Quando a gaúcha Ieda Maria Vargas desembarcou em Brasília, trazendo de Miami Beach o cetro, a faixa e a coroa de Miss Universo 1963, mais de mil pessoas estavam lhe esperando.
Brasília fez uma pausa nas suas atividades para homenagear a gauchinha que Miami reconheceu como a mais bela do mundo. Os estudantes foram liberados. E uma boa parte da população da Capital Federal se postou à margem da Avenida W-3, para vê-la passar em direção ao Hotel Nacional.
Depois de receber as homenagens de Brasília e do Presidente João Goulart, Ieda Maria Vargas chegou ao Rio, onde foi recebida como uma importante figura popular. Desfilou pela Avenida Rio Branco, no carro do Corpo de Bombeiros, acompanhada de Miss Estados Unidos e de Miss Guanabara, Vera Lúcia Maia. Dos edifícios foram atirados, sobre o carro de Miss-U, milhões de papéis coloridos. O povo, nas ruas, cercou-a carinhosamente.
(Revista O CRUZEIRO, de 07/09/1963, de onde foram reproduzidas as fotos que ilustram esta crônica, imagens do seu desfile na Av. Rio Branco, Rio de Janeiro)
A revista O CRUZEIRO ofereceu um almoço a Ieda Maria Vargas. Entre os presentes estavam: Marize Osers, Miss Estados Unidos; Phillip Botfeld, Diretor-Executivo do Miss Universo; Lincoln Gordon, Embaixador dos Estados Unidos; João Calmon, Deputado; Paulo Cabral, Diretor dos Diários Associados e Edílson Varela, Diretor-Executivo do concurso Miss Brasil.
Na ocasião, a Presidente da Empresa Gráfica O CRUZEIRO, Amélia Whitaker Gonçalves de Oliveira, filha de José Maria Whitaker, fez o seguinte discurso:
Ieda, você tem um fã em São Paulo. Fãs, você tem muitos. Porém, um, muito respeitável e respeitado. Tem 85 anos e é meu pai. Escreveu o seu ponto de vista, da velha geração, sobre a beleza.
Vou, com a permissão de todos, lê-lo.
“Não é coisa fácil um concurso de beleza. Tem a doçura de uma exaltação da feminilidade e infunde-nos o orgulho do sangue limpo que herdamos. Quando, porém, se realiza em círculo de cúpula, quando se torna uma competição universal, uma vitória como a vossa – testemunhando o esplendor de uma geração – exalta nosso patriotismo.
"E este triunfo, formosa flor de nossa bela terra, que eu, em nome dos velhos que acreditam no Brasil, em todas as suas manifestações, agradeceria comovido. Não só em meu nome. Mas no de todos os brasileiros, das mulheres e dos moços, que vêem na vossa beleza a alta vitalidade de uma geração, da geração que há de salvar, que há de elevar, que há de engrandecer o Brasil.”
Eu acho que não tenho, depois destas palavras, nada mais a dizer.
(O CRUZEIRO, 07/09/1963)
Leio e releio o texto de José Maria Whitaker e me comovo. Faço parte daquela geração que ele citou como a que haveria de salvar, de elevar e de engrandecer o Brasil.
Um arrepio invade minh’alma nesta ensolarada manhã pernambucana do último domingo de novembro de 2008.
O que fiz para honrar, salvar, elevar e engradecer o Brasil?
Pergunto ao silêncio e aos anjos invisíveis que me rodeiam e eles não respondem.
Mas vejo as fotos de Ieda Maria Vargas, Miss Rio Grande do Sul, Miss Brasil e Miss Universo 1963, e me conformo.
Pelo menos ela, com sua beleza, personalidade e caráter, permanece como um ícone dos anos 60, o esplendor de uma geração.
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2 comentários:
Daslan, gostaria de ler alguma coisa sobre a Miss Ceará de 1966 Substituta
Maria Claudia Maciel de Aquino.
Obrigada,
Ivana Barreto
Recado para Ivana
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Gostaria de atender seu pedido, mas não tenho foto de Maia Claudia Maciel de Aquino e tudo que sei sobre ela é o seguinte:
estudava o 1º ano do curso pedagógico no Colégio Lourenço Filho, em Fortaleza;
concorreu pela União dos Clubes Sociais Suburbanos;
seus pais eram Clóvis de Aquino(oficial do exército) e Maria José de Aquino.
Um abraço.
Daslan
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