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sábado, 31 de julho de 2010

SESSÃO NOSTALGIA - Zayra Pimentel, a pernambucana que poderia ter sido Miss Guanabara 1961


Daslan Melo Lima


          A Sessão Nostalgia da semana passada, dedicada a Zayra Moreira Pimentel, Miss Pernambuco 1957, relembrou um fato interessante: a bela pernambucana disputou o Miss Guanabara em 1961.  A matéria desta semana é um desdobramento da anterior, um documento que vai ao encontro dos missólogos de ontem e de hoje, interessados em preservar a memória dos concursos de beleza.   
          As imagens de Zayra que ilustram esta Sessão Nostalgia pertencem ao acervo de Adília Pimentel, filha de Zayra com o inesquecível cantor português Francisco José.

Olinda, Pernambuco, 1957. O mar, a brisa mansa e um poema chamado Zayra.
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Era 1957 e o futuro estava distante. Daquele tempo mágico que se foi, mil coisas ficaram, inclusive o olhar de Zayra, musa eterna de um tempo que vale a pena recordar.
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Depois daquela manhã de 1957, o Mar de Olinda avançou  o suficiente para destruir os coqueiros, menos a lembrança de Zayra.

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 A MAIS BELA CARIOCA 
PODERIA TER SIDO UMA PERNAMBUCANA

           Na noite de segunda-feira, 26 de julho, meu celular tocou. Era Zayra Pimentel, emocionada, ligando  para  agradecer o tributo que lhe prestei através da Sessão Nostalgia, em PASSARELA CULTURAL. Ela conversou comigo durante quase duas horas. Falou sobre sua vida, alegrias, experiências, saudades do Recife, etc. O jornalista Mucíolo Ferreira já tinha comentado comigo que Zayra tinha sido  uma das favoritas ao título de Miss Gunabara 1961. Zayra corroborou  o que Muciolo tinha me dito e confessou com sua bela voz:

          "A redação do jornal Diário de Notícias, pertencente ao grupo Diários e Emissoras Associados, promotor do concurso Miss Brasil, era composta de muitos pernambucanos. Eles adoraram quando fui indicada para representar a AABB, Associação Atletica Banco do Brasil,  no Miss Guanabara.  Eu era apontada como forte candidata e o pessoal do jornal empenhou-se em me promover. A estratégia de me beneficiar acabou me prejudicando. Dias antes do concurso Miss Guanabara, saiu no jornal:  “Se Zayra ganhar haverá três pernambucanas no Miss Brasil.” As outras eram Maria Lúcia Santa Cruz, Miss Pernambuco, e Carmem Aurélia Rodrigues de Lima, Miss Rio Grande do Norte, que tinha ficado em segundo lugar no Miss Pernambuco. No dia do concurso, o Diário de Notícias publicou: “Se Zayra for eleita Miss Guanabara, a mais bela carioca será uma pernambucana”. Ora, a carioca era exaltada como uma das mulheres mais belas do mundo e o bairrismo do carioca, óbvio, falou mais alto. "
   
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O CONCURSO MISS GUANABARA 1961

Alda Maria Coutinho de Morais , Miss Guanabara 1961. (Foto: Gervásio Batista, revista Manchete, 24/06/1961).

          Vinte e oito jovens disputaram o Miss Guanabara 1961. O publico ficou dividido entre Maria Helena Soares de Souza, Miss Riachuelo, e Iara Santos, Miss Renascença, mas quem venceu foi Alda Maria Coutinho de Morais, Miss Clube Leblon, uma loura de olhos verdes, estudante do segundo ano de Direito.  

          A forte presença de Zayra Pimentel na passarela do Maracanãzinho despertou a atenção do repórter  Ubiratan de Lemos. Ele escreveu na revista O Cruzeiro, de 24/06/1961:  

“Pedimos licença para referir o azulão-veludo de Zaira Pimentel, da AABB, orçado em 300 mil.  Rita Nery, Ana Maria Amorim e Zaira Pimentel ficaram de fora. Os jurados não tiveram oportunidade de vê-las com cuidado." 

          Detalhe : A grafia correta do nome de Zayra é com “y”, mas até hoje, de vez em quando, seu nome saí na imprensa escrito com “i”.

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ZAYRA, 
DEUSA DO CAPIBARIBE

          Adília Pimentel, filha de Zayra, com base em duas fotografias em preto e branco de sua Mãe, elaborou duas imagens mágicas.

Zayra Pimentel e o Rio Capibaribe, no centro do Recife
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Zayra Pimentel, Miss Clube Náutico Capibaribe, na passarela do Clube Português do Recife, na noite em que foi eleita  Miss Pernambuco 1957
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ZAYRA, 
DEUSA DE COPACABANA



 

Zayra Pimentel, radicada há muitos anos no Rio de janeiro, no bairro de Copacabana, é uma Miss que o tempo contribuiu para tornar ainda mais bela. 


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          E se o jornal Diário de Notícias tivesse silenciado sobre a origem pernambucana de Zayra Pimentel e deixasse as coisas fluírem normalmente?  Ela teria sido eleita Miss Guanabara 1961?  
         Alda Maria Coutinho de Morais, Miss Guanabara 1961,  ficou em terceiro lugar no Miss Brasil e representou a beleza brasileira em Londres, no Miss Mundo, onde não obteve classificação. Zayra Moreira Pimentel teria ido mais longe? Nem o vento frio desta última tarde pernambucana de julho de 2010 saberá responder.

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sábado, 24 de julho de 2010

SESSÃO NOSTALGIA - Zayra Pimentel, Miss Pernambuco 1957

Daslan Melo Lima




     Recife, Pernambuco, década de 1950. A simples e aconchegante casa do casal Jair e Neuza ,  localizada na Vila dos Remédios, no bairro de Afogados,  vivia sempre cheia de artistas do rádio. O Sr. Jair Moreira Pimentel, Sargento da Polícia Militar, tocava clarinete, era músico de grande talento e também poeta.  O Sr. Jair e D. Neuza tinham quatro filhos, todos com nomes iniciados pela letra “Z”: Zanoni, Zoroastro, Zenaide e Zayra.  A garota Zayra  chamava a atenção de todos pela inteligência, beleza, pelos olhos castanhos claros, carisma, personalidade e dotes artísticos. Eventualmente, atuava em pequenas apresentações do Grupo Teatral de Amadores do Atlético, pertencente ao Atlético Clube de Amadores, na Estrada dos Remédios, uma das principais artérias do bairro de Afogados, na frente da Vila dos Remédios.  Em 1957, representando o Clube Náutico Capibaribe, Zayra Pimentel foi eleita Miss Pernambuco, iniciando uma trajetória que faria dela uma das Misses mais famosas do Estado.

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O CONCURSO MISS PERNAMBUCO 1957

     O concurso Miss Pernambuo 1957 foi realizado no dia 11 de maio, no Clube Português do Recife, com a participação de oito candidatas: Miss Aero Clube de Pernambuco, Maria Josefina Malta Mauricéia;  Miss Atlântico Olindense,  Berenice Souza Barros;  Miss  Cabanga Iate Clube,  Roselis Nicéas;  Miss Círculo Militar do Recife,  Sônia Maria Campos;   Miss  Clube Internacional do Recife,  Marluce Laranjeira;  Miss Clube Náutico Capibaribe,  Zayra Moreira Pimentel;  Miss Clube Português do Recife,  Violeta Botelho;  e Miss Sport Club do Recife,  Flávia da Veiga Pessoa.  Entre as pessoas que fizeram parte da comissão julgadora estavam duas das personalidades pernambucanas mais importantes de todos os tempos: o poeta Mauro Mota (1911-1984) e o médico, jornalista e autor teatral Waldemar de Oliveira (1900-1977).

 
Momento em que o poeta Mauro Mota entregava a Zayra Pimentel um brinde da Indústria de Bebidas Cinzano S.A. , uma das empresas promotoras do concurso . À esquerda, Sônia Maria Campos. À direita, Violeta Botelho. (Foto original pertencente ao acervo de Daslan Melo Lima)
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     Já era madrugada do dia 12 de maio quando foi anunciado o resultado: Violeta Botelho, Miss Clube Português do Recife, terceiro lugar; Sônia Maria Campos, Miss Circulo Militar do Recife, segundo; e Zayra Pimentel, Miss Clube Náutico Capibaribe, 19 anos completados no dia 15 de janeiro, 1m67cm de altura, primeiro lugar, muito aplaudida num modelo na linha clássica, simples, na cor coral, criado por Dodô Santos Dias.  
      Duas curiosidades sobre o Miss PE 1957. Primeira: Sônia Maria Campos voltou a disputar o Miss Pernambuco no ano seguinte, na condição de Miss Santa Cruz Futebol Clube, e conquistou o primeiro lugar. Favorita no  Miss Brasil,  perdeu o título  para Adalgisa Colombo, Miss Distrito Federal.  Em Londres, no primeiro Miss Mundo do qual o Brasil participou, Sônia classificou-se em sétimo lugar.  Segunda curiosidade: Violeta Botelho provocou a primeira grande celeuma da história do concurso Miss Pernambuco. Muito católica, Violeta Botelho ficou em conflito ao se inscrever no Miss PE, pois sabia que teria a obrigação de desfilar de maiô. Hesitou, pediu conselhos ao seu confessor e foi em frente, mas na grande noite recusou terminantemente a desfilar de maiô.  Mesmo assim, deram-lhe o terceiro lugar.

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ZAYRA. 
UMA RAINHA NO RIO

 
     Acima, dezesseis das dezenove concorrentes ao título de Miss Brasil 1957.  Zayra é a quinta, na fila da frente, da esquerda para a direita.  ***** Em pé, da esquerda para a direita: Sandra Hervé (Miss Rio Grande do Sul, terceira colocada); Lúcia de Carvalho (Miss São Paulo);  Chloris Maria Guimarães Fontenelle (Miss Piauí); Maria Helena Morais e Silva (Miss Sergipe); Terezinha Gonçalves Morango (Miss Amazonas, eleita Miss Brasil); Tereza Catarina Morais e Castro (Miss Pará), Maria do Socorro Gurgel (Miss Rio Grande do Norte) ; Marta Leão Pincowska (Miss Goiás ); e Maria Dorotéia Antunes ( Miss Minas Gerais, segundo lugar). ***** Sentadas, da esquerda para a direita: Lia Guimarães Pires de Castro (Miss Ceará, quarto lugar); Rosa Lúcia Pacheco (Miss Alagoas); Karin Japp (Miss Paraná, quinto lugar); Lygia Maria Bonfim (Miss Espírito Santo); Zayra  Moreira Pimentel (Miss Pernambuco); Cylis Píres da Rocha (Miss Rio de Janeiro) e Maria Zélia de Almeida Cardoso (Miss Paraíba).  ***** (Foto: Revista Manchete, 29/06/1957). 

     Zayra  Pimentel representou muito bem  Pernambuco no Miss Brasil 1957, embora não tenha conseguido uma vaga entre as finalistas. A vencedora foi Teresinha Morango, Miss Amazonas, que trouxe o vice-Miss Universo para o Brasil pela segunda vez, depois da baiana Martha Rocha, em 1954.  Em 1961, mais bela e experiente,  Zayra ostentou a faixa de Rainha do Carnaval do Recife e  fixou residência  no Rio de Janeiro , onde  foi convidada para representar a AABB-Associação Atlética Banco do Brasil no Miss Guanabara.   Apesar de ter sido uma forte candidata ao título, não ficou entre as finalistas.  

De maiô Catalina, Zayra  Pimentel, Miss AABB,  candidata ao título de Miss Guanabara  1961. (Foto: Revista O Cruzeiro, 24/06/1961).
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ZAYRA, 
A MISS QUE CONQUISTOU UM REI

     Zayra Pimentel conquistou o coração de um rei da canção romântica, Francisco José, cujo nome completo era Francisco José Galopim  de Carvalho  (1924-1988), o maior cantor português de todos os tempos.  Do casamento com o cantor nasceu sua única filha Adília.   

 
Francisco José, imortalizado pela bela voz e pela interpretação de “Olhos Castanhos”, composição dele e de Alves Coelho, o maior sucesso da sua carreira.

Teus olhos castanhos/De encantos tamanhos / São pecados meus./ São estrelas fulgentes,/Brilhantes, luzentes,/ Caídas dos céus./ Teus olhos risonhos / São mundos, são sonhos,/ São a minha cruz / Teus olhos castanhos/De encantos tamanhos / São raios de luz. ///// Olhos azuis são ciúme /E nada valem para mim./Olhos negros são queixume / De uma tristeza sem fim./ Olhos verdes são traição,/ ão cruéis como punhais,/Olhos bons com coração/Os teus,castanhos leais.
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ZAYRA PIMENTEL
PERFIL DE CONSUMIDOR

     No dia 29/07/1991, em  entrevista  no melhor estilo “ping-pong” à coluna Perfil do Consumidor, do jornalista Fernando Machado, publicada no Jornal do Commercio, do Recife, Zayra Pimentel confessou, entre outras coisas,  que o dia mais feliz como Miss Pernambuco foi o da noite do concurso: “Acabara  de ser eleita, o povão gritando o meu nome, todos de pé, pétalas de rosas sobre mim, etc. Lá de cima da passarela avistei meu ex-namorado e a mãe dele, que me detestava só porque eu era pobre. Os dois estavam me aplaudindo  também de pé. A-d-o-r-e-i”. 
Uma Miss Brasil: Marta Rocha
Uma Miss Pernambuco: Nelbe Souza.  
A Miss que a influenciou: Não foi uma Miss, foi o Alex. Eu era uma pedra bruta e ele me lapidou
Uma Miss Pernambuco que merecia ser Miss Brasil: Várias
Uma jovem que merecia ser Miss Pernambuco: Jô Malta Mauricéia, disputou comigo o Miss Pernambuco, representando o Aeroclube
Um homem bonito: Antônio Luiz  Darley do TER. Você precisa conhecer, é todo lindo! 
Uma mulher bonita:  Maitê Proença
Um homem elegante: Waldo Pinto, dono do restaurante Terral
Uma mulher elegante: Sílvia Amélia, Baronesa de Waldner, ex-Marcondes Ferraz. 
Perfume: Paris, de Yves Saint Laurent
Xampu: Quaratina, de Payot
Maquiagem: Germaine Montel  
Cabeleireiro: Há vários bons profissionais no ramo: Sílvio Nogueira, Almir da Paixão, Ernani, Lurdinha, em Piedade, e  Dezinha, em Olinda
Símbolo sexual: Antôno Fagundes.


 
Zayra Pimentel em foto-propaganda para a televisão, nos anos 1970. (Imagem reproduzida do livro-revista “Canta se Queres Cantar”, de Carlos Eduardo Carvalho dos Santos). 

Costureiro: As roupas mais bonitas e bem feitas que já usei foram de Marcílio Campos e Vitor Moreira
Sapato: Chanel, delicadeza em pés femininos. Para o conforto dos pés, nada como o tênis
Bolsa: Tipo apache para o dia ou executivas e pequenas para a noite
Revista: Veja
Gostaria de ser capa de que revista: Manchete
Maquilador: Almir da Paixão e meu saudoso amigo Múcio Catão, sem igual! 
Motivo de orgulho: Minha filha. Estuda, trabalha e não tem vícios.  Nos dias de hoje não é um motivo de orgulho? 
Motivo de decepção: Não lembro. Só costumo relembrar as coisas boas que vivi que é pra revivê-las. As ruins, sepulto-as! 
Sua maior decepção como Miss: A mesma acima
Fobia: barulho, casas pequenas com aparelhagem de som para um estádio. É de enlouquecer.
Livro de Cabeceira: O Evangelho Segundo o Espiritismo, de Alan Kardec. 
Quem gostaria que escrevesse a sua biografia: Quem gostasse de mim com meus defeitos, ou seja, meus verdadeiros amigos Fernando Machado e Muciolo  Ferreira
Lingerie: Com muita renda e lacinhos
Santo protetor: São Pedro e Santa Bárbara
Restaurante que gosta de ir: Hipopotamus, no Rio; Florentinos, em Brasília e o Terral, em Olinda
Bebida: Água de Coco e refrigerante dietético
Sobremesa preferida: Todas
Comida preferida: Lagosta ao Thermidor e Carpaccio
Fruta: Manga e sapoti
País que gostaria de conhecer: Estados Unidos
País que gosta de voltar: Portugal, onde já morei muito tempo
Melhor passarela que já pisou: As ruas do Recife

 
Zayra Pimentel em 1987. (Foto: Henrique, Copacabana - “Canta se Queres Cantar", de Carlos Eduardo Carvalho dos Santos).
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Um compositor: Meu pai, Jair Pimentel. Compôs pra mim e a minha filha gravou.  
Quem gostaria que compusesse uma música para você: José Augusto, com versos de Isolda
Cantor: Francisco José, o maior cantor português que já apareceu no Brasil e pai da minha filha
Cantora: Fafá de Belém,  minha amiga
Hino musical: No momento, “Evidências”, com José Augusto
Música que gosta de cantar: “A Deusa da Minha Rua”
Um frevo pernambucano: “Três da Tarde”, de Lídio Macacão
Um compositor de frevo: Clídio Nigro, José Menezes, Carnera, Capiba e muitos outros que gostaria de citar, mas o espaço é pouco
Uma rua do Recife: Rua da Aurora, que já foi modelo para centenas de fotógrafos e pintores
Recife chique: No passado, o “Bal Masque”, do Internacional. Impossível esquecer
Recife brega: Praia aos domingos
Um fotógrafo: Henrique e Antonio Rudge, da Manchete
Filme inesquecível: “A Grande Valsa”, na primeira versão, em preto e branco. Um ator de cinema: Anthony Perkins
Uma atriz de cinema: Bette Davis
Um homem inteligente: Charles Chaplin
Uma mulher inteligente: Indira Gandhi
Artista plástico: Francisco Brennand
Quem gostaria que pintasse seu retrato: João Câmara
Quem levaria para uma ilha deserta: Só nos dois é quem sabemos
Quem deixaria por lá: Os intrigantes e os invejosos
Pasta de dente: Colgate com flúor
Ponto turístico de Pernambuco: Olinda
Um político: Teotônio Vilela – insubstituível
Uma personalidade: Guilherme Palmeira
Um mito: Pelé
Time de futebol: Brasil, Brasil e Brasil
Um jogador que está faltando na seleção: Garrincha
Um poeta: Fernando Pessoa
Com quem gostaria de se esbarrar no Shopping Center: Esbarrar não, gostaria de abraçar Miguel Arraes
Qual o personagem da história pernambucana que admira: Joaquim Nabuco
Um momento de saudade: “Fique deitadinha aí, que eu vou preparar um café ecológico para você.” 
Pensamento: “Mais vale errar por ter tentado, do que deixar de acertar por ter medo de errar!”
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POR ONDE ANDA ZAYRA PIMENTEL

      Zayra Pimentel fez televisão, apresentando ao lado de Fernando Castelão (1924-2005), na TV Jornal do Commercio, Recife, Canal 2, o programa “Você Faz o Show”.  Na foto acima, diante da câmara, o cantor Expedito  Baracho. Atrás, da esquerda para a direita,  o apresentador Fernando Castelão; a cantora Marilene Silva; Zayra Pimentel; Violeta Botelho e Zé de Castelão. (Foto: “Canta se Queres Cantar”, de Carlos Eduardo Carvalho dos Santos)
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     Zayra  Pimentel  fez parte do elenco do filme “O Último Cangaceiro”, de 1971, dirigido por Carlos Mergulhão.  Também atuou em “Café na Cama”, de 1973, um dos melhores filmes de Alberto Pieralisi (1911-2001), baseado no livro homônimo de Marco Rey (1925-1999).  Poderia ter prosseguido na carreira artística, como atriz ou cantora, mas formou-se em Direito e ingressou no Serviço Público Federal. Aposentada, mora no Rio de Janeiro, onde está mais perto da sua filha Adília e da neta Dominic.     

O senador alagoano Teotônio Brandão Vilela (1917-1983) foi padrinho de formatura de Zayra Pimentel, no curso de Direito. (Foto: "Canta se Queres Cantar"-CECS).
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 Adília e Dominic, mãe e filha, as herdeiras do casal real Francisco José, rei da canção romântica portuguesa, e Zayra Pimentel, rainha da beleza pernambucana. (Foto: Cortezia)

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       Zayra Pimentel, uma Miss que o tempo contribuiu para tornar ainda mais bela.  (Foto: Cortezia) 
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     A marcante personalidade de Zayra Pimentel vai ao encontro de uns versos de “Amar!”, belo e profundo soneto da poetisa portuguesa Florbela Espanca (1894-1930) que a Miss Pernambuco 1957 adora: "E se um dia hei-de ser pó, cinza e nada / Que seja a minha noite uma alvorada, /  Que me saiba perder... pra me encontrar... Vale a pena conferir o texto completo:  
Eu quero amar, amar perdidamente! / Amar só por amar: aqui... além... / Mais este e aquele, o outro e toda a gente... / Amar!  Amar!  E não amar ninguém! ///// Recordar?  Esquecer?  Indiferente!... / Prender ou desprender?  É mal?  É bem?/Quem disser que se pode amar alguém / Durante a vida inteira é porque mente! ///// Há uma primavera em cada vida: / É preciso cantá-la assim florida,/Pois se Deus nos deu voz, foi pra cantar! ///// E se um dia hei de ser pó, cinza e nada / Que seja a minha /noite uma alvorada,/Que me saiba perder... pra me encontrar...
      
     Zayra Pimentel tem orgulho do título de Miss Pernambuco 1957 e de suas raízes nordestinas. De vez em quanto visita Recife e Olinda, a fim de matar as saudades das mais caras referências da sua vida. O escritor Carlos Eduardo Carvalho dos Santos, um dos seus amigos, ainda se emociona ao recordar que foi vizinho de Zayra  Pimentel na Vila dos Remédios,  que fez dueto com ela na peça “A Dança das Palmeiras”, no Atlético Clube de Amadores, e  que adorava  acordar ao som de “Estrellita” , do  compositor mexicano  Manuel  Maria Ponce (1882-1948), tocada pelo  Sr. Jair,  falecido em novembro de 1987, pai de Zayra .


Jair Pimentel, pai de Zayra. (Foto: “Canta se Queres Cantar”, de Carlos Eduardo Carvalho dos Santos)
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Estrellita del lejano cielo, /que miras mi dolor,/que sabes mi sufrir. /Baja y dime /si me quiere un poco,/ porque yo no puedo sin su amor vivir. ///// ¡Tu eres estrella mi faro de amor! /Tu sabes que pronto he de /morir. /////Baja y dime /si me quiere un poco,/porque yo no puedo sin su amor vivir...
     Conheci pessoalmente Zayra Pimentel na noite do concurso Miss Pernambuco 1989, realizado em 11/03/1989, no mesmo Clube Português do Recife, onde há 22 anos ela tinha sido eleita Miss Pernambuco 1957. Consegui contornar minha timidez e aproximei-me dela. Pedi um autógrafo e ganhei um beijo. Mais do que isso, ganhei a lembrança de um momento mágico que guardarei por toda minha vida.

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sábado, 17 de julho de 2010

SESSÃO NOSTALGIA - FÁTIMA ANTUNES, MISS OBJETIVA DO BRASIL 1972


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Daslan Melo Lima

PRÓLOGO

     Durante vários anos, um concurso promovido por uma associação de fotógrafos profissionais paulistas despertou a atenção de todo o Brasil. Era uma espécie do Miss Brasil-Miss Universo em tom menor, com uma seletiva nacional e outra internacional, ambas na capital do Estado de São Paulo: O Miss Objetiva do Brasil-Miss Objetiva Internacional.

PERNAMBUCO NO MISS OBJETIVA


     Três  garotas que foram revelações nas passarelas do Miss Pernambuco , destacando-se como finalistas, ostentaram o título de Miss Objetiva de Pernambuco, e foram eleitas Miss Objetiva do Brasil:  Nádia Lins de Albuquerque (1968), Rosângela Carvalho Monteiro da Silva (1971) e Fátima Antunes (1972). 

 Fátima Antunes (Foto: Robson de Freitas, capa da revista O Cruzeiro, 17/01/1973
      Maria de Fátima Figueira Antunes, 18 anos, representou a cidade de Vitória de Santo Antão no Miss Pernambuco 1972. A  linda morena, com sua classe,  elegância e corpo harmonioso, foi muito aplaudida na passarela do Ginásio de Esportes  Geraldo de Magalhães Melo, o Geraldão,  cenário do concurso Miss PE durante nove anos, de 1971 a 1979. Fátima Antunes  ficou como vice de Maria Madalena Jacome da Costa Brito, Miss Esurp-Escola Superior de Relações Públicas de Pernambuco,  quarta colocada no Miss Brasil.

FÁTIMA ANTUNES, MISS OBJETIVA DO BRASIL, VICE-MISS OBJETIVA INTERNACIONAL 1972

     Na noite de 02/12/1972, no Anhembi, em São Paulo-SP, vinte e duas candidatas disputaram o título  de Miss Objetiva do Brasil, duas de São Paulo e vinte e uma de diversos Estados brasileiros. A comissão julgadora era dividida em duas. Havia o júri fotográfico e o das personalidades de  diversos setores da vida brasileira. Sete pessoas no primeiro júri e catorze no segundo. Por unanimidade, Fátima Antunes foi a primeira colocada e recebeu o cetro, a coroa e o manto das mãos da pernambucana  Rosângela  Carvalho Monteiro da Silva, a Miss Objetiva do Brasil do ano anterior,  que representando  Olinda tinha ficado em terceiro lugar no Miss Pernambuco 1971.
 A loura Susana Grundel, Miss Objetiva do Peru, eleita Miss Objetiva Internacional 1972, e a morena pernambucana Fátima Antunes, Miss Objetiva do Brasil e segunda colocada. (Foto:Fredy Mulanesi, revista O Cruzeiro, 07/01/1973)
      Fátima Antunes disputou o Miss Objetiva Internacional com moças de onze países: Argentina, Bolívia, Dinamarca, Espanha, Inglaterra, Israel, Japão, Peru, Portugal, Suécia e  Uruguai. Perdeu apenas para Susana Grundel, uma loura peruana de 19 anos de idade.  Com o  segundo lugar no Miss Objetiva Internacional 1972, Fátima Antunes ganhou vários prêmios, inclusive uma viagem a Buenos Aires, Argentina. 
      Fátima Antunes foi capa da revista O Cruzeiro , modelo, e atuou como atriz no cinema nacional, onde fez  “Caingangue, A Pontaria do Diabo”, de Carlos Hugo Christensen (1914-1999); "Trindad...É meu Nome", de Edward Freund (1927-1982), “Caçada Sangrenta”, de Ozualdo Ribeiro Candeias (1918-2007) e  “A Ilha do Desejo”,  de Jean Garrett (1946-1996).

 Cartaz do filme "Caçada Sangrenta", de 1974, direção de Ozualdo Ribeiro Candeias, um dos melhores filmes protagonizados por Fátima Antunes.

POR ONDE ANDA FÁTIMA ANTUNES
 


 Fátima Antunes Malta, no Recife, em 1982. (Foto: coluna de João Alberto, Diario de Pernambuco, 04/05/1982)
 

Fátima Antunes Malta, em 2006, no Recife, durante um evento social. (Foto: Fernando Machado)

     Fátima Antunes não deu continuidade à  carreira de atriz .e nem fixou residência em São Paulo ou Rio de Janeiro. Preferiu retornar para o Recife, onde ainda hoje é  um ícone da beleza.  Como Fátima Antunes Malta -  o Malta por conta do sobrenome do esposo -  é uma das mulheres mais queridas da sociedade pernambucana. Linda, inteligente, tranqüila, feliz, realizada como esposa, mãe e avó.


EPÍLOGO

     De vez em quando, lembro-me daquela noite de 1972,  no Geraldão. Foi o segundo concurso Miss Pernambuco  que assisti ao vivo.  Posso fechar os olhos e me ver nas arquibancadas, atento a tudo e vendo muita gente ficar de pé para aplaudir Maria de Fátima Figueira Antunes, Miss Vitória de Santo Antão, vice-Miss Pernambuco,  depois Miss Objetiva de Pernambuco, Miss Objetiva do Brasil e vice-Miss Objetiva Internacional.

     Abençoadas lembranças daquele 1972. Abençoada Fátima Antunes.


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sábado, 10 de julho de 2010

SESSÃO NOSTALGIA - Anísia Gasparina da Fonseca, Mss Brasília 1967, e o menino da rua do Bagaço



Daslan Melo Lima





        No dia 09/08/2008, a secção Sessão Nostalgia foi dedicada a Anísia Gasparina da Fonseca, Miss Brasilia 1967. A matéria continua on-line e é uma das várias postagens antigas que você poderá rever em PASSARELA CULTURAL. A bela Anísia voltou a ser focalizada nesta semana por um motivo poético. Vale a apena conferir.


ANÍSIA GASPARINA, UM CONTO DE FADAS DOS ANOS SESSENTA



Anísia Gasparina da Fonseca (Revista O Cruzeiro, 15/07/1967)
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 Anísia Gasparina da Fonseca (Revista Manchete, 1º/07/1967)
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         Anísia Gasparina da Fonseca, natural da cidade de Patos de Minas, Estado de Minas Gerais, morava em Taguatinga, cidade satélite de Brasília, Distrito Federal, trabalhava como empregada doméstica, vivia num barraco de madeira de chão de barro e teto de zinco com Dona  Raimunda, a mãe lavadeira, três irmãos e uma irmã, quando foi convidada para disputar o título de Miss Clube da Área Alfa. Anísia foi a vitoriosa. Venceu em seguida o Miss Brasília e foi a preferida do público e a mais aplaudida das concorrentes ao título de Miss Brasil 1967, onde obteve apenas o quarto lugar. Sua derrota foi atribuída à falta de escolaridade, pois Anísia tinha apenas o terceiro ano primário. Quando o saudoso apresentador Paulo Max, na hora da entrevista, perguntou a Anísia se lhe fosse permitido fazer três pedidos ao Presidente da República que coisas pediria, ela respondeu: “Pediria uma casa para minha mãe morar, conforto para meus irmãozinhos e um emprego para mim.”
     O título de Miss Brasília mudou para sempre a vida de Anísia. O prefeito do Distrito Federal deu a ela uma casinha de presente num bloco construído pelo Banco Nacional de Habitação, em Taguatinga; conseguiu um emprego no Departamento de Turismo de Brasília, com um salário muito bom em moeda da época, 400 cruzeiros novos; ganhou uma casa pré-fabricada da Cinasa-Construção Industrializada Nacional; conheceu Valdomiro de Souza, um milionário de origem pobre, com quem casou e foi morar em Goiânia; conseguiu terminar os antigos cursos ginasial e científico e fez um curso de Educação Física.


JOSÉ DE ANCHIETA BATISTA, O MENINO DA RUA DO BAGAÇO

     Em 27/05/2009, navegando na Internet, o Sr. José de Anchieta Batista encontrou PASSARELA CULTURAL e a Sessão Nostalgia dedicada a Anísia Gasparina. Na ocasião, ele deixou um comentário no espaço apropriado do blog afirmando que ...sua beleza era indubitavelmente inigualável. Eu, naquela época morava em Brasília e tive a satisfação de conhecê-la em uma das festas lá do clube da Marinha - o Área Alfa. Na mesma noite, lembro-me de haver comentado com um amigo: - Como pôde Deus exagerar tanto na beleza dessa mulher?"


 José de Anchieta Batista (Foto: Blog do Anchieta)


     O Sr. José de Anchieta Batista é nordestino de Teixeira, PB, e está radicado no Estado do Acre desde o início da década de 1980. É Bacharel em Ciências Contábeis pela UFPB-Universidade Federal da Paraíba e possui Complementação Pedagógica pela UFAC-Universidade Federal do Estado do Acre. Lecionou por várias anos na ETCA-Escola Técnica de Comércio Acreana. Em 1994, aposentou-se como Auditor Fiscal do INSS-Instituto Nacional do Seguro Social, quando instalou escritório de consultoria e assessoria contábeis. A partir de 1999, exerceu diversos cargos no Governo do Estado do Acre, como presidente de diversas estatais e Secretário de Estado da Administração. Desempenha atualmente a função de Diretor-Presidente do Instituo de Previdência do Estado do Acre e edita o blog www.blogdoanchieta.blogspot.com/.




     No dia 02/12/2009, José de Anchieta Batista lançou o livro Menino da Rua do Bagaço, editado pela Publit Soluções Editoriais, do Rio de Janeiro. Recentemente, ele enviou-me um exemplar do referido livro. Foi com muita emoção que, ao chegar na página 45, deparei-me com o poema Versos para Anísia, escrito pelo autor no Bar Caravelle, então situado na W3 Sul, em Brasília, em julho de 1967. Adiante, os lindos versos do poeta dedicados a Anísia Gasparina.


VERSOS PARA ANÍSIA


 Anísia Gasparina da Fonseca (Manchete, 15/07/1967)


Parai tudo, tudo quando,
Anísia com seu fulgor,
Luzindo o seu resplendor,
Fôr pela rua passando!

Recebei-a com carinho,
Vede só o quanto é bela,
jogai flores da janela,
Perfumando o seu caminho!

Oh! Daí ouvidos a mim,
Somente por um segundo:
- Bebida pra todo mundo,
Seu moço do botequim!

Guardas, agora parai
Todos os carros da rua,
Pois tão bela quanto a lua,
Anísia passando vai!


Contemplai sua beleza,
Soberana e irradiante...
Comparai-a neste instante,
Com a própria natureza!

Jogai-lhe flores cantando,
Retirai vossos chapéus,
Brilhai estrelas dos céus,
Pois Anísia vai passando!

Seu moço do violão,
Seu coração não palpita?
- Sole uma valsa bonita!
- Cante uma bela canção!

Poetas, versos falai!
Não vos inspirais bastante?
Fazei versos neste instante,
Que Anísia passando vai!
 


Tangei, sinos da Matriz!
Cantai, pardais, com fulgor!
Exala perfume, ó flor,
Que esta rua está feliz!

Abre alas, minha gente,
E, silêncio! – por bondade,
Porque Sua Majestade
Vai passando à nossa frente!
 
Anísia Gasparina da Fonseca (Fatos & Fotos, 08/07/1967)


A MISS E O MENINO DA RUA DO BAGAÇO


     Em dezembro de 1975, vivendo entre Brasília e a capital de Goiás, dona de mansões e fazendas com aeroportos particulares, Anísia Fonseca, uma das mulheres mais ricas do planalto central, deu um depoimento a Marlene Anna Galeazzi, publicado na revista Fatos & Fotos, de 29/12/1975, onde entre outras coisas afirmou:


              Quando lembro as coisas que passei para sobreviver, penso que é um sonho. Acho que hoje não teria condições de enfrentar, sempre sorrindo, as dificuldades dos anos passados. Graças a Deus, aos brasilienses e ao meu marido, que é também um pai para mim, pude ajudar a minha família. 

            Engraçado, às vezes sinto saudades daquela época, sabe o que é? A lembrança da educação que minha mãe, com toda sua humildade, nos deu. O carinho que ela dedicava aos filhos, dentro de um mísero barraco, me ajudou muito, principalmente agora. Graças a isso, não virei uma dondoca sem objetivos. Como agradecimento pelo que a vida me deu, procuro ajudar aos outros, através do Asilo São Cotolengo, no interior de Goiás, onde pessoas de todas as raças e idades vão procurar um pouco de paz.


          No livro Menino da Rua do Bagaço tem um poema homônimo que diz:


Que bom voltasse tudo uma outra vez...
A rua, a vida, o tempo e o mesmo espaço...
Meninos lá da Rua do Bagaço,
Neste momento, onde é que estão vocês?

Dispersos pela vida amarga e crua,
Na vã procura da felicidade!
Oh! Como dói saber que na verdade
Ela morava ali na nossa rua!

Esse tempo distante é como um vulto
Que me segue na rota da velhice...
E agora eu vejo o quanto era tolice
O sonho pertinaz de ser adulto.

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     Há mil ruas do Bagaço por esse Brasil afora, com suas mil Anísias e mil meninos. Quantas Anísias e quantos meninos mudarão de vida? Quantas Anísias e quantos meninos se perderão nos caminhos da ilusão? Quantas garotas lindas terão o destino de glória de Anísa Gasparina da Fonseca, Miss Brasília 1967? Nem o vento frio de julho que agora sopra em alguma rua do Bagaço saberá responder.


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