A pele dela tem a cor
morena e os olhos são uma mistura de mel e céu. Suave, elegante e bela, chega e ilumina o ambiente. Seu nome: Margarida
Pereira de Alcântara, ou simplesmente Índia Morena, uma pernambucana que
completou 70 anos de idade no dia 13 de julho. Ex-artista de circo, onde começou a trabalhar aos 10 anos, despertou grandes paixões. Foi trapezista
voadora, contorcionista e rumbeira. Casada com o palhaço Fuxiquinho, reside
atualmente em Jaboatão dos Guararapes. Com sua arte, Índia Morena percorreu todos os estados
brasileiros e seis países. É um ícone circense e um dos
patrimônios vivos da cultura pernambucana.
Encontrei recentemente Índia Morena na 3ª Conferência Estadual da Cultura de Pernambuco, no Portal de Gravatá Hotel Fazenda, em Gravatá, onde fiz estas imagens. Seus olhos brilhavam como se estivesse voando no trapézio ou dançando
rumba. Depois das fotos, ela me disse que
conhece bem Timbaúba e as cidades vizinhas e acrescentou: "Deixei em São
Vicente Férrer um pedaço do meu coração. Em 1962, eu estava atuando no Circo Amália
Olzom quando alguém dos bastidores gritou que o meu bebê de sete meses de idade tinha morrido. Fiquei
transtornada, mas continuei dançando até o fim do meu show. Ele foi sepultado no
cemitério local e nunca mais voltei àquela cidade.”
Da próxima que eu
for a São Vicente Férrer, nada mais será como antes. Vou me lembrar que ali
está sepultado uma parte do coração de Índia Morena, cujos olhos são uma mistura de mel e céu.
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