O CASAMENTO DE ROBERTO E RITA ODEBRECHT
O casal ladeado pelos padrinhos Vicente-Andréa e Pignatário-Márcia Andrade |
Mônica Santiago, grande amiga de Rita, foi responsável pelas elogiadíssimas lembrancinhas da festa. |
O casal ao lado dos familiares de Rita. |
Josefina e suas filhas. Da esquerda para a direita, Andréa, Josefina, Edmara e Dinara. |
Irlândia Lemos (Landinha) e o filho José Monteiro Neto Sérgio Costa e Irlene Lemos |
Rejane Travassos, tia do noivo, num discurso emocionante, expressou todo o carinho pelo sobrinho, que perdeu a mãe (Elizabeth Odebrecht) quando ainda era bebê. Compenetrado, Roberto Travassos, de terno escuro, pai de Roberto Odebrecht, tentava conter a emoção.
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MEMÓRIA TIMBAUBENSE
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PELOS SALÕES SOCIAIS
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DANIEL LIMA, UM TIMBAUBENSE DE 95 ANOS CONQUISTA UM DOS MAIS IMPORTANTES PRÊMIOS LITERÁRIOS DO BRASIL
Há 15 dias tomei conhecimento da poesia de Daniel Lima, timbaubense radicado no Recife-PE, bairro da Madalena, graças a um comentário que Severino Mendes, o Biu Mendes da Socontel, fez a mim. Biu Mendes esteve presente ao lançamento do livro Poemas, a primeira obra publicada de Daniel Lima. Imediatamente, entrei no site Estante Virtual, e consegui localizar e comprar um exemplar do livro, uma publicação primorosa contendo quase 400 páginas, repleta de poemas belíssimos. Ontem, sexta-feira, 16 de dezembro, li no Jornal do Commercio, do Recife, que Daniel Lima tinha conquistado o prestigiado Prêmio Literário Alphonsus de Guimaraens, conferido pela Fundação Biblioteca Nacional. Logo em seguida, recebí um e-mail de Tranquelino Ferreira Monteiro, onde ele repassava uma orgulhosa mensagem de Josafá de Freitas, transcrevendo dados publicados na mídia de São Paulo-SP sobre o agora famoso timbaubense, um nome até então praticamente desconhecido em Timbaúba.
Daniel Lima nasceu em Timbaúba-PE em 02/05/1916. Tem 95 anos, lúcido e solar. Ele concorreu com 50 obras na categoria poesia e bateu nomes como Ferreira Gullar e Affonso Romano de Sant’Ana. Valor do prêmio R$ 12.500,00. O júri escolheu sua obra por unanimidade. "Ninguém o conhecia e a obra dele é considerada uma descoberta da poesia brasileira", afirma Antonio José Jardim, um dos jurados e também professor de literatura da Universidade Federal do Rio de Janeiro. "Ele alia simplicidade a um conhecimento extraordinário do fazer poético, do ritmo, do domínio das palavras". Daniel Lima tem pelo menos 27 livros inéditos, de poesia ou versando sobre assuntos referentes à ética, à estética e à política. Ele passou a vida escrevendo livros. Só escreveu para ele e para os amigos. Foi pároco de Nazaré da Mata e ensinou filosofia em universidades do Recife. Ligado a setores progressistas da Igreja, atuou nas Ligas Camponesas de Francisco Julião. Há muito não exerce o sacerdócio, mas continua padre.
A Folha de São Paulo publicou: "Fico arrasado pela beleza que consegui apanhar na palavra que é tão pobre. O que escrevi me comove profundamente. O que eu escrevi passou de mim, transbordou-se do meu pensamento e da minha forma de configurar os objetos. Eu mesmo adoeço quando escrevo muita poesia", afirmou Padre Daniel que se encontra hospítalizado. E agora está no hospital porque adoeceu de quê? "Adoeci de Daniel", responde rindo. "O mundo é muito importante, eu fico meio desorientado. Para me enquadrar nele eu tenho de sofrer, e adoeço."(Amigos contam que Daniel está saudável apesar da idade. Foi parar no hospital porque não queria comer, ficou anêmico e desidratado. Já está melhor e deve ter alta nos próximos dias). "Foi por temperamento", diz o poeta, que nunca quis ser publicado. "Fico meio encabulado de ser colocado em primeiro plano. A poesia para mim é um ato de intimidade e fico espantado quando vejo a repercussão, porque achava que era só eu quem via." Num jorro, ele prossegue: "A poesia arranca de nós uma visão nova do mundo, como se fosse uma nova criação. O mundo me toca, a beleza acima do tempo e do espaço, me sinto fora de mim mesmo. Se não escrever qualquer coisa, me sinto mal. É como se Deus me desse um dom e eu não restituísse ao mundo. Depois que escrevo os poemas sinto que transcendi a mim mesmo, não fui eu, foi alguém que gostaria de ser eu. Aconteceu uma coisa esquisita. Eu sou meio besta, doido, acho que com o tempo ficarei ajuizado."
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Daniel Lima escreveu 27 livros, de filosofia e poesia, mas nunca tentou publicá-los. Até que uma ex-aluna de seu curso de estética na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), a escritora Luzilá Gonçalves Ferreira, “roubou” quatro deles e os levou à Companhia Editora de Pernambuco (Cepe), cujo conselho editorial integrava. Só contou ao professor que eles seriam reunidos numa publicação, “Poemas”, às vésperas do lançamento. — Quando contei do prêmio no hospital, ele disse: “Mentira!” — conta Luzilá. — Ele é um moleque de 95 anos, que vive sem seriedade, mas leva a vida a sério. Sempre tentei que publicasse algo, mas ele nunca quis. Ele foi padre e era uma espécie de castelão da juventude universitária católica. Trabalhou com Paulo Freire na “Revista Estudos universitários” e protegeu muitos estudantes na ditadura militar.
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Um pouco da poesia de Daniel Lima
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Antes, vivia na certeza, / como uma águia aprisionada na gaiola. / A dúvida me libertou / deixando-me voar no espaço livre, / não mais certo e nada / senão da importância do voo.
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Não é o mar que amo, / é o infinito que ele sugere, / são as paixões que lembra, / e a força que suscita / É isto que amo no mar , / não o mar, mas o que ele representa, / paisagem interior aonde ele aponta / o mar em mim, as águas reprimidas, / No coração mais dentro.
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O tempo é Deus que se dá aos pedaços / no passar das horas. / E, por isto, /homem do tempo, amo a vida. / Pois sei que, ao envelhecer /me divinizo.
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Ai! Palavras que escuto em meu silêncio! / Ai! Silêncio que é meu, silêncio puro, / feito de mim, do sangue meu, da carne / da furiosa e tão doce vida minha! / Ai! Palavras que escuto não de fora/ de outro lábios nascidas, mas de dentro, / intocadas palavras, jamais ditas, / senão por mim a mim neste silêncio! / Ai! Como esse diálogo sem vozes / me faz sentir, a cada vez que surge, / tão singelo e menino como outrora. / Menino, este homem que o tempo fez maduro / com a inocência do olhar recuperada / Ai! Neste silêncio meu, silêncio puro!
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Teu caminho / o absoluto caminho / o caminho que é teu / e que ninguém por ti percorrerá / o único, o exclusivo, o absoluto caminho / se puderes, segue-o / e segue-o mais ainda se não puderes.
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CAMINHOS PARA A PASSARELA CULTURAL
CAMINHOS PARA A PASSARELA CULTURAL
"O" PASSARELA CULTURAL ou "A" PASSARELA CULTURAL ? Ambas as formas estão corretas, pois PASSARELA CULTURAL é um blog e ao mesmo tempo uma revista on-line.
Detalhe: Para quem acostumou-se a visitar PASSARELA CULTURAL unicamente através do TIMBAFEST, www.timbafest.com.br , vale a pena anotar que também existem dois endereços para acessar este blog: www.passarelacultural.blogspot.com e www.passarelacultural.com . Sugiro que adicionem esses roteiros aos seus Favoritos.
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3 comentários:
Oi Daslan!
Fico muito feliz de ver no Passarela Cultural, uma referencia especial ao filósofo, professor e poeta Daniel Lima! Fiz uma visita a ele, recentemente para deixar em suas mãos, o livro "Instrução Religiosa" que pertencera a ele na época do Seminário e, deixado por meu pai João Andrade que foi colega de Seminário de Pe. Daniel. Pe. Daniel reside no Bairro da Madalena em Recife. É uma pessoa simples como o é toda pessoa sábia e, só a muito custo, permitiu que seus poemas fossem publicados.
Um abraço
Madalena
Daslan,
Voce como sempre divulgando as coisas boas de Timbaúba com um amor que poucos timbaubense fazem.
Parabens pela belissima matéria do Pe. Daniel, que eu nunca tinha conhecimento de sua existencia e que um e-mail recebido do Amigo Josafá me despertou.
Aproveito para dizer que Timbaúba deve muito a voce e que voce merece um lap-top presenteado pela Prefeitura de Timbaúba para dar mais dinamismo ao seu trabalho em qualquer lugar que voce estiver.
Daslan,
Como sempre, você nos surpreende com suas matérias em reconhecimento à vida dos nossos conterrâneos, muitos deles pouco conhecidos na terra, como o Padre Daniel Lima. Tive um primeiro contato com sua poesia em 2009, ao ler a Coleção "Circulares Interconciliares" de Dom Hélder Câmara e fiquei encantado. Ao ver o livro dele na Bienal do Livro não resisti e comprei! Vale a pena, mesmo! Mas vim aqui, na verdade, para agradecer por todo o valor que vc dá ao povo de Timbaúba, que é a sua terra tbm e da qual vc faz mais parte que a grande maioria dos nascidos por lá! Muito obrigado!
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