Daslan Melo Lima
PRÓLOGO
Quando ela surgiu na passarela naquele 13
de julho de 1968, no Miami Beach Auditorium, em Miami Beach, em busca do título
de Miss Universo, vestindo um ousadíssimo vestido, o espanto do público foi muito grande e o assunto foi notícia no mundo inteiro. Ela
era Monica Fairall, Miss África do Sul, cuja não inclusão entre as 15
semifinalistas foi atribuída ao seu traje de gala, embora tenha figurado no
grupo das quinze mais em traje de banho.
Três anos depois, em 1971, muito discreta, disputou o Miss Mundo e conseguiu
um lugar no Top 15. Aquela jovem estava destinada a ser um ícone em seu País, amada
e respeitada, não apenas pela beleza, mas por suas atividades profissionais
ligadas à música, literatura, jornalismo e radiodifusão. Hoje, sábado, 21 de junho de 2014,
faz exatamente cinco anos que Monica Fairall morreu, vítima de um tipo de câncer chamado mieloma.
MONICA
FAIRALL NO MISS UNIVERSO 1968
MONICA FAIRALL NO
MISS MUNDO 1971
"De maneira nenhuma eu era
a mulher mais bonita da África do Sul,
mas estava preparada para jogar esse jogo e todos os outros.” - Monica Fairall
Da esquerda para a direita: Ana Maria Padron Ibarrondo, Miss Venezuela,
semifinalista; Karen Brucene Smith, Miss Estados Unidos, finalista (top 7) e Miss
Internacional 1974; Marilyn Ann Ward,
Miss Reino Unido, segundo lugar, semifinalista no Miss Universo 1971;
Simonetta Kohl, Miss Suécia; María
Margarita García, Miss Espanha; Monica Fairall, Miss África do Sul; Ana Paula de Almeida, Miss Portugal, terceiro
lugar; Ava Joy Gill, Miss Jamaica; e Miri
Ben-David, Miss Israel. ***** Detalhe: Monica Fairall teve como concorrentes, em Miami Beach e Londres, duas brasileiras, respectivamente, Martha Vasconcellos, Miss Universo 1968, e Lucia Tavares
Petterle, Miss Universo 1971.
MONICA FAIRAL, UM ÍCONE DA ÁFRICA DO SUL
Monica Fairall teve uma carreira profissional ligada à música, literatura, jornalismo
e radiodifusão, além de ter sido professora de yoga. Tinha pós-graduação em arte dramática pela Universidade de Durban e por mais de trinta anos apresentou muitos programas de rádio,
dentre eles Sábado de Ouro, Caminhos para a Saúde e Durban Depois de Escurecer. Escreveu vários livros, incluindo um sobre câncer, inspirada na luta do seu companheiro, o poeta Douglas
Livingstone (1932-1996), que morreu dessa doença.
Mônica Fairall era casada com o palestrante Robert Morell, acima, desde 2007, e deixou duas filhas. Após a morte da esposa, Robert liderou a criação do Monica Fairall Memorial Award, que
anualmente outorga prêmios àqueles que dão sua contribuição para as artes, mas
que ficam anônimos nos bastidores, tais como administradores, arquivistas, bibliotecários,
líderes do teatro de comunidades e afins.
Jazigo de Monica e do seu pai Kenneth Fairall
EPÍLOGO
O meu amigo Evandro Silva, editor do site missesnapassarela.blogspot.com.br , tem uma opinião sobre os trajes do Miss Universo e Miss Mundo. Diz ele:
O concurso Miss Universo ao longo de sua existência sempre teve uma
forte visão conservadora em relação aos valores que norteavam as normas e
regras do certame. Diferentemente do Miss Mundo que não primava pelo
conservadorismo, admitindo que as concorrentes usassem o traje de banho de sua
preferência, seja biquíni ou maiô.
Em 1959, a Miss Itália, Maria Grazia Buccella
não se classificou entre as 15 semifinalistas porque seu vestido de gala foi
considerado demasiado ousado.
Em 1968, a Miss Africa do Sul, Mônica Fairall, também
foi desclassificada pelo "decote panorâmico" do seu vestido de
noite. Entretanto, em 2003, Cindy Nell, Miss Africa do Sul, com um vestido semelhante ao de Monica Fairall, não teve nenhum problema para ser uma das
finalistas, logrando a terceira colocação. Podemos concluir que as coisas mudam. O mundo evoluiu! Ainda bem!
Quantas pessoas acharam naquele ano que Monica Fairall seria apenas uma menina fútil querendo se promover? Milhares. Eu era um adolescente e também pensei o mesmo. Enganei-me. Perdão, Monica Fairall. Existia um ser humano iluminado por trás daquele vestido ousado.
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Fontes de pesquisa: witness.co.za, news.artsmart.co.za e pageantopolis.com.
2 comentários:
Daslan,
essa Miss África do Sul era de uma beleza facial inquestionável, estonteante. Estaria no TOP-5 ao lado da nossa Martha Vasconcellos, não fosse a ousadia do seu traje de gala, por sinal avançado para os padrões da época. Comparo essa Miss África do Sul a nossa Vera Fischer, até hoje uma Miss Brasil que esteve sempre à frente do seu tempo.
Parabéns por trazer de volta a Monica Fairall.
Muciolo Ferreira
Na época,não achei tanto assim;talvez por ser adolescente;mas alguns adultos,ppalmente a imprensa focalizou dessa forma.Era linda,essa sul-africana;como Evandro faou:estaria no top 5,talvez,no lugar da estadunidense.Só a venezuelna,não disputaria o título "à tapa",kkkkkkkkkkkkkkk!japão
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