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SEJA BEM-VINDO ! SEJA BEM-VINDA! VOCÊ ESTÁ NO BLOG PASSARELA CULTURAL, cujas postagens, na maioria das vezes, são postadas aos sábados e domingos. Nossa trajetória começou em 02/07/2004, com o nome de Timbaconexão, como coluna sociocultural do extinto site de entretenimento Timbafest. Em 12/10/2007, Timbaconexão migrou para blog com o nome de PASSARELA CULTURAL, quando teve início a contagem de visitas. ***** Editor: DASLAN MELO LIMA - Timbaúba, Pernambuco, Brasil. ***** Contatos : (81) 9-9612.0904 (Tim / WhatsApp). E-mail: daslanlima@gmail.com

domingo, 30 de abril de 2017

Todo meu amargor

        

      A morte de Jerry Adriani deixou muito triste o adolescente que fui. Lembro-me das tardes de um tempo que se foi. No trajeto para o Ginásio Pernambucano, na rua da Aurora, Recife, eu passava sempre pela praça Maciel Pinheiro, onde estava localizado o Hotel São Domingos. 
         Não era difícil encontrar aglomerações em torno das celebridades que ali se hospedavam, a exemplo de algumas que conheci chegando ao local: Martha Vasconcellos, Miss Universo 1968; Roberto Carlos, Vanusa e Jerry Adriani. O movimento musical Jovem Guarda estava no auge e Jerry Adriani era um dos meus cantores preferidos. 
       Entre suas canções, "Querida", aquela que põe em ebulição as minhas emoções inacabadas.


Querida, 
Quero lhe dizer, 
Que toda a minha vida entreguei a você.
Procure olvidar o que lhe fiz, 
Querida perdoe, querida não vá.

Oh querida relembre os momentos tão felizes,
Que juntinhos passamos sob a luz do luar.
Diga ao menos, meu bem, 
Que de mim não tem mais rancor,
Pra que eu possa esquecer todo o meu amargor.


         Resta-me administrar todo meu amargor mentalizando que Jerry Adriani está em paz, a caminho de outra missão, em um dos fantásticos mundos do Pai.
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 – Daslan Melo Lima, em Timbaúba, PE, na vigésima quinta madrugada de abril de 2017, ouvindo “Querida”, https://www.youtube.com/watch?v=YQv4G2kCU0U

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DE TIMBAÚBA PARA O MUNDO - Capitão Pereira no Reinado da Lua



 >>>>>   A figura do boi de carnaval de Pernambuco é diferente da do bumba-meu-boi do Maranhão. O sempre lembrado Capitão Pereira (1889-1981), timbaubense do bairro de Mocós, conta no livro Reinado da Lua – Escultores Populares do Nordeste, como se originou a brincadeira, tal como escutou de Chico Pepeta, um velho conhecido seu.

        Eu fiquei com esta história. Contam outras, mas a que eu sei é esta. Tudo foi traçado no tempo do cativeiro. Um grande fazendeiro, muito rico, lá do sertão, perdeu um boi valente que ele tinha. O boi se chamava Tupi. E com o correr do tempo teve uma coisa e morreu, sem que o fazendeiro pudesse dar jeito. O homem ficou desesperado, sem querer enterrar o boi. E o boi cheirando mal. Os amigos chegavam e davam conselho pra enterrar o boi, e nada. Até que chegou um mais curioso e deu a ideia de tirar o couro do boi, sem defeito, curtir e espichar na vara, depois fazer uma armação e cobrir com o couro do boi, já seco. O fazendeiro aceitou a ideia e assim mandou fazer: arame, tábuas, cipó, etc. Depois de pronto, o bicho ficou no mesmo formato do boi Tupi. Ai fizeram o resto da invenção. Um camarada entrava embaixo daquela armação toda e começava a andar. A boiada passava e rendia homenagem àquele boi. Fazia menção porque sentia o mesmo ensejo. Foi aquela animação, todo mundo queria ver o boi.
     Um dia, um senhor que tinha os negros dele, a pedido, deixou eles irem ver como era a novidade. Os negros gostaram, e como não tinham com que se divertir, pediram um dinheirinho ao seu senhor pra fazer um boi parecido com aquele, o que foi prontamente dado e prontamente eles fizeram. Não com tanta aparência, porque não tinha o couro, mas assim mesmo, de pano, ficou bom. Depois os negros imaginaram: Como é que a gente brinca sem ter toque? Foi quando veio a ideia: Vamos fazer uma zabumba. Arranjaram um barril de bacalhau, um pedaço de couro e fizeram. E aí disseram que o boi com a zabumba só podia ser o bumba-meu-boi. As outras figuras foram chegando, sempre saindo do juízo deles, pelas histórias que sabiam e viviam.

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O Reinado da Lua: Escultores Populares do Nordeste, já em sua quarta edição (2010), foi escrito por Silvia Rodrigues Coimbra, Flávia Martins e Maria Leticia Duarte, com fotografia de Piii (Maria do Carmo Buarque de Hollanda). Suas duas primeiras edições foram publicadas em 1980 pela Editora Salamandra, do Rio de Janeiro.

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SESSÃO NOSTALGIA – Ana Maria do Rosário Lerner, Miss Alagoas 1972


Daslan Melo Lima

        No ano em que Maceió, a capital de Alagoas, Estado onde nasci, ganhou o seu primeiro telefone público, uma jovem de Penedo, às margens do rio São Francisco, era eleita Miss Alagoas. Na noite de 17 de junho, no Iate Clube Pajuçara, nove garotas desfilaram na passarela sonhando com o direito de representar Alagoas no concurso Miss Brasil.    

Ana Maria do Rosário Lerner

Top 3
Primeiro lugar – Ana Maria do Rosário Lerner, Miss Penedo
Segundo lugar – Maria Conceição Alves Malta, Miss Mata Grande
Terceiro lugar – Maria de Fátima Araújo Rocha, Miss CRB-Clube de Regatas Brasil
Semifinalistas
Nara Lúcia Amorim – Miss Capela
Laudicéia Gomes Poncell, Miss São Miguel dos Campos
Demais candidatas
Maria José Albuquerque Sampaio, Miss CSA – Centro Sportivo Alagoano
Joseilda Cassiano Tenório – Miss Major Isidoro
Arlete Ferreira de Araújo, Miss São Domingos
Olímpia Maria Quirino Costa, Miss Universitária     

Na passarela do Maracanãzinho, Rio de Janeiro, Miss Alagoas 1972 com seu singelo traje típico. Singelos eram todos os trajes típicos de um tempo que se foi. Abaixo, no desfile em traje de banho. "Catalina, o maiô da Miss Universo. O maiô da Miss Brasil. O seu maiô."


          No dia 23 de junho, Ana Maria do Rosário Lerner era uma das vinte e seis concorrentes ao título máximo da beleza brasileira. Embora tenha sido muito aplaudida, não obteve um lugar entre as oito semifinalistas.  

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POR ONDE ANDA ANA MARIA 
A beleza de Ana Maria do Rosário Lerner, quarenta e cinco anos depois de ter sido eleita Miss Alagoas. Ela vive hoje em Salvador, BA, mas não esquece suas raízes alagoanas. 
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Sua posição sobre a situação brasileira: "No momento atual, só podemos fazer duas coisas: rezar e protestar! Não se furte a nenhuma das duas!"
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"Já que não dá pra sair vamos brincar na neve" ***** De bem com a vida durante sua última temporada nos Estados Unidos, onde reside uma neta. 

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Gazeta de Alagoas
Recorte extraído de site http://www.reportermaceio.com.br

       A simples citação do ano de 1972, leva muitos alagoanos a recordarem do primeiro telefone público de Maceió. Todavia, ao fazer menção àquele tempo, o que vem na lembrança de milhares de pessoas é a beleza, o charme e a simpatia de Ana Maria do Rosário Lerner, eterna Miss Alagoas 1972. Miss para sempre miss.

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Agradecimentos
Genaro Oliveira Pires (fotos em preto e branco da Miss AL 1972)
Roberto Macêdo (lista das candidatas ao Miss AL 1972)
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Fotos coloridas 
Facebook

sábado, 22 de abril de 2017

Silêncio, voos e água doce

Recentemente, enquanto escutava o silêncio, o Facebook me fez relembrar um momento de reflexão que aconteceu há cinco anos. Peguei um voo para o passado e renovei boas impressões arquivadas em meu coração. Bom seria se todos os voos para o passado tivessem a magia de lavar nossas almas com água doce.
- Daslan Melo Lima
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         No cenário bucólico de um sítio no distrito de Pirauá, Macaparana, PE, diante de uma porteira, lembrei-me dos “não” e dos “sim” que o destino reservou para mim. 
      A porteira aparece como algo que cria obstáculos e ao mesmo tempo oportunidades que irão enriquecer a nossa caminhada. E daí, nasceu a inspiração para este poema. 

APRENDIZ DE PORTEIRAS 

Quando várias portas não estavam abertas, 
um mar inundava minha alma de melancolia,
até que os ventos apontaram oportunidades, 
quando janelas se abriram antes do meio dia.

Calei-me impotente diante de fechados portões,
por incompetência para administrar as emoções.
E hoje - parceiro de portas, janelas e portões - 
sou eterno aprendiz de porteiras, abertas ou não.

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DE TIMBAÚBA PRA O MUNDO

SESSÃO NOSTALGIA - Misses, retratos em branco e preto


Daslan Melo Lima

     Quase meia-noite em Timbaúba, Pernambuco. Pelo Facebook, recebo uma mensagem de Genaro Oliveira Pires, educador baiano. Ele diz que lembrou-se de mim ao encontrar em seu acervo uma foto de Maria Olívia Rebouças Cavalcanti, minha Miss Brasil inesquecível. De repente, sem querer, Genaro deu-me inspiração para produzir a penúltima Sessão Nostalgia de abril, pois revendo outras mensagens suas encontrei fotos de rainhas da beleza em nostálgico branco e preto. 


Marta Rocha, Miss Bahia, Miss Brasil e vice-Miss Universo 1954. O País sentindo-se injustiçado por ela ter perdido o título universal da beleza devido às lendárias duas polegadas a mais nos quadris. 
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Teresinha Morango, Miss Amazonas, Miss Brasil e vice-Miss Universo 1957.
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Gina Macpherson, Miss Guanabara, Miss Brasil e semifinalista no Miss Universo 1960. Acenando para o público ao lado da Rainha da Festa da Uva, no Rio Grande do Sul.

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Maria Olívia Rebouças Cavalcanti, Miss Bahia, Miss Brasil e quinto lugar no Miss Universo 1962. Visitando o Banco da Bahia antes de viajar para Miami Beach.
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Vera Fischer, Miss Santa Catarina, Miss Brasil e semifinalista no Miss Universo 1969. Visitando uma indústria catarinense de abatimentos de bovinos 
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Ana Almeny, Miss Surubim, Miss Pernambuco 1970. Durante uma festa no interior pernambucano. 
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Lúcia Petterle, Miss Guanabara, vice-Miss Brasil e Miss Mundo 1971, em pose de modelo fotográfico.  
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Ana Maria do Rosário Lerner, Miss Alagoas 1972, e seu singelo traje típico. Singelos eram todos os trajes típicos daquele tempo.

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        Quase meia-noite em Timbaúba, Pernambuco. Antes do sono chegar, estou ouvindo "Retrato em branco e preto", uma canção de Tom Jobim (1927-1994) e Chico Buarque de Holanda, esperando sonhar com os antigos e inesquecíveis concursos de misses. 

Já conheço os passos dessa estrada

Sei que não vai dar em nada
Seus segredos sei de cór
Já conheço as pedras do caminho
E sei também que ali sozinho
Eu vou ficar, tanto pior
O que é que eu posso contra o encanto
Desse amor que eu nego tanto
Evito tanto
E que no entanto
Volta sempre a enfeitiçar
Com seus mesmos tristes velhos fatos
Que num álbum de retrato
Eu teimo em colecionar



Lá vou eu de novo como um tolo
Procurar o desconsolo
Que cansei de conhecer
Novos dias tristes, noites claras
Versos, cartas, minha cara
Ainda volto a lhe escrever
Pra lhe dizer que isso é pecado
Eu trago o peito tão marcado
De lembranças do passado
E você sabe a razão
Vou colecionar mais um soneto
Outro retrato em branco e preto
A maltratar meu coração

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Retrato em branco e preto

sábado, 1 de abril de 2017

Adeus, "Rock and Roll"


Foram mil sentimentos envolvidos nos sete anos em que convivemos. Ele fez muito bem a minh'alma, nas mil vezes em que me perdi e me encontrei tentando decifrar mistérios da vida e da morte. 
"Rock and Roll" partiu na vigésima quinta noite deste março de São José e das águas fechando o verão. 
Morreu enquanto passeava comigo, vítima de colapso cardíaco.
Deixou um vazio ao redor de "Miss Terra", nossa gata, e um pranto silencioso no meu coração. 
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- Daslan Melo Lima

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AGENDA
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DE TIMBAÚBA PARA O MUNDO - A "Princesa Serrana" chega aos 138 anos

Timbaúba, 08 de abril, 138 anos de Emancipação Política.
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 secção em construção
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