A revista Realidade, Ano VIII, Número 86, de maio de 1973, circulou com dez páginas contando como viviam os craques da Seleção Brasileira de Futebol de 1950, derrotada na final da Copa do Mundo pelo Uruguai, por 2 X 1. Aqui, digitalizado, os leitores de PASSARELA CULTURAL, que adoram futebol, têm um verdadeiro documento histórico. Vale a pena mergulhar no túnel do tempo. ***** Texto de Antônio Euclides Teixeira, Albânio Castro, Carlos Libório, Hélio Teixeira e Djair Dantas.
Maracanã, 16 de julho de 1950. Augusto, o capitão da Seleção Brasileira de Futebol surgiu no túnel e as duzentas e tantas mil pessoas que lotavam o estádio quase entraram em delírio. Aquela tarde de domingo tinha sido reservada para o Brasil ser campeão mundial de futebol. Bastava um empate contra o Uruguai. Mas nem se falava em empate.
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A Seleção da Copa de 1950, vinte e trê anos depois - Em pé, da esquerda para a direita: Barbosa, Augusto, Danilo, Juvenal, Bauer e Bigode. Agachados, na mesma ordem: Friaça, Zizinho, Ademir, Jair, Chico e Mário Américo (massagista). O outro massagista, Johnson, agachado na extrema esquerda, na foto em preto e branco, morreu em 1971. (Foto de Luigi Mamprin)
Maracanã, 26 de março de 1973. Augusto, por coincidência, foi o primeiro a surgir no túnel: gordo, os cabelos brancos e escassos, mas ainda assim pisou os degraus com firmeza e olhou o estádio vazio como se ele estivesse cheio. Os outros vieram atrás com seus passos lentos e ocuparam o círculo central do campo, diante do fotógrafo de REALIDADE.
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Barbosa ganhou as traves de presente - Augusto está garantido pela polícia - Juvenal vê o fim do jogo de graça - Bauer prefere lembrar dos bondes. ***** Fotos: Luigi Mamprin-José Martins-Sergio Sade.
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Danilo foi príncipe só em campo- Bigode quer distância do Maracanã - Friaça deu suas trombadas por aí - Zizinho está pedindo mais respeito. ***** Fotos: Clodomir Bezerra-Luigi Mamprin.
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Ademir continua indo ao ar - Jair ainda tem sonhos no futebol. ***** Fotos: Joel Maia - Luigi Mamprin.
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Chico podia ter comprado Copacabana - Mário Américo correu e guardou tudo. ***** Fotos: Luigi Mamprin - Jean Solari.
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Essa lembrança triste da Copa do Mundo de 1950, começou a dissipar-se no dia 29 de junho de 1958, quando o Brasil foi campeão mundial pela primeira vez vez. O maracanã de hoje está bem distante do daquele tempo: foi totalmente reformado, as gerais foram extintas e tantas outras mudanças foram realizadas, cuja uma lembrança que resta é o nome "MARACANÃ" e nada mais, nem nosso futebol foi preservado, pois atualmente, depois do advento da Lei Pelé, nossos clubes não conseguem segurar no país nossos craques que são precocemente negociados com os clubes do exterior, principalmente da Europa. Eu digo que hoje nossos clubes são "barrigas de aluguel", pois geram mas não têm como segurar a cria, que em busca do euro ou do dólar, incentivados muitas vezes por empresários desonestos, migram muito cedo para outras praças. É lamentável, mas é a pura verdade. Essa lei tem que ser revista.
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