sábado, 22 de julho de 2017

DE TIMBAÚBA PARA O MUNDO - O Bar do Bode vai ao delírio

Daslan Melo Lima
     


     “Será que hoje o Bar do Bode vai ao delírio?” perguntam amigos meus, independentemente de suas paixões pelo Clube Náutico Capibaribe, Santa Cruz Futebol Clube ou Sport Club do Recife, nos dias de jogo do Leão da Ilha do Retiro. “O Bar do Bode vai ao delírio” e “O Bar do Bode foi ao delírio” são jargões (ou bordões) criados por mim desde que comecei a expor publicamente a minh’alma rubro-negra.
          Se entendo de futebol? Não, mas esforço-me para distinguir o que são expressões como “pênalti”, “impedimento”, “tiro de meta”, etc. “Uma partida de futebol é sempre um jogo de surpresas e superação. Assim como também deve ser a vida”, disse o poeta Luis Felipe Loro.
          Paz no futebol. Não gosto de entrar no meu Facebook e no whatsapp e encontrar indiretas, comentários ofensivos e brincadeiras de mau gosto dirigidas a um torcedor cujo time perdeu. Perder e ganhar fazem parte dos esportes e da nossa rápida passagem pelo planeta Terra. Outra coisa: quando qualquer clube nordestino enfrenta um clube de outra região brasileira, a minha torcida é pelos valores do Nordeste, a fim de que haja mais visibilidade na mídia para a terra do sal e do sol. 
         Mas o motivo maior desta crônica foi reverenciar o “bode” do Bar do Bode, uma obra de arte do artesanato de barro de Tracunhaém que ruiu na tarde fria do primeiro domingo de julho. De tanto vê-la ter sido testemunha de momentos bons, a figura era quase um bode de verdade. Pena que os cacos viraram pó, o mesmo destino que terá o corpo físico de quem por ela passava, acompanhado ou só.
Natal Ferreira Lima, proprietário do Bar do Bode, ao lado da escultura que foi ao chão. Ele já providenciou outra que em breve ocupará o mesmo espaço.

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DELÍRIO NA QUEDA


          Campeonato Brasileiro, Série A, 02 de julho de 2017. Em seu primeiro compromisso no segundo semestre de 2017, o meu Sport Club do Recife venceu, na Ilha do Retiro, no Recife, o Atlético Paranaense, 1 x 0.
          No Bar do Bode, de repente, anjos invisiveis deram as mãos ao vento frio e também foram ao delírio. A vibração foi tanta que a escultura do Bar do Bode, uma obra de arte do artesanato de barro de Tracunhaém, foi ao chão. Delírio na minh'alma rubro-negra, delírio na queda do "bode". 

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POR UM "BODE" 

        
        Os cacos de uma obra de arte do artesanato de barro de Tracunhaém estão num recanto da rua, aguardando o carro de lixo. Minha vontade é reunir os pedaços, colocar numa caixa e dar uma sepultura digna à escultura do animal que decorava o Bar do Bode.
       "Ora, deixe esse sentimentalismo de lado, era apenas uma peça de barro", diz a voz do anjo invisível ao meu lado. Só acho que, de tanto vê-la ter sido testemunha de momentos bons no Bar do Bode, a escultura era quase um bode de verdade.
         Pena que os cacos vão virar pó, o mesmo destino do corpo físico de quem por ela passava, acompanhado ou só. 

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