IVANA E JOSÉ IVANILDO CAVALCANTI DE MORAIS, BELOS BRAVOS BRASILEIROS
A tradicional família Cavalcanti de Morais, de expressiva atuação no contexto sociocultural e econômico das cidades de Timbaúba e Macaparana, sofreu neste mês de agosto, o mês que, infelizmente, rima com desgosto, duas grandes perdas: as mortes de Ivana Cavalcanti de Morais, no dia 07, e do seu pai José Ivanildo Cavalcanti de Morais, o Zé Ivanildo, no dia 08.
José Ivanildo Cavalcanti de Morais nasceu no dia 19/01/1930, no Engenho Trás os Montes, em Timbaúba. Foi educado no Colégio Timbaubense e no Colégio Nóbrega, no Recife. Com seu espírito empreendedor, foi agropecuarista, usineiro, dono de siderúrgica e diretor do Grupo Miriri. Casou com Terezinha de Jesus, o grande amor da sua vida, que lhe deu uma dezena de frutos, seis filhas e quatro filhos. O bem sucedido homem de negócios não perdeu de vista o olhar para as coisas espirituais, tanto que o hino religioso Treze de Maio era uma das suas músicas preferidas.
A treze de maio na cova da íria / No céu aparece a Virgem Maria /Ave, Ave, Ave Maria! / Ave, Ave, Ave Maria! / (...) / A mãe vem pedir constante oração / Pois só de Jesus vem a salvação/ Ave, Ave, Ave Maria! / Ave, Ave, Ave Maria!
Ivana Cavalcanti de Morais nasceu no Recife, em 28/03/1966. Foi aluna da Escola Santa Maria , em Timbaúba, e do Colégio Salesiano, na capital. Formou-se em Agronomia pela Universidade Federal de Pernambuco, em 1989, e fez pós-graduação de três anos na Austrália. Bela e sensível, Ivana enveredou pelas artes plásticas e pela poesia. O poema Amar é um legado que retrata um pouco da sua personalidade.
Não tenho medo de amar, / Mas pânico de ser / Amada, / Confundida, / Solicitada. / Cobrada, / Invadida, / Idealizada, / Responsabilizada / Por aquilo que se deixou cativar. /// A dependência assusta / Bilateralmente. /// Amo a maravilhosa sensação / De que ninguém depende de mim / para viver. /// Ninguém depende do meu amor, / de minha atenção / Mas usufrui plenamente / Sempre que / Possível.
Outro poema seu, Belos bravos brasileiros, diz:
“Vivi, vivi e aí compreendi / Que a vida vivida / Tem que ser decidida. /// Idade, tempo, lentidão, /Beleza contando história / História revelando ação. /// Velho, jovem, ancião, / Todos juntos formando a Nação. /// Beleza rara este tal camarada, / Cabra da peste / Jangada, caneta, serra, enxada / Belos; são homens guerreiros / aventureiros / Bravos; Bravos homens brasileiros. /// Peão, pescador, boiadeiro, usineiro, / Serralheiro, / Todos / Formando o povo brasileiro."
“Vivi, vivi e aí compreendi / Que a vida vivida / Tem que ser decidida. /// Idade, tempo, lentidão, /Beleza contando história / História revelando ação. /// Velho, jovem, ancião, / Todos juntos formando a Nação. /// Beleza rara este tal camarada, / Cabra da peste / Jangada, caneta, serra, enxada / Belos; são homens guerreiros / aventureiros / Bravos; Bravos homens brasileiros. /// Peão, pescador, boiadeiro, usineiro, / Serralheiro, / Todos / Formando o povo brasileiro."
O corpo de Ivana foi cremado e as cinzas jogadas no mar de Pontas de Pedra.
O corpo de Zé Ivanildo foi sepultado em Macaparana.
Belos bravos brasileiros, o título do poema de Ivana, terminou sendo a melhor definição que encontrei para dar título a esta crônica.
O vento que sopra entre os canaviais neste mês de agosto concorda com a terra (túmulo de Zé Ivanildo) e com o mar (túmulo de Ivana): ele e ela foram belos bravos brasileiros.
O MINISTRO E O TIMBAUBENSE, ENCONTRO EM OLINDA
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ROTEIRO POÉTICO DE TIMBAÚBA
A tarde de agosto morre
na Ladeira dos Borge (não seria Ladeira dos Borges?). O que importa é
mergulhar na beleza da tarde de agosto que morre na Ladeira dos Borges ou na Ladeira dos Borge.
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MEMÓRIA TIMBAUBENSE
Jogos Colegiais de
1966 - Quadra do CENEC – Josafá de Freitas, Artur
Ferreira, Lusiwalter, Lusivan, Nélson, Luiz Henrique (Lula), Renato (interno do
timbaubense) João Hélio, Dilson (professor), João Arruda, Ivan, Gonzaga, João Mário e José Mário Guerra. Um documento de um tempo que se foi, para sempre se foi, quando eles nem se davam conta de que eram parte de uma década que mudou a face do planeta Terra. (Foto: Acervo de Josafá de Freitas)
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Um comentário:
Passado o tempo, mas nunca tarde demais para prestar minha homenagem, pois somente hoje (16/09/2015) que encontrei esta notícia, daqui do sul de nosso país, em Curitiba para ser mais exato.
Conheci à ambos, assim como as demais irmãs e seu fiel escudeiro "Garoto" de João Pessoa, conheci-os no interior da Bahia, Barreiras, fomos vizinhos de terra, casa de Zé Ivanildo vivia cheia, as meninas eram pequenas, lá com meus Pais e irmão fomos po diversas vezes.
Anos mais tarde qdo já casado, lá pelos anos 92, em passagem por Recife, o Zé não me deixou partir enquanto não ficasse hospedado em sua casa (na verdade apartamento de uma das filhas).
Pessoa de visão reta, clara e justa, conheci o Engenho em Timbaúba, sua filha, e seu marido.
Deixo aqui estas poucas palavras para com quem meu Pai tinha um grande respeito, quem sabe agora em outro plano eles consigam conversar com calma e jogar uma partidas de teteleco .....
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