No tempo da Great
Western of Brazil Railway Company
>>> O Ministro João Alfredo (1835-1919) não queria
que a estrada de ferro se estendesse de Nazaré da mata para Timbaúba, mas a
mobilização popular não desanimou.
A estrada de ferro da Great Western
empancou em Nazaré da Mata, era entravada pelo então Ministro João Alfredo que
sendo goianense queria que de Nazaré da Mata ela fosse construída até Goiana,
ao contrário de vir para Timbaúba, pois representaria um grande benefício para
a nossa já florescente Princesa Serrana e um grande entrave ao progresso e
desenvolvimento de Goiana. Assim
começa o texto referente à história da estrada de ferro timbaubense, na página
149 do livro Timbaúba Ontem e Hoje, Volume I, de Lusivan Suna, 1990. E continua:
Lutava e teimava em ser
contra a continuação da estrada de ferro até Timbaúba, mas os timbaubenses não
desanimaram, compraram a briga e foram à luta. Tinham em seu auxílio o
trepidante Luís Maranhão, senhor do engenho Cangalha, de Itabaiana-PB, que era
um homem de fibra e muito dedicada à Timbaúba, e o vereador Francisco Rodrigues
da Paixão, homem muito influente, grande batalhador e defensor de Timbaúba.
E a linha chegou até Mocós.
Dia de júbilo, com a cidade embandeirada
e foguetes estourando no espaço. A Banda de Música 7 de setembro tocando para o
povo. Na igreja, uma cerimônia religiosa. Entre os presentes às solenidades de inauguração,
além do presidente da Província, viam-se inúmeras pessoas vindas da capital
pernambucana.
Quando a locomotiva apitou, lá pelas imediações
de Mocós, o povo ficou eufórico, aos abraços nas ruas. Estava vencida, mais uma
batalha importante e demonstrado para todos a bravura do povo timbaubense.
Começou-se então, a
continuação da ferrovia até Pilar. Apareceu o empreiteiro, o Dr. Joaquim de Sá
Cavalcanti e sulipas foram se estendendo pela nova estrada. Surgiram os trilhos
e os trabalhos já iam bem adiantados quando o Governo do Estado mandou sustar
as obras. Trilhos e sulipas foram arrancadas, mas a tenacidade é tudo. Voltaram
sulipas e trilhos e lá se foi o trem.
O livro não faz referência ao ano em que aconteceu
a inauguração da estrada de ferro, mas nele consta o texto do termo de contrato
entre a Câmara de Vereadores de Timbaúba e a Great Western para a construção da
linha férrea, assinado em 31 de maio de 1882.
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COM MEL - O São João se foi, mas as bandeirinhas teimam em não abandonar a árvore da calçada. Entre um gole e outro de conhaque com mel de abelha, espanto o frio e as inquietações da caminhada. Abraço o momento que a Vida oferta e envolvo com mel as emoções inacabadas.
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- Daslan Melo Lima, no Bar do Branco, Timbaúba, PE.
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2 comentários:
A estação de Timbaúba que nos faz reviver a história e muitas lembranças vividas em tempos de criança, foi inaugurada em 08 de janeiro de 1888; faz parte da Linha do Estado de Pernambuco, com extensão até o entroncamento de Triângulo no município de Itabaiana(PB), daí bifurcando-se em três vias diferentes: a primeira segue para João Pessoa (Capital Paraibana), a segunda avança para o Rio Grande do Norte e a terceira prossegue até Fortaleza no Estado do Ceará.
O pátio da estação de Timbaúba, com três vias de grande extensão demonstra a importância da mesma e quão foi rica a sua movimentação, pois tendo sido construída dentro do perímetro urbano da cidade, não poderia servir apenas aos engenhos e usinas existentes, e sim, também ao comércio e indústrias locais, além de manter um fluente transporte de passageiros com trens diários, aqui passando na ida para o Recife às 5h00 e retornando às 20h30min, mobilizando a riqueza de nossa região e transportando realidades, sonhos e ilusões.
Hoje, a Linha Norte de Pernambuco entrava-se desativada, com muitas estações em ruína, vagões de carga e passageiros transformados em ferro velho, uma verdadeira situação de abandono e descaso para com esse patrimônio que sempre foi o símbolo de processo e desenvolvimento em todo o País. O processo de privatização após a extinção da REFFSA em 1987 parece-nos que serviu apenas para que as concessionárias atendessem a interesses escusos dos grupos dominantes proprietários das grandes empresas rodoviárias. É uma vergonha entrarmos nas redes sociais e observarmos a situação em que se encontra a malha ferroviária brasileira, salvo raras exceções, como é o caso das ferrovias mantidas pela Vale do Rio Doce (a Estrada de Ferro Vitória - Minas) e a Estrada de Ferro Carajás (São Luiz -MA a Parauapebas - PA)., assim como a FERROESTE no Estado do Paraná.
Nossa estação de Timbaúba encontra-se em regular situação de conservação, está ocupada por residência, não sabemos se autorizada ou trata-se de invasão. Esperamos que nossos políticos despertem para o mal que fizeram as privatizações às nossas ferrovias e que comecem a cobrar dos responsáveis o compromisso de rever esses contratos e tenhamos a certeza de que esse importante meio de transporte possa voltar a funcionar neste Brasil. é o que esperamos!!!!
Jeová Barboza - Timbaúba (PE)
Caro Daslan:
A nostalgia de tantos momentos bons é como a saudade que se sente de pessoas maravilhosas. E a certeza que fica é de que você jamais se esquecerá delas, das como são tão especiais pra sua existência, não importando como as conheceu, em que circunstâncias, em que lugar ou ocasião. O que importa é que essa nostalgia seja gostosa, em que as pessoas com quem se envolveu façam o encontro parecer uma noite estrelada, em que a lua parecia estar também apaixonada.
Um grande abraço.
Jeová Barboza
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