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domingo, 9 de abril de 2023

ELIANE THOMPSON, A HEROÍNA DA BATALHA DA GUANABARA, E O DIA EM QUE PELÉ VIROU MISS

  Texto de Muciolo Ferreira, jornalista

.






















Elaborar
e pensar até formatar uma crônica
sobre a Miss Guanabara e Brasil 1970,
Eliane Fialho Thompson, não é algo fácil,
mesmo tendo em mãos material fotográfico
e reportagens sobre ela ao longo de meio
século após a conquista dos títulos. E mesmo
após assistir à excelente live conduzida pelo
produtor do projeto Miss Brasil Forever,
Josenildo Batista, torna-se mais difícil,
ousada e desafiadora essa tarefa para um
simples admirador das misses da época de
ouro dos concursos.
Até porque terei de escrever como se fosse
um livro dividido em vários capítulos:
1 - A miss Eliane;
2 - A universitária vanguardista que estava
bem à frente das demais jovens da sua idade,
ao estudar engenharia civil, uma profissão
preferêncial dos homens;
3 - A pintora formada pela conceituada
Universidade de Sorbonne;
4 - A defensora do meio ambiente e protetora
dos animais;
5 - A atriz e modelo que foi casada com um
cineasta libanês e já falava e escrevia em três
idiomas;
6 - A jornalista e até a empresária de produtos
ecológicos.
E aí, por onde começo?

Bem, depois desse preâmbulo, espécie de
apresentação, destaco o porquê do título
desse comentário "Eliane Thompson, a heroína
da Batalha da Guanabara". Também poderia
ser "a Batalha de São Cristóvão".
Sim, porque foi no pavilhão da feira do bairro
de São Cristóvão onde tudo começou a
mudar na vida da estudante de Engenharia
Civil, nascida em Barra do Piraí, quando na
noite de 14.06.1970, enfrentou vinte e três
outras candidatas que disputavam a faixa e
o direito de representar os cariocas no mais
tradicional concurso de beleza do país.
Tempos em que os brasileiros ficavam de olho
na telinha, aguardando o concurso como se
fosse o jogo da final da seleção canarinha na
Copa do Mundo de Futebol.
Naquela noite, a audiência foi a maior já
registrada pela TV Tupi, pois foi a primeira vez
que o certame foi transmitido para todo
o país pela recém-inaugurada Embratel,
Empresa Brasileira de Telecomunicacões.
.
Naquele concurso, Eliane Thompson manteve
toda a tranquilidade e segurança quando
surgia na passarela, pois enfrentava as
barulhentas torcidas dos clubes Renascença
e Flamengo, além do forte lobby que a
imprensa especializada exercia sobre a
icônica candidata do Telefónica Atlético Clube,
Maria Helena Leal Lopes.
Acho que era devido a tudo que tinha
acontecido com ela no ano anterior,
com sua exclusão injusta do concurso,
por ter 18 anos incompletos.
Se 1969 teria sido o ano da Miss Telefônica,
em 1970 o título ficou em boas mãos com a
candidata do desconhecido Floresta Country
Club,
uma agremiação sem nenhuma tradição
na passarela do Maracanãzinho.
.


















Da esquerda para a direita: 
Rejane Simões, 
Sônia Silva, 
Eliane Thompson  e 
Maria Helena Leal. .
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No meu entendimento, o Miss Guanabara foi a
verdadeira batalha vencida pela jovem de
Barra do Piraí, pois qualquer
uma das quatro finalistas também seria eleita
Miss Brasil, caso tivesse vencido.
A terceira colocada, Sónia Silva,
do Renascença,
a melhor mulata que o clube elegeu depois de
Vera Lúcia Couto dos Santos.
A Miss Flamengo, Rejane Simões,
quarta colocada, era uma loira
de arrasar quarteirões e fechar o comércio
por onde andava.
Já a doce e meiga Maria Helena Leal Lopes
era a preferida dos missólogos da epoca,
quando essa palavra nem existia, além da
mídia. Todavia, foi a mais loira de todas,
a candidata do melhor fisico,
dona de um corpo escultural não moldado
nas academias, que venceu a batalha.
E não esquecer que na comissão julgadora
estavam algumas ex-misses Brasil e
Guanabara. Elas eram:
Patrícia Lacerda
(Miss Distrito Federal 1954), 
Vera Lucia Couto
(Miss Guanabara, Vice-Miss Brasil 1964), 
Maria Raquel de Andrade
(Miss Guanabara, Miss Brasil 1965), 
Ana Cristina Ridzi
(Miss Guanabara, Miss Brasil 1966)  e 
Vera Lucia Castro (Miss Guanabara 1967).
Mulher quando julga outra mulher é rigorosa
nos detalhes e exigências, rsrsrs...
.
No dia seguinte, os jornais se referiam a
Eliane como "a nova Garota de Ipanema",
numa referência à sua semelhança física
com Miriam Salgado Lima, que em 1965
tinha sido eleita Garota de Ipanema,
concurso promovido pela revista Manchete.
Isso deu mais ânimo e segurança aos
cariocas de que sua representante
chegaria forte ao certame nacional.
A bem da verdade, e na minha opinião, o Miss
Guanabara teve jovens mais bonitas do que
no Miss Brasil.
Nesse último, só a Miss São Paulo era páreo
para Eliane.
Miss Goiás, apesar do rosto belíssimo, tinha
o corpo desproporcional.
Então nem é bom falar sobre o concurso.
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Acima,
Eliane Thompson em dose tripla.
Seu traje típico no Miss Universo
era uma alusão
à Seleção Brasileira de Futebol,
tri-campeã do mundo,
e, por extensão. ao "rei" Pelé.
Arás da blusa de Eliane constava
o número 10, o mesmo utilizado
pelo inesquecível jogador brasileiro.

Édson Arantes do Nascimento,
Pelé (1940-2022)

No Miss Universo,
confesso que esperava mais
da brasileira.
Talvez pelo fato de ter chegado
atrasada em Miami e ter perdido parte da
programação, não tenha figurado no Top 5.
Mas seu traje típico remetendo
à Copa do Mundo (aquele "Pelé loiro"
deslizando na passarela) diz
tudo como Eliane sempre foi uma
vanguardista.
Não dá pra esquecer quando "Pelé virou Miss"
e foi parar na passarela do Miss Universo
como se estivesse nos gramados do
Maracanã,
arrancando risos do mestre de cerimônias
Bob Barker e aplausos da plateia.


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E aquelas fotos dela de maiô verde ao lado
da Miss Estados Unidos, Débora Shelton,
parecia que a final do Miss Universo seria
entre as duas.
Nas fotos, a brasileira tinha um porte físico
e plástica superior à americana.
Se as medidas da cintura de Débora fossem
tiradas em qualquer concurso dentro
do nosso país, ela não teria menos de 75
centímetros. Bem roliça.
Até hoje ninguém entendeu a vitória da
Miss Porto Rico e Eliane fora do Top 5.
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E a live? Bem, eu já tinha conhecimento do
sucesso alcançado pelas revelações que a
Miss Brasil tinha feito, mas foi uma grata
surpresa perceber que o tempo não passou
para ela.
Na telinha do meu celular surgiu a mesma
Eliane dos tempos de Miss, com uma beleza
atemporal, cabelos curtos que lhes dá o
aspecto e a aparência de uma atriz da Suécia
ou de outro país da Escandinávia.
Rosto fortalecido pelo seu ativismo
ambiental, humanista e não político ou ligado
a ONGs sobre defesa dos animais e do meio
ambiente; Isso é retratado nos quadros que
pinta com traços e imagens dedicando o seu
amor e proteção à natureza, à onça pintada
e à flora.
Defensora de um mundo onde haja mais
investimentos e exploração da energia solar,
aeólica, limpa e sem poluentes fósseis.
Mulher determinada e preocupada com o fim
das desigualdades sociais e económicas,
defensora das vacinas, da ciência...
.


















Tenho certeza de que a nossa eterna
Miss Brasil 1970, do alto dos seus olhos
verdes e cabelos loiros iguais ao milharal e
parecendo ouro de 18 quilates, saberá
transcrever para as páginas do seu livro
"Perguntas que não calam
e respostas que revelam" toda sua
generosidade,humanismo e experiências
para o deleite da família, dos amigos e
admiradores.
Por toda sua representatividade, no
Planeta Miss e no mundo exterior,
Eliane Thompson será
sempre reverenciada como eterna
Miss Brasil Forever.
--------
Dedico essa crônica ao Henrique Fontes,
diretor do CNB,
Concurso Nacional de Beleza.
Henrique trouxe de volta o vocábulo
Guanabara aos concursos que realiza,
onde jovens do Rio de Janeiro ostentam
faixas de Miss e Mister Guanabara.

*****

Crédito das fotos:
revistas O Cruzeiro, Manchete, Fatos & Fotos
e acervo de Eliane Thompson.
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Saiba mais:
1 - Miss Brasil Forever, live, 21.04.2022, https://www.youtube.com/watch?v=jjllIoAz0mE
2 - "As surpreeendentes revelações
de Eliane Fialho Thompson",
Sessão Nostalgia,
Passarela Cultural, 24.05.2014
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PASSARELA CULTURAL,
edição de 09.04.2023
Editor: Daslan Melo Lima
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16 comentários:

Anônimo disse...

Devo lhes confessar que essa homenagem me deixou muito emocionada, não só por trazer à tona os bastidores de um concurso muito disputado (como cita o título) , como também por narrar detalhes sobre uma época tão borbulhante dos Concursos de Beleza. Muito obrigada aos verdadeiros amigos que compuseram uma crônica de tamanha dimensão sobre mim . Eliane Fialho Thompson (Kronig)

Anônimo disse...


Boa Tarde, Miss Brasil 1970!
Neste Domingo de Páscoa,
quando nós cristãos espalhados nos quatro cantos da Terra
celebramos a Ressurreição de Jesus Cristo dos mortos,
deixamos para a história do nosso imenso país o legado
de uma época quando ser Miss era motivo de orgulho para
as famílias.
Você faz parte desse tempo.

E por isso, Eu, Josenildo Batista e o Daslan Melo Lima, estamos
felizes em perpetuar o seu nome colocando para sempre nos espaços
onde chegar esse relato descrito e com imagens da homenageada
Eliane Fialho Thompson.

Daslan foi cuidadoso e bastante atento aos mínimos detalhes
ao editar minha crônica para a Sessão Nostalgia do blog
Passarela Cultural.
Ele "brincou" com as fotos distribuindo conforme os parágrafos.
Mas esse casamento das palavras com as imagens só deu certo gracas
à live do Josenildo.

Esse Projeto Miss Brasil Forever foi o que aconteceu de melhor
no Mundo Miss na Era da Internet.
Espero que aprecie e compartilhe o material entre todas as pessoas
importantes da sua vida, pois é isso que Muciolo, Josenildo e Daslan farão.

Um forte e afetuoso abraço.

Muciolo Ferreira
Recife, PE

DASLAN MELO LIMA disse...


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Comentário de Eliane Thompson, via WhatSapp.
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Queridooooo !
Que presente lindo vocês me proporcionam neste dia de muito significado cristão para todos nós !
Fico emocionada por tanto carinho tendo em vista do meu ostracismo durante tantos anos morando fora do Brasil .
Realmente, vocês fogem à regra do dito popular : « O que não é visto não é lembrado ».
Fico imensamente grata por toda essa homenagem .
Muito obrigada 🙏❤️❤️❤️

DASLAN MELO LIMA disse...


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Comentário de Edi Corrêa Leite, via WhatSapp, ex-coordenador do concurso Miss Sorocaba.
Sorocaba, SP
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Que lindas fotos!
Como era bonito o concurso Miss Brasil no passado.
O povo amava o concurso e suas misses.
Ainda hoje, elas falam com o maior carinho do concurso.
A nova geração não imagina como foi importante o concurso.

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse...

Caro Mucíolo, você nos mostrou, com essa crônica maravilhosa, não apenas o valor que tinha nossa bela miss, Eliane Thompson, mas, também nos lembrou o brilho dos concursos de antigamente.
Sua crônica me fez fazer um passeio no passado e confesso que senti muita saudade dos anos de nossa juventude, onde tudo era mais simples e ao mesmo tempo, tudo tinha mais glamour.
Parabéns pela excelente crônica, é muito bom e importante ter quem nos lembre e mostre o lado positivo das coisas.

Mônica Gil Rodrigues

Anônimo disse...



Muciolo,
texto impecável, nos minimos detalhes e também com muitas informações,
só um especialista em concurso de miss e uma memória privilegiada pra escrever tão bem. Parabéns.
Amei!

Joseli Lacerda
Recife-PE

Anônimo disse...


Isso não e uma crônica, e sim uma verdadeira reportagem social.
Texto leve, como convém ao assunto.
Tem cheiro de saudade, de infância e adolescência: tv Tupi, revista Manchete, Guanabara ...
E ainda colocou o eterno Pelé em "saia jusra": Miss Pelé (Kkkk).
Eliane Thompson continua bonitona. "Cabelos de milho", "ouro 18 quilates"

Abraços.

Paulo Fernando / Carpiba, PE

Anônimo disse...


Muciolo,
excelente crônica sobre a Miss Brasil Eliane Thompson.

Parabéns!

Wilton Condé
Recife, PE

DASLAN MELO LIMA disse...


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Comentário de Fernando Bandeira, via WhatSapp, produtor do concurso Miss Brasil Latina Tradição.
Vitória de Santo Antão, PE
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Muciolo, sua crônica como sempre maravilhosa.
O dom que Deus lhe deu, aprimorado com sua profissão de jornalista brilhante, sempre me emociona, mesmo quando não temos a mesma opinião, como é o caso de 1970.
.
No Miss Guanabara, minha favorita era a lendária Miss Telefônica; no Miss Brasil, a fantástica Miss Goiás; e no Miss Universo, a incomparável Miss USA.

Forte abraço, amigo querido.

Anônimo disse...


Pesquisando sobre concursos antigos de Misses, cheguei a esse blog.
Meu pai e minha mãe adoravam assistir aos concursos no Maracanãzinho.
Eles me levaram para o Pavilhão de São Cristivão, lugar onde houve o Miss Brasil 1970.
Eu tinha 14 anos de idade e guardei aquela noite no meu baú de inesquecíveis recordações.
Vou ler e me emocionar com as outras matérias sobre o assunto.

Diego José A. de França, de Copacabana, Rio

DASLAN MELO LIMA disse...

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Comentário de Paulo d'Arce, via WhatSapp, do Recife, PE.
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Está ótima a sua matéria, Muciolo.
Escreva um livro sobre misses, pois o seu talento garante.
bjs

Anônimo disse...


Amei seu texto, Muciolo.
Você é muito sensível e criativo.

Márcia Garcia - Recife

Anônimo disse...

A própria! Mais bonita ficou a crônica! Sou teu fã, Eliane.Japão

Freyrstå disse...

Emocionante matéria!Japão

Anônimo disse...

Jacó das misses
Rever Eliane nunca cansa!