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sábado, 5 de novembro de 2016

DE TIMBAÚBA PARA O MUNDO - Usina Cruangi, memórias de um patrimônio pernambucano

>>> A produção da safra de 1980/81 foi de 1.056.042 sacos de 50 kg de açúcar. O rendimento industrial foi o melhor de Pernambuco.

    Terminada a primeira guerra mundial (1914-1918), o mundo entrava numa nova era de progresso industrial. As guerras são os grandes elementos geradores, pois o homem produz mais nas necessidades. Não fugiu a esta determinação histórica, “seu” Belo, senhor de engenho, dono de Genipapo, Triunfo e Carnaúba, anexos e localizados no município de Timbaúba, norte de Pernambuco, já nas fronteiras da Paraíba e também no fim da zona da mata e transição para a caatinga. Seu Belo, mesmo sem nada entender do assunto, abastado senhor de engelho, lança-se na aventura de ser usineiro. Compra um lote de ferro velho e monta, em terras do engenho Genipapo, às margens do riacho Cruangi, a Usina Genipapo. Em 1919, colhe sua primeira sagra, reduzida em face da grande seca daquele ano. Em 1912, a Usina Genipapo se encontrava insolvável e hipotecada ao Banco do Recife. 
          Julio de Queiroz nasceu no engenho Cuieiras, no município de Aliança, vivinho de Timbaúba. Seu pai, Coronel Manoel Caetano da Costa Queiroz, era um rico senhor de engenho, tendo deixado para seus três filhos sete engenhos de porteira fechada. O caçula Júlio, tendo ficado órfão de mãe aos sete anos de idade, foi obrigado a estudar cedo num colégio de Tracunhaém e posteriormente no Recife. Terminados os preparatórios, cursou a Faculdade de Medicina da Bahia, onde se doutorou em 1906. O jovem, durante dois anos, foi médico de bordo de nos navios-gaiolas de Belém e Manaus. Em 1910, casava-se com Dona Guiomar de Andrade, filha do comerciante Coronel João de Andrade, dono do armazém Antônio Vicente & Cia. 
              Estando a Usina Genipapo hipotecada ao Banco do Recife, reuniram-se Dr. Julio de Queiroz, Jader de Andrade, Hugo de Andrade e Antonio Vicente de Andrade e João de Andrade Sobrinho, todos cunhados e parentes e formaram a firma Andrade Queiroz & Cia, que comprou a Usina Genipapo por oitocentos contos de reis. Em 1921, o Dr. Julio assumiu a direção da usina, tendo mudado o nome para Usina Cruangi, e ali permaneceu até sua morte, em 07 de setembro de 1974. 
          Em 1916, sob a orientação de um técnico francês, Alexandre O’Henry, foi feita a primeira reforma com a compra à Usina Mussurepe de um conjunto de moenda, dez cristalizadores, uma bomba de ar seco com condensador central, dois vácuos de serpentinas. Todo material de fabricação francesa e seis centrífugas de fabricação inglesa. Com esta primeira reforma, a produção máxima foi de 176.300 sacos na safara de 48/49. Em setembro de 1949, a razão social passou a ser Usina Cruangi S.A. Nova reforma básica foi feita em 1959, toda com recurso próprio, alcançando a produção recorde de 667.790 sacos na sagra 72/73. Em 1973, com o advento do Decreto-lei nº 1.266, de 26 de março, foi mais uma vez empreendida uma reforma completa na usina com o objetivo de eliminar os pontos de estrangulamento existente. Ali tudo foi jeito para elevar a moagem da Cruangi para 150 toneladas por hora, igual a 3.600 toneladas por ano. 
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O texto e a ilustração desta página foram publicados na revista Timbaúba Centenária, editada pela Prefeitura Municipal de Timbaúba em fevereiro de 1982. Nessa época, conforme dados da referida publicação, a Usina Cruangi possuía capacidade de moagem em torno de 60.000 toneladas de cana por dia. Sua produção na safra de 1980/81 rendeu 1.056.042 sacos de 50 kg de açúcar, 7.916.000 litros de álcool. O rendimento industrial na safra de 1980/91 tinha sido o melhor de Pernambuco, 102,5 kg açúcar/t. de cana.

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3 comentários:

Jb disse...

"Em 1912, a Usina Genipapo se encontrava insolvável e hipotecada ao Banco do Recife." A data correta desse trecho é 1921.

Unknown disse...

A Usina Cruangi era um antiquíssimo engenho. Sei por intermédio de minha mãe, que minha avó, Maria do Rosário de Jesus, nasceu ali. Era filha do proprietário do Engenho que se chamava Francisco Pereira no seu segundo casamento com Cândida Maria da Conceição. Francisco Pereira era proprietário de outros engenhos em Aliança, Nossa Senhora do Ó e adjacências. Era senhor de muitos escravos. Após seu falecimento minha bisavó Cândida voltou para o Sertão da Paraíba.
Eu gostaria muito de visitar esses lugares e procurar os familiares, que, assim como eu, ainda continuam vivos, graças a Deus, e eu sei que são muitos...quem souber de algo, por favor, me escreva. Obrigada! Meu e-mail é auxiliadoracabral@hotmail.com. O Engenho Genipapo também pertenceu ao meu bisavô.

Unknown disse...

Eu também procuro sobre Francisco Pereira da Silva, meu trisavô, estou aqui Auxiliadora Cabral.