*****

SEJA BEM-VINDO ! SEJA BEM-VINDA! VOCÊ ESTÁ NO BLOG PASSARELA CULTURAL, cujas postagens, na maioria das vezes, são postadas aos sábados e domingos. Nossa trajetória começou em 02/07/2004, com o nome de Timbaconexão, como coluna sociocultural do extinto site de entretenimento Timbafest. Em 12/10/2007, Timbaconexão migrou para blog com o nome de PASSARELA CULTURAL, quando teve início a contagem de visitas. ***** Editor: DASLAN MELO LIMA - Timbaúba, Pernambuco, Brasil. ***** Contatos : (81) 9-9612.0904 (Tim / WhatsApp). E-mail: daslanlima@gmail.com

sexta-feira, 24 de junho de 2011

DE TIMBAÚBA PARA O MUNDO - O ARRASTA PÉ DO ZÉ IVANILDO CAVALCANTI DE MORAIS

ARRASTA PÉ DO ZÉ
O GLAMOUR E A DESCONTRAÇÃO DE UMA NOITE JUNINA

 "Rasta pé não tem mió, na casa de Zé Ivanildo e Terezinha de Jesus..."

 "...Vamo simbora !"
No amplo espaço da bela residência do casal José Ivanildo Cavalcanti-Terezinha de Jesus, a  descontração deu o tom em clima junino. Um toque de glamour, no entanto dominou a cena. Muita gente deixou de lado o xadrez (que sempre foi moda no nordeste nos meses de junho) para dar preferência a outros looks. ***** Nize Cavalcanti, que sempre foi sinônimo de mulher elegante na mata norte pernambucana, com seu encanto e jovialidade, organizadora do Arrasta Pé do Zé, foi uma perfeita anfitriã. ***** Em meio a tanta variedade de pratos típicos e de um bom uísque, a preferência dos convidados recaiu para os espetinhos de camarão. Em termos de bebidas, a maioria optou pelo vinho tinto, degustado em generosas taças. ***** Os componentes do Forró Encabulado, da Paraíba, e a cantora Irene Silva, de Timbaúba, foram as estrelas do show musical. O legítimo forró-pé-de serra foi a sensação, sem a parafernália de iluminação e dançarinas insinuantes que caracterizam as  chamadas "bandas de forró" .  
Nize Cavalcanti ladeada pelas filhas Patrícia e Priscila.
Nize Cavalcanti, filhas e genros. Da esquerda para a direita, Túlio Padilha, Patrícia Morais, Nize, Priscila e Felipe Moura.
Em pé, da esquerda para a direita, Geraldo Xavier, Lúcia, Rute Brandão, Terezinha de Jesus, Ilko Correia Aráujo e Nize Cavalcanti. Sentados, José Ivanildo Cavalcanti e Gilvan Celso.
Izabel Régis, Joaquim Filho (Quinquinha), Rute Brandão, Adriana Morais e Fernando.
Beatriz, representante da novíssima geração da família Morais Cavalcanti, ladeada pelo pai Pedro Morais e pela avó Nilda Cavalcanti.
Mércia Moura foi a responsável pela criação do souvenir mais significativo da festa.
     Saulo, Simone e Fabiana, pausa para um flash

Nize e Ilko
Paulo Henrique Rabelo
                O ponto alto da festa foi quando Nize Cavalcanti entrou no salão vestida de noiva, ocasião onde teve início a quadrilha. No intervalo, Pedro Morais e Paulo Henrique Rabelo exercitaram seus dotes de cantores sertanejos, arrancando muitos aplausos. O Arrasta Pé do Zé durou até às 5 horas da manhã. Foi de arrochá o nó ! 
*****
MEMÓRIA TIMBAUBENSE
Três personalidades que marcaram época na Princesa Serrana: Padre Sotero, a educadora   Maria de Lourdes Pereira do Nascimento, que exerceu a função de diretora da Escola Elizabete Lyra, e  Monsenhor Marques da Fonseca.
***** 
UM CARNAVAL PARA RECORDAR
Quantos frevos o grupo dançou e cantou? No III Grande Baile Municipal de Timbaúba a alegria reinou. Outros momentos aguardam o gruipo no Timbaúba Tênis Clube, quando o Carnaval de 2012 chegar.
*****
SOB O CÉU DE MACAPARANA
IV ARRAIAL DOS AMIGOS
O majestoso casarão do Engenho Latão foi transformado em Castelo de São João. Imagens  e lembranças ficarão, até junho de 2012, até que volte outro São João.
Ladeado por Rute Brandão e Adriana Morais, mãe e filha, descobri uma verdade neste junho de 2011: os reveillons fora de época existem.
                 Poucas festas juninas privadas possuem a organização e o charme do Arraial dos Amigos, um evento macaparanense com a assinatura de quatro damas da sociedade da mata norte: Rute e Adriana Brandão Morais, Betânia e Karina de Morais Borba. O IV Arraial dos Amigos, realizado no dia 18, no Engenho Latão, foi o terceiro ao qual compareci. A cada ano, as organizadoras se superam na decoração do local, nos pratos típicos e na atenção para com os convidados. Perfeitas anfitriãs, atentas a tudo, o prazer de Rute, Adriana, Betânia e Karina é ver familiares e amigos confraternizando em clima junino. Guardando as devidas proporções, é como se fosse um reveillon fora de época, com a descontração abençoada por São João.
               O profano e o sagrado dão as mãos no Arraial, se é que podemos chamar de profano o autêntico forró pé-de-serra, sem a parafernália de instrumentos e iluminação, sem bailarinas com suas danças e vestes insinuantes. O sagrado não fica de lado, pois Rute Brandão, católica fervorosa, faz questão de incluir na decoração os famosos santos de barro produzidos pelos artesãos de Tracunháem. Entre os presentes, figuras expressivas do mundo social, político, econômico e cultural da região, inclsuive gente que circula pouco, mas que jamais perderia o que considero o maior e melhor São João privê do interior de Pernambuco.
                Santo Antônio, São Pedro e São João são testemunhas de que já estou sonhando com o Arraial dos Amigos, edição 2012. 
 
 Marcelo Sarinho e Valquíria
   .                    Isabele Cristina e Cláudio Brandão........................
Sonia Oliveira, Rute Brandão, Marluce Cavalcanti, Adriana e Rose Morais.


Ramirinho Brandão ladeado pelos filhos Ramiro Neto e Rômulo.
Emanoel Kênio e Alexsandra Lins
Rute Brandão ladeada pelas netas Mariana e Larissa
Rute Brandão e uma das mesas de comidas típicas decoradas por ela
Animação, ao som do legítimo forró pé-de-serra
Izabel Régis, Karina Borba, Joaquim Filho e Adriana Morais

Santo Antônio, São Pedro e São João são testemunhas de que todos já estãou sonhando com o Arraial dos Amigos, edição 2012.
 ***** 

SESSÃO NOSTALGIA – Emília Corrêa Lima, Miss Brasil 1955, e Eunice Weaver, a servidora do bem

-->Daslan Melo Lima
PRÓLOGO
                 A cearense Emília Barreto Corrêa Lima, Miss Brasil 1955, filha do médico-humanitário Hider Corrêa Lima, envolveu-se durante a maior parte do seu reinado com promoções beneficentes, colaborando intensamente com a obra de Eunice Weaver (1902-1967), uma paulista que dedicou sua vida aos portadores do Mal de Hansen. Emília Corrêa Lima deu um exemplo maravilhoso de como alguém pode usar a beleza para transformar o planeta Terra num mundo melhor.  E Eunice Weaver, “A Servidora do Bem” , deu uma lição inesquecível de como a persistência em nobres ideais podem fazer a diferença no complicado planeta Terra.  
  EMÍLIA CORRÊA LIMA, MISS BRASIL 1955
                Emília Corrêa Lima ficou entre as 15 semifinalistas do concurso Miss Universo, realizado em Long Beach, Estados Unidos, no ano em que a vitoriosa foi a sueca Hillevi Rombin (1933-1996). ''Ela foi uma Miss Brasil discreta, bem de acordo com a sua personalidade. Jamais ofereceu motivo ao sensacionalismo publicitário. Recusou todos os contratos comerciais que lhe foram oferecidos, preferindo continuar na vida de sempre, em sua casa da Rua Carapinima, em Fortaleza. Seu escrúpulo chegou ao ponto de só comparecer a festas de beneficência, recusando cobrar pela presença, no que, evidentemente, não haveria nada demais. Assim foi durante todo o tempo em que esteve no trono da beleza brasileira.''  (Revista O Cruzeiro, 06/10/1956)
EUNICE WEAVER, A SERVIDORA DO BEM
 
                 Eunice Sousa Gabi Weaver nasceu em uma fazenda de café em São Manoel-SP, filha de Henrique Gabbi, um carpinteiro natural de Reggio, Itália, e de Leopoldina Gabbi, natural de Piracicaba, mas descendente de imigrantes suíços, tendo recebido educação austera. Sendo sua mãe portadora de hanseníase, quando Eunice  tinha três anos de idade, a sua família mudou-se para Uruguaiana-RS. Ali fez os seus estudos primários, no Colégio União.
               Tendo prosseguido os seus estudos em São Paulo, formou-se na Escola Normal e fez o curso de  Educação Sanitária.Certo dia de 1927, em visita a uma família amiga, reencontrou o seu antigo professor e diretor do Colégio União, Charles Anderson Weaver, viúvo, casaram-se seis meses depois, tendo ido residir em Juiz de Fora-MG. Embora o casal não tendo tido filhos, Eunice cuidou dos quatro filhos do primeiro casamento do marido. Um ano mais tarde, Charles  foi convidado pela Universidade de New York  para dirigir a Universidade Flutuante da América do Norte,  instalada num transatlântico, que faria uma viagem ao redor do mundo para melhor formação de seus alunos. Tendo aceite o convite, partiu do  Rio de Janeiro acompanhado pela esposa, que aproveitou para estudar Jornalismo, Sociologia, Serviço Social e Filosofias Orientais, em visita a 42 países. Por onde passou, interessou-se pelo problema da hanseníase, principalmente nas ilhas Sandwich, Japão, China, Índia e Egito.
                De volta ao Brasil, fundou em Juiz de Fora a Sociedade de Assistência aos Lázaros.  De madrugada, quando passava o trem para Belo Horizonte, dirigia-se à estação ferroviária, a fim de prestar assistência aos hansenianos que eram transportados no vagão da segunda classe ao Leprosário Santa Isabel , naquela cidade. Ali, oferecia-lhes roupas, cobertores e refeições. Fundou o Educandário Carlos Chagas , em Juiz de Fora  (1921) e o Educandário Santa Maria, no Rio de Janeiro.  Em 1935, obteve do então Presidente da República, Getulio Vargas, a promessa de auxílio oficial para a obra, no montante do dobro do que ela conseguisse arrecadar junto à sociedade civil. Com esse acordo, Eunice dedicou-se a viajar por todo o país, divulgando a campanha da  Federação das Sociedades de Assistências aos Lázaros e Defesa contra a Lepra.
               Foi a primeira mulher a receber a Ordem Nacional do Mérito, no grau de Comendador, em novembro de 1950, e a primeira pessoa, na América do  Sul,  a receber o  troféu Damien-Dutton. Publicou  "Vida de Florence Nightingale", "A Enfermeira" e "A História Maravilhosa da Vida". Representou o Brasil em inúmeros congressos internacionais sobre a hanseníase, tendo organizado serviços assistenciais no Paraguai,  Cuba, México, Guiatemala, Costa Rica e Venezuela.
               Foi homenageada com o título de "Cidadã Carioca" e com o título de "Cidadã Honorária de Juiz de Fora" . Foi delegada brasileira no 12º Congresso Mundial da Organizção das Nações Unidas, em outubro de 1967. Em diversos Estados do Brasil, instituições de assistência aos hansenianos levam o nome de "Sociedade Eunice Weaver". Em 09/12/1969, faleceu subitamente. O seu corpo foi sepultado ao  lado dos restos mortais do marido, no  Cemitério dos Ingleses, Rio de Janeiro. (Principal fonte de pesquisa: wikipédia)
EPÍLOGO

Selo da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, 1973, um reconhecimento ao trabalho de Eunice Weaver
               Ainda sobre Eunice Weaver - "Corajosa e arrebatada, possuía elevado caráter, que a permitiu manter-se lutando tenazmente em defesa dos seus "filhos", enfrentando dificuldades compreensíveis e situações complexas, nunca lhe faltando, porém, os auxílios da misericórdia do Senhor, e em hora alguma foi escasso o socorro do céu! Apesar das dificuldades naturais, no mais, tudo eram felicidades e contínuas alegrias. Mas, a batalhadora  Eunice Weaver perde inesperadamente o esposo, rompendo-se o elo de luz que lhe sustentava o equilíbrio no labor de consolação e de misericórdia. Na ausência do sempre solícito esposo, a jornada a sós lhe é mais difícil. Amigos leais buscaram animá-la, confortando-a e encorajando-a para a luta, mas a ausência física do idolatrado companheiro, pungia fortemente. Entretanto, em 1959, uma de suas amigas a levou até Pedro Leopoldo para conhecer o médium Chico Xavier e, a mensagem de paz e otimismo transmitida pelo médium, lhe deu forças para continuar." (Fonte: http://www.espiritismogi.com.br)


                             Ainda sobre Emília Corrêa Lima - "Como Miss Brasil, ela teve oportunidade de percorrer o seu próprio país, de ponta a ponta. Conheceu, então, D. Eunice Weaver, com quem colaborou numa campanha de assistência aos lázaros. Até ao Paraguai ela foi, a fim de participar de um  desfile de modas, de  caráter  beneficente. Às vezes eu me senti cansada – declara -, mas bastava olhar para D. Eunice e logo recuperava as forças. Deus recompensou depressa as minhas canseiras, fazendo-me  encontrar a felicidade. São sempre boas as experiências que enriquecem a vida da gente. Ser Miss é uma experiência que dura um ano,  numa idade em que cada ano vale por dez. Do ponto de vista financeiro, não  direi nada. Não recebi muito dinheiro.  Mas aconteceram coisas maravilhosas. Ganhei muitos presentes... Vale a pena ser Miss, sim.  Pelo carinho do povo, pelas boas amizades, pela oportunidade de fazer o bem, cooperando com uma mulher extraordinária, como D. Eunice Weaver. E, ainda, porque foi como Miss Brasil que acabei conhecendo o  homem a quem amo e que é hoje o meu marido. Vale a pena, sim! " (Fonte: Manchete, 11/06/1966).
               Emília Corrêa Lima casou em 15/09/1956, com o oficial do exército e engenheiro Wilson  Santa Cruz Caldas, filho de mãe pernambucana, nascido na Paraíba. Dessa união nasceram três filhos: Nélson, Marília e Emilinha. Radicada no Rio de Janeiro, Emília construiu duas creches em duas comunidades cariocas: ”Andorinha”, na Restinga, e ”Pequena Obra do Presépio”, no Cantagalo, zona sul do Rio de Janeiro, entre os bairros de Ipanema e Copacabana.
                 Gosto de ver as Misses envolvidas em campanhas humanitárias. Gosto do lema do concurso Miss Mundo, "Beleza com Propósito", pois graças a ele muito dinheiro já foi empregado em projetos sociais ao redor do mundo. Gosto de falar de Emília Corrêa Lima, Miss Brasil 1955. O lema do Miss Mundo é de 1980, mas,  no distante 1955, Emília já disponibilizava sua  beleza como propósito para a construção de um mundo melhor.
*****

sábado, 18 de junho de 2011

DE TIMBAÚBA PARA O MUNDO - Cruz do Caboclo, o renascicmento de uma lenda

CRUZ DO CABOCLO, 
O RENASCIMENTO DE UMA LENDA

 


       No domingo, 12 de junho, o casal José Ramos e Ana Marinho promoveu uma carreata saindo da Igreja Matriz de N.S.das Dores, centro de Timbaúba-PE,  para a Capela de Santo Antônio, no pequeno povoado de Cruz do Caboclo.
         O evento religioso teve um caráter místico e cultural de grande importância: a  reinauguração da capela, fundada em 02/01/1936, e a revitalização do nicho onde fica a Cruz do Caboclo.  
             A área, propriedade particular  dos promotores da iniciativa, está envolta em muitas lendas. Para uns, ali está sepultado um índio; para outros, trata-se de um ponto energético do planeta. Seja como for, pela fé em Santo Antônio ou pelo fascínio envolvendo a Cruz, o espaço é um convite para o exercício da fé e da religiosidade, independente de religião.

 Ana Marinho
A matriarca  Glorinha Monteiro e os filhos Teotonio e Ana Glória, um amor incondicional às raízes que os unem à Cruz do Caboclo.
Maria José estava muito emocionada. Ela mora no Recife e veio à Timbaúba para assistir à Santa Missa ao lado do irmão Artur de Moura Apolinário, o  Dr. Mourinha, cunhada e sobrinhos. Maria José estava ali em nome do amor que sua família tem à Cruz do Caboclo, por isso fez questão de declarar à PASSARELA CULTURAL que estava representando suas irmãs Neide, do Recife, e Conceição, de Manaus, além da sua tia Terezinha, do Rio de Janeiro.
O espaço da capela foi insuficiente para todas as pessoas. Do lado de fora, um cachorro vira-lata juntou as patas dianteiras como se estivesse em estado de oração. Tinha chovido de madrugada, mas a chuva cessou quando a Santa Missa teve início. Ninguém teve dúvida que foi um sinal de DEUS
Representantes das famílias Rosendo de Albuquerque e Ferreira Monteiro.
Os irmãos Maria José e Artur de Moura Apolinário (Dr. Mourinha) 
João Pedro, filho do casal José Ramos e Ana Marinho, ao lado da namorada, estava feliz com a realização do evento religioso-cultural. Se depender  dessa nova geração, o carinho e o amor pela história e preservação de Cruz do Caboclo permanecerá para sempre. Amém! 

*****

MEMÓRIA TIMBAUBENSE
.....
A foto das crianças é de dezembro de 1954. O menino é Zonilton e a menina é Zoraide, filhos do Dr. Milton Queiroz (imagem ao lado de 1946) e D. Nila. Zoraide morreu no dia 03 deste mês, no Recife.  À família enlutada, as condolências de PASSARELA CULTURAL.

*****



SESSÃO NOSTALGIA – Eveline Schroeter, Miss Brasil 1980, "negócio de cinema"

-->
Daslan Melo Lima
PRÓLOGO
Eveline Schroeter, Miss Rio de Janeiro, eleita Miss Brasil 1980. (Foto: Revista Fatos & Fotos)
                 A noite daquela sexta-feira, 13 de junho de 1980, no Ginásio Presidente Médici, Brasília, Distrito Federal, ficou na história da beleza brasileira. Foi o último concurso de Miss Brasil promovido pelos Diarios e Emissoras Associados. A vencedora foi Eveline Schroeter, Miss Rio de Janeiro, uma loura de olhos verdes, 1,80 de altura, 64 Kg, 90cm de busto, 66 cm de cintura e 90 cm de quadris, estudante de Comunicação Social da Faculdade Hélio Alonso. Linda, tranquila, simpática, simples e educada, Eveline Schroeter representou muito bem o nosso país no Miss Universo, realizado em Seul, Coréia do Sul, embora não tenha obtido classificação, no ano em que a vencedora foi Shawn Weatherley, Miss Estados Unidos.

   EVELINE SCHROETER, VALEU A PENA SER MISS 
                 Já houve tempo em que as misses estavam mais ou menos na moda. Depois, as pessoas inteligentes e cultas começaram a malhar as moças que só tinham lido O Pequeno  Príncipe e deixavam-se medir e pesar como gado. Mas os curtidores de misses resistiram bravamente, e elas continuaram. Com seu metro e oitenta de altura, 64 quilos e 19 anos de idade, Eveline Schroeter é Miss Brasil desde o ano passado. Sua biografia ainda é pequena: foi Miss Macaé e Rio de Janeiro. Ganhou o Miss Brasil, viajou para a Coréia do Sul e, embora estivesse cotada entre as cinco mais, voltou sem o título mundial. Nasceu em família de artistas: o pai toca violino na Rádio Ministério da Educação, a mãe é pianista e seu irmão também é violinista, por sinal já premiado.  Professa religião séria: é protestante (luterana), mas sem exaltação. Um de seus interesses culturais é a parapsicologia. Gosta de ouvir Sinatra e Roberto Carlos. Confessa, sem constrangimento, que preferia ter nascido dez anos antes, para pegar o ritmo de uma vida que ela aceitaria melhor e mais fundamente. Não gosta de rock. Nem considera a mulher discriminada na sociedade. Acredita, entre outros valores, no trabalho. É objetiva, simples, antiga e eficiente. Dá a impressão de fazer bem tudo o que quer. Não complica nem a própria a vida nem a vida dos outros. Não atropela ninguém, não tem pressa nem deslumbramentos. Mas gosta de desfilar, sente que pode seguir uma carreira na passarela, ou mesmo no cinema.  Sua opinião sobre Miss Brasil é objetiva: ela deve ser uma embaixatriz da beleza.  Resumindo: Eveline é uma moça que está fora do tempo e isso é uma glória. Não se contaminou com a turma, não foi na onda, pensa com a própria cabeça – certa ou errada, ela é ela e não o produto de um laboratório.  A condição de Miss durou o espaço de um ano; antes e depois do seu curto reinado ela teve e terá oportunidades de viver a vida com simplicidade, sem muita empolgação, mas com lucidez e senso de honestidade.  É bonita, cheira bem, tem gosto em conversar sobre assuntos pessoais. Mas algumas semanas ela deixará de ser Miss Brasil. E foi uma pena que o Brasil não a tivesse curtido mais e devidamente. (Revista Manchete, 25/04/1981)

MISS BRASIL 1980, A CONSAGRAÇÃO DE EVELINE SCHROETER
(Reportagem de Raphael Guedes Marinho, jornal O Rebate, Macaé-Rio de Janeiro, 26/08/2010)

Eveline Schroeter em duas fases da sua vida: na infância, aos 7 anos de idade, e aos 18, no auge da beleza e juventude, quando foi eleita Miss Brasil 1980.

               Filha do violinista gaúcho Harry Oscar Schroeter, e da pianista baiana Maria Helena Didier do Rêgo Maciel, Eveline é de família originária de músicos da música erudita, e quando criança tocava flauta doce, mas o destino não a fez seguir carreira artística musical.
               No universo das Misses do Brasil, Eveline sempre foi referida como "gaúcha de Santa Maria", mas ela é nascida na cidade do Rio de Janeiro, e a sua família paterna é originária alemã, e migrou para o Brasil rumo à Erechim-RS.
               Quando ela nasceu, em 21 de fevereiro de 1962, no Hospital Santa Lúcia, no Bairro carioca do Botafogo, o médico se dirigiu à sua mãe: "Dona Maria Helena, esta é a sua filha Miss Brasil!" Ou seja, Eveline já nasceu bonita e preciosa, e o médico fez previsão ao futuro.
               Eveline é uma pessoa simples, muito diferente do que normalmente se é padronizado em geral pelas pessoas, de uma vencedora de Miss Brasil. A sua personalidade doce sempre foi seu principal atrativo. Quem a conhece sabe disso, pois ela gosta de fazer amizades, valoriza as coisas simples da vida, nunca foi arrogante, e sempre foi modesta.
               Com certeza de que Eveline Schroeter foi das mais belas misses de todos os tempos, e realmente a sua beleza e simpatia se concebiam, e o município de Macaé a guarda na sua história, por ela ter feito a cidade ter uma grande vitória no ambiente nacional. Eveline foi também a mais bela candidata que o município macaense enviou ao concurso de beleza feminina estadual, dentre todas as épocas, até o presente momento. Além das vitórias, ela brilhou demasiadamente em cenário municipal/estadual/nacional/internacional.
               Nos dias atuais, ela reside em Joinville (SC), no afago de sua família, e permanece sendo a mesma pessoa simples que sempre foi. Longe dos holofotes e muito amada por todos, por onde ela passa, sempre deixa a sua marca registrada, que é a sua meiguice.

EVELINE, A BELA BUSCOU MAIS BELEZA. ACHOU A DEPENDÊNCIA
(Reportagem de Rafael Custódio, A Notícia, Joinville - Santa Catarina, 05/06/2010)
               Há 30 anos, o país se rendia à beleza de uma loira de olhos escuros e corpo perfeito: 1,80 de altura, 64 quilos, manequim 42. A vitória no concurso de Miss Brasil 1980 tornou a linda carioca Eveline Schroeter, então com 18 anos, famosa nacionalmente. Vieram as capas de revistas, os programas de TV e o concurso Miss Universo. Foram três semanas na Coréia do Sul em busca do sonho de ser eleita a mulher mais bela do planeta. “Era uma rotina intensa. Tínhamos ensaios durante o dia e à noite precisávamos cumprir os compromissos com os patrocinadores. Sem falar da disputa entre as candidatas. Todas queriam ganhar.”

               Apesar do esforço, Eveline não ficou sequer entre as finalistas. Pouco tempo depois, o que era apenas uma ajuda na briga constante contra a balança tornou-se um vício com consequências que nem ela poderia imaginar. A miss ficou dependente de moderadores de apetite. “Comecei a tomar aconselhada por uma instrutora da academia, logo depois do Miss Brasil. Três anos depois, estava completamente dependente.”

               De apenas um comprido por dia, Eveline foi aumentando gradativamente as doses. No auge da dependência, tomava sete comprimidos diários. “Ela desmaiava, sentia-se deprimida. Quando estava sob o efeito da abstinência dos remédios, parecia outra pessoa”, lembra a mãe de Eveline, Maria Helena Maciel. Filha de músicos e considerada uma das misses mais bonitas já eleitas no Brasil, Eveline acabou percorrendo o caminho de volta ao anonimato.

               Hoje, ela se recupera em Joinville – frequenta um Centro de Apoio Psicossocial (Caps), no bairro América, onde participa de atividades com outros pacientes. A ex-miss também enfrenta transtornos alimentares e psicológicos, trazidos pelo uso exagerado de remédios. Eveline chegou a passar três semanas internada em um hospital. A suspeita dos médicos é de que o excesso de moderadores de apetite desencadeou os transtornos, com a abertura de uma pré-disposição genética.

               O tratamento avançou, mas as crises ainda a acompanham. “Sempre que o organismo se acostuma a um medicamento, ela volta a ter crises. O remédio passa a não fazer mais efeito. A diferença é que agora aprendemos a controlar”, conta a mãe de Eveline. As crises que parecem não ter fim são a consequência mais clara das décadas de consumo de remédios para emagrecer, mas Eveline guardou as lições mais importantes. Para as mulheres que estão tomando os remédios para emagrecer, ou pensam em tomar, ela diria não valer a pena. “No meu caso, o preço foi muito alto”.
EPÍLOGO
Eveline Schroeter, Miss Brasil 1980, e Ana Lúcia Caldas de Souza, Miss Pernambuco 1980.(Foto:Arquivo Pessoal de Eduardo Japiassú-Cortezia de Toni Rodrigues. Fonte: www.grau10.net/eveline.html)
               Tenho em um dos meus álbuns de recortes o comentário sobre o Miss Brasil 1980, escrito pelo jornalista João Alberto, na coluna social do Diario de Pernambuco, de 17/06/1980. Ana Lúcia Caldas de Souza, Miss Pernambuco, ficou entre as semifinalistas e João Alberto discordou da ausência dela entre as três finalistas, mas adorou a vitória de Eveline Schroeter.  Disse ele:
“Sei que o julgamento é algo de muito pessoal, não poderia jamais colocar em dúvida a definição, mas tenho a impressão que houve uma grande injustiça com Miss Pernambuco. Acho que o segundo lugar deveria ter sido de Pernambuco. Não discuto a vitória de Eveline Schroeter, do Rio de Janeiro. Confesso a vocês que poucas vezes na minha vida vi alguém tão bonita. A nova Miss Brasil é negócio de cinema.”
            Negócio de cinema. Essa definição de João Alberto sobre a beleza de Eveline Schroeter é a mais perfeita que guardo da Miss Brasil 1980. Negócio de cinema no sentido de algo extraordinário, perfeito, incomum, esplêndido, fantástico... Sonho um dia ver Eveline Schroeter totalmente curada e sua história transformada em filme. O meu sonho também é negócio de cinema.   
 *****