sábado, 27 de janeiro de 2018

"É por que tudo deve acabar que tudo é tão bonito"


POR UM DOMINGO - Faz cinco anos que o pé de cajarana tombou, mas não se permitiu morrer. "É por que tudo deve acabar que tudo é tão bonito", disse o poeta suíço Charles-Ferdinand Ramuz (1878-1947).
Enquanto tento esquecer que sou parte da transitoriedade do momento, o vento renova as fantasias dos domingos que virão. 
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- Daslan Melo Lima, no quintal de um amigo, nas proximidades da minha casa, Timbaúba, Pernambuco, 21/01/2018


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SESSÃO NOSTALGIA - Kalina Lígia Nogueira, o mais belo rosto do concurso Miss Brasil 1963

Daslan Melo Lima


Kalina Lígia Nogueira, Miss Paraíba 1963 ***** Foto: O Cruzeiro, 13/07/1963

          A noite daquele sábado, 22 de junho de 1963, marcou época na história do Miss Brasil.

Maracanãzinho na noite do Miss Brasil 1963 ***** Foto: Manchete, 06/07/1963

“Foi a maior cheia do estádio. Se o IBGE baixasse no Maracanãzinho reuniria estas cifras: 14.000 arquibancadas, 3.200 cadeiras, 1.000 mesas, 1.000 cadeiras especiais, 500 repórteres e fotógrafos, 50 garçons, 12 copeiros, 4 maitres, 10.000 refrigerantes, 5.000 cervejas, 150 soldados da PM, 200 funcionários do estádio, 30.000 salgadinhos, 100 barras de gelo, 6 maquiladoras, 10 quilos de cosméticos, 32 espelhos para as misses e 161 lâmpadas de 1.500 ws, que iluminaram a maior promoção-beleza de todos os idos. Calculando para baixo, sem exagero latino, o Maracanãzinho estava na sua carga máxima (digamos): 30.000 pessoas. Foi safra excelente para os cambistas, que revenderam mesas de Cr$ 8.000,00 por Cr$ 50.000,00, e arquibancadas de Cr$ 300,00 por Cr$ 1.500,00.” (Revista O Cruzeiro, Ano XXXV, nº 40, 13/07/1963). 

     Se Ieda Maria Vargas, Miss Rio Grande do Sul, conquistou o público e o júri tornando-se Miss Brasil e depois Miss Universo, Kalina Lígia Nogueira, Miss Paraíba, foi considerada a dona do rosto mais lindo do certame. 
      DetalheO nome da Miss Paraíba 1963 apareceu escrito na época em todos os jornais e revistas com a letra K, Kalina. Na galeria dos estudantes famosos que estudaram no Colégio Estadual da Prata (Colégio Estadual de Segundo Grau Dr. Elpídio de Almeida), em Campina Grande, PB, seu nome aparece escrito com a letra C, Calina, assim como no perfil do Facebook. 
  

“Miss Paraíba, Kalina Lígia Nogueira, foi o rosto mais bonito da noite. Parecida com Anita Ekberg.”   (Revista Manchete, Ano 11, nº 585, 06/07/1963). ***** Detalhe: Kalina Lígia vestiu um modelo do paraibano-pernambucano Marcílio Campos (1930-1991).
Kalina Lígia com o traje típico "Cangaceira". Saia verde-bandeira, blusa branca, cartucheira em couro cru, espingarda e chapéu de couro. (O Cruzeiro, 13/07/1963)
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  Kalina Lígia, um quê de Anita Ekberg 

Kalina Lígia Nogueira, Miss Paraíba 1963
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Anita Ekberg (1931-2015), símbolo sexual da Suécia na década de 1960, modelo e atriz de cinema. 
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          Depois de cumprir seu reinado como Miss Paraíba, Kalina Lígia Nogueira  dedicou-se totalmente aos estudos e formou-se em Medicina pela Universidade Federal da Paraíba. 
          Médica pneumologista, fez residência no Hospital das Clínicas de São Paulo e frequentou a Superior High School. Casou, teve filhos, divorciou-se, tem netos e reside em Santos, São Paulo. Adora animais e seu xodó é a cadela Melissinha.




         Orgulhosa de suas raízes nordestinas, Kalina Lígia Nogueira, ou melhor Dra. Calina Lígia Duarte Nogueira, ou simplesmente Dra. Calina Nogueira, sempre visita a sua amada Paraíba, estado onde continua sendo um dos maiores ícones.   
            
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sábado, 20 de janeiro de 2018

Que as horas corram lentas


No sábado, 13, dia da edição número 18 do Encontro de Lajenses, "a maior festa de confraternização de conterrâneos do mundo", pedi que as horas corressem lentas para minh'alma degustar sem pressa as emoções de ter nascido em São José da Laje, a "Princesa das Fronteiras". 
Pedi  que as horas corressem lentas em Alagoas, o paraíso das águas, onde o oceano lembra o do Caribe. 
Era dia do rio Canhoto diminuir sua eterna caminhada para o mar, para o meu riso escutar e minhas lagrimas enxugar.
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 - Daslan Melo Lima

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MEMÓRIAS DE SÃO JOSÉ DA LAJE - Agora é tarde



      Lá vinham os soldados do Tiro de Guerra marchando com garbo pelas ruas de São José da Laje, atraindo crianças em sua passagem. Secundina Maria da Conceição, a Dona Secunda, minha avó paterna, que ganhava a vida como parteira e carregadora de lata d’água na cabeça, olhava para mim e dizia: ”Você vai crescer e daqui a um tempo vai ser soldado também”
       Uma angústia invadia minh’alma. O que o futuro me reservaria? Crescer para entrar no Exército? Crescer para ver o Brasil fazer aliança com os Estados Unidos e ser mandado para a Guerra do Vietnam? 
 A aproximação da data do meu aniversário era difícil para mim, pois a expectativa de ficar mais velho e crescer estava associada a entrar no complicado mundo adulto. 
      O menino que fui um dia não serviu ao Exército Brasileiro e nem foi enviado para a Guerra do Vietnam. Poderia ter relaxado e acompanhado como os outros meninos aos desfiles dos soldados.               Ainda há tiro de Guerra em São José da Laje, mas o menino cresceu e hoje não tem mais sentido seguir o desfile. Parte dele se foi nas guerras interiores que enfrentou. Agora é tarde. 
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- Daslan Melo Lima.

DE TIMBAÚBA PARA O MUNDO - Márcio Apolinário e Jéssica Priscila, “a vida segue sempre em frente”

>>>>> Casamento de um timbaubense foi um dos mais belos do ano na Paraíba.



         No dia 25 de novembro, a imponente Igreja Matriz de Nossa Senhora da Conceição, em Itabaiana, PB, foi o cenário do casamento do timbaubense Márcio Apolinário, vinte e oito anos, filho de Natal Ferreira Lima e Maurília Apolinário Ferreira Lima, com a itabaianense Jéssica Priscila, vinte e seis anos, filha de Hamilton Dias Classe (in memóriam) e Maria do Socorro Dias Classe.
          O romance começou em João Pessoa, em novembro de 2016. Ele, formado em Logística pela Unipê, Centro Universitário de João Pessoa. Ela, Terapeuta Ocupacional pela UFPB, Universidade Federal da Paraíba. Ele enxergou nela, além da beleza, sinceridade e humildade. Enquanto ela, além do encanto dele, enxergou tranquilidade, carinho e atenção.  Ele pensou imediatamente: “É essa que será a mãe dos meus filhos e minha mulher por toda vida”. Entre as personalidades pernambucanas e paraibanas presentes ao casamento e à recepção na Maison Finesse, estava Maria Laura, uma criaturinha especial confortavelmente instalada no útero de Jéssica há quatro meses, fruto do seu amor por Márcio.  Detalhe: a noiva foi maquiada por Alberto Malheiros, o mesmo profissional que maquiou Maria do Socorro, mãe de Jéssica, no seu casamento com Hamilton Dias.

Natal Ferreira Lima, Maurília Apolinário, Márcio, Jéssica, Maria do Socorro e Matheus Dias. 

          A noiva entrou no templo acompanhada do irmão Matheus Dias, ao som de “Jesus, Alegria dos Homens”, do compositor alemão Johann Sebastian Bach (1685-1750). Logo em seguida, a ternura se propagou no ar com “O Caderno”, de Toquinho e Mutinho.  E é com a letra dessa canção, a trilha sonora das vidas de Márcio Apolinário e Jéssica Priscila, que encerro esta matéria, certo de que o amor é o maior sentimento positivo do planeta Terra.  
  
Sou eu que vou seguir você
do primeiro rabisco até o bê-a-bá.
Em todos os desenhos coloridos vou estar. 
A casa, a montanha, duas nuvens no céu 
e um sol a sorrir no papel. 

Sou eu que vou ser seu colega, 
seus problemas ajudar a resolver.
Te acompanhar nas provas bimestrais. 
Você vai ver. 
Serei de você confidente fiel,
se seu pranto molhar meu papel. 

Sou eu que vou ser seu amigo,
vou lhe dar abrigo se você quiser.
Quando surgirem seus primeiros raios de mulher. 
A vida se abrirá num feroz carrossel 
e você vai rasgar meu papel.

O que está escrito em mim comigo ficará guardado 
se lhe dá prazer.
A vida segue sempre em frente. 
O que se há de fazer? 
Só peço a você um favor se puder:
Não me esqueça num canto qualquer. 

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Outros dados e imagens ainda estão pendentes para postagens.
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Imagens: DML/Passarela Cultural

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SESSÃO NOSTALGIA - Maria Edith Azevedo, Miss Rio Grande do Norte, depois daquele 1966

Daslan Melo Lima



Maria Edith Azevedo, Miss Jardim do Seridó, Miss Rio Grande do Norte 1966
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         Em novembro de 1985, quando comecei a trabalhar na agência do BNB, Banco do Nordeste do Brasil, em Timbaúba, PE, um dos colegas de trabalho com quem logo fiz amizade chamava-se Janduy Azevedo, natural de Jardim do Seridó, Rio Grande do Norte. Sem saber que eu era fã dos concursos de misses, ele enaltecia a beleza da sua prima Maria Edith Azevedo, Miss Rio Grande do Norte 1966, assim como das demais jovens do seu estado, que até então tinham se destacado no Miss Brasil: Carmen Rodrigues (oitavo lugar no Miss Brasil 1961),  Geórgia Quental (sétima colocada no Miss Brasil 1962) e Nely Cavalcante Padilha (quinto lugar no Miss Brasil 1964). 
         Para não tirar o seu entusiasmo, eu não confessava que as duas primeiras tinham sido indicadas para representar o Rio Grande do Norte no Miss Brasil:  Carmen Rodrigues, do Recife, Vice-Miss Pernambuco 1961, e a gaúcha Geórgia Quental, modelo profissional no Rio de Janeiro. Anos depois, disseram-me que Nely Cavalcante Padilha tinha nascido no Rio de Janeiro, mas residia em Caicó, RN, onde seu pai era Oficial do Exército. 

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Maria Edith Azevedo, Miss Rio Grande do Norte 1966, e Monsenhor Walfredo Gurgel (1908-1971), governador do RN.
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Maria Edith Azevedo
em seu desfile triunfal pelas ruas de Jardim do Seridó, cidadezinha com quase 13 mil habitantes, distante 234 Km da capital,  Natal, RN. 
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       Em depoimento ao blog, Quintino Medeiros, educador, historiador, natural de São João do Sabugi, RN, declarou o seguinte: Aprendi com José Renato Azevedo, geógrafo, um contemporâneo da UFRN, e que reside em Jardim do Seridó, a cantar um jingle criado para a recepção de Maria Edith em Jardim do Seridó, no ano de 1966. Dizia mais ou menos assim:

O meu Jardim tem muita sorte
o povo vibra e é bem forte
soube enviar para Natal
Maria Edith, de beleza sem igual. 

Viva, viva Edith
que é nossa miss
ela é charmosa
e tem meiguice!
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As medidas de Maria Edith Azevedo


O jornal carioca CORREIO DA MANHÃ, de 25/06/1966, data da realização do concurso Miss Brasil no Maracanãzinho, Rio de Janeiro, divulgou as medidas de todas as candidatas. As de Maria Edith Azevedo eram 1,68 de altura, 57 Kg, 92cm de busto e quadris, 59cm de cintura e 21cm de tornozelo. Cabelos pretos e olhos castanhos. Seu nome estava grafado Edite, sem o "th". ( http://memoria.bn.br )
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A lendária visita de Edith Azevedo à cidade de São João do Sabugi, RN


        Em setembro de 1966, Edith Azevedo desfilou e foi alvo de grandes homenagens na cidadezinha de São João do Sabugi. O evento, coordenado pela professora Maria Queiroz, foi realizado no Mercado Público, que recebeu pintura nova para melhor servir de cenário. Entre os presentes que recebeu, destaque para um conjunto de pulseira, brincos e gargantilha oferecido pelo então prefeito Jonas Alencar

Vestindo maiô Catalina, Maria Edith de Azevedo, Miss Jardim do Seridó e Miss Rio Grande do Norte 1966, desfila no Mercado Público de São João do Sabugi-RN.
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Maria Queiroz (de vestido claro) fez discurso em homenagem à primeira Miss RN que desfilou em “Sanja”, São João do Sabugi (6.218 habitantes, distante 293 Km de Natal). 
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Maria Edith também se apresentou vestindo o seu traje típico de "Salineira Estilizada".
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      Foi nessa festa que a Miss RN 1966 começou a namorar com o médico Antônio Bento de Morais. Anos depois, Edith casou com ele, pessoa de grande senso humanitário, já falecido, uma personalidade que marcou época nas cidades paraibanas de São José do Sabugi, São Mamede e Santa Luzia, tendo sido prefeito dessa última, homenageado com o seu nome dado a ruas e bairros.


        Reza uma lenda que o suspense em torno da presença da Miss RN era tão grande que, para ela sair do automóvel que a trouxe e entrar na casa do casal José da Penha Moura da Fonseca e Eunice de Assis Fonseca (Nicinha Fonseca), onde ficou hospedada, foi preciso escondê-la numa caixa de geladeira. Outros comentam que foi enrolada em um lençol que ela saiu do carro para entrar na casa de Nicinha, pois tinha muita gente esperando na calçada. Nicinha Fonseca era proprietária de uma pequena farmácia e depois se tornou vice-prefeita da cidade. Seu esposo era músico e fiscal de rendas, primo legítimo do compositor pernambucano Lourenço da Fonseca Barbosa, o famoso Capiba (1904-1997).

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Depois daquele 1966


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          O tempo foi generoso para com a Miss Rio Grande do Norte 1966. Maria Edith Azevedo, viúva, mãe e avó, reside atualmente em João Pessoa, Paraíba. Janduy Azevedo, meu ex-colega de trabalho, aposentou-se e fixou residência em Natal, RN.

           Depois daquele 1966, o Rio Grande do Norte enviou lindas misses que se destacaram no Miss Brasil: 
1979 - Martha Jussara da Costa, Miss Brasil, quarto lugar no Miss Universo
1987 - Jimena Edelwëiss Nunes, semifinalista, Top 12
1992 - Rose Christiane Paiva, semifinalista, Top 12
1995 - Olga Cristina de Barros Portela, quinto lugar
1997 - Valéria Cristina Bohm, segundo lugar
1998 - Paula Carvalho Arruda, quarto lugar
2000 - Jussara Medeiros, semifinalista, Top 11
2003 - Maria Cecília de Souza Valarini, quarto lugar
2007 - Kalline Freire de Melo, semifinalista, Top 10
2008 - Andressa Simone Melo, semifinalista, Top 10
2009 - Larissa Costa Silva, Miss Brasil 
2011 - Daliane Menezes, semifinalista, Top 10
2012 - Kelly Alinne Fonsêca, segundo lugar
2013 - Cristina Alves da Silvasemifinalista, Top 10
2014 - Deise Moura Benício, terceiro lugar
2015 - Manoella Alves dos Santos, quarto lugar
2016 - Danielle Fernandes Marion, segundo lugar
2017 - Milena Balza , semifinalista, Top 10.
Detalhe: Valéria Cristina Bohm foi Top 15 no Miss Beleza Internacional 1997. Cristina Alves, Deise Benício e Manoella Alves foram aclamadas Miss Brasil Internacional 2013, 2014 e 2016, respectivamente, e também representaram o Brasil no Miss Beleza Internacional, com sede no Japão. Cristina Alves conseguiu classificação no Top 15 e Deise Benício no Top 10.  

        Depois daquele 1966, muitas coisas mudaram:  padrões de beleza, passarelas, valores... A partir de 2008, o concurso Miss Rio Grande do Norte passou a ser coordenado por George Azevedo, que vem fazendo um trabalho elogiadíssimo. 

        Depois daquele 1966, jovens lindas do mundo inteiro continuam almejando um título de Miss. E eu continuo apaixonado por elas, pois sempre digo que paixões são paixões, simplesmente paixões, não se explicam. 

                           
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Maria Edith em São João do Sabugi:  Fotos do Acervo de Quintino Medeiros - Texto baseado em comentários postados no Facebook de Quintino Medeiros.
Demais imagens:  capturadas da Internet por Genaro Oliveira Pires



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segunda-feira, 8 de janeiro de 2018

Feliz 2018 todos os dias !


2018, A ÚNICA CERTEZA - Dayvid, Dayana e Dayvison, meus sobrinhos-netos, não têm noção alguma das minhas inquietações diante do ano novo que começa. A alegria deles me contagia. 
       Agradeço aos anjos invisíveis pela única certeza do momento: a fé em Deus. Ela haverá de renovar nossa esperança num mundo melhor, em nome das crianças de todos os tempos. 
          Para você, leitor, leitora, Feliz 2018 todos os dias.
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 - Daslan Melo Lima, réveillon em Jaboatão dos Guararapes, Pernambuco.


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FELIZ ANO NOVO - Grato a Deus pela convenção de final de um ciclo e a expectativa de começo de outro. 
        Sensação de que 2017 foi embora deixando-me mais leve, embora tenha tatuado em minh'alma outras ilusões e desilusões.
          Apego-me ao vento que corre para me sentir eterno. Não tenho pressa para fantasiar o amanhã. Basta-me pedir a Deus que renove a generosa cota de fé e esperança que ainda alimenta o menino que um dia eu fui. 
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 - Daslan Melo Lima, na praça do Lions Clube, Olinda, Pernambuco

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