,
Dançava com ela nas folhas do vento,
Amava as flores nas pessoas simples
E as lágrimas nas mãos dos sentimentos.
Os sonhos da nossa juventude
Não poderiam ter melhor intérprete,
Tudo era musica e emoção
Na voz que enxergava o que não via.
Outro dia o vi na praça
Apanhando flores lilases,
Ferindo as mãos nos espinhos,
Cobrindo o corpo de pétalas
Como se me desse adeus.
Os mais velhos entenderam
Que a morte de Toinho,
Do grande artista da vila,
Foi a vontade de Deus.
Ficamos revoltados e sozinhos
Envelhecidos de saudade e dor.
Os pássaros cantores do ceguinho
Voltaram para o céu onde nasceram.
A lua se apagou sem serenata,
Timbaúba perdeu sua voz de prata,
E nós que ficamos órfão do ceguinho
Ouvimos na saudade um violão.
Daslan,
ResponderExcluirNo mesmo acidente de Toinho da Vila, nosso grande seresteiro também faleceu Zildo Gomes de Albuquerque, funcionário do Bco. do Brasil e irmão de Val U'Choa e ficou gravemente ferido o nosso amigo "Sapinho" que reside na Vila Operária.
Ana Lygia