Por Daslan Melo Lima
Na tarde pernambucana que morre,
envelheço um dia a mais no bairro de Timbaubinha, em Timbaúba. Enquanto a noite não nasce, permito-me acreditar
que sou igual ao Tempo, atemporal, eterno, morrendo com a tarde que logo mais
será noite e renascendo na manhã de amanhã.
Mergulhado em meus pensamentos e reflexões,
volto subitamente para a realidade quando um vendedor passa na frente
da minha casa anunciando: “Olha o algodão doce! Atenção, menino, vai passando o algodão
doce !”
Abro a porta e grito: “Eu
quero!” E enquanto o menino
que fui saboreia lentamente o algodão doce, o homem que sou relaxa na tarde
pernambucana que morre.
O Vento que sopra me diz que o vendedor é mensageiro do Tempo e passou na minha rua confirmando que sou atemporal, eterno, morrendo com a tarde que logo mais
será noite e renascendo na manhã de amanhã. Há poucos instantes eu era um adulto mergulhado em reflexões não tão doces, agora sou um menino saboreando algodão doce.Tudo tão simples e leve como se a vida fosse um pacote
de algodão doce.
Nenhum comentário:
Postar um comentário