Daslan Melo Lima
Década de 1960. Eu estava na primavera da
minha vida e o mundo era outro, os valores e os objetivos eram
outros. Os anos sessenta mudaram a face do planeta Terra e eu nem me dava
conta de que era parte de uma época mágica. Entre tantas coisas que marcaram aquele tempo estão as rainhas inesquecíveis
da beleza como Sylvia Louise Hitchcock, Miss Universo 1967, falecida no
domingo, 16, em Lake Wales, Flórida, vítima de câncer, neste agosto que rima com gosto e desgosto.
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A ascenção de Sylvia Hitchcock ao trono da beleza universal e a voz de
Kruchev cinco anos depois da queda são os temas internacionais desta semana.
Entre o líder soviético derrubado e a maravilhosa garota do Alabama, há apenas
uma lição: “Nossas conquistas só são válidas se conseguimos manter o que
alcançamos.” Mas a frase não é dele - é de
Bernard Shaw, citado por Getúlio Vargas,
cuja biografia Carlos Heitor Cony continua romanceando neste número.
(Revista Manchete, Ano 15, nº 797,
29/07/1967).
Diante das câmaras de televisão, que transmitiam o resultado do concurso para os Estados Unidos, de costa a costa, Sylvia Louise Hitchcock disse, entre lágrimas: "Acredito na verdade de que ser bonita só traz vantagens." Um pouco tímida, já aos 21 anos a nova Miss Universo vive e trabalha intensamente. Além dos estudos, Sylvia pinta, é ótima escultora e faz parte do grupo de missionárias da Juventude Metodista do Alabama. Para ela, o maior homem do mundo é Pablo Picasso. Ainda não tem planos fixos sobre o casamento, e por ora seu esporte predileto "é jogar futebol com meus irmãos, nos fins de semana."
Miami Beach, Flórida, U.S.A. - 15/07/1967 - Top
5 do Miss Universo 1967. Da esquerda para direita, Jennifer Lynn Lewis,
Miss Inglaterra, terceiro lugar; Mariela Pérez Branger, Miss Venezuela,
segundo; Sylvia Louise Hitchcock, Miss Estados Unidos, primeira colocada; Ritva
Helena Lehto (Miss Finlândia, quarto lugar); e Batia Kabiri, Miss Israel, quinta
colocada. ***** Detalhe: Ritva Helena Lehto, Miss Finlândia, que sofria de crises fortes de
enxaqueca, cometeu suicídio no dia 09/08/1971, aos 25 anos de idade, nove dias
após o seu casamento.
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Os
pais de Sylvia não pertencem à nobreza do Sul. São fazendeiros de galinhas e
perus nos arredores de Miami. Anote que fazendeiro americano tem prestígio
social no mesmo níivel de engenheiro, advogado, etc. Quando Sylvia foi eleita
Miss USA, dois Estados disputaram a sua posse: a Flórida e o Alabama. No
primeiro ela reside, no segundo ela estuda Humanidades, mas Sylvia nasceu mesmo
foi em Massachusetts.(Revista O Cruzeiro)
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Sylvia Louise Hitchcock, que nasceu em
Haverhill, Massachusetts, no dia 31/01/1946, era casada desde 1970 com William Carson e tinha
dois filhos. Apesar do sobrenome, não era parente do famoso cineasta Alfred
Hitchcock (1899-1980), o mestre de filmes de suspense. Neste link, um pouco de sua beleza e
simpatia no Miss Universo 1967, https://www.youtube.com/watch?v=YLGjS_6KmjE
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Outono da minha vida, 2015.
O mundo é outro, os valores são outros, os objetivos são outros... A face do planeta Terra é outra e hoje tenho consciência do quanto foi mágico ter sido parte dos anos sessenta. Entre tantas coisas que marcaram aquele tempo, guardarei para sempre a beleza e a simpatia de Sylvia Louise Hitchcock, eterna Miss Universo 1967, convocada por Deus para cumprir uma nova missão em outra dimensão. Enquanto isso, busco entender os mistérios da vida e da morte, neste agosto que rima com gosto e desgosto.
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3 comentários:
Daslan,
uma bela homenagem para uma rainha da beleza que encantou os doces anos de minha adolescência. Brasileiras eleitas miss Universo à parte, Sylvia foi minha miss preferida e que não morreu, mas se encantou.
Muciolo Ferreira
Linda, será sempre lembrada. Uma das minhas misses Universo preferidas.
Um lindo comentário eu lembro de SH passando a faixa pra Martha
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