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SEJA BEM-VINDO ! SEJA BEM-VINDA! VOCÊ ESTÁ NO BLOG PASSARELA CULTURAL, cujas postagens, na maioria das vezes, são postadas aos sábados e domingos. Nossa trajetória começou em 02/07/2004, com o nome de Timbaconexão, como coluna sociocultural do extinto site de entretenimento Timbafest. Em 12/10/2007, Timbaconexão migrou para blog com o nome de PASSARELA CULTURAL, quando teve início a contagem de visitas. ***** Editor: DASLAN MELO LIMA - Timbaúba, Pernambuco, Brasil. ***** Contatos : (81) 9-9612.0904 (Tim / WhatsApp). E-mail: daslanlima@gmail.com

sábado, 25 de novembro de 2017

Antes da noite chegar

          


        Sem nenhuma cerimônia, a Lua apareceu na frente da minha casa neste final de tarde. Recatada, mostrou apenas metade da face, diferente das noites em que está audaciosa, majestosa, totalmente nua. 
          Enquanto a Lua se prepara para sua nova fase, não tenho dúvida que é grande sua influência sobre nossas emoções. Não me atreveria a desnudar meu corpo e minh'alma nesta noite de Lua pela metade, nem pelo mar, nem por nenhuma estrela no céu a brilhar . 
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Daslan Melo Lima, na frente da minha casa, antes da noite chegar. Primavera em Timbaúba, Pernambuco, 20 de novembro de 2017.


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MEMÓRIAS DE SÃO JOSÉ DA LAJE - O Castelinho


          Era uma vez uma praça arborizada que tinha o nome de Praça Roosevelt, em homenagem a Theodore Roosevelt (1858-1919), ex-presidente dos Estados Unidos. Na praça havia uma casa linda com um anexo, o Castelinho, paraíso das brincadeiras das crianças que lá moravam.
       Na madrugada de 14 de março de 1969, o rio Canhoto levou para o Mar a casa e quase toda a cidade. Poupou o Castelinho. Por que? Talvez para amenizar o Mar de Saudade que inunda o Outono de quem conheceu a Primavera da Vida em São José da Laje. 
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- Daslan Melo Lima - Memórias de São José da Laje, a cidadezinha alagoana onde nasci.

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DE TIMBAÚBA PARA O MUNDO - Projeto Sem Fronteiras, de olho nos talentos timbaubenses


>>>>> Crianças e adolescentes podem alcançar visibilidade em associação de bairro
                    
          No cotidiano, nos mais diferentes pontos de encontro de sociabilidade dos espaços esportivos, tanto públicos (escolas, parques, praças) quanto privados (academias, escolinhas de esportes, ginásios), a prática esportiva produz uma série de valores no seu contexto. Liderança, trabalho em equipe, respeito às regras, são alguns exemplos de valores que são vivenciados. Neste contexto, os programas e projetos sociais são fundamentais na construção da cidadania, da criação de oportunidades para crianças e jovens. Possibilitar que crianças e jovens vivenciem atividades esportivas, pedagógicas, alimentação balanceada, e, acima de tudo, o direito de poder brincar e se divertir, se sociabilizar com demais crianças, criar vínculos de amizade, afastando-as e as conscientizando do perigo das drogas, são alguns dos objetivos dos projetos sociais oferecidos por governos e instituições.

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       O movimento é grande nas terças e quintas-feiras, no imóvel onde funciona a Associação dos Moradores do Bairro de Cesar Augusto, localizado na rua Olga de Albuquerque Queiroz, nº 24. A entidade é presidida por Ivonaldo Ribeiro da Silva, 49 anos de idade, funcionário público municipal, e nela vem se desenvolvendo o Projeto Sem Fronteiras, sob a responsabilidade do também funcionário público Márcio de Nazaré Silva Ferreira, 34 anos.  
       São quarenta e cinco jovens de ambos os sexos focados na prática esportiva. As atividades mais populares são Jiu-Jitsu e Muay-thai, mas também há espaço para outras, tais como Futsal, Basquete e Handebol.

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        Dois jovens oriundos do Projeto Sem Fronteiras, filhos do Márcio de Nazaré, são campeões estaduais de Jiu-Jitsu. Eles são Márcio Gabriel Lopes Ferreira, 16 anos, aluno da Escola Técnica Estadual Miguel Arraes de Alencar, Campeão Pernambucano Juvenil Faixa Azul 2017; e Flávio Antonio Lopes Ferreira, 10 anos, estudante da Escola Municipal Dr. Antônio Galvão Cavalcanti (Ginásio Municipal), Vice-Campeão Pernambucano Infantil Faixa Amarela 2017.
       Em sintonia com os cuidados que norteiam a formação cidadã dos jovens, o Sem Fronteiras exige autorização dos pais ou responsáveis, frequência escolar comprovada e boas notas. O Sem Fronteiras compactua com quem acredita que o esporte possui um grande potencial de socializar indivíduos das mais diferentes classes, religiões, gêneros, entre tantas outras diferenças presentes na nossa sociedade. Através de uma partida de futebol na rua, de um jogo de vôlei na escola, um jogo de basquete na praça, pessoas se relacionam, fortalecem amizades, criam vínculos... Dentro de uma quadra todos estão igualados em condições. Devemos ensinar que é saudável competir, querer ser melhor, mais veloz, mas também é importante ajudar o outro a criar possibilidades para ele também ser o melhor, mais habilidoso e ainda, que juntos possam ser melhores.
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- Daslan Melo Lima, com informações e fotos de Márcio de Nazaré e contextualização do www.efdeportes.com .

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Página de Comportamento, jornal CORREIO DE NOTÍCIAS - Ano 10 - Número 121,  Novembro de 2017 

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SESSÃO NOSTALGIA - Hoje tem Monalysa em Las Vegas




         Lembro-me de uma manchete num jornal do Recife, não recordo se no Diario de Pernambuco ou no Jornal do Commercio, "Hoje tem Martha em Miami". Era um sábado de um tempo que se foi. O Brasil inteiro estava na expectativa de que a baiana Martha Vasconcellos fosse eleita Miss Universo 1968. A atmosfera era idêntica à de uma Copa do Mundo de Futebol. Martha venceu. A nação foi ao delírio. 
          A jovem piauiense Monalysa Alcântara é uma das candidatas ao título de Miss Universo 2017. Parte da mídia e da população brasileira não está ligada nesse assunto, o que é uma pena. Um concurso de Miss não é apenas um desfile de rostos e corpos, também é de sonhos. E o que é o nosso dia a dia senão uma passarela imaginária? Nela, ora perdemos e ora ganhamos a faixa, a coroa, o manto  e o cetro de ser passageiro no conturbado planeta Terra. 
         Vou estar amanhã diante da TV torcendo por essa garota brasileira guerreira, fiel à minha paixão pelos concursos de Misses, pois sempre digo que paixões são paixões, simplesmente paixões, não se explicam. 
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Daslan Melo Lima
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Na próxima edição falarei das minhas impressões sobre o Miss Universo 2017.




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sábado, 18 de novembro de 2017

Os sonhos verdadeiros não se compram

          



       Observo a bandeja de "sonhos" no balcão de uma lanchonete e sinto uma vontade imensa de saborear um, apesar de não ser muito fã de massas e doces. Talvez eu venha sonhando menos do que deveria. A sensação de comprar e saborear um "sonho", talvez vá renovar a alma do menino que fui.              
        Faço a compra, levo para casa, saboreio e logo me sinto farto. Bastou um. 
       Bom que os sonhos verdadeiros não se compram. O destino oferece de graça. Um só não basta. 
       O "sonho" da lanchonete me despertou para a realidade. Preciso renovar urgente o meu estoque de sonhos. 
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Daslan Melo Lima
Timbaúba, PE, na Padaria São Francisco, novembro de 2017

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MEMÓRIAS DE SÃO JOSÉ DA LAJE - Doce limão, leva esta tristeza e a desilusão


          
          Meu pai era sapateiro e um dia pediu que eu fosse à casa do Sr. Enéas, no Sítio Limão, entregar um par de sapatos que tinha consertado. Saí da minha casa na rua do Rosário, passei pela rua do Ipiranga, atravessei a ponte do Limão e cheguei no endereço combinado. 

        Deparei-me na varanda com uma cena digna das fotonovelas e dos filmes românticos da época. A bela e doce Vera Estela, filha do Sr. Enéas, minha colega no Ginásio São José, estava deitada numa rede e cantava “Vai”, um bolero gravado por Anísio Silva.

Pelas noites que já passei,
noites tristes, noites sem fim,
pelas lágrimas que derramei,
por estares longe de mim...
Pelos dias de desencanto que ao teu lado tanto sofri,
pelas horas e pelos anos que eu passei pensando em ti...

Vai, leva esta tristeza,
leva esta saudade e a desilusão...
Vai, vai minha querida,
leva a minha vida e o meu coração.


           Depois de vários anos, eu e Vera Estela estivemos lado a lado, onde conversamos sobre os mistérios da vida e da morte. Enquanto isso, o vento e os anjos invisíveis cantavam em silêncio o trecho final da canção:

Vai, leva esta tristeza,
leva esta saudade
e a desilusão.
Vai, vai minha querida,
leva a minha vida
e o meu coração." 


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Daslan Melo Lima - Memórias de São José da Laje, a cidadezinha alagoana onde nasci.

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DE TIMBAÚBA PARA O MUNDO - Sociedade em Foco



BODAS DE PRATAFernando Silveira Lima e Maria Niedja Borba de Arruda Lima. *** “Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?” (Fernando Pessoa).
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DE VENTO EM POPA Mariana Lobão e Tarcísio Ferreira Lima. *** “A vida é um campo de urtigas onde a única rosa é o amor.” (Victor Hugo).
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FLASH – Cristiane Carvalho, Julia Andrade, Polyne Albuquerque, Paloma Brito e Ana Cecília, simpatia em dose quíntupla, no niver de Polyne, dia 11 de outubro.
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PARA RECORDAR - Edileuza e a filha Marcella  Pedrosa, em Santiago, no vale central chileno, há cinco anos, perto do frio da Cordilheira dos Andes. 
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HONRARIA -  Durante o 9º Baile dos Casais, o professor Guedes baixa a cabeça num gesto de humildade, ao receber Medalha de Mérito da Maçonaria.  
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Numa tarde de lazer, no terraço do Shopping RioMar, Recife, Dilza Pedroza e o neto Gustavo.
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Rute Brandão Morais Andrade, temporada em Londres.
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Aguardando o inicio de uma competição de moto, em Caruaru, PE, Domingos Sávio e Kênia Rocha.

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SESSÃO NOSTALGIA - Sempre valeu a pena ser Miss

Daslan Melo Lima

         Foi em um exemplar da revista Fatos & Fotos, de junho de 1971, "perdida" em meu acervo, que encontrei uma reportagem bem humorada, "Valeu a pena ser  Miss?",  de Juarez Barroso (1934-1976), escritor cearense, ilustrada com imagens de candidatas ao titulo de Miss Guanabara. 

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MISS GB
Valeu a pena ser Miss? 
Sim, sempre valeu, como provamos neste breve ensaio sobre a história do concurso

            Desde o primeiro concurso, realizado  no Egito, com entregas de faixas pelo próprio Faraó Tutankamon, ser miss sempre valeu a pena. Inscrições descobertas recentemente no túmulo de uma rainha contam que a primeira miss casou-se com um sacerdote de Ísis, superprestigiado, ficou viúva e casou-se a segunda vez com um engenheiro projetista de pirâmides, que construiu uma só para ela. Pronta a pirâmide, a jovem miss ficou tão entusiasmada que fez questão de morrer imediatamente para inaugurá-la. 

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Misses em flor, preparando-se para a felicidade que as espera. A miss pode vir em diversas embalagens e tamanhos, embora o de 1m70cm seja o mais popular. Elas têm tudo, até um escritor só pra elas: Saint-Exupéry. 

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Sempre leram O Pequeno Príncipe

            As misses atravessam as civilizações caldaica, persa, greco-romana e outras menos votadas, lendo O Pequeno Príncipe e chorando na hora de receber o prêmio. E sempre castas. Contam mesmo que a história dos cintos de castidade está intimamente ligada aos concursos de miss. Um certo Barão da Baviera, vendo aproximar-se a data da seleção e sem muita confiança no sistema de defesa da filha, cuja meta perigava dianite dos constantes assédios adversários - pajens, camareiros, etc. - bolou o cinto para garanti-la no concurso, onde as candidatas, como sempre, deveriam comparecer com zero ponto perdido. A moça venceu, casou-se com um nobre arruinado e o cinto pegou. 
           Sim, o concurso de miss é o Festival Internacional da Família, o Concurso Literário das Filhas. No concurso literário, o escritor comparece com seu livro e, caso ganhe, tem direito a casá-la com um milionário alemão, um analista de sistemas, um dono de uma rede de hotéis, um adido cultural de embaixada latino-americana, o herdeiro de uma fábrica de relógios suíços, a escolher. Assim, a coisa que existe mais parecida com escritor é mãe de miss. Sendo que é mais vantagem ser mãe de miss, pelas maiores oportunidades e publicações.  
           A miss é um ser obrigatoriamente feliz. Miss está provida de sofrer, diz um dos primeiros artigos das normas dos concursos. Uma miss na fossa? Uma miss com problemas existenciais? Uma miss chateada porque o avô sofreu um enfarte? Isto é tão feio quanto andar com agarramentos em boates, em automóveis parados em praias desertas, coisas que não se admite numa senhorita miss. Assim, ela se acostuma logo a ser sempre feliz, o que nem dá tanto trabalho. E bacana é que essa felicidade aprendida ela consegue irradiar para todos. Nada existe mais feliz do que um marido de miss. Alguém já viu um marido de miss careca? Alguém já viu um marido de miss com problemas de peso? Um marido de Miss não tem dessas coisas. E se algum faz uma concessãozinha de morrer é em avião de luxo, de linha internacional, como convém a um marido de miss. E tudo para a maior felicidade de sua bela esposa, que fica livre para outro marido mais bacana. 

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Outra série de misses. Para garantir a felicidade, melhor do que frequentar terreiro de macumba, fazer psicanálise ou estudar zen budismo, é vencer concurso de miss. Miss não sofre. 
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O concurso só tem um defeito

          Sempre valeu a pena ser miss. As desgraças jamais aconteceram às misses. Estão imunes a elas, conforme o regulamento do concurso. Nunca houve miss vítima de enchentes, nenhuma foi queimada pela Inquisição e entre os 9 milhões de vítimas do nazismo não havia uma só miss. Miss não entra em fila, miss só tem parto sem dor. Tudo o  que uma miss deseja consegue. É verdade que nenhuma miss até hoje recebeu o Prêmio Nobel, mas esta deficiência do concurso - talvez a única - será sanada em breve. 
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       Será mesmo que aquela jovem Miss do Egito ficou tão entusiasmada pela pirâmide que fez questão de morrer imediatamente? Será mesmo que o cinto da castidade foi criado para resguardar a virgindade de uma Miss? 
         Não sei responder essas indagações. De uma coisa, eu sei: você, leitor, leitora, deve ter dado umas boas risadas sobre as coisas que leu nesta Sessão Nostalgia. Eu também não segurei o riso. 

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sábado, 11 de novembro de 2017

PASSARELA CULTURAL atingiu a marca de 2 milhões de acessos

        


          PASSARELA CULTURAL chegou na manhã de quarta-feira, 08, à marca de 2.000.000 (dois milhões) de acessos. Sou grato a DEUS por este feito significativo e aos leitores e leitoras que me honram com a sua leitura. 
         Tudo começou em 02/07/2004, com o nome de Timbaconexão, coluna sociocultural do extinto site Timbafest, editado por Walfredo Silva. Em 12/10/2007, a coluna migrou para blog com o nome de PASSARELA CULTURAL, com o apoio de Evandro Silva, editor do missesnapassarela.blogspot.com.br , que me ensinou como desenvolver uma página na internet.                 
      PASSARELA CULTURAL tem uma visibilidade impressa através das colunas socioculturais regionais do jornal CORREIO DE NOTÍCIAS e da revista TIMBAÚBA EM FOCO.
        Três secções do meu blog são destaques: DE TIMBAÚBA PARA O MUNDO, sobre a cena sociocultural de Timbaúba, minha pernambucana terra adotiva; MEMÓRIAS DE SÃO JOSÉ DA LAJE, recordações da minha infância em São José da Laje, a cidadezinha alagoana onde nasci; e SESSÃO NOSTALGIA, focalizando antigos concursos de Misses, uma das minhas paixões. A propósito dessa última, o meu reconhecimento a duas personalidades que me incentivaram a escrever sobre o assunto e a compartilhar material e pesquisas: Dido Borges e Roberto Macêdo, editor do Miss News, missnews.com.br
         Muito grato pela atenção de todos. Continuem acessando PASSARELA CULTURAL, www.passarelacultural.blogspot.com.br .

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MEMÓRIAS DE SÃO JOSÉ DA LAJE - Onde eu nasci passa um rio


O RIO DA MINHA TERRA 

      “Onde eu nasci passa um rio, que passa no igual sem fim. / Igual, sem fim, minha terra passava dentro de mim." Assim começa "Onde eu nasci passa um rio", música do Caetano Veloso. “Passava como se o tempo nada pudesse mudar. / Passava como se o rio não desaguasse no mar.”
        Durante minha infância vivida às margens do rio Canhoto, eu não me dava conta que aprendia sábias e eternas lições. ”O rio deságua no mar. / Já tanta coisa aprendi. / Mas o que é mais meu cantar / é isso que eu canto aqui.” Vê-lo caudaloso ou tímido, mas determinado em sua eterna caminhada para o mar, foi a maior lição de perseverança que aprendi.
      "Hoje eu sei que o mundo é grande / e o mar de ondas se faz. / Mas nasceu junto com o rio, / o canto que eu canto mais. / O rio só chega no mar / depois de andar pelo chão. / O rio da minha terra / deságua em meu coração. ”
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– Daslan Melo Lima, janeiro de 2017, em São José da Laje, Alagoas.
Maria Bethânia canta "Onde eu nasci passa um rio", https://www.youtube.com/watch?v=mfwsJ8PxJFw
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ATRASADO PARA O BANHO


           E agora que não há pai, mãe e avô, proibindo o garoto que fui a tomar banho no rio Canhoto, o cenário espalha desgosto. 
         Um fio tímido d'água segue para o mar sobre um leito de pedras carente de peixes e meninos travessos. 
         Cheguei atrasado para tomar banho.
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 - Daslan Melo Lima, janeiro de 2017, em São José da Laje, Alagoas.

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DE TIMBAÚBA PARA O MUNDO - Padre Henrique Vieira da Silva (Vigário Henrique), o terceiro pároco de Timbaúba

>>>>> Sua estada foi de sete anos, marcando época na comunidade timbaubense



         Padre Henrique Vieira da Silva nasceu no dia 26 de outubro de 1888, em Olinda, PE. Faleceu na cidade de Cabo de Santo Agostinho, PE, no dia 16 de março de 1954. Foi o terceiro pároco de Timbaúba, no período de 07 de março de 1918 a 31 de dezembro de 1925. Durante sua permanência em Timbaúba foi professor do extinto Colégio Maciel Pinheiro, capelão do Colégio das Damas Cristãs e comissário de Ensino. Também construiu o monumento do Cristo Redentor no morro da República (Alto do Cruzeiro), para celebrar o cinquentenário da Paróquia de Nossa Senhora das Dores.

       Em entrevista ao Timbaúba Chic, suplemento sociocultural do jornal A Serra, de 15/11/1922, deixou registrado um pouco da sua personalidade.
Sua impressão sobre TimbaúbaEm religião não vejo outra. Em beleza natural e estética, higiene, ordem e progresso, prima inter pares. Em política, a mais racional e moderada que conheço.
Sua opinião sobre o amor – Só há um amor prejudicial ao indivíduo, à família e à sociedade:  é o amor desordenado, amor mundano, amor das paixões que aviltam e degradam a humanidade. Todo outro amor é necessário, obrigatório e indispensável à vida:  o amor de Deus, amor da pátria, amor do próximo, amor da virtude, amor da esposa, dos filhos e amor dos inimigos, que é o heroísmo do amor.
Sua verdadeira vocação, maior felicidade e maior desventuraCada dia me convenço que fiz bem em ser padre. Maior felicidade, ir para o céu. Maior desventura, morrer de repente
Que terra desejaria habitar e em que épocaAqui mesmo, no alto da Aurora, cinquenta anos atrás, para ter construído a Matriz em Mocozinho e mais elevada.
Suas obras passadas e seus trabalhos atuaisFiz muitas corujas e papagaios de papel quando menino. Trabalhos atuais, concluir a reforma da Igreja Matriz.
Que lhe parece a situação do paísDetesto política. Sobre a situação do Brasil, não quero comprometimento. Nem manifestar o meu juízo.
Como desejaria morrerÉ intuitivo, o mesmo é perguntar ao doente se ele quer saúde.
Sua divisaTodo para todos
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Matéria postada na revista TIMBAÚBA EM FOCO, edição 78, outubro/2017. Editora JK Publicidade e Propaganda Ltda
Fonte de pesquisa: Timbaúba Ontem e Hoje -Volume II, Lusivan Suna, Edições A Província-1996
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SESSÃO NOSTALGIA - Sonia Maria Campos, Miss Pernambuco, a outra Miss Brasil 1958

Daslan Melo Lima


          Foi a partir de 1958 que o Brasil passou a ter "mais de uma Miss Brasil por ano". Enquanto Adalgisa Colombo (1949-2013), Miss Distrito Federal,  primeira colocada no concurso Miss Brasil, ganhava o direito de representar o país no Miss Universo, Sônia Maria Campos, Miss Pernambuco, segunda colocada, recebia dos patrocinadores do certame o título de Miss Brasil nº 2 e o direito de representar o Brasil no Miss Mundo. 
          Sob o título Trajeto Recife-Londres para "Miss Brasil nº 2", a revista Manchete (Ano 6, nº 325, de 12/07/1958),  circulou com uma reportagem de cinco páginas focalizando a linda pernambucana. Texto de Jayme Negreiros e fotos de Gervásio Batista.

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Copacabana (via Maracanãzinho), um dos estágios na trajetória da graciosa pernambucanazinha Sônia. ***** Três participantes do júri e boa parte da plateia preferiram Sônia Maria Campos. Resultado: Viagem a Londres. ***** As duas mais belas do Brasil. Duas viagens diferentes. Ambas fabulosas no final das contas.
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Vai o Capiberibe visitar o Tâmisa - Miss Pernambuco, Sônia Maria Campos, está sendo considerada pela família, por amigos e (principalmente) pelos pernambucanos, como a outra Miss Brasil, porque, colocando-se depois de Adalgisa Colombo, que irá concorrer ao título de Miss Universo, representará o Brasil no concurso de Miss Mundo, em outubro que vem em Londres. 
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Sônia Maria Campos 
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Sônia Maria Campos e Adalgisa Colombo
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Sônia prova: o vice-reinado da beleza merece apartamento de luxo - Sônia Maria, que gostou muito do Rio e ficou contente porque conhecerá a Europa, tem 19 anos, 1,71cm, 62,80Kg, 62 de cintura, 91 de busto, 91 de quadris, 60 de coxa, 22 de tornozelo. Disse: "Não tenho nenhum compromisso". Mas deu, através de um amigo, um recado para alguém no Recife: "Diga ao Gildo para deixar de ser mascarado." Depois de ser a segunda colocada no concurso Miss Brasil 58, Sônia Maria passou a ocupar um quarto de luxo no Hotel Serrador (Rio), deu numerosas entrevistas à imprensa, televisão e rádio, recebeu um armário, dinheiro e perfumes de presente, e vai desfilar em Londres com o maiô dourado e a faixa de Miss Brasil.
         Filha única do casal Maria Vitória-Alcides Campos, Sônia nasceu em Recife, estudou (como interna) nos colégios Santa Sofia e N.S.do Carmo, fala inglês, tem curso de mecanização e gosta de vestir calças compridas. Já foi Miss Clube Militar, no Recife. Parte de sua família, muito católica, não queria que concorresse a Miss Brasil, mas acabou concordando.
          Ela é muito friorenta, gosta de feijoada, mas não de sarapatel. Calça sapatos nº 36. Disse que se candidatou porque "esperava vencer, ora". Trouxe para o Rio, em sua bagagem, 10 chapéus, 20 pares de sapatos, e um guarda-roupa que vale Cr$ 200 mil, costurado por sua prima Cecília Queirós Campos. 
       Ainda não pensou em ser artista de cinema. Não entrou muito confiante na passarela do Maracanãzinho, durante o concurso de Miss Brasil, mas quando o público a aplaudiu, entusiasmou-se e ficou emocionada. Sônia Maria lê Érico Veríssimo, Machado de Assis e Humberto de Campos, gosta de filmes alegres e prefere, entre os artistas, Humphrey Bogart, Jack Palance, Ingrid Bergman e Kim Novak. Seus perfumes são "Fleur de Rocaille" e "Miss Dior". Gosta de dançar e de ir à praia e acha a linha "saco" elegante. 
       Com uma governanta inglesa, aperfeiçoará seu inglês, antes de viajar para Londres. O que preocupa sua família: ela gosta muito de dormir e "dará trabalho para atender a pontualidade britânica."
         O deputado Armando Falcão, o sr. Alfred Blum e o prefeito Negrão de Lima, que participaram do júri de Miss Brasil, votaram em Sônia Maria para finalista. Ela terá grande recepção, quando chegar ao Recife. Mas há momentos em que diz: "Às vezes, gostaria de passear incógnita por uma rua, olhar as árvores e ouvir os pássaros, sem precisar dar autógrafo".

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          Adalgisa Colombo, a Miss Brasil nº 1 de 1958, conquistou o segundo lugar no Miss Universo, realizado em Long Beach, Estados Unidos. Sônia Maria Campos, um exemplo de perseverança, foi Vice-Miss Pernambuco 1957, representando o Círculo Militar do Recife, e no ano seguinte, como Miss Santa Cruz Futebol Clube, tornou-se Miss Pernambuco 1958. Em seguida, Vice-Miss Brasil (Miss Brasil nº 2)  e   primeira representante brasileira no Miss Mundo. Não houve semifinalistas no concurso de Londres, apenas um Top 6, sem a inclusão da pernambucana. No Miss Brasil 1959, foi ela quem posou de Miss Brasil nº 1 de 1958, passando faixa, coroa, manto e cetro para Vera Ribeiro, Miss Distrito Federal. Adalgisa Colombo não tinha cumprido o seu reinado e renunciou para casar.
      Detalhe: O texto da Manchete afirma: "Vai o Capiberibe visitar o Tâmisa." Capiberibe ou Capibaribe? Capibaribe é o rio. É chamado de Capiberibe, quando se encontra com o rio Beberibe para desaguar no Oceano Atlântico.  
         Sob as pontes do Recife, o Capibaribe sente saudade de Sônia Maria Campos, que hoje, residindo em São Paulo, pode "passear incógnita por uma rua, olhar as árvores e ouvir os pássaros, sem precisar dar autógrafo".

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sábado, 4 de novembro de 2017

"Não há nada que passe tão rápido quanto os anos". O vento sábio continua convidando: "Carpe Diem"




Outubro, adeus. Você se foi deixando com mais idade o garoto que um dia eu fui. Nesta ocasião, peço a Deus que abençoe a todos que no dia 17 do mês passado reservaram alguns minutos do seu tempo para me desejar feliz aniversário.

         Logo mais, Outubro, você estará de volta para me encontrar mais sábio, afinal, como disse Leonardo da Vinci (1452-1519), pintor italiano, "não há nada que passe tão rápido quanto os anos". Amém. Assim Seja.  

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          “Carpe diem, quam minimum crédula póstero” (Aproveite o dia e confie o mínimo no amanhã), escreveu o poeta latino Horácio (65 a.C. - 8 a.C.).  Faz seis anos que, todas as vezes que eu saía do Recife para Timbaúba, o vento me convidava para parar em São Lourenço da Mata, diante da futura Arena Pernambuco, a fim de admirar a construção de um dos palcos dos jogos da Copa do Mundo de 2014.


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          Os tubos de concreto, agora invisíveis aos olhos de quem passa, são partes eternas da Arena, assim como eu, passageiro dos dias ensolarados e nublados, continuo um ser em construção.    


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        Fugazes são todos os momentos, independente das tristezas, das alegrias, dos amores, etc.  A sensação de estar presente, aqui e agora, e que o instante nada mais é do que uma fração de segundo da eterna caminhada, ao contrário de ansiedade, deveria propiciar tranquilidade.



      Os cenários, as pessoas e as situações mudam, mas o vento sábio continua convidando: “Carpe diem”. A depender dos valores de cada um, pode ser um convite para enxugar as lágrimas, tomar umas cervejas com amigos ou se permitir ser um simples passageiro, eterno aprendiz dos dias nublados ou ensolarados.
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- Daslan Melo Lima

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MEMÓRIAS DE SÃO JOSÉ DA LAJE - Igreja Matriz de São José


>>>>> Igreja Matriz de São Carlos ou Igreja Matriz de São José? Uma pesquisa do arquiteto José Maria de Mattos cedida ao Instituto Lajense. 

                                                         


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           Em 1922, nos primeiros dias do mês de outubro, uma comissão de personalidades do município de São José da Lage procurou o coronel Carlos Lyra, em uma das suas usinas, a Serra Grande, levando ao seu conhecimento o projeto para a construção de uma nova Igreja Matriz, visto que a cidade estava em pleno desenvolvimento e a existente já não estava mais comportando a população que vinha constantemente crescendo.
                No dia 11 do mesmo mês, em uma sessão no Paço Municipal, sob a presidência do prefeito Júlio Figueiredo, além dos senhores Theófanes de Barros e Avelino Silva, foi dada a notícia do acolhimento da ideia e da promessa de máximo apoio ao projeto, por parte do abnegado industrial e amigo o Cel. Carlos Lyra.
             O terreno maior foi generosamente oferecido pelo proprietário, Sr. Antonio de Souza Melo, além de que foram desapropriadas várias casas ali existentes. A primeira pedra para a construção foi benta pelo Abade do Mosteiro de Olinda  D. Pedro Roeser, no dia 17 de janeiro de 1923, com o a presença do vigário Xavier, autoridades e a comunidade.
          Os fundos iniciais recolhidos foram de 42:735$000 (quarenta e dois contos e setecentos e trinta e cinco reis). Comercio e povo lajense: 11:225$000; Fornecedores da Usina Serra Grande e Apolinário: 21:510$000 e o Coronel pessoalmente 10:000$000, depois 45:000$000, mais tarde 80:000$000 e finalmente o custo total da construção ficou em 501:321$900 (quinhentos e um contos, trezentos e vinte e um mil e novecentos reis).
        Num dos três sinos antigos, todos vindos da França, existia uma descrição mais ou menos assim: “ ... meu protetor é São Carlos e o meu Padroeiro é São José...”, mas isso não dá nenhuma certeza sobre o que muitos falam, de que foi dado a São Carlos o nome da igreja, visto que era apenas o santo protetor do coronel. O santo de devoção de toda a família Lyra era N. S. de Lourdes.
        Assim publicou o Jornal de Alagoas sobre a inauguração da igreja em 24 de abril de 1929:
A INAUGURAÇÃO DA MATRIZ DE SÃO JOSÉ DA LAGE – Realizou-se, anteontem, quarta-feira, com extraordinária e festiva pompa, a inauguração da linda e rica igreja construída pelo povo de São José da Lage, deste estado, sob os auspícios do falecido Cel. Carlos Lyra, grande industrial e chefe da firma Carlos Lyra & Cia, proprietário da Usina Serra Grande. O que é erra obra de construção elegante, sóbria, cheia de majestade nos traços ricos, disfarçados em simplicidade, só ao exame detido de cada uma pode enaltecer.
       Portanto, a nova igreja construída, apenas substituiu a antiga, e não foi a ela determinada nenhum outro santo. Em tempos outrora costumava-se se falar: a “Nova Matriz de São José” ou a “Velha Matriz de São José”, todas elas “evocando o Santo amigo, o Padroeiro São José.”


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