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sábado, 7 de junho de 2008
NEM AS ÁGUAS TÊM PALAVRAS
Maceió, Alagoas, Paraíso das Águas, noite de 25 de maio de 2008. Na juventude dos seus 21 anos de idade, Johnny Wilter da Silva Pino, nascido em 22/12/1986, saiu de casa para uma festinha entre amigos. Alguns deles resolveram visitar um amigo na região do bairro de Tabuleiro. Johnny ia no carro de um amigo, mas achou que deveria fazer companhia ao Marcos Miranda, indo com o mesmo na moto.
Ao passar nas imediações do Hospital Universitário, Marcos saiu da rua principal para tomar o rumo da casa do amigo. Segundo Marcos, havia pouca luminosidade e não viu a viatura policial. Além disso, e com a moto com a descarga "cadron”, não ouviu ninguém mandar parar. Um tiro se ouviu na noite. Mais outro tiro. Johnny caiu. Marcos parou e viu Johnny tentando se levantar. Desnorteado, apavorado, saiu correndo. Mais na frente, encontrou uma barreira policial, parou e pediu socorro. De volta ao local, encontrou Johnny morto e sem capacete. Um tiro no braço. Outro na cabeça.
A versão do Capitão da PM é a de que mandou a moto parar e teve tiros como resposta. O Governador de Alagoas falou em entrevista que foi um acidente.
É muito complicado sair em busca de uma explicação para uma situação assim nos estudos sócios-culturais, nas teses psicológicas, nas religiões... e extrair consolo para os pais, familiares e amigos do Johnny. No YOUTUBE, http://br.youtube.com/watch?v=4IfjjPUl2UY , postaram um vídeo em homenagem à sua memória, onde os versos emocionantes da música PRA ONDE VAI ?, de Gabriel O Pensador, falam da perplexidade diante da morte trágica de um jovem.
Mais uma vida jogada fora.
Um coração que já não bate mais, descanse em paz.
Sonhos que vão embora antes da hora.
Sonhos que ficam pra trás.
Pra onde vai você?
Pra onde vai?
Pra onde vai o Sol?
Quando a noite cai?
E agora?
A dor é do tamanho de um prédio.
A casa sem ele vai ser um tédio.
Não tem remédio, não tem explicação, não tem volta.
Os amigos não aceitam, o irmão se revolta.
A família não acredita no que aconteceu.
Ninguém consegue entender porque o garoto morreu.
Tiraram da gente um jovem tão inocente.
(...)
O seu pai ficou mais velho, mais sério e mais triste
e a mãe simplesmente não resiste.
Além do filho, perdeu o seu amor pela vida.
(...)
Todo mundo, toda hora, tem vontade de chorar,
quando se lembra dos planos que o garoto fazia.
Ele dizia: "Eu quero ser alguém um dia.”
Sonhava com o futuro desde menino.
Ninguém podia imaginar o seu destino.
Mais uma vítima de um mundo violento.
Se Deus é justo, então quem fez o julgamento?
Pra onde vai você?
Pra onde vai?
Pra onde vai o Sol?
Quando a noite cai?
Por que um jovem que vivia sorridente
perde a sua vida assim tão de repente?
Logo um cara que adorava viver.
Realmente, é impossível entender.
Nenhuma resposta vai ser capaz
de trazer de novo a paz à família do rapaz.
Nunca mais suas vidas serão como antes.
E eles olham o seu retrato na estante.
Aquele brilho no olhar e o jeitão de criança
agora não passam de uma lembrança.
E a esperança de que ele esteja bem, seja onde for,
não diminui o vazio que ele deixou.
(...)
E as suas roupas no armário parecem esperar que ele volte de surpresa
pra ocupar o seu lugar vazio à mesa.
A tristeza às vezes é tão forte
que é mais fácil fingir que não houve morte.
(...)
Pra onde vai você?
Pra onde vai?
Pra onde vai o Sol?
Quando a noite cai?
O jornal TRIBUNA DE ALAGOAS,de 26 de maio, publicou a seguinte matéria :
A morte do estudante universitário Johnny Wilter da Silva Pino, de 21 anos, causou comoção na cidade de União dos Palmares, a 83 quilômetros de Maceió, cidade-natal do jovem e onde a maioria da sua família reside.
Os pais do rapaz, José Cícero e Maria Cicera da Silva Pino, ele comerciante e ela funcionária do INSS, ainda chocados com a tragédia, apresentaram outra versão para o crime: “Johnny estava na garupa de uma moto quando os policiais deram sinal para eles pararem, o condutor do veículo - certamente por medo, quis arrancar, no que meu filho caiu e um policial aproximou-se e o executou sumariamente, mesmo ele implorando por sua vida. Queremos Justiça, pois casos dessa natureza não podem ficar impunes. Iremos às últimas conseqüências, mas esse assassino será punido pela lei”, disse a mãe da vítima.
Uma tia de Johnny disse que quando foi atingido pelos policiais o jovem estava de posse de todos os seus documentos e do seu irmão, que apesar de ser bombeiro formou-se recentemente em jornalismo e fazia, nos dias de folga, estágio em uma rádio de União dos Palmares. “Como a polícia prova que ele atirou, se a arma que pretensamente era utilizada não apareceu? Como o parceiro que conduzia a moto poderia ter jogado a arma fora, se parou adiante? Somos uma família humilde e Johnny foi assassinado friamente. Que polícia é esta?", questionou.
Talvez com o tempo, nas águas de Alagoas, iremos encontrar palavras para consolar os pais, familiares e amigos do Johnny Wilter da Silva Pino. Talvez. Por enquanto, nem as águas têm palavras.
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Um comentário:
Triste.. mto triste..
Q Deus conforte o coração da familia e amigos dele...
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