Daslan Melo Lima
Matilde Terto, Miss Serra Talhada, Miss Pernambuco 1976, e Julia Katia, Miss Grupo Jovem e Artístico de Boa Viagem, semifinalista (Top 10) do Miss Pernambuco 1976. Elas não se viam há quarenta e dois anos.
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Eu estava naquele 04 de junho de 1976,
no setor de arquibancadas do Geraldão, Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães
Melo, na noite da eleição da Miss Pernambuco 1976. Um evento marcante, público estimado em 22
mil pessoas que viram Matilde de Souza Terto ser eleita Miss Pernambuco. Pelo terceiro ano consecutivo, uma jovem de Serra
Talhada conquistava o cobiçado título. Eram
vinte e cinco candidatas, entre elas Júlia
Katia de Araújo, Miss Grupo Jovem e Artístico de Boa Viagem, uma das
semifinalistas (top 10). Faz quinze anos que me tornei amigo de Julia Katia, desde que fui
apresentado a ela por Fernando Bandeira
Diniz, coordenador do Miss Brasil Latina. No dia 23 do mês passado, no
Teatro do IMIP, Recife, testemunhei um momento mágico: o reencontro de Matilde
Terto e Julia Katia. Desde aquela noite de junho de 1976 que elas não se viam.
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Matilde Terto - 1976
Estudante da Escola Normal, nascida em 14 de março de 1959, a serratalhadense Matilde Terto tinha apenas dezessete anos de idade quando foi convidada para disputar o título de Miss Serra Talhada. Eleita Miss Pernambuco 1976, disputou o Miss Brasil no Ginásio Presidente Médici, em Brasília, no ano em que a vencedora foi a paulista Kátia Celestina Moretto (1958-2013).
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Matilde Terto reside na pequena e turística cidade de Triunfo, próximo à Serra Talhada, distante 355 km do Recife. Um motivo de orgulho: suas
filhas Reginelle Terto (médica) e Danielle Terto (fonoaudióloga) e seu neto Guilherme. Em entrevista ao site faroldenoticias.com.br, de 15/02/2016, declarou: "Se fosse possível começaria tudo novamente. Adorei o concurso. Tive destacada
atuação durante o meu reinado de beleza. Eu tenho saudade de tudo que marcou a
minha vida, e só se sente saudade do que realmente valeu à pena. Para as que
almejam o título, que saibam aproveitar a chance com amadurecimento, lembrando
que a beleza não está apenas ligada ao físico. Exige muito de dentro de cada
uma. Humildade acima de qualquer coisa, que sejam elegantes no comportamento,
trazendo leveza, harmonia, desenvoltura, graciosidade… reunindo um padrão de
beleza que sirva de referências para as futuras gerações. Que brilhem na
passarela e aproveitem cada momento de glamour. Sou mãe, avó, amiga… um ser
humano normal, tenho qualidades e defeitos. Muito fiel a lei do retorno. Amo
minha família e amigos, eles são minha razão de viver, porque tornam a minha
vida bem mais feliz."
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Julia
Katia - 1976
Julia Katia era uma das mais famosas
modelos pernambucanas quando aceitou o convite para disputar o Miss Pernambuco
1976, representando o Grupo Jovem e Artístico de Boa Viagem. Essa agremiação era dirigida por Fernando Bandeira Diniz e fazia um belo trabalho cristão, dando suporte às ações do Padre Osvaldo, pároco da Igreja Católica de Boa Viagem. Nascida em 24 de dezembro de 1956, vinte anos incompletos, a recifense Julia Katia era sensação nas passarelas dos desfiles de moda dos estilistas Marcílio Campos (1930-1991) e Paulo Carvalho. Notícia em todas as colunas sociais pernambucanas e até em revistas de circulação nacional; Manchete, Fatos & Fotos e Ele & Ela.
Julia Katia na coluna de João Alberto, Diario de Pernambuco, 22/03/1978
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Julia
Katia - 2018
Julia Katia é viúva de Mario de Melo Lopes, cirurgião buco-maxilo-facial do Hospital da
Restauração e professor da Universidade Federal de Pernambuco, falecido em
07/06/1998, vítima da doença de Alzheimer. Ao lado do seu grande amor, Julia
Katia viajou pelo mundo inteiro. Por opção, não teve filhos, mas é muito ligada
à família. Faz questão de ressaltar a figura maravilhosa da mãe e da ótima
convivência com os irmãos Ricardo, Fernando, Bianca e Fabíola e o apego à
Thais, sobrinha-neta.
Para Julia Katia, valeu a pena ser Miss: "São muitas as boas recordações. A convivência com o inesquecível Marcílio Campos foi a maior de todas. Guardo lembranças maravilhosas, entre elas, do aprendizado com a inesquecível jornalista Léa Pabst Craveiro. Quando eu ria alto e gargalhava, Léa me corrigia com aquela sua classe e elegância e dizia: - Katia, não sorria assim, ria mais baixo."
Para Julia Katia, valeu a pena ser Miss: "São muitas as boas recordações. A convivência com o inesquecível Marcílio Campos foi a maior de todas. Guardo lembranças maravilhosas, entre elas, do aprendizado com a inesquecível jornalista Léa Pabst Craveiro. Quando eu ria alto e gargalhava, Léa me corrigia com aquela sua classe e elegância e dizia: - Katia, não sorria assim, ria mais baixo."
Coisas do destino. Eu estava lá, no Geraldão, naquele distante junho de 1976, assistindo ao Miss Pernambuco. Eu também estava no Teatro do IMIP, no dia 23 do mês
passado, assistindo ao Miss Pernambuco 2018, quando registrei as imagens do encontro de Matilde Terto e Julia Katia. Estávamos sentados numa mesma fileira de cadeiras, Matilde, eu, Julia Katia e o jornalista Muciolo Ferreira, próximos, porém um pouco distanciados. Quando Muciolo perguntou a Julia se ela tinha visto Matilde Terto, a resposta foi "não". E aí Julia pediu ao Muciolo que a levasse até Matilde.
Aquele jovem que um dia eu fui em 1976, registrou o encontro das duas famosas misses. Até parece que vivi um sonho.
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Crédito das imagens:
Foto atual de Matilde Terto: Fernando Machado
Foto atual de Julia Katia: Facebook
Fotos do encontro de Matilde e Julia: DML/Passarela Cultural
Fotos em preto e branco: Arquivos Pessoais
Foto atual de Julia Katia: Facebook
Fotos do encontro de Matilde e Julia: DML/Passarela Cultural
Fotos em preto e branco: Arquivos Pessoais
ResponderExcluirFoi um belo, comovente e emocionante encontro das duas eternas misses que foram colegas de concurso. Até porque fiz a ponte entre elas.
Estávamos sentados na mesma fileira das cadeiras, mas em lugares opostos, quando perguntei a Júlia Kátia se ela tinha visto Matilde Terto. - Não - respondeu.
"Muciolo, me leva até ela", solicitou Júlia Kátia, no que foi prontamente atendida.
O resto, o Daslan disse tudo e registrou nesta crônica, na qual fiz questão de deixar meu testemunho.
Parabéns ao Daslan e a todos uma ótima semana.
Muciolo Ferreira
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ResponderExcluirComentário de Maria José Souza, do Recife, via e-mail.
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Eu era adolescente e estava no Geraldão com meus pais.
Não entendo o motivo de não ser fazerem mais concursos de misses como antigamente.
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ResponderExcluirBem lembrado, Muciolo. Vou incorporar o seu relato à matéria.
Muito grato.