Daslan Melo Lima
“O primeiro presente que Maria
Sônia Araújo ganhou ao voltar ao Brasil, depois de ter sido princesa no
Festival da América, em Miami, foi o sapato que perdera no Aeroporto do Galeão
(Rio), ao embarcar para os Estados Unidos pela Real.” Assim começa a reportagem
“O Brasil começou com um vice”, na revista Manchete, de 12/07/1958, nº 325, ano
6, com texto e fotos de Carlos Alberto Tenório, autor de “O Senhor de Todas as Armas”,
um livro sobre a revolução cubana.
----------
Maria Sônia Soares de Araújo,
Vice-Miss DF e Miss Elegante Bangu
Miss Fluminense, vice-Miss Distrito Federal 1955. ***** "...Miss Fluminense estava sendo assistida, até na alimentação, por sua irmã médica, Dra. Maria Aparecida." ***** O Cruzeiro, 18/06/1955, ano XXVII, número 36.
----------
Representando o Fluminense, Miss Elegante Bangu do Brasil 1956. ***** Capa da revista Manchete, 13/10/1956.
----------
Maria Sônia Soares de Araújo,
Vice-Rainha das Américas 1958
Maria Sônia foi chamada pelos jornais de "A Bela Estátuta Loura"
“Considerada a miss de corpo mais
bonito, Sônia era conhecida como a candidata mais sofisticada, saindo várias vezes na primeira página dos jornais com legendas assim: “A Bela Estátua Loura”.
Porque não pode viajar com sua mãe, Sra. Margarida Soares Araújo, Maria Sônia
não foi a Nova Iorque, Washington e outras cidades norte-americanas, em viagem-prêmio por sua colocação no concurso. Também não aceitou um contrato em
Hollywood.”
“Maria Sônia, que não levara traje
típico para o concurso, teve de improvisar uma baiana usando uma saia de
rumbeira. Turbante, a bata e o cabeção
foram cedidos por uma senhora brasileira que vive em Miami. Na noite da coroação, a cantora Elizete
Cardoso interpretou “Copacabana” e “É luxo só”, agradando muito."
Da esquerda para a direita, as treze candidatas ao título de Rainha do I Festival das Américas: Seaman Evelyn Smith (Flórida), Maria Graciela Gonzales (México), Joan Duperley (Jamaica), Ana Maria Castillo (Guatemala), Anabelle Nebel (Equador), Ligia Font (Costa Rica), Irene Mirian Valcarcel (Cuba), Mercedes Baquero (Colombia), Maria Sônia Soares de Araújo (Brasil), Loisa Maria Burillo (Panamá), Elizabeth Cussims Key (Paraguai), Nelly Rucabado (Peru) e Lola Roberts (Miami).
TOP 3 - Rainha das Américas 1958 - Da esquerda para direita: Anabelle Nebel, do Equador, terceiro lugar; Mercedes Baquero, da Colômbia, primeiro; e Maria Sônia Araújo, do Brasil, segundo lugar.
Elizeth Cardoso e Maria Sônia com seu troféu de Vice-Rainha das Américas, desembarcando no Rio de Janeiro pela Real, empresa promotora do concurso.
-------
(Manchete, 12/07/1958, nº 325, ano 6)
----------
Maria Sônia Soares de Araújo,
Mulher do Ano
AS MULHERES DO ANO - Na lista das mulheres do ano de 1956, do jornal Correio da Manhã, Rio de Janeiro, 20/12/1956, entre personalidades nacionais e internacionais, figurava o nome de Maria Sônia Araújo.
----------
Mercedes Baqueiro - Foto: revista Cromos.
Por onde anda Maria Sônia Soares de Araújo? Imagino que esteja bem, dentro dos planos de Deus, em paz e com saúde. Quanto à Rainha das Américas de 1958, Mercedes Baqueiro é uma senhora jovial e realizada, uma celebridade colombiana ligada ao mundo da indústria da moda. Detalhe: Ela foi a quinta colocada no concurso Miss Colômbia 1957, vencido por Doris Gil Santamaria (1938-2003). A mãe de Doris não permitiu que a filha viajasse para Long Beach, a fim de representar seu País no Miss Universo, cabendo essa responsabilidade para a sua vice, Luz Marina Zuluaga (1938-2015), eleita Miss Universo 1958.
Imagino que ainda ressoam nos ouvidos das candidatas ao Rainha das Américas 1958 uma daquelas músicas interpretadas por Elizeth Cardoso (1920-1990) no I Festival das Américas, "É luxo só", de Ary Barroso (1903-1964) e Luiz Peixoto (1889-1973).
O meu samba não vem sozinho
Traz muito amor,
Traz alma e carinho.
Eta samba cai
Olha, esta mulata quando dança,
É luxo só!
Quando todo seu corpo se balança,
É luxo só.
Tem um não sei quê que faz a confusão;
O que ela não tem, meu Deus, é compaixão.
Eta, mulata bamba!
Olha, esta mulata quando dança,
É luxo só!
Quando todo seu corpo se balança,
É luxo só.
Porém, seu coração quando se agita
E palpita mais ligeiro:
Nunca vi compasso tão brasileiro!
Eta samba, cai pra lá, cai pra cá, cai pra lá, cai pra cá
Eta samba, cai pra lá, cai pra cá, cai pra lá, cai pra cá
Mexe com as cadeiras, mulata, ai!
No requebrado me maltrata, ai, ai!
Eta mulata bamba!
Olha, esta mulata quando dança, é luxo só!
Quando todo seu corpo se balança, é luxo só!
Porém, seu coração quando se agita
E palpita mais ligeiro:
Nunca vi compasso tão brasileiro!
Eta samba, cai pra lá, cai pra cá, cai pra lá, cai pra cá
Eta samba, cai pra lá, cai pra cá, cai pra lá, cai pra cá..
----------
"É luxo só",
*****.
----------
P.S.: Grato ao Roberto Macêdo pelo seguinte comentário: