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SEJA BEM-VINDO ! SEJA BEM-VINDA! VOCÊ ESTÁ NO BLOG PASSARELA CULTURAL, cujas postagens, na maioria das vezes, são postadas aos sábados e domingos. Nossa trajetória começou em 02/07/2004, com o nome de Timbaconexão, como coluna sociocultural do extinto site de entretenimento Timbafest. Em 12/10/2007, Timbaconexão migrou para blog com o nome de PASSARELA CULTURAL, quando teve início a contagem de visitas. ***** Editor: DASLAN MELO LIMA - Timbaúba, Pernambuco, Brasil. ***** Contatos : (81) 9-9612.0904 (Tim / WhatsApp). E-mail: daslanlima@gmail.com

sábado, 25 de agosto de 2018

"Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos"


O essencial 


          Na praça que homenageia um ícone nordestino, Padre Cícero, uma Ceiba glaziovii, nome científico da "barriguda", dá um show de beleza e fotogenia nesta época do ano, quando suas flores bailam ao vento. 
      Parecida com um "baobá", a árvore personagem do livro "O Pequeno Príncipe", a "barriguda" da terra onde nasci me leva a mergulhar em uma citação famosa de Antoine de Saint-Exupèry: "Só se vê bem com o coração, o essencial é invisível aos olhos." 
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Daslan Melo Lima, em São José da Laje, Alagoas, 23/08/2018
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Minha vida de vaqueiro

          "Assim que seu tio descer e entrar na casa do seu avô, suba rápido no cavalo e vá ganhar o mundo como vaqueiro", soprou no meu ouvido de menino a voz de um anjo travesso invisível. Obedeci e logo me arrependi. Quando o animal deu o primeiro passo, tremi de medo e pedi socorro. O tio Luiz fez uma advertência e ali começava e terminava minha vida de vaqueiro. 


            Anteontem, a mesma voz ordenou que eu subisse num cavalo artificial. Obedeci na ilusão de que meu saudoso tio viria ao meu encontro. Depois que lhe pedisse perdão, envolvido em seu abraço, eu administraria mais uma emoção inacabada. 
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Daslan Melo Lima, em São José da Laje, Alagoas, 22/08/2018
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Terra da Passagem, só sentimento

          Como já não há mais trens indo e vindo de Maceió para o Recife, e do Recife para Maceió, permito-me sentar na estrada de ferro que passa na antiga Rua das Laranjeiras. 
          "Terra da Passagem", eis o que leio no muro, ao primeiro olhar, ignorando que duas letras dão outro sentido à pichação. Passagem, nome do bairro e da rua transversal onde morei, Rua Passagem de Maceió, gravado também em meu coração. 
         Enquanto isto, o vento espalha ao meu redor um texto da poetisa Adélia Prado. "Um trem de ferro é uma coisa mecânica, mas atravessa a noite, a madrugada, o dia, atravessou minha vida, virou só sentimento."
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Daslan Melo Lima, em São José da Laje, Alagoas, 23/08/2018

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DE OLHO NO PASSADO - Manchete, Ano 17, Nº 913, 18 de outubro de 1969

FESTIVAL DA CANÇÃO - Grande final do IV Festival Internacional da Canção, no Rio de Janeiro. A brasileira Evinha, vencedora com Cantiga Por Luciana, de Edmundo Souto e Paulinho Tapajós, abraçada por Malcolm Roberts, da Inglaterra, terceiro colocado com a música Love is All, de Les Reed e Barry Mason. ***** Foto de Gervásio Batista. 
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LOVE IS ALL -  O inglês Malcolm Roberts, 23 anos, cantando Love is All (O Amor É Tudo), de Les Reed e Barry Mason, conquistou o terceiro lugar no IV Festival da Canção. Malcolm Roberts recebeu uma das maiores ovações que o público do Rio de Janeiro dedicou a um artista.  ***** Vide: https://www.youtube.com/watch?v=optGcVya524
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MINHA VIDA COM PELÉ - Em quatro anos de casada, Rose esteve apenas quatro meses ao lado do rei. Mas, ainda assim, ela confessa que é uma mulher feliz. "Nestes quatro anos de casamento passamos uns quatro meses juntos. É, no máximo, uns trinta dias por ano. Nunca mais do que isso. Já aconteceu de ele ter apenas três dias em um mês para ficar comigo..." ***** Entrevista a Donatella Berlendis. Fotos de Heitor Hui.
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A VOLTA DE PAPILLON - Depois de passar vários anos na Ilha do Diabo, o ex-presidiário Papillon transformou-se da noite para o dia num dos nomes mais célebres de Paris. Sua autobiografia ocupa há 19 semanas o primeiro lugar na lista dos best sellers. As tardes de autógrafos a que comparece são muito concorridas pelas mulheres. ***** O ESCÂNDALO DE ELSA - A atriz Elsa Martinelli causou sensação em Capri ao comparecer a uma festa de caridade vestindo um ousado conjunto minissaia e miniblusa. Acompanhada pelo playboy internacional Bob Hornsterin e com a pele bronzeada pelo sol de verão, ela aproveitou a oportunidade para comprar caríssimos modelos dos costureiros Milla Schon, Carruti e Antonelli
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MISSES DE 1969 E  OS MAIÔS DA LINHA CAPRICE DE MANVAR - Elas posam por especial deferência de Helena Rubinstein. Da esquerda para a direita: Ana Cristina Rodrigues, Miss Rio Grande do Sul, terceiro lugar no Miss Brasil, nossa representante no Miss Mundo; Marice Vani Galvão, Miss Brasília, semifinalista (Top 8) no Miss Brasil; e  Maria Lúcia Alexandrino dos Santos, Miss São Paulo, Vice-Miss Brasil, semifinalista (Top 15) no Miss Beleza Internacional. 

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MEMÓRIAS DE SÃO JOSÉ DA LAJE - A posse dos imortais do Instituto Histórico, Artístico e Cultural Lajense

22 de agosto de 2018, 
uma data que a história de São José da Laje vai guardar

Dezenove personalidades assumiram o compromisso de defesa do patrimônio histórico, artístico e cultural de São José da Laje. Desde sua criação, a instituição, que é a primeiro de sua natureza no interior alagoano,  realizou duas mostras de cultura. 
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Os dezenove imortais (patronos, sócios efetivos do Instituto Histórico, Artístico e Cultural Lajense) posaram com alguns componentes da mesa. 
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Instituto Lajense dá posse aos seus Patronos


          O Instituto Histórico, Artístico e Cultural Lajense empossou oficialmente seus patronos. A solenidade, que reuniu uma média de duzentas pessoas,  no antigo Ginásio São José, aconteceu na noite do dia 22 e  contou com a presença do presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, professor Jayme Lustosa de Altavila.
          “O Instituto Lajense é um resgate e, ao mesmo tempo, um movimento em favor da memória, da cultura e da arte de São José da Laje”. - Ronaldo de Andrade, presidente da instituição, fundada em 22 de agosto de 2015. 
         Tudo começou às 20 horas com a apresentação de um vídeo sobre o Instituto. Depois tivemos a apresentação da cantora lírica Elvira Rabelo e do violoncelista Marx Carvalho, com músicas clássicas do cancioneiro alagoano. Fizeram parte da mesa: professor Ronaldo de Andrade Silva, Presidente do Instituto Histórico, Artístico e Cultural Lajense; professora Maria Angélica Lyra, Secretária Perpétua do  Instituto Lajense;  Doutor Jayme Lustosa de Altavilla, Presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas – IHGAL; professor Dr. Álvaro Queiroz, segundo Secretário do Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas-IHGAL; Dr. Jerciton Correia da Silva Freitas Júnior, Vice-Prefeito; Presidente da Câmara de Vereadores Marcos Andrade; e o Juiz de Direito José Alberto Ramos                                                                                                                                                                     

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Os dezenove imortais do Instituto Histórico, Artístico e Cultural Lajense
Capa e contracapa do impresso contendo as fotos e dados biográficos dos sócios efetivos. 
         Relação dos imortais, 
por ordem das cadeiras que assumiram: 

1-Ronaldo de Andrade Silva, ator e escritor. Mestre em Artes-Teatro pela Escola de Comunicação e Artes-ECA, da Universidade de São Paulo-USP; 
2-Eliane Albuquerque de Aquino, jornalista e bacharela em Direito, graduada pelo Centro de Estudos Superiores de Maceió-CESMAC. Editora geral da revista Painel Alagoas;
3-Jacineide Maia, graduada em Psicologia pelo Centro de Estudos Superiores de Maceió-CESMAC;.
4-Maria Angélica Lyra, licenciada em Pedagogia pela Universidade Federal de Alagoas - UFAL; 
5-Roberto Flávio de Andrade Silva, técnico em Agropecuária pela Escola Agro Técnica Federal Floriano Peixoto de Satuba, AL; 
6-Maria do Socorro Lyra Teixeira, graduada em Pedagogia com Especialização em Tecnologia Educacional pelo Centro de Estudos Superiores de Maceió-CESMAC
7-Quitério Matias da Silva, graduado em Ciências Contábeis pelo CESMAC
8-Maria do Carmo Gomes Martins (Lili), Formada em Pedagogia pela Universidade Federal de Alagoas-UFAL; 
9-Luiz Tarcísio Gomes Martins, graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Alagoas-UFAL
10-Juliano Matias de Brito, graduado em Pedagogia pela UFAL. 
11-Claudionor de Brito, Técnico Profissionalizado em Contabilidade pelo Ginásio São Jose (CENEC), de São José da Laje, AL; 
12-Joselito Balbino da Silva, graduado em Tecnologia em Gestão Financeira pela Faculdade de Tecnologia de Alagoas-FAT
13-José Benigno Pino Lyra, graduadio em Agronomia pela Universidade Federal de Viçosa - UFV-MG,
14-Marco Aurélio Montenegro Pino; Bacharel em Direito pelas Faculdades Integradas Barros Melo-AESO (Olinda,PE). Licenciado em Letras pelas Faculdades Associadas do Ipiranga-FAI (São Paulo-SP). 
15-Antônio Lopes da Silva Neto, graduado em Licenciatura Plena no curso de Geografia pela Universidade Estadual de Alagoas-UNEAL.
16-Daslan Melo Lima, Bacharel em Direito pela Universidade Católica de Pernambuco, funcionário aposentado do BNB-Bano do Nordeste do Brasil, poeta e escritor;
17-Roger Fabiani Oliveira Cavalcante, Bacharel em Agronomia pela Universidade Federal de Alagoas-UFAl
18-Regina Maria Pereira de Souza, bacharela em Psicologia com Especialização em Gestão de Saúde e Administração Hospitalar pelo CESMAC. Graduada em Administração pela Faculdade de Alagoas-FAL;
19-José Marivaldo Moura Coutinho, graduado em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Alagoas-UFAL. Professor dos cursos de Engenharia e Economia da UFAL. 
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Detalhe - Todos os imortais nasceram em São José da Laje, exceto: Maria Angélica Lyra, natural de Maceió; Roger Fabiani, também nascido na  capital alagoana; e José Marivaldo, natural de Atalaia, AL. Os três, no entanto, estão radicados em solo lajense desde a mais tenra infância. 
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Eu e a grande noite do 
Instituto Histórico, Artístico e Cultural Lajense 
IMORTAL - Eu, Daslan Melo Lima, Patrono da Cadeira nº 16 do Instituto Histórico, Artístico e Cultural Lajense. Assinando o termo de posse diante do presidente Ronaldo de Andrade

COMENDADOR - Eu, Daslan Melo Lima, recebendo o colar que ostenta a Comenda José Vicente de Lima e São José, a mais alta honraria de São José da Laje. ***** Atrás, Antonio Lopes da Silva Neto e Ronaldo de Andrade.


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COMENDA José Vicente de Lima (fundador da cidade)  e São José (padroeiro). 
DIPLOMA - Eu, Daslan Melo Lima, com o diploma de sócio efetivo do Instituto Histórico, Artístico e Cultural Lajense. Ao fundo, Claudionor de Brito e Roger Fabiani.
Entre as bandeiras de São José da Laje e Alagoas.
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Os imortais também choram


Meu corpo físico é mortal, mas minha alma é imortal.  A emoção tomou conta de mim durante as execuções dos Hinos do Brasil,  da Independência,  de Alagoas  (parte do trecho abaixo)  e de São José da Laje. 

Alagoas, Estrela radiosa,
 Que refulge ao sorrir das manhãs,
Da República és filha donosa,
Maga Estrela entre estrelas irmãs.
A alma pulcra de nossos avós,
 Como bênção de amor e de paz,
Hoje, paira, a fulgir, sobre nós, 
E maiores, mais fortes nos faz.

 Tu, liberdade formosa,
 Gloriosa hosana entoas:
 – Salve, ó terra vitoriosa,
 – Glória à terra de Alagoas!

   
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Eu e Lysette Lyra


A satisfação de conhecer uma das grandes damas da sociedade alagoana, Lysette Lyra, escritora, membro de três importantes instituições: Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, Academia Maceioense de Letras e Academia Alagoana de Letras. Ela veio de Maceió especialmente para prestigiar a solenidade de posse dos primeiros sócio efetivos do Instituto Histórico, Artístico e Cultural Lajense. 
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         Meu coração está dividido entre duas "princesas": São José da Laje, Alagoas, a "Princesa das Fronteiras", minha terra natal, e Timbaúba, Pernambuco, a "Princesa Serrana", minha terra adotiva.
         Grato a Deus, compartilho a emoção pela honraria recebida com meus amigos, amigas, familiares, antepassados e às pedras do Rio Canhoto, testemunhas silenciosas dos meus sonhos e fantasias de garoto. 
       Sou um menino grande, interagindo na estação planeta Terra, aprendiz do tempo, aprendendo a espalhar sentimentos ao vento.  
               E quanto ao choro, "maiores e mais fortes nos faz."

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Crédito das fotos 
Emerson Alves
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Vídeo produzido por Sérgio Roberto Gomes Martins
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Hino de Alagoas

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SESSÃO NOSTALGIA – Dia do Missólogo Brasileiro, uma data quase oficial


Daslan Melo Lima

        Na semana passada, eu falei aqui sobre o Dia do Missólogo Brasileiro, uma data a ser celebrada no dia 25 de agosto, inspirada em  Brício de Abreu, jornalista, poeta, crítico teatral, escritor e dramaturgo, nascido no Rio Grande do Sul, em 25 de agosto de 1903, e falecido no Rio de Janeiro, em 16 de fevereiro de 1970. Além de organizar com muito zelo concursos de beleza no Brasil e no exterior, Brício de Abreu amava e tinha paixão pelo mundo Miss.  Para ler ou reler a matéria, basta um clique neste link: https://passarelacultural.blogspot.com/2018/08/sessao-nostalgia_18.html

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      Criar uma data comemorativa é uma coisa, mas torná-la oficial é outra, pois carece de um projeto de lei a ser apresentado por um Vereador, Deputado Estadual ou Deputado Federal para aprovação pelo Poder Legislativo e depois sancionado pelo Poder Executivo. Um Deputado Federal fez contato comigo e se mostrou interessado em apadrinhar a criação oficial do Dia do Missólogo Brasileiro.

      A Sessão Nostalgia da semana passada repercutiu positivamente nas redes sociais, tendo sido destaque, também, no site Miss News e no blog do Fernando Machado. O jornalista e escritor baiano Roberto Macêdo criou três quadros com imagens de missólogos de todas as partes do Brasil, publicados no Facebook na sexta-feira, 25. Seria impossível reunir  fotos das dezenas de missólogos existentes, mas a seleção fez jus ao universo dos apaixonados por misses. Desejo que você, missólogo leitor, missóloga leitora, cuja foto não aparece nos quadros abaixo, sinta-se parte desta homenagem. 
         E agora, eles e elas, representantes da missologia brasileira, da esquerda para a direita, a partir da primeira linha horizontal.


Daslan Melo Lima, Expedito Barros, Antônio Carlos Costa, Banzato Fernandes, Fátima Barreto, José Henrique Pina Rocio, Sandro Batista, Roberto Macêdo e Perácio de Melo.
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Wancley Natucci, Ruberley Rojo, Fernando Bandeira, Heliana Tenuta, Sílvio Roberto, Raimundinho Junior, Denilson Bonato, João Ricardo Camilo Dias e Rafael Duarte.
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Marília Lopes, Fernando Machado, Dido Borges, Claudio Bellussi, Jaziel Lima, Marcos Hirakawa, Marcia Bia, Severa Melo e Muciolo Ferreira.
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          Finalizo esta crônica citando o escritor gaúcho Caio Fernando Abreu (1948-1996): "Que seja doce o seu cheiro. Que seja doce o seu jeito, seus olhares, seu receio. Que seja doce. Que sejamos doce. E seremos, eu sei."  
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sábado, 18 de agosto de 2018

“Sim, eu sou um homem e choro"


          "Sim, eu sou um homem e choro. Um homem não tem olhos? Não tem também mãos, sentidos, inclinações, paixões? Porque é que um homem não devia chorar? ”  Esta citação do dramaturgo sueco August Strindberg (1849-1912) tem a ver comigo e mais ainda na Ilha do Retiro, no domingo passado, 12, quando testemunhei a vitória do São Paulo Futebol Clube diante do meu Sport Club do Recife pelo placar de 3 X 1, em mais uma rodada do Brasileirão, Série A. 

     
       O primeiro gol do São Paulo veio da parte do Diego Souza, ex-jogador do Sport. O atacante levantou as mãos em forma de coração, como símbolo de amor e carinho pelos torcedores rubro-negros, e depois fez uma reverência ao Magrão, goleiro-ídolo do Sport. Ao ser entrevistado no intervalo, Diego se emocionou e chorou ao dizer: “ Eu fui feliz aqui...” 
      E foi sob os aplausos de milhares de pessoas que ele deixou o campo ao ser substituído por Tréllez aos 31 minutos do segundo tempo. Perto de mim, dois senhores choravam. Também deixei que as minha lágrimas fluíssem sem problema algum. “Sim, eu sou um homem e choro. ” 
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- Daslan Melo Lima
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Entrevista do Diego Souza 
https://www.youtube.com/watch?v=xLcONI-WjVU

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DE OLHO NO PASSADO - O Cruzeiro, Ano XLI, Nº 17, 24 de abril de 1969

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MARISA URBAN -  Manequim, atriz de cinema, Marisa Urban é uma mulher de grande charme. Aos onze anos tinha 1,80 m de altura. Nasceu em Aparecida do Norte, São Paulo, onde o pai era fazendeiro de tomates. Quando a família veio para o Rio, Marisa enfrentou seu primeiro e grande problema: o tamanho. Um dia ela quis ser médica. Os pais mandaram-na para a Inglaterra. Voltou falando inglês, francês, italiano, alemão e espanhol, mas o curso de Medicina foi abandonado: "A prática me enchia de horror." Durante oito meses Marisa foi aeromoça da BOAC e em seguida voltou ao Brasil para seu primeiro casamento.  
     "Quando meu marido morreu, três anos depois, minha vida mudou muito, mas eu não fiquei sozinha. Tinha Erik e Christian, meu filhos, e eles dependiam muito de mim, precisavam que eu estivesse ali, presente, e não cheia de lembranças amargas, sufocantes". Seu segundo marido, chileno, guardava um retrato dele há dois anos. Não durou muito o casamento. 
     "Estou traduzindo um livro de Kazantzatkis que se chama Liberdade ou Morte. É o romance que mais me encheu de emoção. Não, não quero ser nada para poder ser tudo."  ***** Texto de Mendonça Netto - Foto: Sérgio Rocha.
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BETO ROCKEFELLER - Novela faz sucesso na TV Tupi paulista. "Um rapaz pobre, da pequena burguesia, que se mete no meio da alta sociedade, fingindo-se rico. E para se manter nessa situação, usa de todos os recursos, mente, aproveita-se dos amigos. Não é propriamente um mau caráter. É um homem que está na roda viva da vida, onde não só ele está errado, mas tudo o mais. Assim é, em resumo, Beto Rockefeller. 
         Quem explica é Bráulio Pedroso, que, todo dia, escreve os capítulos da história. E adianta que o tema central foi bolado por Cassiano Gabus Mendes, diretor artístico da TV Tupi de São Paulo. A ideia foi criar uma história em torno de um bicão, e, o mais importante, fazer uma telenovela realista, fugir aos velhos chavões do mocinho bom caráter, do final feliz. Beto Rockefeller é uma história  transportada para a TV. É o dia a dia de um "gigolô da sociedade", suas aventuras, seu ambiente. 
     O homem que vive beto - Luís Gustavo Sanches Blanco começou a  trabalhar na TV em 1950 - quando a TV começou a existir no Brasil. E, na Tupi, ele fazia de tudo: iluminação, câmera, etc. Um dia foi ajudado pelo acaso. Era assistente de estúdio quando um dos atores de uma peça faltou. Luiz Gustavo substitui-o e foi aprovado. ***** Texto de Etevaldo Dias - Fotos de Claudine Petroli.
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QUEM É MARIA HELENA? - Ela é a primeira candidata ao Miss Guanabara deste ano, lançada pelo Telefônica Atlético Clube. Por extenso, Maria Helena Leal Lopes. Morena de 18 anos que mora na Tijuca e estuda no Colégio Pedro II. Leninha entrou confiante na parada. Que vai ser das maiores - nada menos de 40 clubes já pediram inscrição - e dará um Corcel estalando à vencedora. ***** Texto de Ubiratan de Lemos. Fotos de Indalécio Wanderley. ***** Detalhe: Maria Helena não disputou o titulo de Miss Guanabara 1969. Alguém denunciou que ela era menor de idade, pois não tinha ainda 18 anos completos. A Miss Telefônica Atlético Clube voltou a concorrer no ano seguinte e obteve o segundo lugar, perdendo  para Eliane Fialho Thompson.  


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DE TIMBAÚBA PARA O MUNDO - Revista Timbaúba Em Foco, Julho/2018, Edição 87

               

A edição especial da revista TIMBAÚBA EM FOCO, focalizando o Jubileu dos 80 anos das Irmãs Franciscanas de Maristella da Província de Santa Cruz e Escola Santa Maria, poderá ser conferida, na íntegra, através deste link:  
 http://escolasantamaria.com.br/site/wp-content/uploads/2018/03/timbauba_emfoco_07_18.pdf


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SESSÃO NOSTALGIA - 25 de Agosto, Dia do Missólogo Brasileiro

Daslan Melo Lima      
                     
          Há dias consagrados para tudo, ou quase tudo, no Brasil e no mundo: Dia do Amigo, Dia do Soldado, Dia do Gari, Dia do Professor, Dia da Mentira, etc. Eu nunca ouvi falar no Dia do Missólogo. E tenho certeza absoluta que você também nunca ouviu, pois não existe. Pelo menos não existia até esta edição de PASSARELA CULTURAL. A partir de agora, ouso criar um dia para celebrar nossa paixão pelas Misses, paixão que também é sua, prezado leitor, prezada leitora, da SESSÃO NOSTALGIA: 25 de Agosto. 

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Por que o 25 de agosto como Dia do Missólogo?

      Para responder à pergunta, precisarei focalizar a figura de Luiz Leopoldo Brício de Abreu, ou simplesmente Brício de Abreu, jornalista, poeta, crítico teatral, escritor e dramaturgo nascido no Rio Grande do Sul, em 25 de agosto de 1903, e falecido no Rio de Janeiro, em 16 de fevereiro de 1970.  Foi ele a personalidade que me inspirou a criar o Dia do Missólogo Brasileiro. Abaixo, um pouco da sua trajetória profissional extraída da Wikipédia.

Brício de Abreu
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      Com o poeta Álvaro Moreyra (1888-1964), também gaúcho, Brício de Abreu criou Dom Casmurro, a mais importante revista literária da época. Apesar das dificuldades, chegou a vender 50 mil exemplares semanalmente, número surpreendente para o Brasil daquela época, um país com 30 milhões de habitantes e altíssimos índices de analfabetismo. Posteriormente, ainda nos anos 1940, Brício dirigiu também a Comoedia, revista mensal de teatro, música, cinema e rádio.   
      Ao longo de sua vida, constituiu um vasto acervo de documentos e material fotográfico referente a artistas que participaram ativamente da vida musical brasileira.  A Coleção Brício de Abreu veio a constituir a maior parte dos documentos digitalizados pelo Cedoc - Centro de Documentação e Informação em Arte da Funarte, que visa a preservação da história da música, sobretudo da música popular. Outra grande parte da coleção encontra-se na Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Casou-se duas vezes: primeiro com Maria Desmurs (carece de fontes] e, depois, com Odette Veiga, sua companheira nos últimos trinta anos de sua vida.
     Brício de Abreu trabalhou na organização de concursos de beleza, em Paris, de 1929 a 1935, e, anos depois, no Rio de Janeiro. Algumas de suas obras: “Por Experiência", teatro, 1919”; “Evangelho da Ternura”, poesia, 1921; “ A mais forte”, romance, 1922; “Uma Lágrima de Amor”, teatro, 1922; “ A Eterna Comédia”, teatro, 1924. “Eleonora Duse no Rio de Janeiro”, crítica, teoria e história literárias, 1958. “Esses Populares tão Desconhecidos”, teatro, 1963.
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Brício de Abreu e as Misses

      Em reportagem da revista O Cruzeiro, Ano XXXVII, Nº 33, de 22/05/1965, Brício  de Abreu contou que organizou com Maurice De Waleffe (1874-1946) concursos de beleza em Paris, de 1929 a 1935, e anos depois no Rio de Janeiro.  Em 1930, coordenou o certame que teria seu final no Rio de Janeiro, para o Concurso Internacional da Beleza (Miss Universo) daquele ano. Em 1932, ao lado de jornalistas brasileiros que trabalhavam em Paris, elegeu, entre onze moças brasileiras residentes na capital francesa, a Miss Brasil 1932, Yeda Telles de Meneses, filha da célebre cantora Julietta Teles de Meneses.  

Yeda Telles de Meneses, Miss Brasil 1932, entre Maurice de Waleffe e Elyseu Montarroyos. Atrás: Olavo Freire, Brício de Abreu e Marcos Sepúlveda. ***** Revista O Cruzeiro, Ano XXXVII, Nº 33, de 22/05/1965. ***** Acervo: DML/Passarela Cultural
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Brício de Abreu e quatro candidatas ao título de Miss Universo 1932: Gween Stallard, Miss Inglaterra; Olga Djouritch, Miss Iugoslávia; Marie Émilienne Caisson, Miss França;  e Ingrid Richard, Miss Alemanha. ***** Revista O Cruzeiro, Ano XXXVII, Nº 33, de 22/05/1965. ***** Acervo: DML/Passarela Cultural.
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Cardápio de um "diner de gala" oferecido às candidatas do concurso Miss Universo 1932, no balneário de Spa, Bélgica. Beatriz Dolores del Campo, Miss México, escreveu nas costas do cardápio uma dedicatória para Brício, "el muchaco más guapo" (o cara mais bonito). *****  Revista O Cruzeiro, Ano XXXVII, Nº 33, de 22/05/1965. ***** Acervo: DML/Passarela Cultural.
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          Além de organizar com muito zelo concursos de beleza no Brasil e no exterior, Brício de Abreu amava e tinha paixão pelo mundo Miss.  
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Você sabe o que é um missólogo?
O Mais que Miss conta para você!

Andréia Reis, Miss Santa Catarina 1985.
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      Para entender melhor este universo, Andréia Reis, Miss Santa Catarina, semifinalista (Top 12) no Miss Brasil 1985, entrevistou o   jornalista,  arquiteto e missólogo baiano, Roberto Macedo, editor do site Miss News, http://www.missnews.com.br/, autor da biografia da Miss Universo 1968, Martha Vasconcellos
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ANDRÉIA REIS - Roberto, qual a origem da palavra missólogo?
ROBERTO MACÊDO -  Acredito que ela surgiu em 1987 quando eu fui convidado para uma entrevista na TV Itapoan em um programa preparatório do Miss Bahia. O produtor, Carlos Borges, irmão da apresentadora, Hélide Borges, disse que não sabia como me chamar. Foi então que ele sugeriu o termo "missólogo". A partir dali, passaram a me chamar de missólogo em todos os programas que eu participava.
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ANDRÉIA REIS - E o que é um Missólogo?
ROBERTO MACÊDO - O missólogo é o estudioso dos concursos de misses. Assim como existem psicólogos, antropólogos, geólogos, existem missólogos. É quem pesquisa, quem busca o conhecimento decorrente dos concursos de beleza, pois não se resume ao desfile a escolha de uma miss. Há todo um envolvimento social, político, econômico. Uma miss conta com a participação do seu meio, sua família, seus amigos, seu clube, seu município, seu estado, seu país. Há os componentes econômicos, como a sede do concurso, os patrocinadores, as transmissões por TV, rádio, internet, etc. Também podemos observar os interesses políticos de lançar uma candidata, de sediar o evento, de usar o título de uma miss para promoção. Há questões relacionadas com cirurgias plásticas, sexo, religião, racismo. Ou seja, um concurso de miss é o retrato do momento sóciopolítico de uma coletividade.
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ANDRÉIA REIS - Quais foram os primeiros missólogos brasileiros?
ROBERTO MACÊDO - No início eu me sentia um ET. Não conhecia mais ninguém que gostasse dos concursos de beleza como eu, de forma científica - diria até assim. Com o tempo, conheci um missólogo colombiano fruto de uma carta que enviei para a revista Cromos. Ele me colocou em contato com o alagoano Expedito Barros (um dos maiores do Brasil). Daí o grupo foi crescendo, e, com o advento da internet, descobrimos que não somos ETs, rssss. Há muitos missólogos em todo o mundo.
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Roberto Macêdo
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ANDRÉIA REIS - Existem regras?
ROBERTO MACÊDO - Não. Alguns se interessam mais pelo fato social, outros pelos indicativos de uma época, outros pelas estatísticas. O importante é que cuidem dos concursos com esmero, procurando tirar todas as lições possíveis para que se possa entender uma época. É de grande importância separar o missólogo do treinador. De uns tempos para cá, pessoas que não sabem nada da história dos concursos, mas que ensinam a miss a se maquiar, a desfilar, a posar, têm se auto-denominado missólogos. Não, esses não são missólogos. São treinadores de misses.
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ANDRÉIA REIS - Qual o perfil de um missólogo?
ROBERTO MACÊDOOs mais variados. Creio que há um componente comum a todos: são inteligentes (modéstia à parte rssss). São profissionais que cuidam das suas vidas, geralmente bem sucedidos nas suas profissões e têm nos concursos de beleza um hobby muito importante ao qual dedicam boa parte do seu tempo.
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ANDRÉIA REIS - Qual a importância dos missólogos para a história dos nossos concursos?
ROBERTO MACÊDO - Acredito que a importância maior está em ser um guardião da história. O missólogo guarda com cuidado e conhecimento técnico o acontecimento. É uma testemunha. E faz com que as rainhas da beleza sejam eternamente lembradas, homenageadas, festejadas. Devemos sempre saber quem fomos para sabermos o que queremos ser. 
"Um povo sem história é um povo sem futuro", finaliza Roberto Macedo.
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   Este vídeo produzido pela Funarte-Fundação Nacional de Artes/Ministério da Cultura, https://vimeo.com/160683744 , mostra o precioso legado de Brício de Abreu.
            O que você, leitor, leitora, achou da criação do Dia do Missólogo? Sua opinião ou crítica construtiva será bem-vinda, em nome da nossa paixão pelas misses, afinal paixões são paixões, simplesmente paixões. Não se explicam. 
            
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