Naquele 1962, um rosto iluminado por dois lindos olhos azul-esverdeados deixava marcas na história do Miss Brasil: o rosto de Geórgia Quental, Miss Rio Grande do Norte 1962.
Rio de Janeiro, noite fria e chuvosa do sábado, 16 de junho de 1962, véspera da final da Copa do Mundo. A seleção brasileira de futebol jogaria no dia seguinte contra a da Tchecoslováquia, no Chile. Mas naquela noite, as atenções dos brasileiros estavam concentradas unicamente no Maracanãzinho. Lá estavam 30 mil pessoas, gente simples, donas-de-casa, estudantes, operários, mas também figuras da alta sociedade , grandes empresários, políticos influentes, ministros , embaixadores...
A festa teve início com 23 jovens em trajes de gala, desfilando na famosa passarela em forma de ferradura, ao som da música “Cidade Maravilhosa.” Na comissão julgadora, a figura linda de Martha Rocha, Miss Brasil e vice-Miss Universo 1954, e do juiz internacional de beleza Vincent Trotta, assustado com a intensa vibração e animação da platéia, que ele denominou de dinamite tremenda. Para Vincent Trotta, as favoritas eram Eva Maria Arismende, Miss Rio Grande do Sul, a quem ele deu o voto de primeiro lugar, e Julieta Strauss, Miss São Paulo, que recebeu o seu voto para o segundo lugar.
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Rio de Janeiro, noite fria e chuvosa do sábado, 16 de junho de 1962, véspera da final da Copa do Mundo. A seleção brasileira de futebol jogaria no dia seguinte contra a da Tchecoslováquia, no Chile. Mas naquela noite, as atenções dos brasileiros estavam concentradas unicamente no Maracanãzinho. Lá estavam 30 mil pessoas, gente simples, donas-de-casa, estudantes, operários, mas também figuras da alta sociedade , grandes empresários, políticos influentes, ministros , embaixadores...
A festa teve início com 23 jovens em trajes de gala, desfilando na famosa passarela em forma de ferradura, ao som da música “Cidade Maravilhosa.” Na comissão julgadora, a figura linda de Martha Rocha, Miss Brasil e vice-Miss Universo 1954, e do juiz internacional de beleza Vincent Trotta, assustado com a intensa vibração e animação da platéia, que ele denominou de dinamite tremenda. Para Vincent Trotta, as favoritas eram Eva Maria Arismende, Miss Rio Grande do Sul, a quem ele deu o voto de primeiro lugar, e Julieta Strauss, Miss São Paulo, que recebeu o seu voto para o segundo lugar.
Desde o início, os aplausos maiores foram para Maria Olívia Rebouças Cavalcanti, baiana de Itabuna, a grande vitoriosa da noite. O mesmo público que aprovou a escolha de Maria Olívia ficou decepcionado com a colocação dada a Geórgia de Lucca Quental, Miss Rio Grande do Norte. Ela era uma das manequins mais belas e famosas do país e ficou apenas em sétimo lugar, quando todos juravam que ela ficaria entre as três primeiras colocadas. As oito finalistas foram, por ordem de classificação: Maria Olívia Rebouças Cavalcanti (Bahia), Julieta Strauss (São Paulo), Vera Lúcia Saba (Guanabara), Eva Maria Arismende (Rio Grande do Sul); Elizabeth Ramos Daniel (Espírito Santo); Célia Maria Spinola Leite (Estado do Rio); Geórgia de Lucca Quental (Rio Grande do Norte) e Rita Nóbrega de Melo (Ceará, Miss Simpatia).
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Geórgia Quental, gaúcha de Porto Alegre, nascida em 23/04/1939, aspirava ser Miss Brasil desde 1958, quando era manequim da Casa Canadá, no Rio de Janeiro, então capital do Brasil. Geórgia e sua colega de trabalho Adalgisa Colombo decidiram disputar o Miss Distrito Federal 1958. Mena Fiala, dona da Casa Canadá, resolveu apoiar apenas uma candidata e optou por Adalgisa, que há quatro anos se preparava para isso. Adalgisa Colombo foi eleita Miss Distrito Federal, Miss Brasil e vice-Miss Universo 1958.
Em 1962, no auge da sua carreira como modelo e manequim, Geórgia Quental não tinha abdicado do sonho de ser Miss e resolveu enfrentar os preconceitos. A maioria das garotas candidatas não se conformavam em ter uma modelo profissional como concorrente. Muita gente entendia que a concorrência era desleal, que uma profissional das passarelas não podia disputar um título de Miss. Geórgia se defendia: Se outros países apresentam modelos, por que não podemos fazer o mesmo?
Foi aí que, após ser impedida de concorrer ao Miss Brasília pelo Iate Clube, aceitou convite para disputar o Miss Brasil pelo estado do Rio Grande do Norte.
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O jornalista Ubiratan de Lemos deu o seguinte depoimento à revista O CRUZEIRO,de 30/06/1962 :
Geórgia Quental, sem dúvida uma das mais belas, manequim, exagerou os passos profissionais. E obteve, por isso, a sétima colocação. Pisou tão bem a passarela que os aplausos foram muitos. Seu vestido era de tule branco em ráfia. Sapatos e luvas brancos. Estola azul-turquesa, que ela desceu dos ombros aos braços, frente ao júri.
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Em entrevista exclusiva à revista FATOS & FOTOS, de 30/06/1962, Geórgia Quental declarou :
Disseram, no meio da semana, que o júri não me colocaria entre as três primeiras por motivos que nada tinham a ver com minha plástica.
Diziam que os juízes estavam com medo que eu fosse me portar mal nos Estados Unidos ou na Inglaterra.
Vivem dizendo que sou maluca, que não tenho responsabilidade. De certo, acharam que eu não ia aparecer nos programas marcados para a Miss Brasil. Mas isso é absolutamente injusto.
Não estou revoltada. Fiquei triste só porque me classifiquei atrás de Miss Estado do Rio, Miss Espírito Santo e Miss Rio Grande do Sul.
A revista FATOS & FOTOS fez a seguinte observação:
Ao contrário do que se esperava, porém, Geórgia não criou nenhum caso. Soube perder como muitas não sabem ganhar. Chorou um pouquinho, sim. Mas logo disfarçou, discretamente.
Naquele 1962, no domingo, 17 de junho, o Brasil derrotou a Tchecoslováquia, por 3 x 1,e conquistou o bi-campeonato mundial de futebol. Naquele 1962, Maria Olívia Rebouças Cavalcanti trouxe de Miami o quinto lugar do Miss Universo, enquanto Julieta Strauss e Vera Lúcia Saba não foram classificadas no Miss Beleza Internacional e no Miss Mundo, respectivamente.
Naquele 1962, um rosto iluminado por dois lindos olhos azul-esverdeados deixava marcas na história do Miss Brasil: o rosto de Geórgia Quental, Miss Rio Grande do Norte 1962.
Naquele 1962, um rosto iluminado por dois lindos olhos azul-esverdeados deixava marcas na história do Miss Brasil: o rosto de Geórgia Quental, Miss Rio Grande do Norte 1962.
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10 comentários:
Esperei bastante que um dia - eu sabia - você escreveria sobre a Geórgia Quental. Adoro-a. Muito obrigado. Obrigado pela nota social, ficou luxo!
Abraços patativianos, já do novo mundo.
Raimundo Junior
Daslan, há algum tempo freqüento o seu blog, que gosto muito. Sou potiguar da região do Seridó, no entorno de Caicó, e adorei a matéria com a Geórgia Quental. Você deve saber que a atual Miss RN, Andressa Melo, também é gaúcha, só que mora em Natal. Parabéns pelas matérias: a de Maria Isabel Avelar está ótima! Abraço!
A propósito do filme "O Boca de Ouro", não se trata de Odete Lara. Participavam do concurso de Valadão as atrizes Georgia Quental, Sulamith Yaari e Maria Pompeu. A vencedora, entretanto, aparece fora da competição: foi Ana Maria Monteiro, a amante do Boca de Ouro, que acabou por ganhar o colar de diamantes por ter os mais belos seios.
Rocky Gadelha
gostaria de saber se alguem tem esse registro em video
fantástica matéria Daslan, tenho certeza como nossa querida Georgia Quental vai Amar ler isso tudo...Valeu, brother!!!
Quanta saudades desse tempo
glamouroso!!
Georgia seria a vencedora do concurso se Martha não tivesse a boicotada pois nem olhar para georgia ela teve a decencia de fazer no momento em que ela passou em sua frente
Acho que Geórgia perdeu pela dentição,pior do que a MB eleita.quanto ao comportamento,é possível,pois ela não diria sem motivo,nas fotos do concurso,vemos outras mais linda que a vencedora.O coment do Rogério sobre a desaprovação de MB54 é impressionante.sempre existiu essa concorrência.Valeu,Daslan!japão
Goiânia, 21 mar 2019
No meu acervo das Revistas do Rádio de nº 669 - ano 14 - de 14 jul 1962, a capa é a bela Daisy Lúcidi e nas páginas 3, 4 5 6 e 7 com o título "Brasil vai mostrar ao mundo o que é que a baiana tem", é o concurso de miss Brasil daquele ano, e na página 6 tem em destaque a bela de olhos verdes/azuis a nossa miss RGN daquele ano, Geórgia Quental. Bela muito bela, assim digo eu.
Não conhecia essa Georgia Quental. Lindíssima. Tinha que ter sido eleito miss Brasil e miss Universo. Definitivamente, este mundo é injusto.
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