Todos
os anos, quando chegava o dia 19 de março, minha Mãe se aproximava de mim e
indagava: “Você sabe que dia é hoje, meu filho? É dia de São José, padroeiro da
nossa terra”.
Seus olhos ficavam inundados de lágrimas e ela cantarolava o estribilho do hino do padroeiro da nossa
alagoana São José da Laje e da maioria das cidades nordestinas : “Sê doçura na
paz, no abandono, / o amigo fiel de verdade. / Oh! José da Igreja patrono, / e
patrono da nossa cidade.”
Durante o longo período em que Mamãe conviveu
com graves sequelas de um AVC, todos os anos, no dia 19 de março, eu me dirigia
a ela com uma imagem do santo: “A senhora sabe que dia é hoje, minha Mãe?” Meus
olhos ficavam inundados de lágrimas diante da sua indiferença e eu cantava “Sê
doçura na paz, no abandono, / o amigo fiel de verdade. / Oh! José da Igreja
patrono, / e patrono da nossa cidade.”
Hoje, resta-me, diante de dois
quadros na parede, administrar as emoções que ficaram de todos os marços que se
foram.
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- Daslan Melo Lima, em Timbaúba, PE, no Dia de São José.
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Um comentário:
Daslan,
as mães são como anjos que caíram do céu para semear amor aqui na terra. Bendito é o filho que, como você. lembra de sua mãe com tanto amor e carinho como se ela estivesse num cantinho de sua casa bem quietinha sussurrando em seu ouvido tudo o que você diz e escreve.
Uma semana abençoada com saúde e disposição.
muciolo ferreira
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