sábado, 27 de julho de 2013

AABB COMUNIDADE, DE OLHO NA CONSTRUÇÃO DE UM MUNDO MELHOR


Timbaúba-PE - O programa AABB COMUNIDADE é uma tecnologia social em educação que oferece complementação escolar para crianças e adolescentes da rede pública de ensino, com idades entre 6 e 18 anos incompletos. Os alunos participantes desenvolvem atividades lúdicas, no contra turno escolar, nas Associações Atléticas do Banco do Brasil de todo o país. O trabalho educacional engloba temas como educação ambiental, saúde e higiene, esporte e linguagens artísticas, possibilitando a construção de conhecimentos e o acesso à cidadania. Pretende-se, com isso, que crianças e jovens desenvolvam sua capacidade de socialização, em especial na escola e na família, bem como elevem seus níveis de consciência quanto aos seus direitos de cidadãos. ***** Em Timbaúba, o programa atende 100 educandos e terá continuidade por mais quatro anos.  ***** Na foto acima, clicada na sexta-feira, 26, após a assinatura da renovação do contrato,  na presença de alguns alunos,  vemos Eneide Dantas, coordenadora; Arleide Guerra, secretária de Educação;  Diego Krounbauer, gerente da agência local do Banco do Brasil; prefeito Marinado Rosendo e o vice Junior Rodrigues.
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DE TIMBAÚBA PARA O MUNDO - QUANDO OS PAIS SE TORNAM FILHOS DOS FILHOS - QUARENTA ANOS SEM O CEGUINHO DA VILA

QUANDO OS PAIS SE TORNAM FILHOS DOS FILHOS

          Há nove anos, quando a personagem da atriz Glória Menezes enfrentava na novela global “Senhora do Destino” o trauma de perder a consciência lentamente, D. Luiza Apolinário, que acompanhava a trama televisiva, passou a desconfiar que era do mal de Alzhmeir que o seu esposo Antonio Apolinário sofria. Até então, os médicos que o atendiam diagnosticavam como depressão o problema de saúde do Sr. Antonio Cipó, apelido que ganhou desde os tempos em que negociava com confecções na feira livre de Timbaúba. A doença de Alzhmeir é degenerativa e mais de 18 milhões de pessoas padecem desse mal.



      Pai de Alberto (comerciante no Recife), Ana Elizabeth (Betinha, funcionária pública municipal), Antonio Marcos (recepcionista) e Alex (comerciário), Sr. Antonio, beneficiário do INSS, sempre levou uma vida muito ativa. Extrovertido, adorava contar piadas e falar do tempo em que serviu no exército, até que no dia 10/01/2001, sentiu-se tonto e daí em diante passou a se esquecer das coisas. A rotina da família mudou totalmente com o agravamento da situação. Faz cinco anos que Sr. Antônio não fala e não se locomove.

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           Parece que foi ontem que Sr. Antonio Cipó agia como pai. O destino inverteu a situação. O pai de ontem tornou-se filho dos filhos. Betinha afirma: “Dói muito ver o meu pai nesta situação, mas os dramas da vida fazem parte dos desígnios de Deus.”  
          Antônio Marcos estava radicado em São Paulo há 10 anos, mas largou tudo para voltar à Timbaúba, a fim de colaborar com os irmãos nos cuidados com o pai. 
          “É difícil toda esta situação, mas o problema fez com que a família ficasse ainda mais unida”, diz Alex Apolinário, e acrescenta: “Nosso pai cuidou do pai dele, vovô Manoel Apolinário, até o final da vida. Quando estava cansado, repetia o salmo 23:1 : O Senhor é o meu pastor e nada me faltará. Betinha conclui: "Quando o desgaste físico e emocional teima em se instalar no nosso dia a dia, repetimos diante do nosso pai o que ele tantas vezes dizia para o seu: O Senhor é o meu pastor e nada me faltará.
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Na foto, Antônio Marcos, Betinha, Alex e Antônio Cipó. ***** Imagem: DML/Passarela Cultural

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QUARENTA ANOS SEM O CEGUINHO DA VILA
 
          Há 40 anos, no dia 08 de julho de 1973, morria um artista que marcou época em Timbaúba, Antônio Galdino dos Santos, o célebre Toinho Cego. Ele tinha apenas 24 anos de idade quando faleceu vítima de um acidente de carro ao retornar de uma apresentação acompanhado de duas pessoas. O Ceguinho da Vila, como era conhecido, pelo fato de morar na antiga Vila Operária, tocava violão, cantava e encantava. Perdeu a visão aos dois anos de idade e por isso deve ter guardado apenas as coisas boas, leves e puras do planeta, sentimentos mágicos que passava ao cantar os amores e os desamores das canções que interpretava.
 




         Três meses antes da tragédia, o seu amigo Josafá de Freitas, timbaubense radicado em São Paulo, tinha concluído, ao lado de outro amigo, o Teonas, um projeto para levá-lo á capital paulista. “Não eram os desígnios de Deus”, diz Josafá. Adiles Dinoá, que ao lado do esposo Jeová Barboza era grande amiga de Toinho Cego, afirma : “Sua voz que tanto embalou meus sonhos de juventude continua presente na minha vida. Nossa amizade não acabou e está muito melhor agora porque tem gosto de lágrimas, mas tem o sabor do Infinito.”
           Na foto acima, da esquerda para direita, em pé: Bito (irmão), Orlando (pai), Roseli (sobrinha), Menininha (irmã) e Edith (amiga). Na mesma ordem, sentados, Mocinha ( irmã ), Toinho Cego e Lula Alves (vizinho e amigo). Foto: Acervo de Sebastiana de Souza Lima.
          José Gilvan Felinto Silva dedicou a Toinho Cego um poema onde há uma estrofe que diz: "A nossa juventude foi feliz / Com o som do coração dos pássaros / Que saía da voz e do violão / Do ceguinho da vila que amamos."
           Nadilza Lima de Morais, que nasceu, cresceu e ainda vive na Vila Operária, confessa o seguinte: "No terraço das casas da antiga Vila Operária, todas tinham um murinho em dois níveis, onde, com certeza, brotava da alma de Toinho aquele belo vozeirão em dias nublados ou noites estreladas. As estações do tempo não eram enxergadas por ele, já que foi tolhido deste sentido, mas percebidas aos olhos da alma."
          Quarenta anos depois, a voz e o violão de Toinho Cego, o eterno Ceguinho da Vila, são ouvidas pelo silêncio nas madrugadas timbaubenses.

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MEMÓRIA TIMBAUBENSE
Timbaúba, setembro de 1969 - I Jogos Estudantis Intermunicipais - Equipe  de vôlei do Colégio Comercial Timbaubense, formado por  alunos  concluintes do curso ginasial de 1969. ***** Em pé, da esquerda para direita: Luiz Henrique, Hélio Damião, Josenildo, Jorge Rodrigues e Belarmino. Agachados: José Arnaldo, Joel Monteiro, Ari Braz Cunha e o técnico Marcão. ***** Foto: Acervo de Luis Henrique / Agradecimentos a José Hélio Guerra.  
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ROTEIRO POÉTICO DE TIMBAÚBA

 
O CÉU, TALVEZ NÃO. PARIS, SIM - As nuvens cinzas anunciam chuva. Se eu subir uma das ladeiras do Alto Santa Terezinha terei a  impressão que o céu é bem ali. O céu,  talvez não. Paris, sim. "A majestosa antena não é uma antena. É a Torre Eiffel", grita em silêncio o  menino sonhador nos ouvidos do homem que sou. E como entendo  de sonhos e fantasias, acho graça do menino e eternizo o momento nesta  fotografia. - Daslan Melo Lima
 
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SESSÃO NOSTALGIA - Solange Gusmão Ribeiro da Costa, Vice-Miss Paraíba e Vice-Miss Pernambuco 1975

Daslan Melo Lima


         No ano de 1975, entre as concorrentes ao título de Miss Paraíba estavam duas fortes candidatas, Solange Gusmão Ribeiro da Costa, ou simplesmente Solange Gusmão, de Campina Grande, Miss Campinense Clube, e Elze Quinderé Camelo, de João Pessoa, representante do Esporte Clube Cabo Branco, local da realização do evento, e sobrinha de Assis Camelo, diretor social do referido clube. Solange Gusmão era a favorita do público e perdeu o título para Elze Quinderé. Dias depois, representando a cidade de Vitória de Santo Antão, participou do Miss Pernambuco e obteve a segunda colocação.
SOLANGE GUSMÃO, 
VICE-MISS PARAÍBA 1975
     A soberana decisão do corpo de jurados elegendo a senhorita Elze Quinderé Miss Paraíba-75, por grande maioria de pontos, provocou nas primeiras horas de ontem, no Ginásio do Esporte Clube Cabo Branco, local da grande festa, uma onda de protestos poucas vezes registrados em certames de beleza no Estado. Aos gritos de “Solange”, milhares de pessoas protestaram contra a decisão do júri, num clima de tensão, provocado pelo improvisado carnaval da vitória organizado pelos fãs de Elze Quinderé, sem que se tenha registrado qualquer incidente.  
        Logo nos primeiros momentos da festa, a maior realizada no Estado nos últimos tempos, era visível que a tendência de setenta por cento dos presentes torciam pela escolha da candidata do Campinense, a bela Solange Gusmão. Ao anunciar o seu nome, os aplausos se sucediam em escala crescente, chegando, por vezes, a envolver quase todas as dependências do grande ginásio. Os aplausos para a candidata do Cabo Branco, senhorita Elze Quinderé, só ganhavam maior intensidade graças à participação de grupos bem organizados à base de charangas e empunhadores de faixas e bandeiras em sua homenagem.  
      Excetuando-se o histerismo provocado por um costureiro, rapidamente contido em suas ações, o público se conduziu em alto nível, comprovando elevado espírito social. Os gritos e aplausos de protestos contra a decisão do júri, como a vibração carnavalesca dos cabobranquenses, se realizaram num clima quase ideal, cuja maior prova é o não registro de qualquer incidente. 
      Mesmo antes do anúncio da decisão do corpo de jurados, milhares de pessoas em fortes palmas e gritando em alta voz “Solange, Solange”, já estabeleciam um posicionamento da plateia: só Solange Gusmão, entre as oito concorrentes, poderia ser a escolhida para representar o nosso Estado, este ano, no concurso de Miss Brasil. Sua beleza, sua excepcional participação tanto no desfile com seu magnífico vestido preto, como a classe de sua “performance” em maiô, permitiram a formação de uma excelente imagem, aliada à sua altura e maneira de cumprimentar o público. A tendência  pró Solange era tão manifesta que mesmo se qualquer referência ao seu nome pelo locutor oficial,  a um simples aplauso de um grupo de mesas, as palmas aumentavam surpreendentemente, chegando ao ponto de medidas urgentes terem sido tomadas, do ponto de vista da segurança, para evitar conflitos caso a decisão do júri não coincidisse com a vontade do público. 
           Após a proclamação oficial do resultado, lida pelo Sr. Fernando Milanez, em nome do governador  Ivan Bichara, os gritos “Solange”, "Solange", abafaram por completo os  aplausos para a vencedora, culminando com a investida de perto de mil pessoas para o palco onde se encontravam as candidatas, exigindo que a candidata do Campinense Clube desfilasse como vencedora. A esta altura, a tensão era generalizada, prevendo-se a iminência de atritos entre os dois blocos, não tendo se registrado porém nada a lamentar. Seguida por dezenas de adeptos e com a faixa de Miss Paraíba (tinha sido segundos atrás retirada da mesa do júri, por um grupo de fãs de Solange), a segunda colocada voltou a desfilar, enquanto as outras candidatas, inclusive a eleita Miss Paraíba-75 seguiam para as dependências internas do clube, aguardando que chegassem a um fim as manifestações, o que ocorreu uns dez minutos após. 
       Demonstrando excepcionais qualidades, a cantora Eliana Pitman deu um show de mais de uma hora, sendo delirantemente aplaudida pela plateia. A cantora foi cumprimentada pelo governador Ivan Bichara e esposa, sra. Myrthes Bichara. Outras personalidades presentes ao acontecimento, junto com o Governador do Estado apresentaram cumprimentos às candidatas concorrentes, no palco especialmente armado próximo à passarela. 
        À margem da festa, nas  outras dependências, a sra. Gusmão Ribeiro da Costa,  mãe de Solange Gusmão, sendo atendida por um médico amigo desmaiava ao saber do resultado do júri, enquanto que Elze Quinderé , em prantos, era levada por familiares para o camarim, só saindo para o automóvel que a levaria para casa. 
---------- ("Nunca tão poucos votaram contra a decisão de tantos”, reportagem do jornal “O Norte”, João Pessoa, Paraíba.)
                                                                   

        A escolha da Miss Paraíba-75 foi uma das maiores festas de público já realizadas no Cabo Branco. A eleita foi Elza Quinderé, o que provocou inúmeros protestos, inclusive impossibilitando a jovem de desfilar com a faixa, “surrupiada” por um dos que aplaudiam Solange, o jovem Ivan Santiago. Enquanto os jurados saiam de mansinho do clube, escoltados pela polícia, Solange desfilava como se fosse a Miss Paraíba, com a faixa oficial. A bela Solange fora eleita, em 1973, Rainha dos Jogos Universitários Brasileiros.   
        Os sete jurados – todos homens – eram presidentes ou representantes das principais instituições jurídicas, artísticas, políticas, educacionais e culturais do Estado: Tribunal de Justiça, Ordem dos Advogados, Universidade Federal da Paraíba, Academia Paraibana de Letras, Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, Conselho Regional de Medicina e Instituto dos Arquitetos do Brasil.
     O clima nas arquibancadas do ginásio era realmente de tumulto, desde o início da festa. De um lado, grande claque, gritando o nome de Elze, sob o comando do “agitador social” Anchieta Maia. Do outro, numerosos grupos de campinenses, liderados por Edvaldo do Ó. Criou-se um momento, mesmo antes da formação do corpo de jurados, tão preocupante, que o secretário de Segurança do Estado, Afrânio Melo, atendendo apelo do presidente Fernando Milanez, pediu reforço policial. O júri, contrariando a opinião da grande maioria dos presentes, escolheu Elze, provocando a maior confusão já registrada num concurso de beleza na Paraíba em todos os tempos. Proclamada a vitória de Elze, o ginásio “veio abaixo”, lembra Jader Franca, numa mesa anexa à da família da eleita, com boa parte dos presentes protestando.
    O governador Ivan Bichara, preocupado com a repercussão negativa do resultado, tentou anular o concurso, mas foi vencido pelo argumento do seu amigo e parente Augusto Maia (homem forte junto ao SNI), de que isso era impossível, já que o regulamento era claro ao especificar que não existia recurso da decisão do corpo de jurados, presidido pelo desembargador Anísio Maia, presidente do Tribunal de Justiça. No dia seguinte, domingo, Solange desfilou em carro aberto como se fosse a Miss Paraíba. Elegendo Elze, o Cabo Branco promoveu diversas ações: seu guarda-roupa foi todo montado pela boutique Chez Elle, da empresária Auristella Teixeira de Aguiar. O traje típico (Pesca da Baleia) “constava de calça cocota, com miniblusa em nuances de azul, rebordada com paetês gigantes, formando escamas. Constava, ainda, de botas de prata, sendo também prateado o arranjo de cabeça, tipo turbante”. 
      O concurso Miss Paraíba-75 ocorreu quando era muito grande a rivalidade entre João Pessoa e Campina Grande. Virgínius da Gama e Melo, como sempre bem humorado, retratou muito bem o clima do concurso de então e a “briga” das duas cidades, ao comentar: “Antigamente era difícil arranjar moça para se candidatar. Agora, não, o concurso de  Miss Paraíba está muito bem – de um lado a neta de Heitor Gusmão, do outro, a neta do General Quinderé, o concurso ganha alma. O Campinense lança Solange e a Capital Elza. É o começo de uma guerra”. 
---------- (Wills Leal, no livro “Elas só citavam O Pequeno Príncipe”, João Pessoa-PB, 2003. ---- As imagens desta matéria, exceto as que constam os créditos nas legendas,  foram reproduzidas desse livro).

SOLANGE COSTA, 
VICE-MISS PERNAMBUCO 1975 
            No dia 13 de junho de 1975, no Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães Melo, o Geraldão,  no Recife, entre as 24 concorrentes ao título de Miss Pernambuco estava Solange Gusmão, ou seja Solange Costa, como seu nome era  divulgado em Pernambuco. Muito aplaudida, conquistou o segundo lugar, perdendo para  Maria de Fátima  Mourato de Souza, Miss Serra  Talhada. 

As cinco finalistas do Miss Pernambuco 1975. Da esquerda para a direita: Solange Costa, Miss Vitoria de Santo Antão, segundo lugar; Martha Valeska Vasconcelos,  Miss Grupo Jovem de Boa Viagem, quinta colocada;  Maria de Fátima Mourato de Souza, Miss Serra Talhada, primeiro lugar;  Inês Régis de Melo; Miss Clube Internacional do Recife, terceira colocada; e  Edileide Maria Vital Constantino, Miss Moreno, quarto lugar. (Foto: Diario de Pernambuco)
 
Solange Costa e Inês Régis de Melo. (Foto: Diario de Pernambuco)***** Detalhe: Em outubro de 1975, Fátima Mourato  renunciou ao título de Miss Pernambuco para casar com José Ferreira dos Anjos, Major da Polícia Militar de Pernambuco. Caberia a Solange Costa assumir o reinado, mas a informação surgida na época era a de que estava prestes a casar. Coube então a Inês Regis de Melo, terceira colocada, a responsabilidade de ser oficialmente a Miss Pernambuco 1975. Soube há 10 anos que Solange Gusmão trabalhava como comissária de bordo em uma empresa de aviação sediada na Europa.
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           Ao encontrar nos meus álbuns de recortes fotos das candidatas ao Miss Brasil 1975, fico pensando nos mistérios do destino. Por pouco, Solange Gusmão não conseguiu ser Miss Paraíba ou Miss Pernambuco.


  Fátima Mourato, Miss Pernambuco 1975. Imagem: revista Fatos & Fotos.
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Elze Quinderé, Miss Paraíba 1975. ***** Diz a legenda "Elze Quindere, da Paraíba, inspiração para os poetas." ***** Imagem: revista Fatos & Fotos

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Solange Gusmão Ribeiro da Costa, vice-Miss Paraíba e vice-Miss Pernambuco 1975.
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      Eu estava  no Geraldão naquela noite de 13 de junho de 1975, assistindo ao Miss Pernambuco, e guardo entre as mais gratas recordações da minha vida a  imagem de Solange Gusmão Ribeiro da Costa, ou Solange Costa, vice-Miss Pernambuco 1975, a mesma Solange Gusmão, vice-Miss Paraíba 1975.
       
       Estive há uma hora escutando a música "A Lua e Eu", um dos maiores sucessos daquele 1975, do cantor e compositor Cassiano, paraibano de Campina Grande. 
       Vou ouvi-la novamente antes de dormir, enquanto lá fora a chuva cai na noite fria  pernambucana, a última deste julho de 2013 que logo mais também fará parte de um tempo que se foi. 

Mais um ano se passou 
e nem sequer ouvi falar seu nome,  
 a lua e eu. 
 Caminhando pela estrada,
  eu olho em volta e só vejo pegadas,  
  mas não são as suas, eu sei, eu sei, eu sei.

 O vento faz eu lembrar você. 
  As folhas caem mortas como eu. 
  Quando olho no espelho,
 estou ficando velho e acabado. 
  Procuro encontrar não sei onde está você,
 você , você.

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sábado, 20 de julho de 2013

CHUVA DE FÉ e outras crônicas de Daslan Melo Lima

... E QUE NÃO ACORDE ANTES DO VERÃO CHEGAR



Daslan Melo Lima



       Faz dois anos que fiz esta foto. Um homem, de pés descalços e sem agasalhos, dormia numa calçada do centro do Recife. Era uma manhã fria e a cena contrastava com um cartaz comercial de uma grife mostrando duas crianças felizes. Lamentei que a cena tão linda estivesse carregada de tanto drama, um lado doloroso da realidade urbana e desumana do dia a dia da cidade grande.
       Naquela ocasião, enquanto fazia a foto, pedi perdão a DEUS pela minha impotência diante do quadro na minha frente, pois eu era uma das milhares de pessoas que passavam diante do homem que dormia na calçada e nada fazia para reverter a situação.
       Fechei os olhos e supliquei em silêncio: “Tomara meu DEUS, tomara, que ele esteja sonhando que é uma criança feliz, e que não acorde antes do verão chegar.”
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Timbaúba-PE, 24/08/2013
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BOA NOITE, PERSÉFONE

Daslan Melo Lima
 
       O capítulo da terça-feira, 13, da novela global “Amor à Vida” foi um alerta para o perigo que passam algumas pessoas carentes e de baixa autoestima. A personagem Perséfone, vivida pela atriz pernambucana Fabiana Karla, estava numa boite e aceitou bebida de um estranho. Foi vítima do golpe conhecido por “Boa Noite Cinderela”, um nome romântico para um crime que já vitimou muita gente.
       A mistura dramática de vazio-solidão-ilusão-desamor faz com que muitas pessoas caiam em armadilhas perigosas. Parabéns ao diretor Walcyr Carrasco por abordar isso na novela.
       Que o destino poupe eles e elas da fragilidade emocional de Perséfone.
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Timbaúba-PE, 17/08/2013.
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AINDA SE FAZ NOITE,
DEIXEMOS QUE SURJA O DIA
Daslan Melo Lima

       Verdade”, eis o título que dei a um dos poemas do meu primeiro livro, Sob a chuva que caía”, editado em 1988, onde digo: "Há uma palavra que falta ser dita / Há um sorriso que falta ser expressado / Ainda se faz noite / Deixemos que surja o dia. / Quando surgir o dia / E o sorriso for expressado / Talvez o sol se esconda / E continue a chover. / Por hoje há só noite / Deixemos que surja o dia."
       Em janeiro de 1989, quando Gilson Muniz Dias foi empossado prefeito de Timbaúba, o seu vice, Givaldo Braz de Macêdo, utilizou em seu discurso um trecho do poema, Ainda se faz noite / Deixemos que surja o dia.” O sempre lembrado vereador Eliezer Barbosa de Araújo, o Bananeiro, adorava este poema e declamou dezenas de vezes, inclusive em conferências por vários Estados brasileiros, os mesmos versos: "Ainda se faz noite / Deixemos que surja o dia.” Conheci Guel Barbosa, vereador timbaubense, filho de Eliezer, quando ele ainda adolescente estagiava no mesmo setor onde eu trabalhava no BNB, Banco do Nordeste do Brasil. Guel também gosta de citar o mesmo trecho, “Ainda se faz noite / Deixemos que surja o dia."
       Não gosto de discutir política e sempre mantive uma postura equilibrada diante de situações onde o assunto envolve problemas políticos. Pelo que sei, Givaldo Macêdo e Eliezer Barbosa usaram as expressões dentro de um contexto humanitário, onde o foco era a esperança em dias melhores. Pelo que sei, o Guel, sabendo das minhas convicções, também tem o mesmo cuidado ao citar os meus versos.
       Quando digo Há uma palavra que falta ser dita / Há um sorriso que falta ser expressado / Ainda se faz noite / Deixemos que surja o dia”, aconselho a um alguém que tenha cautela, pois as coisas ainda não estão esclarecidas. E fecho o poema tentando dizer que a situação poderá ter outro rumo quando a verdade aparecer. “Quando surgir o dia / E o sorriso for expressado / Talvez o sol se esconda / E continue a chover. / Por hoje há só noite / Deixemos que surja o dia."
       "Verdade" combina com a minha maneira de encarar a caminhada no planeta Terra. "Por hoje há só noite / Deixemos que surja o dia."
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Timbaúba-PE, agosto de 2013, vinte e quatro anos depois de ter tido aprendido uma sábia lição com a Verdade.
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O "BOBO" QUE SE APROXIMA SOU EU




Daslan Melo Lima


       Na casa simples pintada de azul moravam o meu tio-avô Sebastião Souza Melo, sua esposa Otília e os meus primos Maria Augusta, Marinete e José.
          Marinete cortava minhas unhas, colocava-me no colo, dava-me carinho e me acalmava quando eu me assustava ao ver pela janela algum “bobo” passar. Os “bobos “ eram pessoas que usavam máscaras no Carnaval.
         Quando visito São José da Laje, a cidadezinha alagoana que me viu nascer, passo nesta rua que hoje se chama Prefeito Antônio Ferreira, paro na frente da casa de nº 80, olho para a janela e peço ao menino que um dia eu fui que não se assuste.
         O “bobo” que se aproxima sou eu.


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CIRCO, NOSTALGIA E POESIA

Daslan Melo Lima






A minha amiga Eliane Aquino tem ótimas recordações dos circos do passado. Diz ela: “Na minha infância, circo sempre era uma diversão, mas a parte mais interessante para mim sempre foi a encenação dos“dramas”, peças teatrais improvisadas como último ato da noite. Um desses“dramas” apresentado pela maioria dos circos, provocava no público uma interação emotiva muito grande. “Coração de mãe” tinha como enredo a história de um homem, coagido por uma mulher, que matava e arrancava o coração da própria mãe para presentear a esposa.”
Outra conterrânea-contemporânea, Josenira Degroot afirma: "Lembro-me que uma vez participei de uma dramatização improvisada no circo. Fugi de casa naquele domingo à tarde e fui assistir ao espetáculo. Fui carimbada para ter a permissão de assistir gratuitamente ao espetáculo noturno. Resultado: contei para minha mãe, levei uma surra e fui obrigada a deitar-me mais cedo do que de costume. Morro de saudades dessa coragem que hoje não tenho mais.”
Na São José da Laje de um tempo que se foi, muitos circos eram armados na área onde atualmente está localizada a Praça Clarício Valença Neves. Mabel Rôse Cavalcanti Silva, filha da inesquecível educadora Maria do Rosário, relembra emocionada: “Quanta saudade que eu sinto dos circos da minha infância ! Tinha circo que era armado em frente da nossa casa. Eles pediam as nossas poltronas emprestadas e a gente tinha direito a entrada grátis. Recordações maravilhosas.”
Como não há mais circos como aqueles e hoje as crianças vivem encantadas com jogos eletrônicos, os adultos de um tempo que chegará um dia não sentirão esta doce nostalgia da minha geração, nem a melancolia, nem a poesia.

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CHUVA DE FÉ

Daslan Melo Lima
          Apesar da chuva que caía sobre o Recife no dia 16, milhares de fiéis não deixaram de acompanhar a procissão de Nossa Senhora do Carmo. Crianças, jovens e adultos enfrentaram a água que Deus enviava do céu e permaneceram embaixo de guarda-chuvas e sombrinhas atentas ao roteiro de um espetáculo de Fé, conforme mostra esta foto feita por Luna Markman.
      Fico imaginando os tipos de pedidos que deram origem aos pagamentos de mil e uma promessas: o emprego conseguido, a saúde recuperada, a superação de um amor perdido, a ilusão renovada...
        Os anjos devem fazer um relatório anual do evento para entregar a Nossa Senhora do Carmo. Não precisa, mas eles fazem. Acredito que é por isso que a procissão aumenta a cada ano. Assim Seja !

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DE TIMBAUBA PARA O MUNDO - AS BODAS DE RAFAEL LEANDRO-VALÉRIA DUTRA E PAULO VITOR-PATRÍCIA BORBA

RAFAEL LEANDRO E VALÉRIA DUTRA,
UM DIA PARA SE EMOCIONAR

          No dia 13, A Igreja São José dos Manguinhos, no Recife, foi o cenário abençoado do casamento de Rafael Leandro e Valéria Dutra, filha de Jailton e Maria do Rosario Dutra de Morais (Professora Zarinha, uma das personalidades mais estimadas de Timbaúba). Rafael e Valéria passaram a lua-de-mel em Buenos Aires, Argentina.

 
          Declaração de Valéria: "Sempre escutei que a noiva, de tão nervosa, não vê ninguém ao entrar na Igreja. Mas apesar de toda a emoção, consegui olhar e ver as pessoas e ainda lembro do rostinho de cada uma naquele momento... Como eu disse antes, não tenho palavras para agradecer esse carinho. Acho que vou me emocionar para sempre ao lembrar desse dia."
Felipe Gonçalves, Juliana Marinho, Valéria e Rafael em Edilson Fraga Recepções.

Valéria Dutra e o seu olhar, mistura de mel, céu e marDetalhe: os brincos de pérolas da Valéria foram usados por sua mãe há 36 anos, quando do seu casamento. A próxima a usá- los será sua irmã Pollyanna.  E assim se seguirá, geração a geração. Amém !
A simpatia e a elegância de Zarinha Dutra, mãe da noiva, em Edilson Fraga Recepções, com uma "piriguete", a sensação da descontração da recepção. Zarinha me disse o seguinte: "Ela veio de Natal, Rio Grande do Norte, para o Recife e deu um show. Os rapazes ficaram loucos, foi a mais disputada e acabou ficando com um só (risos). "
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PAULO VITOR E PATRÍCIA BORBA,
 UM AMOR CARIOCA
 
          No dia 13, o Ginásio de Esportes "O Cirão", foi palco de um dos mais belos casamentos já realizados em Macaparana, o de Patrícia Borba Corrêa e Paulo Vitor Gomes. Ela é filha de Vilma da Silva Borba e Washington Cavalcanti de Melo Corrêa (in memoriam) e ele é filho de José Humberto Gomes e Maria do Socorro de Sousa Gomes, da sociedade carioca. ***** A cerimônia religiosa com efeito civil foi celebrada pelos pastores Joás, da primeira Igreja Batista de Macaparana, e Robson Barbosa, da 1ª Igreja Batista em Floresta da Barra e em Jacarepaguá. Muita gente do mundo social, politico e econômico da região estiveram presentes. A decoração e o buffet, sob a responsabilidade do Daniel Rodrigues, estavam impecáveis. Como bebidas, agua mineral, sucos e refrigerantes. Ausência total de alcool.


Formada em enfermagem, Patrícia é estudante de Medicina. Paulo é designer de interiores. Patrícia é timbaubense, foi criada na vizinha cidade de Macaparana e  conheceu o amado há 7 anos, no Rio de Janeiro. Os noivos passaram a lua-de-mel em João Pessoa e fixaram residência na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
 
Rute Brandão, uma das mulheres mais elegantes da mata norte de Pernambuco, foi levar o seu abraço para o casal.
 
Vilma da Silva Borba, mãe da noiva, Paulo e Patricia, e a educadora Joselma Carneiro de Melo
Paulo Barbosa Paquinha, prefeito de Macaparana, e a primeira dama Socorro Barbosa estavam entre os padrinhos da noiva.
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MEMÓRIA TIMBAUBENSE

Timbaúba, setembro 1969 - I  Jogos Estudantis Intermunicipais, time de vôlei.  ***** Foto: Acervo de Luis Henrique ***** Quem são eles? Contatos:  daslan@terra.com.br  
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ROTEIRO POÉTICO DE TIMBAÚBA
 






RUA DA MANGUEIRA - Houve um tempo na Rua Vital Brasil, eterna Rua da Mangueira, no bairro de Timbaubinha, onde reinava dezenas de pés de mangas espadas e rosas. Hoje seu nome está associado ao bloco Mangueira, dirigido pelo produtor cultural Rinaldo da Mangueira. De tanto as pessoas falarem nas mangueiras que lá exisitiram, sinto cheiro e gosto de manga quando passo na Rua da Mangueira. - Daslan Melo Lima
 
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